Ivana e eu estávamos perto de uma das janelas de vidro que se abria para o jardim iluminado. Taças de champanhe nas mãos, sorrisos bem ensaiados nos rostos. Meu vestido preto longo, de costas nuas, parecia desenhado para aquela noite. Cabelo preso com descuido calculado, a maquiagem leve, os olhos marcados — eu estava pronta. Ou fingia estar.Fingia que aquela era só mais uma noite elegante. Fingia que eu não carregava um segredo no bolso do vestido. Que não estava ali com um propósito escondido. Fingia que o olhar de Tristan não queimava cada vez que nos cruzávamos, como se nosso corpo ainda soubesse se reconhecer no meio de qualquer multidão.Ele parecia um rei no meio de seu império. Um terno escuro perfeitamente ajustado, a postura calma, os gestos precisos. Usava óculos — aqueles mesmos óculos que sempre foram sua assinatura, desde os nossos dias em vídeo granulado. Aquilo doía. E encantava. E enfraquecia minhas pernas de um jeito perigoso.Quando passou por mim, esbarrou leve
— Olha como está linda essa boceta. — ele geme ainda me chupando. — Tristan… — eu gemi, os dedos no cabelo dele, puxando, guiando. Ele me respondeu com um gemido baixo e vibrou contra mim. Meu corpo tremia. Tínhamos acabado de começar e eu já estava tão perto. Ele desviou os lábios, mordeu minha coxa depois lambeu, me deixou superando pesadamente. Eu gemia o seu nome e ele suspirava me dando oque eu precisava. — Deus! Você é mais doce doque eu me lembrava. — ele abre mais minhas pernas, a ponto de quase dor, e ele literalmente me devora. .Eu estou temendo, sua língua é imbatível. Quero pedir para ele parar, pretendo gozar enquanto monto como uma putinha em seu pau. Quero dizer a ele para parar, mas meu corpo já está se debatendo com um orgasmo intenso e muito atrasado. — Oh, Deus!Grito quando meu corpo estremece sob sua língua, o que não parece querer parar. Ainda estou tremendo com os tremores secundários do orgasmo quando sinto um dedo grosso deslizar na minha abertura molha
Acordo com a sensação de que ainda estou dentro de um sonho. A brisa suave que entra pelas janelas entreabertas acaricia minha pele nua como dedos invisíveis, e a primeira coisa que percebo é o calor do corpo dele ao meu lado. Meu peito se aperta devagar, num misto de ansiedade e ternura. Minha perna está jogada sobre ele, nossos corpos entrelaçados em um descanso íntimo, quase inocente, depois do furacão da noite anterior.O sol invade o quarto com uma luz dourada, pálida, que suaviza tudo o que toca, como se o mundo lá fora também respeitasse esse momento.Na noite anterior, com o quarto escuro, eu não me preocupei. Mas agora, instintivamente, puxei o lençol até a cintura, cobrindo a cicatriz. Embora a minha posição, me favorecesse. Eu estava escondendo meu ventre não por vergonha. Mas porque ele ainda não sabe. E se visse… talvez começasse a fazer perguntas para as quais eu ainda não tenho respostas.Mas ainda assim, Não me mexo. Não ouso. Meu rosto está virado para ele e fico ap
Ele me pressiona contra a parede e envolve minhas pernas em volta de sua cintura. Seus olhos heterocromados observam meus lábios e sua boca fica aberta. — Oh Deus. – Meus olhos se fecham com a sensação avassaladora de sua reivindicação. Ele bate em mim e me levanta para frente e para trás sobre ele. Suas mãos, sobre minha bunda, me levantando sobre o seu pau grande. — Ahh, sim! — Choro.Ele dilata minha carne e acho que me sinto rasgar.— Vamos esclarecer uma coisa, Cat. — Ele bombeia com força. — Você não toca mais no passado. Você é minha! – Ele me bate de novo e fico tonta com a força de Tristan. — Não! — resmungo, enquanto o beijo, com um beijo agressivo.Ele segura meu pescoço, me enforcando, enquanto sussurra em meu ouvido.— Eu também posso fazer isso, se você me quebrou. — ele solta algo como um rosnado. — Eu não te fiz nada. Eu te amei. — Porra, — ele suspira, — você foi a melhor coisa que me aconteceu. — Ele rosna, as veias em seu peito e ombros bombeiam co
E mesmo com tudo que eu escondia… eu quis acreditar nele. Nem que fosse só por um instante.*Saí do banheiro com a pele quente e os cabelos ainda pingando, a toalha branca apertada contra o corpo. O quarto estava silencioso, exceto pelo som abafado do meu celular vibrando sobre a cômoda. Assim que a tela acendeu, uma enxurrada de notificações tomou conta — mensagens não lidas, áudios, fotos, chamadas perdidas. Respirei fundo, sem coragem de ver tudo de uma vez. Mas então, uma nova chamada entrou. E meu coração derreteu ao ver o nome.— Oi, meu amor…— Mamãe! Você tá bem?— Tô sim, meu bem… Tava pensando em você.— eu também meu amor, eu deveria ter voltado para casa ontem à noite. Você sabe que eu não gosto de dormir longe de você. Mas aconteceu um imprevistoDeitei de lado, relaxando sobre os lençóis. A toalha subiu um pouco na coxa, mas nem notei. Fechei os olhos e me entreguei àquele som tão familiar.— Dormi com sua blusa… Aquela que tem seu cheiro.— Ai, meu amor… Você n
O som da chuva batendo nas janelas era quase reconfortante. O céu desabava lá fora, mas aqui dentro havia paz. Meus pés descalços deslizavam pelo chão frio enquanto eu cantarolava baixinho, ajeitando algumas coisas que estavam espalhadas pela sala — um livro esquecido sobre o braço do sofá, uma manta caída, algumas folhas soltas do meu caderno. Eu já estava de pijama, o cabelo preso de qualquer jeito, e uma xícara de chá pela metade repousava na mesa de centro.Olhei para o corredor. Silêncio.Tristan — meu filho — já dormia. Aos dez anos, ele ainda fazia questão de que eu apagasse a luz do quarto, contasse alguma história boba ou simplesmente o abraçasse até ele adormecer. Hoje, ele tinha caído no sono rápido. Devia estar exausto depois do dia cheio.Enquanto recolhia uma almofada, meus olhos repousaram sobre um desenho feito por ele. Era de nós dois. Mãe e filho. Com sorrisos enormes e braços desproporcionais, como se ele quisesse abraçar o mundo inteiro com aqueles traços. Sorri
E o tempo… parou.Tristan Jr coçou os olhos, o pijama torto, os pés descalços arrastando no chão. Ele deu dois passos na minha direção antes de perceber que havia alguém além de mim na sala. Parou. Me olhou. Depois olhou para ele.Meu coração disparou com tanta força que me senti enjoada.Tristan congelou. Seus olhos ficaram presos naquele menino com o rosto tão familiar. A respiração dele ficou rasa, como se não conseguisse absorver o que via.— Catarina… — ele sussurrou. — Você… você tem um filho?Minha garganta travou. Tentei falar, mas o medo me dominou por inteira. Os segundos se esticaram como uma eternidade.Meu filho olhou de um para o outro, claramente percebendo algo estranho. Ele se aproximou um pouco mais, instintivamente buscando conforto em mim.— É tarde, querido — murmurei, forçando um sorriso. — Volta pro seu quarto, tá bem?— Mas você tá bem, mãe? — ele perguntou, baixinho, com a doçura que sempre me quebrava.— Tô, sim. Vai descansar. A mamãe já vai.Ele m
Tristan pov O som dos talheres ecoava suavemente pela sala de jantar da mansão, misturado ao farfalhar preguiçoso das folhas do lado de fora, balançadas pela brisa que descia da floresta. Era um daqueles almoços que pareciam ter saído de uma vida que eu nunca imaginei ter — tranquila, caseira, quase comum. E, ainda assim, extraordinária.Na minha frente, sentado com as pernas balançando porque ainda não alcançava o chão da banqueta, estava Tristan Jr. Meu filho. Meu filho. Duas palavras que ainda carregavam um peso novo no meu peito toda vez que eu pensava nelas. Era surreal olhar para aquele menino e ver tanto de mim estampado em cada traço — os olhos com cores diferentes, como os meus, os gestos rápidos quando falava empolgado, o jeito observador.Ele usava óculos, um modelo parecido com o que eu usava aos doze. E quando sorriu, inclinado para me mostrar como sabia resolver um enigma simples no guardanapo com garfo e faca, eu tive que desviar o olhar por um segundo. A garganta a