- Surgiu um imprevisto, sua mãe caiu de umas escadas, mas está bem, ainda assim foi vê-la. - explico torcendo os lábios. - Que mal, Eu não sabia, com razão liguei para ela no telefone, mas parecia estar desligado. - Sim, é que já deve estar num voo para Los Angeles. - Eu entendo-ele esfrega o queixo. Eu limpei minha garganta. - Vou contar-lhe sobre as flores. Ele acena, então faz um gesto tirando importância dele. Volto a deixar cair o olhar no elo de minhas mãos, uma brincadeira nervosa ao perder a batalha para seus orbes que me banem da minha zona de conforto. - Como estás? - pergunta de repente. Eu levanto os olhos para sua direção. - Estou a dizer-te a verdade? - Por favor. Eu sorrio, trêmula. - Não é um bom dia, menos com a tremenda dúvida que me deixas. Sorria de lado. Eu sinto que ele vai me dizer. Um...Dois...Y... Três...- Silvain enviou a caixa de chocolates-admite, meu rosto deve ser um poema, é como se estivesse me provocando, não dou crédito à sua admissão
- Uau, eu não esperava isso-desliza um sorriso, despreocupado apesar do meu tom que beira a dureza. Peço desculpa, chamaste-me a atenção, e na primeira falhei. Eu não brinco com os sentimentos das mulheres, elas sempre consentiram em estar comigo sem envolver emoções, mesmo Mila. Mas Silvain é egoísta, só pensa nele, na hora de terminar o faz sem se importar com nada. Acredite em mim, perdi a conta já das relações fugazes que teve, tantas ex-namoradas chorando só porque ele se cansou. A última foi Aleska, uma polonesa com quem ficou em bons termos porque é irmã de seu advogado. Caso contrário, teria sido a mesma história. - Está bem, desculpa... isso muda tudo. —Não é culpa dele, não inteiramente, o transtorno que padece complica sua vida, transformando não só sua cotidianidade em uma merda, também a de quem o rodeia-continua fazendo uma careta, verdades que esvaziam meu interior -. E se eu fiquei lá, às vezes querendo fugir, é porque eu o conheço desde jovem, somos velhos amigos, a
A Proposta"E fecha - se num quarto tão vazio de realidade, onde o eco é silencioso e a decadência uma débil companhia que o encaminha para a solidão sempiterna"....Tive um pesadelo, um absurdo que se foi ao abrir os olhos. Rodeio com meus orbes a sala, desse ângulo capturo o reinado da escuridão. As persianas estão abertas e eu avisto várias luzes de outros edifícios. Ne York York, "a cidade que nunca dorme", por isso cai como um anel no dedo. Não é tão tarde quanto parece, aqui é apenas dez da noite, e em Los Angeles-três horas a menos. Marco a Mila, ela não entrou em contato comigo, talvez tenha esquecido, em todo caso tenho razão de me preocupar. - Mila. - Desculpe-me, está tudo em ordem, desculpe não avisar como prometi. Aún ainda não dormes? - Sim, acordei de repente e decidi marcar - te, fico feliz que tudo corra bem. Pensei que te esqueceste de me dizer, não te preocupes.- É que há semanas que não via os meus pais e, apesar de tudo, fiquei emocional, agora estou com o p
Aurora BorealA única coisa que está desfeita no quarto de Silvain é a cama, pela primeira vez estou lá e não posso evitar o estudo; é mais espaçoso que o de seu sótão, a distinção e o luxo predominam e eu fico boquiaberta. É evidente que sua cor favorita é o cinza, aqui não há azul, mas um branco que o acompanha e o preto que exalta a elegância, também essa frieza calando fundo. Os elementos impõem-se, destacando-se a enorme cama com mesas de cabeceira nas laterais onde permanecem lâmpadas de cristal, um grande abajur apagado. Tem uma lareira, uma enorme sala de guarda-roupa, banheiro de sonho, fecho a porta; as cortinas batem com o vento, e é que, ao corrê-las, me deparo com as corrediças de vidro envidraçadas que dão para uma varanda. A altura dá um belo panorama e o vento chega a brizar meu cabelo; não é como o que esse deixa apreciar do terraço, mas pega da mesma maneira. Ouço barulho na sala, por isso retorno de repente, não há ninguém, tem sido um engano da minha cabeça. Eu c
Superioridade Do CaralhoAntes das doze e meia, entro na cozinha. É um desafio focar em um prato que seja do seu agrado e não torne a elaboração difícil. Todo mundo gosta de frango, não acho que ele seja exceção. Já me lembro de Zinnia ter feito isso várias vezes na hora do almoço, e já me sinto mais confiante em prepará-lo. Sorte a minha que me deparei com o livro de receitas de Zinnia, que estranho que o tenha esquecido aqui. Há uma infinidade de opções, entre as quais se destaca o frango em várias preparações. "Frango à laranja", diz Ali, apontado como o prato asiático predileto de Silvain. Eu me informo olhando várias vezes a receita e o procedimento. Parece um pedaço de bolo, já na ação tudo é um pouco complexo, para não dizer impossível. Não ajuda a pressão sobre ele, a obrigação para que tudo fique perfeito. Mmmm, cheira bem, eu testo e acho que está certo. Eu levo os minutos em minha mente, confirmo na tela do meu telefone. Com efeito, já passou o tempo exato em que tudo de
- É um idiota, você não é minha fantasia, a única coisa que se assemelha é um pesadelo, agora estou em um. Qué o que mais devo fazer aqui, ou já posso ir? - cansada, inquieta. Desapareceu num piscar de olhos a distância, já o tenho audacioso fechando minhas Saídas, tirando em um instante a fuga, não gosto quando se impõe assim, não sei como o faz, mas sempre acaba me encurralando. - Podes ir. - e afasta-se. Puesto realmente me colocou a suar a gota gorda para só me dar essa resposta? Estou morrendo de vontade de soltar na cara dele o assunto dos chocolates, usando a meu favor que ele tenha tido esse gesto comigo, só para vê-lo zangado, mas não vou denunciar Gaspard. Depois de ir buscar as minhas coisas e me adaptar, vou para a saída. Não esperava que ao sair estivesse ele fazendo rugir o motor de seu Esportivo. —O que faltava-grunhido, acelerando o passo para a saída. Antes de chegar ao vigia, Silvain passa por mim, tem a janela abaixada. - Entre no carro, eu lhe darei uma caron
Um Grito De GuerraAs dúvidas não foram completamente esclarecidas, Gaspar tem razão, eu só devo decidir. Eu ainda tenho esses dias para pensar sobre isso. Já na quinta-feira que voltar Mila também lhe comentarei, não em detalhes, porque ela não sabe nada do que Silvain faz, nem conhece sua aberrante forma de ser. Suspiro, vou por aquele chuveiro que pede a gritos meu corpo. E já começo a procurar que roupa vestir para o passeio desta noite. Garantindo que este é apenas um encontro amigável, não pude recusar seu convite. Só porque não é algo sério, mas para se desligar da rotina, não significa que vou vestir qualquer roupa. Eu quero ser bonita, ter uma boa aparência. A caixa de chocolates ainda está na cozinha, fechada e com o laço perfeito sem desfazer. Eu me encorajo a comer um daqueles chocolates caros. Na minha boca, o doce derrete, escapa em uma mordida o delicioso recheio. Ainda não acredito que Silvain tenha enviado isso para mim. ...A noite caiu, como o tecido do meu vesti
- Então é ele que procuras. - ata, Não tenho a intenção de negar já. —Não que me interesse, só não gostaria de encontrá —lo aqui-admito. - É o teu chefe, não o dono da tua vida. Qué o que importa se ele te vê, ou se ele nos vê? Não te preocupes, viemos divertir-te. - Você está certo-suspiro. - Queres um cocktail? - Sim, por favor. Ele chama o barman, dando-lhe a ordem, por sua vez, ele pediu uma vodka com tônico, ele bebe em paz, eu estrago o nariz, eu sei que contém absinto e outras substâncias amargas, por isso não é do meu agrado. De repente, uma fêmea toca o pescoço de Gaspard, tomando-o por surpresa, ao vê-la cumprimenta-a com carinho. - Angela. - Querido, não me disseste que virias, que planos tens esta noite? - a loira descobre, é sutil, sedutora e agora me olha com curiosidade. - Vim com uma amiga, ela é Aryanna-ela me apresenta e sorrio forçosamente. Ela estende a mão fina, eu a Pego. - Prazer, Aryanna, Eu sou a Angela. - não vou acreditar nesse falso sorriso agrad