Mia acordou com Amarok arranhando a porta com as patinhas sem parar, havia esquecido de a deixar entreaberta naquela noite para que seu filhote fizesse suas necessidades e do jeito que o lobinho estava agoniado, era algo urgente. Abriu ela e deixou o lobinho passar, aproveitou que estava acordada e foi até o banheiro.
E então escutou um uivo forte e alto, o corpo dela se arrepiou inteiro e o coração disparou. Dessa vez estava pronta, antes de ir para a cama ela havia pegado sua arma nova — que o pai fizera para ela —, Kenneth não estava em casa e o medo de ser atacada por lobos novamente voltou.
Saiu do banheiro rapidamente voltando para o quarto, assim que olhou para a porta seu corpo inteiro paralisou, os olhos verdes se arregalaram em puro pânic
Ela olhou para Kenneth totalmente assustada, as mãos que não seguravam o candelabro, estava na boca, e as lágrimas desceram. Agora estava tudo tão claro. Era muito óbvio que o seu marido era o lobisomem. Por isso ele tinha facilidade de andar na floresta, conseguia ter algum domínio sobre lobos selvagens, era tão quente e sumia sempre na lua cheia.Mia sentiu como se o mundo estivesse desabando aos seus pés, nunca havia sentido tanto medo em sua vida.— Mia — ouviu a voz dele sair como um sussurro —, me deixe explicar, querida. Eu jamais machucaria você. Não você! — Deu um passo para se aproximar com cuidado e em defesa ela deu vários passos para trás, observando os olhos azuis angustiados e cheios de dor e ele parou. — Por que veio aqui embaixo?<
— Zyner, eu disse para você se afastar do meu marido, agora! — Exclamou Mia.Amarok uivou em ameaça ao lado dela.Com certeza, iria atirar se ele não se movesse para longe de Kenneth, apesar das mãos trêmulas, a àquela distância não iria errar, teria que ser rápida. Então para o seu alívio, Z se virou e a encarou, o olhar dele era surpreso e tinha um brilho esquisito, a decepção veio por completo quando olhou diretamente nos olhos azuis do homem que considerava como irmão e não reconheceu.Estava certo que ele iria matar Kenneth, ele queria isso.Mia confiava em Z de olhos fechad
— Isso vai funcionar mesmo? — Kenneth perguntou com braços cruzados olhando para a mulher um pouco a frente, enquanto ela usava os seus poderes para criar uma barreira em volta da mansão.Gwendollyn se virou para ele com o olhar assassino, os olhos cor de chocolate adotaram um breve reflexo de cor branco cintilante.— Totó, se você ousar em duvidar da minha capacidade como bruxa mais uma vez, eu juro que faço um estrago maior no seu rosto. — Respondeu entre dentes à provocação.Controlando o riso, ele levantou as mãos indicando paz, às vezes as farpas que ele trocava com aquela bruxa, era até divertido.
Quando Mia acordou ainda estava meio tonta, seus sentidos foram voltando aos poucos e ela focou na imagem de Zyner parado um pouco à frente dela. Tentou se mexer e percebeu que suas mãos estavam para cima amarradas com correntes e ela estava presa contra uma árvore. Olhou para cima e viu as árvores cobrindo o céu, já deveria ter escurecido.Só conseguia ver ao redor pelas tochas com fogo em volta da floresta.Ela olhou para frente e viu Z se aproximando, abaixou os olhos e sentiu o leve carinho que ele fez no rosto dela, tentou se afastar, mas ele agarrou o seu rosto e fez com que o olhar dela encontrasse os dele.— Zyner, o que você está fazendo? — Questionou ten
Mia acordou sentindo a claridade bater contra o seu rosto incomodar, abriu os olhos bem devagar, de repente ela ouviu tudo ao seu redor, desde os pássaros cantando lá fora, aos barulhos vindos da cozinha dos empregados. Eram vários sons em simultâneo, mas um em particular chamou sua atenção — ou melhor dizendo — dois sons; as batidas de dois corações. Olhou para a porta e viu Kenneth entrando segurando Kiara no colo.— Olha filha, mamãe acordou. — Ele sussurrou bem baixinho e se aproximou dela, se sentando ao seu lado. — Olá meu amor.— Meu Deus! Ela é tão linda. — Disse se emocionando olhando para a recém-nascida.O seu marido logo lhe entregou a filha para ela s
( Nove anos depois )Kenneth observou a filha escondida entre os arbustos, fora da mansão, ele franziu o cenho e logo captou qual era a intenção daquela criança. Balançou a cabeça e cruzou os braços.Um grupo de crianças da aldeia se aproximavam e um empurrava o outro para ver quem iria ir primeiro, até que um corajoso menino se aproximou do sino. E quando as mãos dele chegaram perto do sino. Kenneth ergueu uma sobrancelha e fez um barulho entre os galhos da árvore, apenas para assustá-los.Então aconteceu o que ele previu, todas as crianças saíram correndo e gritando, uns se atrapalharam na neve e caíram no chão.
Aldeia Florswood (Inglaterra)Eu não deveria estar aqui!Ela repetia essa frase em sua mente o tempo inteiro, porém a emoção do momento era maior que o seu medo fazendo com que toda adrenalina em seu corpo reagisse. Continuou seguindo, seus pés pequenos e delicados afundavam na neve deixando os rastros de pegadas pelo caminho. Ouviu as risadas baixas atrás dela e virou os olhos, ignorando completamente. Fora aquilo, estava tudo muito silencioso.Pelo menos estava perto do seu destino, entre os galhos e troncos das árvores, ela podia ver um grande muro de pedras e uma parte das janelas.Apressou os passos quase correndo pela neve, segurando com as duas mãos o capuz vermelho para continuar cobrindo a sua cabeça. Assim que chegou na última árvore ela parou, observando a pequena neblina que se formou de repente sobre o lugar. O som de passos atrás de si também pararam.— Está com medo Aime? — a voz ao fundo sussurrou diverti
Aldeia de Florswood 142410 anos depois.Mia olhou fixamente para o ponto em que queria. Respirou fundo e, soltando o ar devagar, disparou a flecha acertando no tronco, exatamente como o seu pai a havia ensinado. Sorrindo, relaxou os músculos, fechou os olhos sentindo a brisa gelada passar por seu rosto e olhou para o céu totalmente nublado. Amava aquela época do ano, quando havia acordado pela manhã observou que a chuva de neve tinha dado uma trégua, então aproveitou para ir treinar logo cedo.Ela olhou para as duas flechas em sua bolsa e atirou rapidamente contra o alvo improvisado em uma madeira. Olhou para as flechas penduradas no ponto certo e sorriu.— Ah! Eu estava perguntando-me quem era o ladrão que havia pegado minhas armas — anunciou uma voz que ela conhecia muito bem.Virou-se na direção da pessoa e sorriu encontrando o pai a encarando com as mãos no bolso das calças.— Bom dia, pai! — saudou e se