Mais de meia hora depois, Sergio ligou para Joaquim e disse:— Eles escaparam.A área daquele conjunto de casas era complicada, um verdadeiro labirinto para quem não morava lá e não conhecia o lugar.Quando finalmente localizaram o esconderijo de Antônio e sua cúmplice, o local já estava completamente vazio.Ele enviou dois homens para perseguir os fugitivos, mas não tinha grandes esperanças de sucesso.A chance de encontrar eles era muito baixa.Joaquim ficou em silêncio por um momento antes de responder:— Capturar pessoas é a especialidade do policial Sergio. Deixo isso nas suas mãos.Seria ótimo capturar Antônio, mas se não fosse possível, ao menos deveriam garantir que ele não tivesse paz. Caso contrário, isso só traria problemas para ele e para Melissa.Sergio fez apenas esse breve informe antes de mencionar o motorista da moto elétrica naquela noite:— Aquele homem insiste que foi um acidente, e não temos outras evidências.— Entendido. — Joaquim respondeu e desligou o telefone.
— Você esqueceu que a família Amorim tem um alfaiate parceiro? — Joaquim ergueu as sobrancelhas e comentou.Muitas das roupas que ele usava eram feitas sob medida, então era natural que ele precisasse de um alfaiate. Esse alfaiate era excelente em fazer ternos, mas essa era a primeira vez que trabalhava em um novo modelo de vestido para Melissa, o que lhe deu bastante trabalho.No entanto, o resultado ficou muito bom.Quando chegasse junho e Melissa já tivesse dado à luz, o vestido certamente ficaria maravilhoso nela.Melissa sabia sobre o alfaiate da família Amorim. Nina já havia a mandado várias vezes até a loja para buscar roupas de Joaquim. No entanto, o alfaiate estava sempre muito ocupado e nunca tinha tempo para fazer roupas para Melissa. Dessa vez era realmente uma ocasião especial.Melissa estava ansiosa para ver o resultado final da peça.Joaquim notou que ela estava mais animada, o que o deixou contente, mas não permitiu que ela se levantasse.— Não precisa ter pressa. A
No dia seguinte, Sra. Helena não se levantou como de costume.A tia Raquel achou aquilo um tanto estranho.Com a idade avançada, o sono tendia a ser mais leve. "Normalmente, a essa hora, Sra. Helena já estaria acordada. Por que hoje não havia sinal de movimento?"Um pressentimento ruim tomou conta do coração da tia Raquel, que correu imediatamente para ver como estava a Sra. Helena.Ela a encontrou desacordada, sem conseguir despertar ela de jeito nenhum.Ao olhar mais de perto, viu que o rosto de Sra. Helena tinha uma coloração azulada, sem nenhum sinal de sangue nas faces.A tia Raquel levou um susto enorme, a visão escureceu e ela quase desmaiou.Mordeu a ponta da própria língua com força, tentando se manter lúcida, e saiu correndo para chamar o médico.Leonardo chegou apressado, examinou ela rapidamente, e seu semblante logo se tornou sombrio.— Sra. Helena foi envenenada.Ao ouvir isso, a tia Raquel sentiu outra onda de tontura.Felizmente, Zeca, que estava ao seu lado, a segurou
— Carolina é mesmo boa em culpar os outros injustamente. — Nina lançou um olhar de desdém para Carolina e disse. — Quer dizer que, no dia a dia, você não está sem fazer nada, mas sim ocupada inventando acusações contra os outros? Carolina ficou com o rosto tenso diante das palavras dela, cerrou os dentes e respondeu: — Não precisa falar com esse tom sarcástico, cunhada. O fato é que vocês não cuidaram bem da mãe. Se tivessem feito isso, eu não teria motivo algum para criticar. — Se está preocupada ou tem outra intenção por trás, você mesma sabe muito bem. — Nina bufou e continuou. — Não se esqueça de que nós já dividimos a família há muito tempo. Não adianta ficar com ideias na cabeça. A família Amorim havia dividido os bens muito antes de Hugo falecer. Na época, além da Sra. Helena ter decidido morar com a família de Hugo, ainda foi reservado a ela um valor extra. Fora isso, o restante foi repartido de forma praticamente igual. As ações que eles tinham direito foram entreg
Joaquim foi rápido e segurou firmemente a mão de Nina. — O que você está fazendo? Ficou louca? — Eu, louca?! — Nina estava furiosa, e seu tom perdeu a habitual elegância, ficando afiado e agressivo. — Você tem ideia de como sua avó foi envenenada?! Foi ela! Foi ela que mandou o cachecol! Nina estava realmente indignada. A raiva que sentia não era apenas pelo fato de o cachecol enviado por Melissa conter veneno, mas também pela maneira como Alexandre e a esposa estavam jogando a culpa para cima dela. Todo o rancor acumulado desde o incidente no canal de TV veio à tona de uma vez, e Melissa se tornou o alvo de toda essa fúria. Sem pensar duas vezes, Nina avançou para dar um tapa em Melissa. Mas Melissa, com um semblante confuso, perguntou: — Cachecol? Que cachecol? Ela sequer havia enviado qualquer cachecol para a Sra. Helena. Nina puxou a mão de volta, se livrando do aperto de Joaquim, e soltou uma risada sarcástica: — Você ainda quer fingir? O pacote de ontem dizi
Ao ouvir que o endereço de remessa era de Antônio, Joaquim imediatamente entendeu tudo. Aqueles dois, que fugiram em desespero, ainda tiveram a audácia de cavar uma armadilha para alguém. E o alvo foi a Sra. Helena. — Entendido. — Joaquim desligou o telefone, lançou um olhar ao grupo e disse. — Foi Antônio. Todos ficaram surpresos ao ouvir isso. Sandro, que estava quieto no fundo, teve uma sucessão de mudanças em sua expressão. Se foi realmente Antônio quem fez isso, ele seria cúmplice, não? Ontem, ele se esforçou muito para conseguir passagens de avião para aqueles dois saírem da Cidade R. Se Joaquim soubesse disso... Sandro sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Ele apertou os lábios e decidiu não se envolver mais no assunto. Joaquim não percebeu o comportamento estranho de Sandro. Apenas explicou os acontecimentos com clareza e, em seguida, foi com Melissa procurar o médico para saber mais sobre a condição da Sra. Helena. Leonardo suspirou: — A saúde dela já
Aquele era o bom filho que ela criou! Felizmente, ela não depositava mais sua felicidade em Joaquim. Só de ver ele com a mente completamente voltada para Melissa, Nina sentia um desconforto profundo. — Joaquim, Daniele te mandou alguma notícia? — Nina perguntou de repente. Joaquim parou por um instante e respondeu friamente: — Não. Nina demonstrou uma expressão de preocupação: — Essa menina já está fora há vários dias e nem sequer mandou uma mensagem para casa. Ela não sabia exatamente o que estava acontecendo por lá. Além disso, Daniele estava grávida, o que a tornava ainda mais vulnerável a perigos. E se algo acontecesse... — Ela saiu de casa sem levar nenhum dinheiro. Joaquim, por que você não manda alguém procurar ela? — Sugeriu Nina. Joaquim respondeu com indiferença: — Foi escolha dela. — Joaquim, ela é sua irmã de sangue! — Exclamou Nina. Mas Joaquim permaneceu impassível. Desde o momento em que Daniele fugiu sozinha e pegou um avião, ela deixou de
— O que está acontecendo comigo? A voz da Sra. Helena soava fraca e indistinta. Joaquim e Nina trocaram um olhar, sem saber como explicar a situação para a Sra. Helena. E se ela se emocionasse demais e isso afetasse sua recuperação? Não seria nada bom. Melissa segurou a mão da Sra. Helena e disse: — Vovó, não se preocupe. O médico disse que a senhora só pegou um resfriado e teve febre. Quando a febre passar hoje à noite, a senhora estará bem. Embora a Sra. Helena estivesse intrigada sobre como havia pegado um resfriado, acabou aceitando a explicação ao lembrar da estação do ano. — Estou ficando velha... Um simples resfriado já me faz parar no hospital. Melissa sorriu e respondeu: — De jeito nenhum! É que esse resfriado foi insistente demais. Mas, quando a senhora melhorar desta vez, é só começar a fazer exercícios. Depois disso, nenhuma doença vai se atrever a chegar perto da senhora. A Sra. Helena, tocada pelas palavras, deu um leve sorriso, e seu rosto pareceu gan