Amanda
O grande dia havia chegado: finalmente Sabrina se casaria. E, apesar da chuva forte que caía incessavelmente lá fora, tudo ainda estava dentro dos conformes.
Bem, ou quase isso.
Para entrar no bendito vestido de madrinha, houve uma certa dificuldade que não fora calculada por mim antes.
Nove meses.
Finalmente eu completei nove meses. Agora era esperar.
Esperar por um futuro incerto e instável.
Encarei-me no espelho e forcei um sorriso.
— Certo, você pode esperar um pouco mais, não é? — conversei com o bebê. — Quero dizer, hoje é o casamento de sua tia e nenhum de nós quer atrapalhar este gra
AmandaEstava tomada por uma onda de determinação: eu faria com que Derek fosse ao casamento de Sabrina por bem ou por mal.Esta era a minha promessa para com Sabrina.Bati uma. Duas. Três vezes a porta do quarto de Derek, mas não obtive resposta. Continuei insistindo e bati mais três vezes. Inconformada em não obter resposta alguma, tomei a audácia de entrar em seu quarto da maneira mais inconveniente possível.Infelizmente, para meu azar, Derek não estava lá.Mas onde diabos ele estaria? Perguntei-me internamente.E a resposta veio de imediato: só havia um único lugar na casa onde Derek poder estar naquele momento. No quarto de
AmandaA cerimônia do casamento de Sabrina foi linda. Todos estavam emanando felicidade. Sabrina, claro, não poderia estar mais feliz e emocionada.Antes de subir ao altar, ela rolou seus olhos para mim e sorriu abertamente. Parecia grata.Tudo ocorreu bem. Até mesmo a chuva, que antes parecia um problema, cooperou para que tudo, ainda assim, estivesse impecável.E tudo estava impecável. Tudo estava completo. Bom, não completamente, é claro.Derek não apareceu durante a cerimônia. Damen se ofereceu para acompanhar Sabrina até o altar e, cheia de gratidão, a menina não podia dizer nada a não ser um sim.No fim da cerimônia, nos deslocamos até o anexo, onde ocorreria a recepção de casamento.Ainda era um local aberto, com um grande jardim belíssim
AmandaGuiei Derek até uma pequena sala mais próxima, que ficava na parte interna do salão de recepção. Ajudei-o a sentar-se numa cadeira aveludada, aparentemente confortável.Ele estava abatido e quase não conseguia manter seus olhos abertos.Procurei por água e, em seguida, sentei-me em sua frente.— Beba um pouco. — eu lhe ofereci o copo com água.— Você deve estar envergonhada pelo que fiz, não é?Ele murmurou fraco, seu tom de voz cheio de sarcasmo.— Eu...— Tudo bem, vocês duas se dão bem. É normal que sinta-se envergonhada pelo que fiz. É normal que esteja me odiando agora. Mas... acho que deve saber que, bem, ela não é a santa que você acredita que ela é.Suspirei fundo.
DerekEu havia bebido, é fato. Mas eu tinha total consciência do que estava dizendo, ou melhor, fazendo.Eu beijei Amanda.Não por um querer momentâneo ou por um simples impulso, beijei-a porque esse é o desejo que tenho tido há tempos, e que tenho escondido até de mim mesmo.Vê-la ali, tão perto de mim, me desconsertava. Eu sabia que não era o certo a se fazer, mas eu precisava de seu beijo para sobreviver. Eu precisava sentir o gosto de seus lábios pelo menos uma vez. Uma única vez. E eu estava certo de que jamais me arrependeria de fazê-lo.Depois que ela saiu, sentei-me na cadeira aveludada por longos minutos e revivi cada segundo de nosso beijo.Desde que Monnie se foi, fiz uma promessa de que meu amor seria apenas seu. Pro
Derek— Como assim sumiu?Sabrina arregalou os olhos.— Ninguém sabe ao certo, Brina... Estamos confusos e assustados. — Damen explicou, visto que eu era incapaz de dar explicações no momento. — Meg encontrou o echarpe dela nas proximidades da saída de emergência. Achamos que ela pode ter sido sequestrada, afinal de contas, por que ela iria embora sem nos avisar?— Mas quem a sequestraria?Damen deu de ombros.— Quem a sequestraria e porquê faria isso, estas são as duas questões do momento.— Temos de perguntar aos convidados. Certamente alguém a terá visto. Nós temos que...
AmandaApertei os olhos antes de abri-los.Senti uma dor forte e fina invadir todo o meu corpo.Tudo estava escuro.Só então notei que tudo estava escuro, simplesmente porque eu estava vendada.O que diabos havia acontecido? Eu estava amarrada. Por qual razão?Fechei os olhos e respirei fundo, tentando, de todas as maneiras, me recordar do que havia acontecido.Minhas mãos estavam amarradas com firmeza, o que me impedia de movê-las.Foi aí que me desesperei. Eu estava amarrada. Por qual razão?Lembre-se, Amanda. Vamos. Apenas lembre!, eu encorajava à mim mesma.Memórias da noite anterior voltaram à minha mente de maneira devastadora.
Derek— Fizemos o possível, Derek.Damen suspirou fundo e, em seguida, deu dois leves tapas em meus ombros.— O que nos resta é esperar... A polícia vai procurá-la. Temos que pensar positivo e esperar pelo melhor.Olhei de soslaio para Damen.— Não fizemos tudo. — sussurrei baixinho, sentindo-me sem força suficiente para falar. — Ela está lá fora, provavelmente com um psicopata e não fizemos tudo o que podíamos.— Irmão...— Não, Damen. Você não entende...Damen riu fraco.— Eu entendo
AmandaEu havia perdido a noção das horas. Gemia baixinho de tanta dor.Meus pulsos ardiam devido as cordas que os uniam.A porta do subsolo abriu, mostrando Stevan. Ele trazia consigo uma bandeja com frutas e outros petiscos.Mas, ao perceber minha agonia, depositou a bandeja em cima da cama e andou em minha direção.— O que foi, querida? — ele crispou a testa e ajoelhou-se para ficar na mesma altura que eu.Queria gritar. Dizer o quanto o odiava. Queria cuspir em seu rosto. Queria bater nele até vê-le gemendo de dor.Mas não podia.Eu sequer conseguia respirar de tanta dor.— O bebê... — mordi os lábios c