Parte 4...— Eu já disse, Mathias - estremeceu — Não tenho espaço para você agora... Não posso me deixar envolver outra vez - ela pensou em seu plano, em seus filhos, nas responsabilidades — O nosso tempo já passou... Não era para ser.Ela parou de falar quando ele a envolveu em seus braços e a apertou forte, apoiando o queixo em sua cabeça. Só a abraçou e fechou os olhos.— Por favor... Não se afaste - ele pediu ao senti-la se mexer — Só um pouco - sua voz estava rouca — Só fique assim, um instante quieta em meus braços... Para eu saber que é real, que é você... Senti tanto a falta disso - fechou mais o abraço.Anelise ficou apertada em seu abraço, não se mexeu, sentindo seu calor. Respirava fundo. Há tanto tempo que ela queria isso, queria voltar para ele. Só que isso foi antes, muito antes. Ela ainda tinha sentimentos por ele, mas não eram mais os mesmos daquela garota inocente.— Queria voltar o tempo - ele disse emotivo.— Não iria adiantar - ela se afastou — Seria tudo igual -
Parte 5...— Não sei dizer... Pois é, ele está com problemas, mas não sei bem sobre o que é... Isso, amanhã... - Lorena a viu agachada amarrando o cadarço — Aqui não... Pode deixar que eu digo sim... Parece que houve um problema inesperado. Ele sempre vem ao restaurante, mas esses dias não pôde vir...Anelise não poderia ficar mais tempo enrolando, mas conseguiu captar alguma coisa. Foi ao banheiro e ligou para Hugo, que a informou que tinha tido sucesso com dois acionistas da empresa Mazzaro, o que era excelente. Mandou que ele continuasse o contato e que adiantasse o máximo que desse para encerrar logo.***************À noite Diana foi dormir na casa dela. Anelise pediu comida chinesa para elas.— Nossa, nunca comi - Diana disse ajudando a arrumar a mesa — Depois me diz quanto é minha parte e eu te dou.— Eu paguei - ela sorriu — Não tem que dividir a conta.— Mas é cara - ela insistiu — Eu ajudo.— Pra mim não é - ela pegou os talheres — Você já vai entender tudo. Enquanto comemos
Parte 6...— Está pronta para começar a aprender?— Agora mesmo - ela disse excitada — Estou bem alerta, zero de sono - bateu as mãos e esfregou uma na outra.— Ótimo - ela sorriu — É assim que eu gosto. Senta aqui ao meu lado.Diana pegou um banquinho e colocou ao lado dela, prestando atenção na tela do notebook. Foram até alta madrugada, quando as duas já cansadas e bocejando, decidiram parar. Anelise arrumou o colchão inflável ao lado da cama dela, no quarto da avó e marcaram a hora no despertador para o dia seguinte.Quando Anelise entrou no carro de Mathias, ele comentou sobre a demora dela em sair.— Não comece, Mathias. Não posso sair antes da hora. Eu nem comi direito hoje.— Quer ir para casa trocar de roupa?Ela não podia ir. Diana estava em sua casa com contato direto com Felipe, fazendo os arquivos e faturas que precisaria fazer para o fim de semana. Com ela adiantando e Felipe coordenando, adiantaria bem esse lado.— Não, tudo bem. Se vamos ao parque estou bem de jeans.—
Parte 7...O coração dela bateu mais forte e ficou enrolando para terminar o milk-shake.— Essa semana perdemos uma conta importante que nos levaria a um excelente acordo comercial e levantaria mais a Mazzaro.— Mesmo? - ela ficou brincando com o canudo.— Você não deve ter ouvido falar - ele jogou o toco do cigarro na grama e pisou — É uma empresa rival. Se chama Ferroso & Cia. É uma grande companhia no ramo das carnes. Eles tomaram um acordo que já era quase nosso - falou meio de lado, aborrecido.Anelise quase engasgou com o shake. Ela levantou e jogou o copo fora, na lixeira ao lado da árvore. Voltou para perto dele.— Isso é estranho porque o dono majoritário da empresa faleceu há um tempo e o irmão dele cuida de outra parte da empresa. Na verdade essa empresa é uma grande rede com filiais espalhadas e agora parece que a viúva resolveu expandir - fez uma cara feia.— Que coisa - ela virou o rosto — E você já falou com eles?— Só com o irmão que ficou com a vice-presidência. A viú
Parte 8...Nas últimas vezes eles fizeram amor de forma tão apaixonada e várias vezes seguidas, que ela acabou tendo cistite e teve que ficar alguns dias sem sexo. Foi até engraçado de certa forma, porque eles queriam ficar grudados.Anelise tinha certeza de que ficara grávida nessa época. Chegava a ser exagerada a forma como faziam amor. Ela nunca negava nada a ele a atenção que demandava. Nenhuma forma ou posição, mesmo quando estava dolorida e ele dizia que haviam outras opções.E depois que ela ficou melhor da cistite, eles tiveram uma tarde inteira de prazer, em que fizeram amor de várias maneiras. Foi a última tarde deles.Pensar nisso era algo difícil. Logo depois a família dele fez a armação suja para afastá-lo e tinha dado certo. Ele só tinha desejo, só paixão na cama, por isso aceitou tudo sem questionar.— Até hoje eu sinto falta do que nós tivemos - ele disse em tom de pesar.— Não acredito que você sequer lembre, Mathias - ela balançou a cabeça — Você teve e tem tantas am
Parte 9...— E se eu pedisse, você passaria uma tarde comigo? - ele tocou seu ombro.Ela quis muito no passado passar tardes e tardes com ele, em qualquer lugar, desde que estivessem juntos.— Vamos caminhar um pouco? - ela desconversou — Eu quero ver o que mudou.Eles desceram por um caminho que antes era só uma trilha, mas que agora era pavimentado com pedras. Algumas árvores tinham placas descritivas e bancos de madeira embaixo de suas copas. Com certeza agora as pessoas aproveitavam mais o parque do que na época em que eles iam até lá.Muitas memórias voltaram durante a caminhada e ficava difícil continuar ao lado dele, como se o passado não tivesse acontecido.Pelo horário Diana já teria ido para casa. Agora que trabalhava para ela, não precisava mais pegar ônibus, era só chamar um táxi que Anelise mandava pagar. Era melhor que ela também voltasse para casa e encerasse a conversa.— Acho que é melhor que você me leve de volta para casa - ela disse após uns minutos de caminhada.E
Parte 1...Durante a volta para a casa dela, ele sentiu uma mão invisível apertar seu coração. No passado ele tinha feito esse mesmo trajeto várias vezes, mas de uma forma diferente.Ele sempre estava com a mão na sua ou ele segurando seu joelho. Sempre tinha que ter algum toque, algum gesto que os deixasse ligados.Sua garganta ardia de vontade de falar tudo o que tinha preso, que sentiu quando ela o deixou. Vontade de jogar na cara que foi atrás dela dias depois para pedir que voltasse para ele, com ou sem traição, que eles resolveriam a questão do roubo, que iria ajudá-la se estava necessitando tanto de dinheiro. Ele iria conseguir um modo de corrigir os erros dela, mas não a achou. Era tarde demais.Ele parou o carro na vaga e ela logo abriu rápido a porta.— Posso entrar? - ele pediu.— Eu não acho que...— Por favor, Anelise - pediu de novo — Só cinco minutos.Ela respirou fundo. Seria uma outra batalha. Não seriam só cinco minutos. Ela sabia bem.— Anelise...Ela iria embora e
Parte 2...A única questão ali era sua cicatriz decorrente da cesariana de seus filhos. Era pequena e rosada, quase não a sentia e nem dava para ver. Ele correu o dedo em cima da cicatriz e ela segurou a respiração nesse instante.— Uma cicatriz?— Foi de um acidente caseiro - ela jogou no ar — Estava fazendo uma mudança e me machuquei - mentiu.Ele deitou o corpo e beijou sua barriga, subindo devagar para seus seios. Quando sua língua tocou seu mamilo ela reagiu com um leve tremor. Sentia falta de sexo.Haroldo e ela eram muito ativos sexualmente. Quando Bianca nasceu, dias depois ele fez uma vasectomia. Já tinha seus dois filhos amados, não queriam mais.Isso também foi bom para ela que não precisava mais se preocupar com anticoncepcionais, o que lhe fazia mal e sempre trocava de marca. Sentia até dores nas pernas algumas vezes. Ficar livre de algum droga em seu corpo foi ótimo.Eles transavam sem preocupação e isso lhes deu horas e horas de muito prazer em comunhão.Ela aprendeu a