O jantar correu com a mesma velocidade exorbitante que Lucian Thorn passou a ditar. De comida, Lucian mandou preparar um Filet Mignon ao Molho de Trufas Negras com Purê de Batatas e Aspargos Grelhados, algo que tanto Cassian quanto Selene saborearam com prazer, ainda mais com um bom Château Margaux 2009. Mesmo que a morena tenha ficado em silêncio a maior parte do jantar, o sabor da refeição não passou despercebido. Cada garfada, cada gole do vinho, eram tentativas desesperadas de se prender à realidade, de não deixar sua mente vagar para os olhares que Lucian lançava a ela.
Ela tentou focar apenas na comida, evitando os assuntos entre os dois irmãos, tentando ignorar o jeito como a conversa parecia girar ao seu redor, mesmo sem ela participar. Cassian estava animado, envolvido nas falas de Lucian, sem perceber as pequenas faíscas de tensão entre seu irmão e sua noiva.
Após o jantar, Lucian os conduziu até a sala de estar, onde disse que pegaria um ótimo e forte uísque para encerrar à noite. Ele deixou a sala por alguns minutos, o silêncio preenchendo o espaço assim que seus passos desapareceram. Selene cruzou as pernas, inquieta no sofá, seus olhos vagando pela sala, enquanto Cassian sorria para ela, totalmente alheio à atmosfera carregada.
— Você está bem? — ele perguntou, um tanto preocupado, mas ainda leve, como se não conseguisse perceber o turbilhão dentro dela.
Antes que ela pudesse responder, Lucian retornou com uma garrafa de uísque escocês envelhecido, seus passos firmes, calculados, como se estivesse sempre no controle de cada movimento. Ele serviu três copos, com gestos precisos, como se aquilo fosse uma cerimônia.
— A noite merece algo especial para finalizar — ele comentou, entregando os copos ao casal. — Esse uísque foi envelhecido por mais de vinte anos, uma raridade que poucos têm o privilégio de provar. Assim como certas experiências na vida — disse, olhando diretamente para Selene, um sorriso cínico dançando em seus lábios — Selene sentiu o olhar dele queimando sua pele, o ar ficando mais pesado. Ela tentou sorrir de volta, mas algo dentro dela parecia se fragmentar. Era como se cada palavra dele fosse um pequeno golpe em sua muralha de autocontrole. — O tempo é implacável, não é? — continuou Lucian, se acomodando em uma poltrona de couro, com aquele olhar penetrante. — Ele não poupa ninguém. Nem a beleza, nem a juventude, nem os sentimentos. Tudo envelhece, tudo muda.
Cassian riu suavemente, sem captar as nuances mais sombrias nas palavras de Lucian.
— Mas o que realmente importa, claro, é saber aproveitar enquanto se tem. A beleza do momento. O prazer. Afinal, o que seria da vida sem a volúpia? Sem o gosto de um bom vinho, uma bela refeição, ou... — ele pausou, seu olhar voltando a se fixar em Selene — ...um desejo bem satisfeito?
Selene apertou o copo em suas mãos, seu coração acelerando. Ela sabia que havia algo mais nas palavras de Lucian, algo que ele insinuava, sem jamais falar diretamente. Um jogo perigoso, onde ela se via cada vez mais envolvida, incapaz de se libertar. A cada segundo que passava, o controle dele sobre ela parecia aumentar, como se estivesse enredando-a numa teia invisível. Lucian, percebendo a tensão que crescia, sorriu de maneira quase imperceptível e tomou um gole do uísque.
— Cassian, meu caro irmão, você sempre foi o belo da família — disse ele, mudando o tom levemente. — Mas veja bem... a beleza é efêmera. No fim, todos nós seremos lembrados pelo que fizemos, pelo que provocamos nos outros. A juventude desaparece, mas as marcas que deixamos nas pessoas, essas... duram para sempre — ele pausou por um momento, seus olhos brilhando de uma maneira perigosa, como se estivesse se divertindo com o desconforto de Selene. — Por isso — ele continuou, abaixando o tom de voz — é tão importante viver cada momento como se fosse o último. Saborear tudo... intensamente. Não acha, Selene?
Selene sentiu a respiração pesada, como se o ar tivesse se tornado denso demais para ser inalado. Ela sabia que Lucian estava jogando com ela, com suas emoções, com seu desejo reprimido. E, por mais que lutasse contra isso, havia algo nele, algo no poder que ele exalava, que a puxava para ele. Cassian, sem perceber o peso das palavras do irmão, apenas sorriu, levantando seu copo em um brinde.
— Viver intensamente — ele concordou, inocentemente.
Selene, por sua vez, mal conseguia levantar o copo. O olhar de Lucian a queimava, prendendo-a em um misto de terror e excitação. A sala parecia mais escura, as paredes mais apertadas, enquanto o jogo de Lucian se intensificava. Ela estava à beira de algo — algo perigoso e inescapável.
Já passava da uma da manhã quando o uísque começou a fazer efeito em Cassian. Ele sempre teve uma tolerância baixa para álcool, ainda mais para aquele tipo de uísque, especialmente forte. Estava quase apagando no sofá, os olhos se fechando lentamente, só para abrirem abruptamente a cada minuto, como se lutasse contra o sono. Selene observava a cena, preocupada. Era verdade que seu noivo não aguentava muito álcool, mas a preocupação maior estava em outra coisa: o medo. Se Cassian caísse no sono, ela ficaria sozinha com Lucian, e a cada segundo que passava, sentia que estava perdendo a batalha contra o desejo.
— Eu vou levá-lo para o quarto — Lucian disse, levantando-se com a mesma calma letal de sempre.
— Não. Coloque ele no carro, vamos embora — foi a primeira vez naquela noite que a voz de Selene se fez ouvir com firmeza. — Por favor, Lucian.
O homem mais velho abriu um sorriso, aquele sorriso que a fazia arrepiar-se, uma mistura de volúpia e controle.
— A estrada é perigosa, e você bebeu. Pode se acidentar.
— Mas eu não vou — ela respondeu de imediato, quase em desespero.
Lucian cruzou os braços, uma sombra de riso ainda dançando em seus lábios.
— É a lei, Selene. Não posso deixar você levar meu irmão nessas condições. Se quiser ir, vá. A porta está aberta.
Óbvio que estava. Esse era o jogo dele, a provocação velada. Ela jamais deixaria Cassian sozinho na casa de Lucian, indefeso. Sabia muito bem que não era só o álcool que fazia Cassian parecer vulnerável naquela casa. Lucian estava ao redor, sempre pronto para manipular, para dominar, e Selene já começava a sucumbir a esse magnetismo.
— Tudo bem, então leve ele para o quarto — disse, a voz quase em um fio.
Lucian sorriu mais abertamente agora, vitorioso, como um predador que acabara de prender a presa. Ele se aproximou de Cassian, ergueu-o com facilidade, como se fosse uma criança. Selene o seguiu, observando cada movimento, incapaz de desviar os olhos daquele corpo, da presença sufocante que Lucian emanava. Ele era como um fogo lento, queimando devagar, mas consumindo tudo ao redor. Ao chegarem no quarto, Lucian colocou Cassian na cama com uma delicadeza inesperada, ajeitando o travesseiro sob sua cabeça. Por um momento, ele parecia quase... humano, mas logo aquele brilho cínico retornou aos seus olhos quando se virou para Selene, que estava na porta, incerta se deveria entrar ou sair.
— Ele vai dormir a noite inteira — disse Lucian, sua voz um sussurro denso que parecia preencher o ar. — Agora somos só nós dois.
Selene engoliu em seco, sentindo o peso daquelas palavras. Cada parte do seu corpo clamava por sair correndo, mas algo a mantinha ali, como se estivesse presa numa teia invisível que Lucian tecera ao redor dela desde o momento em que pisou naquela casa.
— Eu... vou dormir também — ela disse, a voz tremendo.
— Dormir? — Ele deu um passo em direção a ela, aproximando-se lentamente, cada movimento calculado para não assustar, mas também para não dar espaço para fuga. — Acha que consegue dormir com tanto... desejo à flor da pele?
Selene não respondeu. Não podia. Estava dividida entre o que sabia que era certo e o que seu corpo desejava, e Lucian estava ali, pronto para explorar essa fraqueza, como sempre fazia.
— O desejo é uma coisa curiosa, Selene — ele continuou, agora a poucos centímetros dela, a respiração quente contra sua pele. — Ele nos domina, nos consome, até não restar mais nada além dele. Mas o mais perigoso é quando o desejo se mistura com o medo... aí não há mais volta. Você sente isso, não sente? Sabe que não pode resistir a ele para sempre.
A mão de Lucian tocou de leve o braço dela, quase um toque fantasma, mas o suficiente para fazer o coração dela disparar. Lucian a observava intensamente, seu olhar escuro percorrendo cada curva de seu rosto, como se estivesse saboreando o medo e o desejo que se misturavam em seu corpo. Ele deu mais um passo à frente, eliminando o pouco espaço que restava entre eles. Seu calor se espalhava até ela, e Selene sentiu a pulsação de seu próprio corpo acelerar, como se antecipasse o inevitável.
Ele estendeu a mão, seus dedos firmes e confiantes encontrando os dela. A pele quente de Lucian enviou uma onda de eletricidade pelo corpo de Selene, um arrepio que fez seus joelhos vacilarem levemente. Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, ele puxou a mão dela com uma lentidão calculada, guiando-a até a dureza inegável de sua masculinidade.
— Sente isso? — murmurou ele, um sorriso malicioso curvando seus lábios. — É o efeito que você tem sobre mim, Selene... Desde o momento que entrou nessa casa, esse desejo tem me consumido. E você sabe... que não pode ignorar o que está acontecendo entre nós.
Selene ofegou quando sentiu a rigidez dele sob seus dedos. O peso quente pulsava em sua mão, e o simples toque fez seu corpo todo reagir, uma faísca incendiando algo profundo dentro dela. Lucian apertou sua mão um pouco mais contra si, seus olhos nunca deixando os dela, como se estivesse hipnotizando-a, conduzindo-a a um estado onde o certo e o errado não mais importavam.
— Você é tão linda... — ele sussurrou, com a voz carregada de desejo. — Seus lábios, seus olhos... cada parte de você me deixa louco. Eu quero saborear você, devagar, sentir cada centímetro da sua pele tremendo sob meu toque… — ele se aproximou mais, inclinando-se até que seus lábios pairassem perto do ouvido dela. Seu hálito quente roçou sua pele, enviando um arrepio por sua espinha. — Deixe-me mostrar a você o que realmente é prazer, Selene... — ele sussurrou com uma voz quase melosa, um convite cheio de luxúria. — Eu vou te fazer esquecer de tudo... exceto de mim. Só nós dois... e a noite.
Os dedos de Lucian traçaram lentamente o contorno do rosto dela, desceram por seu pescoço até alcançar sua clavícula, cada movimento provocando arrepios de desejo e antecipação. Ele pressionou seu corpo um pouco mais contra o dela, sem pressa, como se estivesse aproveitando cada segundo.
— Você merece ser tocada assim... — ele continuou, sua mão agora deslizando pela cintura de Selene, segurando-a com firmeza. — Com adoração... com fogo.
Ele então abaixou os lábios até seu pescoço, beijando sua pele delicadamente, mas com um toque de possessão que a fez morder o lábio para segurar o gemido que queria escapar.
Lucian não dava espaço para hesitação. Seus lábios deslizavam pelo pescoço de Selene com uma precisão calculada, cada beijo carregado de uma intenção predatória. Ela se contraiu, tentando afastar-se, mas ele a puxou mais perto, seu corpo firme e imponente a prendendo com uma facilidade que a deixou sem fôlego.
— N-não... — Selene sussurrou, sua voz vacilante, atropelando as palavras enquanto seus olhos rapidamente se moviam na direção de Cassian, adormecido na cama, roncando. — Cassian... ele... — mas sua frase morreu nos lábios quando Lucian mordiscou seu lóbulo com suavidade, a combinação de dor e prazer desfazendo qualquer resistência.
— Ele está apagado, Selene — Lucian murmurou contra sua orelha, sua respiração quente e pesada fazendo seu coração disparar. — Não ouvirá nada... Ele nem sabe como te tocar de verdade. Não como eu posso.
Os dedos dele apertaram ainda mais sua cintura, a puxando contra a rigidez inegável de seu corpo. O choque desse toque direto fez os pensamentos de Selene se embaralharem, suas mãos tentaram empurrá-lo, mas o toque firme de Lucian era uma âncora, mantendo-a presa, sem escapatória.
— Pare... por favor... — Ela sussurrou entre os dentes, o pânico e o desejo misturados. — Eu... eu não posso...
— Mas você quer — ele respondeu suavemente, seu sorriso cruel nunca deixando o rosto. — Não minta para mim, Selene. Seu corpo já tomou a decisão por você.
O calor que irradiava de Lucian parecia consumir o pouco autocontrole que restava em Selene. Ela lutava contra a tentação, seu corpo traindo-a, seus músculos se entregando, mesmo que sua mente ainda tentasse resistir. Ele era uma força avassaladora, implacável, um abismo do qual ela não conseguia se afastar.
— Vamos para outro lugar, meu quarto... onde você pode gritar o quanto quiser... — Lucian sussurrou com malícia, sua voz baixa e provocante, enquanto seus dedos deslizavam lentamente pela coxa dela, brincando com o tecido do vestido já suspenso.
— Não... — ela insistiu fracamente, mas a palavra não tinha mais convicção. Seu corpo tremia, mas era pela tensão que se acumulava dentro dela, um conflito entre a culpa e o desejo que a estava despedaçando. A proximidade dele, o cheiro amadeirado, o toque irresistível, tudo isso minava suas defesas.
Lucian soltou uma risada baixa, sabendo que a tinha em suas mãos. Seus olhos negros brilharam com triunfo, e ele puxou-a pela mão, guiando-a lentamente, como se estivesse apenas esperando que ela cedesse por completo. Selene tropeçou em sua própria vontade quebrada, seus passos hesitantes, mas seu corpo já estava se movendo em direção ao inevitável.
— Confie em mim — ele murmurou, olhando fundo em seus olhos, e embora a promessa estivesse manchada de perversão, o charme dele era hipnótico demais para ser resistido. Ele abriu a porta de seu quarto, o ambiente frio e escuro, repleto de segredos, e a puxou para dentro, fechando-a atrás deles.
Selene olhou para ele, o coração martelando no peito, sua respiração entrecortada, e pela primeira vez, percebeu que estava completamente à mercê daquele homem.
— Cassian... — ela tentou sussurrar de novo, mas sua voz morreu antes mesmo de formar a frase completa.
Lucian sorriu, sua expressão era um retrato perfeito de satisfação, e ele a pressionou contra a parede, seus lábios finalmente encontrando os dela, sem mais palavras, sem mais desculpas. E naquele beijo, Selene sentiu o fio final de sua resistência se desfazer, seu corpo se arqueando contra o dele, enquanto suas mãos o agarravam desesperadamente, como se estivesse se afogando.
Lucian pressionou Selene contra a parede com um desejo incontrolável, o calor do corpo dele incendiando a pele dela enquanto suas mãos percorriam cada curva, reivindicando-a. Seus lábios se colaram aos dela com urgência, e o gosto de whisky misturado ao sabor doce do batom dela se tornou uma combinação viciante. Selene tentou lutar contra a força de seus próprios desejos, mas a cada movimento de Lucian, ela se rendia um pouco mais.
Os dedos dele deslizavam com uma precisão calculada, descendo lentamente pelas costas dela, puxando a seda fina de seu vestido vermelho, até que ele caiu, silencioso e suave, aos pés dela. Ele se afastou por um segundo, admirando o corpo exposto, seus olhos escuros dançando com luxúria.
— Você é tão... perfeita — ele sussurrou, sua voz carregada de possessividade, enquanto suas mãos firmes seguravam a cintura dela, guiando-a até a cama do quarto, onde ele a deitou com uma delicadeza perversa.
Cada toque de Lucian era um comando intenso. Ele sabia exatamente como controlar o ritmo, levando Selene ao limite de forma provocante, sem pressa, sem dar espaço para arrependimentos. Ele não era como Cassian, tão carinhoso e inocente. Lucian era intenso, dominante. Ele queria tudo dela, não apenas seu corpo, mas sua mente, seu controle, seu próprio senso de moralidade. O desejo dele não era apenas físico; era psicológico. Ele passou a língua pelos lábios antes de se inclinar sobre ela novamente, suas mãos agora segurando seus pulsos com firmeza, imobilizando-a enquanto seus lábios exploravam seu pescoço, seus ombros, até descerem perigosamente para o centro de seu corpo.
— Sabe, Selene... — ele começou a falar, sua respiração quente e controlada contra sua pele. — O que eu quero de você é mais do que apenas o prazer do momento... Eu quero te dominar completamente. Controlar cada parte sua, até que você não saiba mais o que é certo ou errado... até que tudo o que reste seja... eu.
As palavras dele eram como veneno doce, entrando na mente de Selene e tomando conta de seus pensamentos. Ela sentia seus músculos se contraírem, seu corpo todo sendo envolvido naquele jogo de poder que Lucian tão habilmente tecia ao seu redor. Ele era o predador, e ela, a presa indefesa, ansiava por mais.
Lucian se afastou brevemente, o olhar frio e calculista nunca deixando os olhos dela, enquanto ele abria uma gaveta no criado-mudo ao lado da cama. De lá, ele tirou uma fina tira de seda preta, um sorriso malicioso se formando em seus lábios. Ele levantou a seda no ar, mostrando-a para Selene antes de amarrar delicadamente seus pulsos acima da cabeça dela.
— Você confia em mim, Selene? — ele perguntou com malícia, sabendo que a resposta não importava.
Lucian era um mestre no controle, no prazer que vinha da submissão. Ele tinha os mesmos desejos escuros e secretos que seu pai, um gosto pelo poder que o tornava perigoso e irresistível ao mesmo tempo. Ele queria Selene completamente entregue a ele, sem barreiras, sem resistência. Seus dedos passearam por entre as coxas dela, explorando-a com uma habilidade que fazia cada parte de seu corpo vibrar com desejo. Cada movimento era preciso, calculado, construindo a tensão, prolongando o prazer.
— Você vai aprender... — ele sussurrou ao ouvido dela, sua voz carregada de promessas sujas. — O prazer vem da entrega, Selene. Deixe de lutar, deixe que eu te mostre... o que é realmente o desejo.
Ela tentou gemer em protesto, mas os lábios de Lucian cobriram os dela novamente, silenciando qualquer palavra. Ele continuava guiando-a, como uma marionete em suas mãos, suas carícias intensificavam a sensação de calor em seu corpo. Seus dedos puxaram levemente os cabelos dela, erguendo sua cabeça para que seus olhos se encontrassem.
— Diga, Selene... — ele murmurou com o sorriso torto de um diabo, a respiração dela falha debaixo dele. — Você quer mais?
Ela não respondeu com palavras. Não precisava. Seu corpo, tremendo de desejo, se arqueou sob o dele, cada fibra de sua vontade sucumbindo ao controle implacável de Lucian Thorn.
Lucian olhou para ela como um caçador que finalmente tem sua presa indefesa. Selene estava deitada, os pulsos amarrados acima da cabeça, a seda preta contrastando com sua pele quente e arrepiada. A respiração dela era rápida e entrecortada, o peito subindo e descendo com uma ansiedade misturada ao desejo que não conseguia mais esconder. Seus olhos, semicerrados, tentavam focar nele, mas cada toque de Lucian fazia seu corpo se arquear e sua mente se dissolver no prazer.
Ele se inclinou lentamente, sua boca explorando a clavícula dela, beijando com uma precisão quase cruel, cada centímetro sendo reclamado por ele. A língua dele traçou o contorno de seu pescoço, e Selene soltou um gemido baixo, quase um suspiro, como se seu corpo estivesse implorando por mais.
— Shhh... — Lucian sussurrou contra sua pele, os lábios roçando seu ouvido. — Ainda não. Eu vou te fazer sentir cada segundo disso.
Os dedos dele desceram por seu corpo, passando pelas curvas de seus seios, apertando-os suavemente, como se ele quisesse medir cada reação dela. Selene mordeu o lábio, tentando conter os gemidos, mas seu corpo respondia a ele de uma forma que ela não conseguia controlar. O toque de Lucian era implacável, quase estudioso. Ele sabia exatamente onde pressionar, onde acariciar, levando-a cada vez mais fundo em uma espiral de sensações.
— Eu disse que te controlaria, Selene. — As palavras dele eram um sussurro carregado de desejo e algo mais sombrio, algo que ela não sabia se queria compreender.
Ele desceu as mãos, suas unhas raspando levemente pela lateral do corpo dela, até chegar às coxas. Seus dedos abriram caminho entre as pernas dela, e Selene soltou um gemido abafado, seus quadris se movendo instintivamente contra o toque. Lucian sorriu, um sorriso de pura satisfação, como se soubesse que estava no comando de cada sensação que ela estava experimentando.
— Gosta disso, não é? — Ele murmurou enquanto seus dedos começavam a explorá-la com mais profundidade, sentindo a umidade crescente entre suas pernas. — Seu corpo... Ele está me implorando.
Selene mordeu o lábio com mais força, tentando manter o controle, mas era impossível. Cada movimento dos dedos de Lucian a empurrava para mais perto da beira, e a sensação de ser totalmente dominada, de ser levada ao limite por ele, era intoxicante. Ela arqueou as costas novamente, um gemido mais alto escapando de seus lábios, e Lucian sorriu, triunfante.
— Isso... — ele sussurrou, os olhos escuros e intensos olhando diretamente para ela. — Deixe-se ir, Selene. Não lute contra o que você sente.
Ele se inclinou sobre ela novamente, sua boca encontrando a dela com um beijo profundo e faminto. A língua dele explorou a dela, e Selene sentiu o gosto dele se misturar ao dela, o calor de seus corpos se fundindo em algo mais. Seus gemidos se misturaram ao beijo, enquanto seus dedos continuavam a explorar cada parte íntima dela, cada toque calculado, prolongando o prazer que a consumia.
— Você vai se lembrar dessa noite para sempre, Selene. — Lucian prometeu contra seus lábios, a voz dele baixa e controlada, cheia de uma promessa perversa.
Ele pressionou mais fundo, aumentando o ritmo de suas carícias, e Selene não conseguiu mais segurar os gemidos. Ela se entregou completamente, os sons suaves de prazer enchendo o quarto, o corpo dela respondendo à vontade dele. Lucian a observava com fascinação, como se cada tremor dela fosse uma confirmação de seu poder sobre ela.
O prazer crescia dentro de Selene como uma onda, seu corpo tremendo sob o dele, os olhos fechados, o rosto corado, os lábios entreabertos. Ela sentia-se perdida, totalmente dominada, e, ao mesmo tempo, mais viva do que nunca. O mistério de Lucian, o perigo, a intensidade de seu controle... tudo a consumia. Lucian se afastou brevemente, apenas para observá-la, a visão dela completamente entregue, os lábios inchados, o corpo vulnerável, e então, ele voltou a atacá-la, suas mãos firmes, sua boca explorando cada centímetro da pele suada e sensível. Ele a guiava, levando-a à beira do abismo repetidamente, sem pressa, apenas saboreando o controle absoluto que tinha sobre ela.
— Eu sou seu dono agora, Selene. — Ele murmurou com um sorriso malicioso, os olhos fixos nela, enquanto seu corpo finalmente sucumbia, os gemidos de prazer ecoando pelo quarto, e ela podia jurar que Cassian a escutava gemer, mesmo dormindo tão profundamente. Já Lucian, por outro lado, saboreava cada segundo da entrega dela.
Ao tocar novamente a escuridão, é quase certo que escapar de um destino cruel se torna uma tarefa árdua. Selene Holloway, com toda a sua angústia, conhecia essa dura verdade. Cada vez que seus dedos percorriam os músculos daquele corpo, do corpo de Lucian, seu cunhado, sentia o gosto amargo de que o fim estava próximo. Mas a pergunta que pairava em sua mente era clara e cortante: quando tudo isso acabar, o que restará de mim? Talvez apenas a infame lembrança de que tudo havia falhado. A situação era uma equação difícil, que demandava cálculos precisos. Mas Selene nunca foi boa em matemática. Preferia disciplinas que envolviam o pensamento crítico, mesmo que isso também não a tivesse protegido da filosofia sombria de Lucian Thorn. Ela não o amava. Seu coração pertencia inteiramente a Cassian Thorn, o irmão mais novo. Para Lucian, restou o fogo ardente, a faísca que se acendia quando sua pele tocava a dela. O prazer que Lucian extraía não era exatamente o que ele proporcionava a S
O ser humano é, por natureza, um enigma duplo. Ele manipula com a mesma facilidade com que se deixa manipular, flutuando entre o papel de marionete e o de mestre das cordas. Não há beleza na sinceridade de suas intenções, nem pureza nos gestos que ele chama de afeto. O prazer, para esse ser tão desconcertante, não é apenas o objetivo, mas a desculpa para a degeneração e a queda. E ninguém entende isso tão bem quanto Lucian Thorn. Para ele, a manipulação é uma arte que exige sutileza, uma dança cruel onde as máscaras caem, e o prazer não reside apenas no controle, mas na queda do outro. Lucian, nascido sob a sombra de um nome poderoso, foi forjado no fogo da tragédia e na perversidade do desejo. Desde cedo, aprendeu que a dor é uma moeda, uma ferramenta que, nas mãos certas, pode comprar qualquer alma. Quando o corpo do pai foi engolido pela estrada, e sua mãe Evangeline se perdeu nos braços do vício, Lucian viu o mundo se despedaçar — mas ele não chorou. Ele aprendeu. Descobriu,
Quando a semente da dúvida é plantada numa mente perturbada como a de Cassian Thorn, ela não apenas cresce, mas se enraíza nas profundezas de sua alma, sufocando-o de dentro para fora. Enquanto a água quente deslizava por sua pele no banho, Cassian sentia o calor tentando aliviar seu corpo tenso, mas sua mente estava fria, congelada pelo veneno das palavras de Lucian. As mentiras que seu irmão despejara, habilmente disfarçadas de preocupação, envenenavam cada pensamento, como se fossem serpentes sussurrando em seus ouvidos. A imagem de Selene, outrora perfeita, agora distorcia-se em sua cabeça, um retrato quebrado e agora sem utilidade. Será que ela realmente o amava? Ou estaria nos braços de outro, enquanto ele, como um tolo, acreditava em suas juras de lealdade? As dúvidas surgiam como fantasmas no vapor do banheiro, assombrando-o. Lucian havia insinuado, com a sutileza de uma víbora, que a traição estava à espreita. "Enquanto você está aqui, chorando por ela, outro pode esta
O medo, que antes parecia pulsar sob sua pele, dissipou-se como vidro estilhaçado, fragmentado em milhares de pedaços, sem deixar espaço para retorno. Selene não era mais apenas sua noiva; naquele instante, ela era uma mulher determinada a provar seu amor por Cassian Thorn. Ela não precisava de palavras, apenas estendeu a mão em sua direção, os dedos delicados mas firmes. Sem hesitar, ele a seguiu, como se aquela dança entre eles fosse inevitável, algo que ambos precisavam. Ela o guiou de volta ao quarto, um espaço que, para Cassian, era como uma prisão durante a noite, cercado por paredes que pareciam se fechar ao redor de seus pensamentos. Ao entrar, sentiu o peso sufocante daquele ambiente apertar novamente seu peito. Mas agora, havia algo diferente. O toque de Selene, a firmeza com que o fez sentar-se sobre a cama, era uma tentativa de quebrar essas correntes invisíveis. Ela sabia dos fetiches de seu noivo, dos desejos que ele nutria e, naquela manhã, estava disposta a alimen
Lucian Thorn saiu do imponente edifício do Grupo Thorn ao final daquela tarde. A cidade de Flerks exibia seu habitual cenário nebuloso, a chuva recente ainda marcando presença nas calçadas e no ar. As gotas persistentes que escorriam pelas fachadas refletiam a grandiosidade da metrópole, um local de infraestrutura moderna e uma vibração cultural forte, onde os pontos turísticos eram intercalados entre a natureza e a urbanidade. Ele desceu as escadarias de mármore do edifício com passos firmes, sua presença dominante chamando a atenção dos poucos que passavam. Ao chegar ao seu carro, um clássico Mustang negro que brilhava sob a fraca luz das lâmpadas da rua, Lucian deslizou para o interior do veículo com a mesma precisão e controle que aplicava a tudo em sua vida. O motor rugiu sob suas mãos firmes no volante, e ele partiu, cruzando as ruas da cidade que começavam a se encher com as luzes noturnas refletindo no asfalto úmido. O caminho até sua mansão era sinuoso, mas familia
As pessoas são frágeis por natureza. Não na constituição física, não nos ossos ou na carne que as compõem, mas em algo muito mais profundo: a mente. A mente humana é maleável, como um pedaço de argila, moldada pelas mãos daqueles que a tocam, pelas circunstâncias que a cercam. E o mais trágico disso tudo é que, na maioria das vezes, quem molda essas mentes são outras igualmente vazias. Mentes que não têm substância própria, que se dobram e se retorcem ao sabor das influências externas, das expectativas sociais, dos desejos alheios. Somos, todos nós, vítimas e algozes de um ciclo interminável de subserviência mental. Observa-se nas interações diárias como as pessoas se perdem na necessidade de agradar, de serem aceitas, de pertencerem a um coletivo que, por si só, é vazio. É um vazio que ecoa, que ressoa nas decisões que tomam, nas palavras que escolhem dizer e até nos silêncios que optam por manter. A sociedade exige conformidade, uma conformidade tão insidiosa que poucos seque
Damian era o tipo de homem que personificava o que o mundo moderno chamaria de perfeição bruta, mas havia algo além da carne esculpida e dos olhos profundos. Ele carregava no corpo a selvageria indomada, gravada em cada centímetro de pele. Seus músculos, desenhados com a precisão de um escultor, sugeriam uma força inata, mas o que realmente atraía a atenção eram as tatuagens que adereçavam seu ombro e braço. Cada linha da tinta parecia contar uma história, mas de um modo que não oferecia respostas, apenas mais perguntas — como um enigma tatuado sobre a pele que ele nunca permitia que alguém decifrasse por completo. A cidade de Flerks, onde Damian morava, era um reflexo perfeito de sua alma: cinzenta, chuvosa, eterna em sua melancolia. Era um lugar onde a luz do sol era quase uma lenda, substituída pelas goteiras incessantes que manchavam as janelas de vidro das casas modernas. Damian morava no centro, em uma construção fria e minimalista, tão afiada quanto a sua personalidade. A
A alma humana é uma entidade melindrosa, uma força invisível que carrega consigo as profundezas do que é ser. Desde o início dos tempos, foi moldada com o toque da divindade, feita à imagem e semelhança do Criador. Mas dentro dessa centelha de luz, sempre houve uma sombra. A dualidade entre o bem e o mal, entre a luz e a escuridão, não é apenas uma questão externa, de forças em conflito no universo; é, antes de tudo, um embate interno, que habita no âmago de cada ser humano. Nos relatos bíblicos, a Criação é descrita como um ato de pureza, uma obra perfeita em sua essência. O homem, feito do barro, recebeu o fôlego divino, a alma — o sopro da vida. Entretanto, logo no início, o erro se infiltrou. A desobediência no Éden não foi um simples ato de rebeldia, mas uma manifestação da inquietude do espírito humano. O desejo pelo conhecimento, pela autonomia, o desejo de ser mais do que se era. E foi Lúcifer, o anjo mais belo, quem primeiro expôs essa verdade: que dentro de toda perfe