Se recordou de como sua irmã adorava desenhar quando pequena, sempre apanhando os pincéis para fazer retratos dele, que acabavam por ser fofos e divertidos.

Toda vez que ele reclamava que os desenhos eram feios, ela ria e o abraçava pelo pescoço, dizendo com uma voz doce:

"— Não fique bravo, irmão. Quando eu crescer e realmente aprender a desenhar, farei um retrato seu muito bonito."

Mas antes que ela pudesse crescer, desapareceu. Quando a encontraram, ele já não conseguia reconhecer mais a personalidade de sua irmã.

Parecia que as circunstâncias da vida desde a infância até aquele momento tinham feito ela perder seu caráter encantador, transformando ela na pessoa que era agora.

Refletindo sobre isso, um sorriso amargo surgiu nos lábios de Caio, e ele sentiu uma crescente irritação por Naomi.

Não compreendia por que Naomi desgostava de Marina, sendo que não havia nenhum conflito de interesses entre elas.

Caio bateu levemente na porta.

Marta, concentrada em seu desenho, nem levantou a c