arte 5...AnaEu não sei porque, mas me deu um pavor súbito depois que coloquei o vestido e me olhei no espelho. Até minha garganta fechou um pouco e fiquei com o corpo tremendo. Eu já sabia que esse momento do casamento iria acontecer, nós entramos nessa exatamente por isso.Esse foi o plano desde o começo. Só que mesmo não sendo um vestido de noiva realmente, me ver refletida com ele, indo em direção a um cartório onde vou entrar como solteira e sair como casada, nossa... Isso me deu um tapa forte.Eu já passei por muita coisa antes, mas eu vou dar um passo muito sério e importante e que vai mudar minha vida por completo. Já está mudando, aliás. Não tenho que me preocupar com Acácia, ela já sabe dessa decisão que tomei. Mesmo não concordando em cem por cento, ela entende como eu penso e no final, ela sabe que só vamos ter vantagem. O que poderia acontecer de ruim nisso?Eu estou resguardada por um contrato e Matteo não iria fazer nada de ruim contra mim. E nem acho que seja da natu
Parte 1...AnaQuando chegamos ao cartório, logo vi Sandro e Otávio na frente. Eles estavam nos esperando.— Vocês chamou os dois?— Sim, precisamos de testemunhas - ele parou o carro na vaga.— Mas... E eles vão servir? Quer dizer, eles são seus advogados, não é?— Não tem problema. Antes disso eles são meus amigos e quem melhor para ser testemunha?Ele desceu e deu a volta, abrindo a porta para mim. Respirei fundo ao sair. Matteo passou a mão por minha cintura e me deu um beijo leve na bochecha.— Não vá travar agora ou o tabelião vai achar que está sendo forçada - deu uma risada engraçada.— Não vou travar, pode deixar - sorri de volta — Já estou mais calma.— Ainda bem - ele me puxou e me abraçou, falando ao meu ouvido — Eu gosto disso, de como você se adapta às situações.Eu dei um pequeno sorriso. Infelizmente, tive que aprender a ser assim nas ruas ou não conseguiria sobreviver. Não é fácil ficar vagando sem ser vista pelas outras pessoas. Ainda tenho alguns traumas guardados,
Parte 2...AnaMesmo depois de termos saído com os amigos dele, de termos ido a um restaurante muito chique e caro, obviamente, Matteo ainda tinha energia para me fazer rir, me contando algumas das coisas que aconteciam com ele, quando era adolescente e andava pela região onde cresceu, dando em cima das garotas.— Ai Matteo... - eu ri cobrindo a boca com a mão — Eu nunca pensei que você poderia ser assim.— Não sei porque... - ele mexeu o ombro — Eu sou humano, sabia? Também tive adolescência - riu.— Bom, sobre você ser humano, eu só descobri isso recentemente - ri baixinho — Antes você era o bicho-papão da empresa.Sandro e Otávio gargalharam e fizeram piada com ele, contando algumas passagens engraçadas que eu nunca pensei que poderiam sair de Matteo.Dei graças a Deus pelas aulas de etiqueta que o Alexandre me deu, porque senão eu não teria como comer ali. Matteo nem esperou e já foi pedindo uns pratos que eu nem sei direito como pronunciar direito o nome e quando o rapaz trouxe t
Parte 3...Suas mãos macias e de dedos finos, raspam as unhas por minha pele e isso me deixa mais aceso. Seo sempre é bom, ainda mais quando a parceira também está no mesmo humor para isso e com Ana está sendo quase que uma renovação dessa parte de minha vida.Não tem nada mecânico, como se fosse um ritual onde cada um tem sua parte. Ela gosta de ser tocada e de se descobrir. Eu gosto ainda mais de fazer isso para ela e o jeito como ela me toca me faz sentir algo bem diferente do que o habitual. É como se fosse mais do sexo.Até parece que temos uma conexão maior.** ** ** ** ** ** **AnaEu nunca pensei na minha vida, que um dia eu estaria me embolando, de manhã cedo, justamente com o meu chefe. E o mais engraçado, que eu estaria gostando muito disso.Meu coração já acelera só do modo como ele me olha e não era assim antes, quando eu era apenas sua secretária. Agora as coisas estão mudando. Penso que Acácia tem mesmo razão. Eu devo estar me apaixonando por Matteo.Só não sei se isso
Parte 4... Ana Depois de mais algumas bobagens ditas por Matteo, decidimos levantar e começar o dia. Eu tinha que ir ver como está a Acácia e quero aproveitar também para fazer uma pesquisa por uma ou duas imobiliárias. Claro, sem que ninguém saiba, porque isso pode acabar craindo boatos ruins. Peguei uma toalha e segui para o banheiro. Como não quero demorar muito, não pretendo lavar meu cabelo agora logo cedo. Vejo Matteo atrás de mim. — O que quer agora, Matteo? Eu vou tomar banho - balancei a toalha. — Eu sei, eu também vou. — Então use o outro banheiro do quarto. — Eu não - ele fez uma expressão irônica — E porque? Tem um chuveiro muito bom aqui. Vou tomar aqui mesmo, é mais rápido. — Então vai logo - abanei a mão. Eu pensei que ele foss
Parte 5... Matteo Entrei no box na frente da Ana, mas acho que fui meio seco depois de termos feito amor duas vezes e disfarcei, a puxando para tomar banho comigo também, embora ela reclamasse um pouco no começo, mas fiz piada com a ideia sem noção dela e acabou cedendo. — Se eu já vi você nua mais de uma vez - ri enquanto me ensaboava — Inclusive estive dentro de você agora a pouco - ela ficou vermelha e eu ri mais ainda — Qual é o problema em tomar banho junto comigo, Ana? — Ah, sei lá, Matteo - ela pegou o sabão líquido e a esponja colorida — Eu nunca tomei banho com outra pessoa e menos ainda com um homem. Eu ri alto e a puxei, ensaboando seu corpo com a minha espoja já cheia de sabonete. — Não tem problema, somos casados agora, esqueceu? — Verdade - ela olhou a aliança no dedo — Eu vou sair daqui a pouco para ver a Acácia. — Conte a novidade a ela. Vai ser bom que ela converse com as enfermeiras e espalhe a boa notícia. — Será que vão saber que já somos casados? — Quem?
Parte 6... Matteo Ouço a porta da cozinha se abrir. A Patty chegou para começar a limpeza. Não queria que ela visse que Ana está aborrecida comigo, mas acho que não tem muito jeito de evitar. Tenho que inventar algo. — Bom dia, Patty! - entrei na cozinha. — Ah, bom dia! -ela deixa a sacola em cima de uma cadeira — Ainda não saiu para o trabalho? - olhou para o relógio de pulso — Que milagre - sorriu. — Não é bem um milagre - peguei uma garrafinha de água na geladeira — Na verdade eu estava conversando com a Ana sobre nossa viagem de lua de mel. — Lua de mel? - ela ficou de lado me olhando — Já marcou o casamento? — Na verdade, nos casamos ontem - revelei. — Nossa, que coisa boa... E rápida - ela riu franzindo a testa — Bem, meus parabéns. A Ana já acordou? — Já sim, ela está se arrumando - bebi um gole grande da água — Patty, o que você aconselha para um marido que fala demais? - forcei um sorriso apertado. — Matteo - ela colocou as mãos na cintura — O que você disse? — Nad
Parte 7... Ana Quando cheguei na clínica, Acácia estava no quarto dela. Achei estranho porque geralmente ela gosta de ficar no jardim. Entrei e ela estava deitada de lado, olhando para fora, pela janela aberta. — Oi! - entrei animada — Bom dia, querida. Vim te ver - deixei a bolsa em cima de uma cadeira ao lado da pequena cômoda branca. As cortinas estavam abertas e os raios ainda suaves do sol da manhã entravam no quarto. Fiquei um pouco preocupada ao ver Acácia assim, parecendo pensativa, o olhar distante, mirando o lado de fora do quarto. O rosto dela embora fosse marcado pela idade e pela doença que apagou um pouco sua vivacidade, ainda mostrava que ela tinha sido uma mulher bonita, de beleza suave. Seus cabelos grisalhos refletiam seus anos de sabedoria. Era uma mulher que sempre tinha algo de bom para oferecer ao outro, mesmo que fosse pouco. Eu sempre achei bonito isso dela e aprendi. Agora que estou mais segura de que poderei ter uma vida mais tranquila, começo a pensar