Capítulo 38

As luzes de Viena brilhavam ao longe, ofuscadas pela neblina densa que começava a se espalhar pela zona industrial da cidade. Salvatore caminhava em silêncio entre contêineres enferrujados, os passos firmes, os olhos atentos. Ele sabia que aquela era a última peça do jogo. O fim de tudo. E Voronin estava perto.

Um grito abafado ecoou. Ele sacou a arma.

A comunicação no fone de ouvido chiou.

— Contato visual negativo — murmurou uma voz da equipe de apoio. — Nada na ala norte.

Salvatore não respondeu. Algo dentro dele dizia que era pessoal demais para qualquer interferência.

Virou uma esquina. A respiração saía pesada, o ar gelado misturando-se com a tensão em seus músculos.

E então ele parou.

Voronin estava ali.

No centro do corredor formado pelos contêineres, cercado por sombras. O sobretudo preto esvoaçava com o vento, os olhos frios fixos em Salvatore como se o tempo não tivesse passado.

— Sabia que viria — disse Voronin, um sorriso torto nos lábios. — Um soldado obediente
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