Parte 4...Ana— Matteo, eu sei que isso pode parecer estranho à princípio, mas ele continua sendo o seu irmão mais velho, não é? - eu enfiei os dedos no cabelo escuro dele.— Sim, é claro que continua - Matteo suspirou — Mas é tão estranho ouvir as coisas que ele me disse quando nos encontramos no restaurante.Eu dei uma risadinha.— Não acho que seja mais estranho do que nós dois, sentados aqui nesse sofá grande, como se a gente fosse um casal - ri mais — Pra mim é como se fosse um sonho bem esquisito. Você deitado, a cabeça no meu colo e eu aqui, mexendo em seu cabelo - balançei a cabeça — Quer dizer... Se alguém me falasse sobre isso eu iria rir muito e pensar que a pessoa estava brincando comigo.Matteo ergueu o olhar para mim.— Bom, mas nós somos um casal agora, Ana. Até já transamos.Eu sinto meu rosto quente, acho que corei um pouco e ele riu, apertando meu braço.— Você ainda tem vergonha disso?— Claro que tenho, Matteo - eu torci a boca e depois sorri — Eu ainda não me ac
Parte 1... — Mas, Matteo... Você não acha melhor deixar do modo que está? Ainda é bem cedo e depois da noite que tivemos, onde Matteo mostrou que realmente ele tem um apetite sexual grande, eu acabei dormindo na cama dele. Acho que comecei a entender porque tinha tanta mulher dando em cima dele. Além de ser um homem bonito, inteligente e rico, Matteo me parece saber muito sobre essa parte de um relacionamento. Mas não sei ainda se eu estou seguindo o caminho certo, apesar de que ele mesmo me disse que não existem regras quando duas pessoas querem ficar juntas e que sexo não é apenas a parte básica, o que já entendi perfeitamente. — É claro que não, Ana - ele abriu os braços — O que um casal de verdade faz? — Mora junto? - apertei os olhos. — Óbvio... E o que mais? — Dorme no mesmo quarto - respondi como se fosse uma criança. Claro que era. — Então pronto... Eu já tinha dito pra você que tinha que trazer tudo seu para cá. E meu quarto é grande, espaçoso e meu closet cabe suas r
Parte 2...— Não - ele puxou o ar — Pode parecer que é, mas não - ergueu um dedo — Veja bem... Se você quer consertar o problema dela, quer dizer que isso incomoda você e que ela não é perfeita - eu inclinei o corpo de lado prestando atenção — Se você quer ajudar, então quer dizer que você quer o bem dela, que isso não o incomoda e que só quer que Ana fique bem, sem incômodo ou dor.Eu não tinha pensado nisso.— E ajudar de bom coração, pensando nela, quer dizer que para você, ela é perfeita do jeito que é, mas que vai se sentir melhor evitando visitas a médicos, tomando remédios o tempo todo. Dá pra entender o que eu digo?— Dá sim - assenti &mdash
Parte 3...Agora fiquei com a conversa do Tim, presa na mente. Ele tem umas colocações bem interessantes sobre a vida. Parecia mais um guro do que um advogado. Mas foi bom, eu gostei de ouvir.Passar o resto da vida com alguém é uma decisão muito significativa e eu nunca me vi ao lado de alguém até ficar velho. Sei lá, não me parece ser algo que pode dar certo. Pra mim a maioria dos casamentos são mais de interesse mútuo e comodismo, do que por vontade de ter aquela pessoa junto o tempo todo.Claro que tem gente que ainda consegue ficar casado por amor, tipo meus avós. O casamento deles foi longo, não só por serem pessoas de outra época, mas porque um completava o outro. E que eu me recorde, nunca vi os dois brigarem sério. Às vezes eles tinham um debate ou outro, mas nada que os fizesse perder a paciência com o outro e também nunca ficaram sem se falar um dia que fosse. Eu me lembro que minha avó disse uma certa vez, que um casal nunca deve dormir brigado. Se estiverem chateados ou
Parte 4...Eu tinha chegado a quase quarenta minutos para visitar Acácia. No quarto da clínica, o sol da manhã banhava o ambiente com uma luz suave e dourada, criando uma atmosfera de calma e esperança.O quarto particular mostrava a atenção da clínica com seus pacientes, adornado com pequenos toques de elegância, com cortinas de tecido fino, móveis de madeira polida e flores frescas em um vaso na mesa ao lado da cama.— Lindas essas flores - eu sorri olhando para o vaso.Acácia virou o rosto para o vaso de cerâmica, delicadamente esculpido, com lindas flores dentro, deixando o quarto mais colorido e com uma fragância agradável.No vaso, as flores deslumbravam com sua diversidade de cores e formas. Destacavam-se os delicados lírios brancos, que simbolizavam a purez
Parte 1... Ana O sol já estava bem forte com tons alaranjados enquanto eu subia os degraus da escada que levava à cobertura de Matteo. Quando cheguei o porteiro me disse que os elevadores estavam parados por conta de uma manutenção programada e os moradores teriam que usar a escada. Isso não me incomoda, estou acostumada a andar e subir e descer ladeiras. Só achei estranho e perdi um pouco da minha animação quando vi a Patty, em pé perto da porta da cobertura. Patty parecia nervosa e inquieta, seus olhos mostrando uma expressão de preocupação. Me preocupei com isso. — Patty, o que está acontecendo? Por que você está aqui fora? — Oh, Ana, que bom que você chegou. Sua cunhada está aqui - ela falou baixinho — E ela... Bem, não está em seu melhor humor, vamos dizer assim - eu achei estranho — Ela foi muito grosseira comigo e disse que quer falar com você em particular. Nossa, até engoli em seco, surpresa e nervosa com a notícia. Não entendo porque Jules estaria aqui para falar comig
Parte 2...Eu não queria ter que conversar com Jules coisas tão particulares sozinha, mas pelo jeito é o que vai acontecer. Não posso chamar o Matteo na frente dela. Vou ter que deixar rolar, mas não me sinto muito à vontade para isso.— Jules, eu sei que você está aborrecida e parece cansada, mas não precisa me contar nada. Pode esperar pelo Matteo e falar direto com ele.— Não... - ela segurou minha mão — Acho que você pode me entender.Eu franzi a testa.— Bem, eu agradeço que pense assim, mas eu não conheço bem o Lucas e...— Ele é gay - ela repetiu — Eu até pensei que pudesse mudar isso, mas me enganei - ela se recostou na cadeira e Patty trouxe um suco gelado — E agora estou grávida e não sei se o filho é dele ou do Mark.&mda
Parte 3...Eu nem sei o que pensar. Será que eu ouvi direito? Por acaso o Matteo disse que vamos nos casar daqui a poucas horas? Ergui as sobrancelhas e arregalei os olhos. Meu Deus, ele sempre é assim. Decide as coisas do nada e o outro que acompanhe seu pensamento.Respirei fundo e soltei o ar bem devagar para oxigenar o pensamento.— Jules, você não pode trazer seus problemas para cá - ele se aproximou de mim — E menos ainda, tentar forçar a Ana a te ajudar em algo. Se você e o Lucas estão com problemas, por favor - ergueu a mão — Vá para casa e converse com ele. — Lucas não tinha falado antes em se separar de mim - ela disse meio transtornada — Depois que ele começou a ter contato com você de novo, isso está pairando sobre minha cabeça.Vi a cara de Matteo mudar. E eu conheço um pouco essa mudança, porque era bem assim que ele agia na empresa, quando ficava aborrecido com algo. Apertei os lábios, só observando os dois.— Olha, vocês têm um relacionamento muito fora do normal para