O beijo entre eles crescia em intensidade, o calor do momento quebrando a distância das últimas semanas. As mãos de Felipe desceram suavemente pela cintura de Valéria, puxando-a para mais perto. De repente, ele a levantou com firmeza. Valéria envolveu as pernas ao redor da cintura dele, sentindo a conexão física, como se todos os sentimentos não ditos agora se manifestassem através do toque. Felipe a carregou em direção ao quarto, ainda trocando beijos enquanto caminhava. O trajeto parecia curto, movido pela urgência que sentiam. Ao chegarem no quarto, Felipe deitou Valéria com cuidado na cama, inclinando-se sobre ela. Por um instante, seus olhares se cruzaram, em silêncio. Havia uma compreensão mútua que não precisava de palavras. As mãos dele deslizavam pelo corpo dela, redescobrindo o desejo que por muito tempo não tinham compartilhado. Valéria respondeu ao toque com a mesma intensidade, se deixando levar pelo momento. No quarto, o mundo exterior desaparecia, deix
Assim que Lara recebeu a ligação da polícia, já tinha corrido para o hospital com Rafael. Eles estavam ansiosos para saber mais detalhes sobre o estado de Valéria, que havia sido levada às pressas para a emergência na noite anterior. Lara estava visivelmente agitada, andando de um lado para o outro na sala de espera, enquanto Rafael tentava manter a calma. — Ela vai ficar bem, Lara. Precisamos esperar pelos médicos — disse Rafael, tentando ser racional, mas também preocupado. Pouco tempo depois, uma enfermeira saiu da área restrita e se aproximou. — Senhorita Lara Costa? — chamou a enfermeira. Lara deu um salto e se aproximou rapidamente. — Sim, sou eu. Como está a Valéria? — perguntou, com a voz carregada de ansiedade. — A senhorita Valéria Carvalho está estável. Ela foi colocada na UTI por precaução, devido à inalação de fumaça. Os médicos estão otimistas, mas ela precisará de monitoramento por mais algumas horas antes de podermos fornecer mais detalhes — explicou a
O som dos passos da equipe médica ecoava pelos corredores, aumentando a tensão na sala de espera. Felipe permanecia sentado, em silêncio, com a postura rígida e impassível. Ele olhava fixamente para o corredor, aguardando a próxima atualização. Lara estava visivelmente inquieta, mexendo-se na cadeira ao lado de Rafael. Ela trocou olhares com ele várias vezes, como se estivesse buscando alguma forma de conforto. — Espero que ela saia logo da UTI — murmurou Lara, quase para si mesma. Rafael assentiu, segurando a mão dela por um breve momento. — Os médicos disseram que o estado dela é estável. Agora, é só uma questão de tempo — ele tentava manter a calma, embora sua voz traísse um leve nervosismo. Felipe continuava em silêncio. Não havia mais nada a dizer ou fazer além de esperar. Ele já havia tomado todas as providências necessárias, e agora aguardava apenas o desenrolar dos acontecimentos. Pouco depois, o Dr. Almeida voltou, trazendo novas informações. — Senhor Cavalcante, senh
No dia seguinte, Felipe chegou ao hospital cedol. Ele entrou no quarto de Valéria com a mesma postura controlada de sempre. Valéria estava acordada, com a respiração mais estável e aparentava estar um pouco melhor. — Como você está? — perguntou Felipe, direto. Valéria olhou para ele, ainda um pouco fraca, mas com um leve sorriso. — Estou me sentindo melhor... Obrigada — respondeu ela, com a voz suave. Felipe apenas assentiu, observando-a por um momento. Ele percebeu que, apesar de seu estado debilitado, Valéria mantinha sua força. Mas, ao invés de se estender em conversas, ele manteve a visita breve. — Descanse. Vou cuidar para que você não tenha com o que se preocupar — disse Felipe antes de se virar para sair. Valéria o observou sair do quarto, sabendo que as palavras de Felipe eram mais do que simples promessas. Ele era o tipo de pessoa que sempre cumpria o que dizia, mesmo sem fazer alarde sobre isso. Ao sair do hospital, Felipe não perdeu tempo. Ele sabia que, além de gar
Dias depois, a recuperação de Valéria progredia, e os médicos começavam a falar sobre sua alta. No fim daquela tarde, o quarto estava tranquilo, e Lara e Rafael tinham saído para buscar algo para comer. Valéria ficou sozinha por alguns minutos, quando Felipe entrou no quarto sem aviso prévio, mantendo sua postura habitual. Valéria ergueu o olhar, surpresa com a visita. — Oi... — disse ela, com a voz mais firme que nos primeiros dias. Felipe se aproximou, parando ao lado da cama. — Os médicos disseram que sua alta está próxima. Precisamos falar sobre onde você vai ficar — começou, direto. — Onde eu vou ficar? Vou para casa, claro — respondeu Valéria, como se fosse óbvio. Felipe manteve o olhar firme. — Você ainda não sabe, mas o incêndio foi criminoso. A polícia está investigando. Até termos certeza de que você está segura, sua casa não é a melhor opção. Valéria arregalou os olhos. — Criminoso? Quem faria isso? — Não sabemos. Pode ter sido contra você ou contra o estúdio. Não
Lara estava ao lado de Valéria enquanto o médico explicava os últimos detalhes da alta. Apesar do sorriso, a preocupação era clara no rosto de Lara. Felipe, ao lado delas, ouvia em silêncio. Quando o médico saiu, Lara se voltou para Valéria, tentando aliviar o clima. — Pronta para sair daqui? — perguntou, tocando levemente o braço da amiga. Valéria respirou fundo e olhou de relance para Felipe antes de responder: — Acho que sim. Felipe, direto, a guiou até o carro, com Lara acompanhando de perto. No caminho até o apartamento, Lara tentou manter a conversa leve, mas Valéria continuava distraída, observando a paisagem pela janela. Ao chegarem no prédio, Felipe liderou o caminho. Ele não era de muitas palavras, e Lara sabia disso, mas a presença sólida dele parecia o que Valéria precisava naquele momento. — Já está tudo pronto para você — disse Felipe assim que entraram no apartamento. Lara olhou ao redor, familiarizada com o ambiente. Valéria já tinha passado noites ali a
Na manhã seguinte, Felipe acordou antes de Valéria, seus braços ao redor dela, uma posição que raramente adotava. Ele observou o rosto tranquilo dela, ainda adormecida, e, por alguns minutos, permaneceu em silêncio, apenas contemplando-a. Quando Valéria sentiu o movimento, abriu os olhos lentamente e encontrou o olhar atento de Felipe. A surpresa a fez piscar algumas vezes antes de murmurar: — O que foi? Felipe desviou o olhar após uma pausa. — Nada. Você já está acordada. O ambiente ficou carregado de uma tensão silenciosa. Valéria se ajeitou na cama, sentindo que aquele era o momento de falar. — Felipe... — disse ela, hesitante. — Eu só queria entender por que você está fazendo isso. Felipe franziu o cenho, confuso. — Fazendo o quê? Ela suspirou. — Cuidando de mim desse jeito. Fazendo tudo por mim. Você não tem obrigação de fazer isso. Felipe ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder, em seu habitual tom pragmático. — Você precisava de ajuda. Eu estou aqu
Valéria, já à beira de sua paciência, não conseguiu mais segurar as emoções reprimidas. — Sinceramente, Felipe, acho que você nem sabe o que quer! — disse ela, a voz carregada de frustração. — Eu cansei de ficar aqui, sem entender meu lugar na sua vida. Eu vou embora. Felipe a observou, seu rosto inexpressivo, mas algo em seus olhos sugeria que ele estava lutando contra algo mais profundo. — Felipe, você acha que é fácil para mim estar aqui, falando sobre o que eu sinto? — continuou ela, sua voz mais intensa do que o habitual. — Você acha que é fácil dizer isso, sabendo que você não pensa o mesmo que eu? Felipe permaneceu em silêncio, seu rosto inalterado, mas seus olhos revelavam que ele estava ouvindo com atenção. — Você não faz ideia de como é difícil para mim me abrir assim. Eu me sinto vulnerável, exposta. E tudo o que recebo de você é esse... controle. — Valéria fez uma pausa, tentando controlar a emoção que se acumulava. — Isso não é fácil para mim. Felipe continuava a obs