- Você me deu um guarda-costas, mas mesmo assim fui drogada e desacordada. - Disse Aurora, pausando antes de continuar. - Heitor, eu não sou uma pessoa irracional, mas estou realmente com medo diante desses perigos. Enquanto eu estiver com você, os perigos continuarão surgindo. Para proteger a mim mesma e minha família, eu preciso me afastar de você. Você poderia se afastar, por favor?Ao final, os olhos de Aurora se enchiam de lágrimas e sua voz engasgava.Ela havia tomado a grande decisão de se separar dele, por isso nem mesmo o fato de estar grávida ela havia revelado a ele. Ela não poderia desistir no meio do caminho.Não importava se ela saísse machucada, mas e o seu filho?O bebê em seu ventre ainda era tão pequeno, não suportaria tanta agitação, um simples tropeço poderia custar a vida da criança.Ela não podia correr esse risco.Vendo o quão aterrorizada ela parecia, Heitor acariciou sua cabeça com carinho e sua voz se tornou rouca:- Essas coisas, com as habilidades limitadas
Apesar dos sons estrondosos dos fogos de artifício, cada palavra de Heitor chegava claramente aos ouvidos de Aurora, cujos lábios úmidos e quentes inesperadamente forçaram a entrada entre seus dentes.O beijo suave e entrelaçado, carregado de um leve aroma de álcool, avançava sobre Aurora, fazendo com que, por um momento, sua mente ficasse em branco e seu coração parasse de bater.Ela admitia estar apegada a esse beijo, sentia falta do sabor e, até mesmo no fundo, havia um impulso de responder a ele.Mas rapidamente, ela recuperou a consciência e empurrou Heitor com força.Seus olhos úmidos refletiam as luzes dos fogos de artifício, tão coloridos quanto as estrelas acesas no céu noturno.Vendo que ela ficaria irritada, Heitor prontamente tirou do bolso um pedaço de jade de alta qualidade e colocou no pescoço de Aurora, com voz rouca:- Au, pedi a Gilberto para orar por essa jade, para te manter segura. É o seu presente de Ano Novo, tem que usar sempre, não pode tirar, senão não funcion
Heitor disse: - Como assim, você quer ser pai do filho de outro? Caio sorriu de canto de boca: - Ser pai sem esforço também é bom, não é como você, que tenta há meses e Aurora ainda não engravidou. Acho que não é a Aurora que tem problemas, mas sim você que não tem capacidade de ter filhos. Heitor riu desdenhosamente: - Se você tivesse capacidade de ter filhos, por que iria querer ser pai do filho de outro? - Quem disse que quero ser pai daquele filho? Eu só estou cuidando como um amigo, não sou frio e sem coração como você. - Então fique aqui cuidando direito, eu vou embora, vou para casa experimentar o presente de Ano Novo que minha esposa me deu. - Heitor provocativamente balançou os abotoaduras na frente de Caio, com um sorriso triunfante no rosto. Caio, irritado, riu e xingou: - Fala como se realmente tivesse uma esposa, por que não passa o Ano Novo com ela? Foi expulso de casa, não é motivo para se gabar. - Eu tenho um presente e você não, eu posso me gabar.
Ao perceber que o carro estava prestes a atingir Aurora, de repente uma mão grande agarrou firmemente a maca, enquanto George, com o rosto sombrio, encarava a jovem enfermeira:- Você não quer mais trabalhar aqui, quer?A enfermeira, assustada, pediu desculpas imediatamente a Aurora:- Desculpe, eu não consegui controlar direito.Somente então Aurora se virou, percebendo que a maca estava a apenas a um punho de distância dela, um suor frio brotou em suas costas.Havia uma pessoa deitada na maca e a inércia era grande. Se George não tivesse agido a tempo, ela certamente teria sido atingida e caído, com consequências inimagináveis.Ela tinha acabado de fazer um exame e, em seguida, isso aconteceu. Seria coincidência ou algo intencional?Ela fingiu indiferença, puxando o braço de George:- George, eu não fui atingida, não há problema, deixe ela ir, não atrapalhe os pacientes.George soltou o pulso e lançou um olhar fulminante para a enfermeira, que, assustada, imediatamente empurrou a ma
- Não, Tábata sabe que você vem e preparou muitas delícias. Se você não comer e for embora, ela provavelmente não terá um bom Ano Novo.Eles conversavam enquanto caminhavam para dentro. Assim que entraram no hall, uma figura familiar apareceu diante dela.Isadora, vestindo um festivo vestido vermelho de lã, estava na porta sorrindo para ela: - Au, feliz Ano Novo.Aurora parou bruscamente.Ela olhava fixamente para Isadora, atônita."Será que o parente que Murilo mencionou pertence à família Duarte?""A avó trouxe a família para cá de férias?"Aurora sorriu surpresa: - Isadora, todos vocês estão aqui?Isadora acenou com a cabeça, sorrindo: - Sim, esta é a família da vovó, ela não vinha aqui há muitos anos, como eu estava livre este ano, trouxe ela.Aurora deu um sorriso leve: - Que coincidência.Isadora a puxou para dentro, falando enquanto caminhavam: - Você não sabe, a vovó e a senhora Tábata souberam que você viria e estão na cozinha desde cedo, preparando o que consideram as co
Aurora havia vomitado até ficar confusa, estava com a mente ainda em estado caótico. De repente, ao ser questionada por Manuella, ela ficou sem saber como responder. No entanto, ao ver as lágrimas no rosto de Manuella, seu coração também se comoveu. A desculpa que pretendia usar para se esconder ficou presa em sua garganta. Ela não conseguia falar. Ao ver sua hesitação, Manuella se tornou ainda mais certa de sua suposição.Ela segurou a mão de Aurora e disse: - Au, a vovó já sabia. Uma menina tão boa como você, como o céu poderia não permitir que você tivesse um filho? Você não planeja contar para o Heitor, certo?Manuella, a matriarca da família Duarte, rapidamente adivinhou o que estava no coração de Aurora.Isso deixou Aurora um pouco perdida.- Vovó, desculpe, eu não quero que o bebê se machuque. Se a Solange e a Sarah souberem, elas certamente farão de tudo para me prejudicar.Com a confirmação de Aurora, Manuella se sentiu como se tivesse tomado um calmante. Ela enxugou as
Além da família Vieira e da família Ribeiro, também estariam presentes a família Valente e a família Frota. Juntas, essas famílias somavam mais de duzentas pessoas, incluindo idosos e crianças. No entanto, ao descer do carro, Aurora avistou uma figura familiar. Sarah, de braços dados com Ademir, caminhava sorridente em direção a elas. Marina mordeu os dentes, visivelmente irritada.- Por que essa mulher está em todos os lugares? Só de vê-la, me dá vontade de vomitar.Aurora sorriu levemente:- Temo que ela não tenha vindo com boas intenções, devemos ficar atentas.Pouco depois, se ouviu a risada suave de Sarah.- Ademir, esta é a advogada Aurora, que eu mencionei. Ela é muito conhecida no meio jurídico da Cidade B. Se você tiver algum caso, pode entregá-lo a ela. Seria uma forma de ajudar o Heitor, cuidando um pouco dos negócios da ex-namorada dele.Com uma frase, Sarah não apenas clarificou o relacionamento passado entre Heitor e Aurora, mas também elevou sua própria posição. Aur
- Srta. Sarah, se pode comer qualquer comida, mas não se pode falar qualquer coisa. Quando foi que estive em suas mãos? - Perguntou Heitor, vestido com um colete de terno e uma camisa preta, exibindo uma postura esguia e imponente, com um casaco pendurado no braço. Seu rosto era austero, com sobrancelhas marcantes e olhos profundos. Ele caminhou em direção a eles com suas pernas longas e bem vestidas em um terno, cada passo marcado por sua autoconfiança, como se o ar ao seu redor se tornasse mais rarefeito. Ao chegar ao lado de Aurora, colocou o casaco sobre seus ombros. Seus olhos, antes distantes, se suavizaram ao olhá-la, se tornando instantaneamente ternos e carinhosos. Sua voz também se tornou mais rouca.- Vestindo tão pouco, e se você pegar um resfriado? Aurora olhou para ele, surpresa:- Como você veio parar aqui?Heitor passou a mão levemente pela cabeça de Aurora e então dirigiu seu olhar para Sarah, com um sorriso irônico nos lábios.- Se eu não tivesse vindo, como ouvi