Parte 5...Ela respirou fundo coçando a cabeça.— Acredito que Hugo está metido em alguma coisa e tenho certeza de que é contra você. Já estou de olho nisso.— Como assim? - franziu os olhos.— Você acredita nele por causa de Haroldo - ele segurou sua mão — Só que ele não é igual ao seu marido. Haroldo amava você, Hugo gosta de você como cunhada, mas a vê como concorrente.— Já pensei nisso.— Fique alerta. Não acho que ele queira seu mal, porém ele quer a presidência - avisou-a — Um dos diretores da Mazzaro, me disse que Mathias já sabe que estamos tentando comprar as ações da empresa.— Ele me falou isso por alto, quando saímos - sentiu receio — Será que ele sabe que sou eu e está fingindo?— Não tem como - balançou a cabeça — Haroldo a escondeu bem e Hugo está à frente dos contatos em aberto.— Vamos comer enquanto conversamos - bateu em sua perna e levantou.— Pensei que trabalhasse em um restaurante - ele levantou.— Não como aquela comida por nada - fez cara de zombaria — Sei l
Parte 6...— Vou sair logo cedo, talvez não a chame.— Bobagem. Eu acordo cedo também e tomamos o café juntos. Pode me chamar.— Mas amanhã é sábado. Vai trabalhar no restaurante?— Não. Semana que vem pego duas noites.— Quando vai parar com isso?— Em breve. Por agora está me servindo e até divertindo, especialmente em importunar Luiza e a filha.Felipe foi dormir e ela ainda ficou um tempo acordada, pensando no que ele dissera. Mas o passado não se muda, apenas se aprende com ele e tenta não se repetir os erros.***************— Quando chegar eu ligo para avisar - Felipe se despediu com um abraço.— Obrigada por ter vindo. Sinto muito lhe dar tanto trabalho.— Eu gosto - ele sorriu — E pense no que conversamos. Qualquer novidade eu te informo.— Diga aos meus bebês que eu os amo muito e logo estarei de volta em casa.— Pode deixar.Ele acenou de dentro do carro e ela fechou a porta, voltando para a cozinha para terminar de tomar seu café da manhã. Poucos minutos depois sua campain
Parte 7...Ele disse isso em um tom forte, rouco, cheio de emoção.— Às vezes é, sim - ela mordeu o lábio e puxou a mão — Eu não tenho idade ou disposição para isso.Ele riu baixinho e suspirou.— Não somos velhos, Anelise.— Eu sei... Mas a marca ficou profunda - balançou a cabeça — Não tem como reacender o que nós tínhamos.— E porque não? Nós fizemos amor quando chegamos do parque. Eu quero tanto você.Anelise sentiu uma ponta de remorso pelo que planejava fazer, mas não o suficiente para recuar.— Isso é vício. Talvez devesse procurar um terapeuta. Acho que vou fazer o mesmo.Os dois riram e houve um momento de silêncio íntimo, como se um analisasse o outro.— Sabe, meu pai já nasceu em família rica - ele começou a falar de repente — Ele sempre foi um mulherengo e traiu minha mãe várias e várias vezes. Eu sei que ela não o amava realmente e não sei porque se casou com ele - torceu a boca — Talvez porque estava grávida de mim. Eu nasci prematuro de quase oito meses.Ao ouvir isso,
Parte 8...— Não vai rebater? - ele fez que não — Ótimo - ela levantou — Vá embora, Mathias. Também não tenho nada a oferecer à você agora. E repito que não tenho tempo, idade ou interesse para me envolver com um passado que só me trouxe dor e prejuízo.— Só quero que você saiba - ele levantou também — Que hoje eu entendo que agi muito mal com você, que a seduzi e me aproveitei de sua inocência para meu desejo machista e egoísta - segurou seus ombros — Eu peço perdão - disse rouco.Essa declaração inesperada de culpa a pegou de surpresa.— Eu também tive culpa - disse sincera — Eu até menti a minha idade só para ficar com você.Aquele estranho momento de confissões a fez sentir que o sabor da vingança começava a azedar. Ainda assim não havia volta.— Pode dizer à sua mãe e sua irmã que fiquem tranquilas.— E porque? - ele franziu a testa.— Não se preocupe, elas vão entender e vão ficar calmas.Mathias sentiu uma vontade súbita de chorar, algo que ele não fazia há muito tempo, mas não
Parte 9...Quando a campainha tocou, ela pensou em não atender. Já estava cansada emocionalmente para outro confronto com Mathias, mas era Diana.— Oi, que bom que é você. O que veio fazer aqui agora? - ela estranhou — Você não tinha que trabalhar no restaurante hoje?— Tinha - ela deu de ombro — Mas o Felipe ligou e eu saí - elevou o queixo — Minha nova amiga e chefa precisa de mim. Somos amigas... Certo? - fez uma cara engraçada.— Claro que somos - ela respondeu rindo — Mas Felipe não deveria ter aborrecido você. Depois eu ligaria para avisar. Não vou mais ao restaurante.— Ele me disse - sentou na poltrona florida — Mas ainda está de pé a sua proposta?— De trabalhar comigo? É claro que sim - sentou perto dela — E o que eu tenho para receber lá fica com você também - franziu o nariz — Não vou deixar nada para eles. Já estou na reta final do que vim fazer. Aproveite o dinheiro e dê aos seus pais para ajudar.— Obrigada. Eu vou aceitar sim - mordeu o dedo indicador pensando — Ai que
Parte 10...— Assim é a humanidade. Quanto mais deveria evoluir, menos as pessoas dão o passo certo. Tem muita coisa que atrapalha demais e causa um enorme mal hoje em dia e que as pessoas estão normalizando.— É verdade - torceu o nariz — Eu acho um absurdo que os pais deem celulares para crianças pequenas.— Isso faz muito mal ao desenvolvimento cerebral da criança - cruzou os braços — Até os sete anos de idade, a criança é um livro em branco e tudo o que ela vai experimentar da vida, vai moldar seu futuro. Os pais estão atrofiando o cérebro dos filhos e ainda acham ruim quando os cientistas e médicos explicam o mal que isso faz.— É como se fossem zumbis - balançou a cabeça — Acho uma pena que a sociedade esteja se perdendo em vários pontos.— Isso se deve à falta de responsabilidade - ela ergueu um dedo — Muitos só querem passar sem cuidar de si e menos ainda do próximo. Estão em um caminho perigoso para uma nova destruição. O pior para mim, são as pessoas que têm preguiça de pens
Parte 1...Anelise decidiu levar Diana com ela para sua casa em Aracaju e a fez ir até onde morava para falar com os pais e explicar. Era uma casinha pequena, bem menor do que a de sua avó e Diana dormia em um quartinho apertado e só havia um banheiro para eles.Ela e os pais ficaram envergonhados no começo, mas depois que ela contou que também foi pobre e vivia só com a avó, eles entenderam e relaxaram.— Garanto que o tamanho da casa não mostra o tamanho do caráter - ela comentou para relaxarem e aceitou uma xícara de café — Eu conheço pessoas que vivem em verdadeiros palácios e não têm nada de caráter.— Diana nos explicou sobre sua oferta de emprego - a mãe dela disse sentando ao lado.— Eu gostei muito de conhecer a Diana - respondeu sincera — Acho que ela vai ser uma ótima assistente pessoal para mim.— Viu só, mãe? - a abraçou — Vou poder ajudar vocês.— Não tem que se preocupar conosco, filha - o pai dela disse — Tem que fazer a sua vida.— Ela tem que se preocupar, sim - Anel
Parte 2...Depois que Ludimila apresentou Diana aos outros empregados, ela e as crianças a levaram para conhecer os animais de estimação da casa.— Foi bom ter trazido Diana com você - Felipe entregou um copo com suco para ela.— Foi mesmo? - sorriu pegando o copo — E por que?— Nada demais - ele desconversou — É bom fazer algo de bom para alguém que precise.— É sim. Acho que ela me lembra um pouco de quem eu era.— Vá curtir seus filhos e depois a gente conversa mais sobre o que descobri.— Não vai me adiantar nada?— Não. As crianças estão com saudades da mãe deles.— Ok. Está certo. Depois então.***************O resto do tempo ela dedicou a ficar com os filhos e ouvir atenciosamente suas histórias. A escola entraria no período de férias e eles queriam viajar, principalmente o Alan.— Meu amor, mamãe ainda não está de férias.— Você é a dona, não precisa esperar férias - ele reclamou.— Ainda estou trabalhando em um acordo, mas assim que terminar, nós vamos viajar.— Mas aí a gen