Sant Louise
_ Mamãe! Mamãe! – minha mãe aparece furiosa na porta- onde estão o sapatos?- meu sorriso amarelo não diminui sua irritação evidente.
_ Alyssa, eles estão na cama- ela suspira e entra no quarto - literalmente ao seu lado, sei que está nervosa meu amor, mais precisa relaxar um pouco, ainda faltam 2 horas para a cerimônia- ela ajeita alguns fios do meu cabelo- você está tão linda filha, não acredito que já vai se casar, minha garotinha crescida- seus olhos se enchem de lágrimas e os meus também, pego suas mãos na minha e as beijo._ Por favor mãe não chore ou eu vou chorar também, e não vai ser bom eu borrar minha maquiagem- ela sorri e eu a acompanho- Obrigada por tudo, eu te amo tanto mãe!_ Se continuar falando essas coisas não vou conseguir parar de chorar- ela me abraça apertado- tenho que pagar minha promessa com Santa Louise, ela atendeu minha prece para que você e Hugo se casassem logo de uma vDois anos depois _ Devagar Aly, eu ainda acho melhor te levar no colo- Hugo segura tão firme minha cintura que ele pode sair com ela em sua mão a qualquer momento- na verdade, não sei se é uma boa ideia você ir._ Hugo eu estou grávida, não inválida - me solto de seu aperto e entro no carro, ele da a volta e senta em seu lugar- eu nunca perderia o primeiro desfile da minha menina, você merecia uns t***s só por dizer uma coisa dessas- ele balança a cabeça derrotado- não faça essa cara, sabe que se preocupa demais, eu sei que nosso menino está perto de chegar, mas não precisa de tudo isso._ Nem acredito que serei pai novamente- ele dá seu sorriso de pai babão que anda recorrentemente desde que descobrimos a gravidez- Mesmo já tendo passado por todas essas emoções, ainda me sinto tenso e com um pouco de medo, isso é estranho não é? – riu de sua cara- o que foi? Não ria de mim, amor._ Você é tão bobinho meu bem- ele continua confuso com minha reação- Não é nada estranho, é normal se
20 anos atrás Estou sobre a grama chorando enquanto os garotos mais velhos riem de mim e rasgam meu lindo gorro que mamãe me deu. Não consigo reagir as implicações dos meus mal feitores que continuam a zombar de mim e me chutarem, sou muito fraca e covarde e por isso continuo chorando. _ Ei vocês!- alguém grita de longe- Deixem ela em paz idiotas!Os garotos param de me bater e prestam atenção em um garoto que está gritando._ O que está procurando aqui O'Connel? De o fora antes que eu lhe dê uma surra- o líder do grupinho fala para o garoto que tira a mochila que tinha nas costas e pega um taco de beisebol de dentro dela._ Eu disse pra deixa-la em paz, Roger- o garoto diz e joga a mochila no chão- Pena que não me ouviu.O garoto levanta seu taco e vai em direção aos outros que correm desesperados gritando._Você vai ver só O'Connel, eu vou te pegar! Vamos embora!- Roger corre junto com seu grupinho. Eu ainda estou&
18 anos atrás _ Espere por mim Hugo! Corro o mais rápido que consigo mas o sol escaldante do verão me cansa mais rápido do que eu esperava._ Ande logo Alyssa ou só chegaremos lá a noite- Ele para e olha seu novo relógio de avião - nós temos que voltar antes das 18 horas ou minha mãe nunca mais nos deixará vir aqui!_ Eu sei, eu sei!- dou um suspiro longo- podíamos ao menos parar um pouco? Acho que vou desmaiar se continuar assim..._ Tudo bem, mas você vai ter que correr mais rápido- Hugo me olha emburrado- Aqui, bebe um pouco de água._ Obrigada resmungão!- pego a garrafa que ele me estende e sorrio.Atualmente_Alô, tudo bem mãe?_ Claro que não Alyssa! O que 
16 anos atrás O vento frio que acompanha a noite é um aviso que o inverno está próximo. Me encolho ainda mais no meu cobertor de flores e contínuo meu caminho até o banco em frente a minha casa. Hugo está sentado lá, um casaco grosso, um gorro e o cachecol verde escondem parte de seu rosto, mas mesmo assim eu vejo que ele estava chorando. Um pouco antes ele havia ligado para minha casa de um telefone público, não passava das 19 horas, mas o céu nublado passava a impressão de era madrugada. Acho que o tempo estava em sincronia com os sentimentos de Hugo. Me sentei ao seu lado e ficamos em silêncio por um tempo, ouvi algumas vezes ele soluçar baixinho e secar os olhos. O vento ficando ainda mais frio e as lágrimas de Hugo mais pesadas, ele tremia mas eu não sabia se era de dor ou frio. Abracei Hugo que afundo seu rosto em meu ombro ainda chorando, o cobertor de flores aquecendo sua tristeza e a nós dois. _ Está ficando muito frio aqui fo
13 anos atrás _ Vamos ver, entre cookes e cupcake, o que você prefere- eu pergunto a Hugo que pensa enquanto come uma pipoca- anda não é tão difícil! _ Claro que é! – ele diz com a boca cheia- se forem os da Tia Rose é impossível decidir entre eles! _ Está bem, não são os da minha mãe, são os da padaria, então, cookies ou cupcake?- pego mais pipoca _ Cookies, sem dúvida- ele come mais um pouco – mas por favor, não coloque a comida da Tia Rose no jogo, eu teria um treco se tivesse que decidir o que é mais gostoso.- nós rimos. Hugo e eu estamos acampando no meu quintal. Sei que parece bobo, mas só assim para que minha mãe concordasse ,”Você não vai passar a noite no meio do mato Alyssa!” foi o que ela me disse, mas Hugo teve a brilhante ideia de ficarmos no quintal, não seria no “meio do mato" mas também não seria dentro de casa. Agora estamos deitados em um pano sobre a grama, comendo e rindo como dois bobões.
6 anos atrásEstou tão animada que literalmente dou pulinhos no meu caminho para casa, a felicidade não cabe dentro de mim, começo a correr para chegar mais rápido em casa, ansiosa para revelar a novidade para mamãe e Hugo. Encontrei ele sentado e distraído no nosso banco em frente a minha casa. Continuo correndo e me sento ao lado dele. _ Wou!- ele coloca o que tinha na mão dentro do bolso- Que felicidade é essa? A Jaque se deu mal hoje?- Jaque era uma garota insuportável da minha turma da faculdade que vivia me perguntando coisas sobre Hugo. _ Bem que eu queria mas não- faço uma cara de nojo por falar nela- Uma coisa muito mais importante aconteceu, na verdade é uma notícia maravilhosa.- digo balançando as mãos em completa animação. _ Então tá- Hugo segura minhas mãos que se agitavam para todos os lados- Vamos entrar primeiro, eu estou sentindo o cheiro do almoço da tia Rose e parece delicioso.- ele me solta e se l
6 anos atrás _ Você acha que eles vão ficar juntos?- pergunto para Hugo que pega mais um pouco de pipoca _ Claro que vão, eles sempre ficam- ele revira os olhos- É um típico clichê que pode ter a possibilidade de um quebra-clichê.- olho para ele confusa _O que é um quebra-clichê? – ele me olha com uma cara de “É sério isso?” _ Me decepciona você não saber- ele respira fundo como se estivesse sem paciência- Um quebra-clichê é quando tem um clichê, como esse, e o autor leva a história para um rumo diferente do que o clichê previa, como esses personagens, você tem certeza que eles irão ficar juntos no final, mas o autor decide matar um deles, um quebra-clichê.- olho fascinada para ele que cora de vergonha- Mas essa tática é bem popular entre os escritores, o que torna ela um clichê também. _ Você sabe bastante sobre clichês para alguém que se sente obrigado a ver um comigo- sorrio faceira – onde aprendeu tudo isso?- ele me olha
2 dias atrás, Los Angeles-CARMEN!- Ramirez invade meu novo apartamento como um búfalo enfurecido- onde ela está? _ Eu não sei, não nasci grudada nela, Ai!- meu rosto ainda está inchado pelo soco da vadia- e como que você vai invadindo a casa dos outros assim? _ Olha aqui sua vagabunda- ele aponta o dedo na minha cara- é melhor você cumprir sua parte no acordo, ou eu vou espalhar todos os seus segredinhos pela cidade, aposto que aquele agiota vai ficar feliz em saber que você tirou a sorte grande- seu olhar nojento brilhando em maldade _ Não precisa me ameaçar, seu velho babão- tiro o saco de ervilhas da minha cara- ela não tem outra opção além de aceitar seu acordo, eu tirei tudo dela- sorrio vitoriosa- tenha paciência, quando você menos perceber ela vai estar na sua mão. _ Pelo seu bem, é bom que tenha razão- ele senta no sofá e acende um cigarro fedorento- Agora que tem o dinheiro, a casa e o homem da sua rival o qu