Parte 7...O coração dela bateu mais forte e ficou enrolando para terminar o milk-shake.— Essa semana perdemos uma conta importante que nos levaria a um excelente acordo comercial e levantaria mais a Mazzaro.— Mesmo? - ela ficou brincando com o canudo.— Você não deve ter ouvido falar - ele jogou o toco do cigarro na grama e pisou — É uma empresa rival. Se chama Ferroso & Cia. É uma grande companhia no ramo das carnes. Eles tomaram um acordo que já era quase nosso - falou meio de lado, aborrecido.Anelise quase engasgou com o shake. Ela levantou e jogou o copo fora, na lixeira ao lado da árvore. Voltou para perto dele.— Isso é estranho porque o dono majoritário da empresa faleceu há um tempo e o irmão dele cuida de outra parte da empresa. Na verdade essa empresa é uma grande rede com filiais espalhadas e agora parece que a viúva resolveu expandir - fez uma cara feia.— Que coisa - ela virou o rosto — E você já falou com eles?— Só com o irmão que ficou com a vice-presidência. A viú
Parte 8...Nas últimas vezes eles fizeram amor de forma tão apaixonada e várias vezes seguidas, que ela acabou tendo cistite e teve que ficar alguns dias sem sexo. Foi até engraçado de certa forma, porque eles queriam ficar grudados.Anelise tinha certeza de que ficara grávida nessa época. Chegava a ser exagerada a forma como faziam amor. Ela nunca negava nada a ele a atenção que demandava. Nenhuma forma ou posição, mesmo quando estava dolorida e ele dizia que haviam outras opções.E depois que ela ficou melhor da cistite, eles tiveram uma tarde inteira de prazer, em que fizeram amor de várias maneiras. Foi a última tarde deles.Pensar nisso era algo difícil. Logo depois a família dele fez a armação suja para afastá-lo e tinha dado certo. Ele só tinha desejo, só paixão na cama, por isso aceitou tudo sem questionar.— Até hoje eu sinto falta do que nós tivemos - ele disse em tom de pesar.— Não acredito que você sequer lembre, Mathias - ela balançou a cabeça — Você teve e tem tantas am
Parte 9...— E se eu pedisse, você passaria uma tarde comigo? - ele tocou seu ombro.Ela quis muito no passado passar tardes e tardes com ele, em qualquer lugar, desde que estivessem juntos.— Vamos caminhar um pouco? - ela desconversou — Eu quero ver o que mudou.Eles desceram por um caminho que antes era só uma trilha, mas que agora era pavimentado com pedras. Algumas árvores tinham placas descritivas e bancos de madeira embaixo de suas copas. Com certeza agora as pessoas aproveitavam mais o parque do que na época em que eles iam até lá.Muitas memórias voltaram durante a caminhada e ficava difícil continuar ao lado dele, como se o passado não tivesse acontecido.Pelo horário Diana já teria ido para casa. Agora que trabalhava para ela, não precisava mais pegar ônibus, era só chamar um táxi que Anelise mandava pagar. Era melhor que ela também voltasse para casa e encerasse a conversa.— Acho que é melhor que você me leve de volta para casa - ela disse após uns minutos de caminhada.E
Parte 1...Durante a volta para a casa dela, ele sentiu uma mão invisível apertar seu coração. No passado ele tinha feito esse mesmo trajeto várias vezes, mas de uma forma diferente.Ele sempre estava com a mão na sua ou ele segurando seu joelho. Sempre tinha que ter algum toque, algum gesto que os deixasse ligados.Sua garganta ardia de vontade de falar tudo o que tinha preso, que sentiu quando ela o deixou. Vontade de jogar na cara que foi atrás dela dias depois para pedir que voltasse para ele, com ou sem traição, que eles resolveriam a questão do roubo, que iria ajudá-la se estava necessitando tanto de dinheiro. Ele iria conseguir um modo de corrigir os erros dela, mas não a achou. Era tarde demais.Ele parou o carro na vaga e ela logo abriu rápido a porta.— Posso entrar? - ele pediu.— Eu não acho que...— Por favor, Anelise - pediu de novo — Só cinco minutos.Ela respirou fundo. Seria uma outra batalha. Não seriam só cinco minutos. Ela sabia bem.— Anelise...Ela iria embora e
Parte 2...A única questão ali era sua cicatriz decorrente da cesariana de seus filhos. Era pequena e rosada, quase não a sentia e nem dava para ver. Ele correu o dedo em cima da cicatriz e ela segurou a respiração nesse instante.— Uma cicatriz?— Foi de um acidente caseiro - ela jogou no ar — Estava fazendo uma mudança e me machuquei - mentiu.Ele deitou o corpo e beijou sua barriga, subindo devagar para seus seios. Quando sua língua tocou seu mamilo ela reagiu com um leve tremor. Sentia falta de sexo.Haroldo e ela eram muito ativos sexualmente. Quando Bianca nasceu, dias depois ele fez uma vasectomia. Já tinha seus dois filhos amados, não queriam mais.Isso também foi bom para ela que não precisava mais se preocupar com anticoncepcionais, o que lhe fazia mal e sempre trocava de marca. Sentia até dores nas pernas algumas vezes. Ficar livre de algum droga em seu corpo foi ótimo.Eles transavam sem preocupação e isso lhes deu horas e horas de muito prazer em comunhão.Ela aprendeu a
Parte 3...— Mais forte, Mathias- pediu de novo — Me faz gozar também - puxou o ar fundo e mordeu o lábio.Ele a beijou de novo e os espasmos de prazer foram crescendo e dominando o corpo dela, que tremeu violentamente, arrancando um grito enquanto ela elevava o corpo.Mathias sentiu um choque que o atravessou e então seus olhos perderam o foco por um instante, o tirando momentâneamente de sua lucidez.Então ele não se ligou, mas caiu em cima dela se derramando por completo em seu interior.***************Anelise abriu os olhos um instante depois. Mathias ainda estava dentro dela e uma luz vermelha de advertência piscou dentro da mente dela. Ele tinha gozado dentro dela, exatamente como no passado. Sem nenhum cuidado e sem pensar em uma gravidez.Há anos ela não tomava nada, estava desprevenida. E tudo o que não precisava e nem queria, seria outra gravidez.Se sentiu culpada por ter sido irresponsável. Não é assim que ela agia, mas se deixou levar e isso era um erro.Ele saiu de dent
Parte 4...Logo que chegou ao restaurante, Diana lhe passou um papel com as fofocas que captara na sala de Lenora. Guardou na bolsa para ler depois. Tinha passado em uma farmácia antes de chegar ao trabalho e comprou uma caixa com dois comprimidos e ali mesmo tomou um. Não queria ter outro filho dele. Nunca mais.Quando ela chegou viu o carro dele parado na vaga reservada. Respirou fundo. Ele já estava no restaurante. Entrou pela porta dos funcionários e colocou o uniforme.Ela o viu sentado no mesmo lugar e seus olhos a comiam de longe. Parecia mais arrogante e cheio de si. Sabia que ele se sentiria o dono da situação. Foi até ele com o menu e o tratou como sempre.— O que vai querer? - perguntou educada.— O que eu quero, não está no cardápio - ele falou baixinho segurando seu olhar.— Então sugiro que fale com a gerente para que melhore os pratos - respondeu desconversando — Quer algo para beber? - pegou de volta o menu.Ele a olhou de cara fechada. Não era só mais um cliente.— Tr
Parte 5...— Não vamos, não - ela cruzou os braços — Vá sozinho. Ou leve outra - deu de ombro.— Se não tem roupa para ir, não se preocupe - ele gesticulou sorrindo — Comprarei um traje completo para você. Um vestido vermelho ou preto, com um decote grande para destacar seus seios e saltos altos finos.— É isso o que você quer? - se aproximou — Me exibir como sua nova amante?Ele a encarou apertando os olhos. Anelise parecia cansada, mas tudo o que ela fazia era servir mesas, não era um trabalho para cair de cansaço. Sua aparência estava um pouco abatida.Ele não sabia que ela trabalhava muito mais com a mente até altas horas e isso era estressante. Não sabia de sua vida dupla.— Qual o problema? - riu — Você era minha amante antes.— Não - ela disse firme — Eu era sua namorada - apontou para ele — Eu era apaixonada por você, por isso fazia tudo o que queria. É diferente.— Na verdade você amava era o meu dinheiro e todas as vantagens que podia ter.— Vantagens? - ela riu — Como pode