GeovanaSem mais nada pra fazer dentro daquela sala, voltamos para a boate e eu bebi mais algumas daquelas bebidas coloridas. Provei uma muito parecida com caipirinha e a bebida azul que Adrian havia tomado antes. Ele só tomou mais uma da azul, disse que era a única que gostava um pouco. Eu confesso que amei todas, não sabia dizer qual era melhor, o pior disso tudo é enfrentar as consequências: fui levada para o quarto praticamente carregada e acordei com uma baita dor de cabeça.— Tomei a liberdade de pedir um remédio pra você - escuto a voz de Adrian, mas mal consigo abrir o olho.— Estão fazendo obra dentro do meu cérebro, a britadeira não para - comento e ele ri.— Também pedi uma bolsa de gelo e café forte com bastante açúcar.— Obrigada, Adrian, mas como você pediu?— Eu disse que era seu acompanhante.— Mas eu não dei o nome de mais ninguém na entrada, só o meu, eles estão achando que estou sozinha.— Você pode ter conhecido um cara muito legal no navio que agora divide sua cab
AdrianPrecisei esperar todos saírem do navio, o que me ajudou bastante foi que o povo estava tão afoito para conhecer o Uruguai e esvaziaram o navio rapidamente. Com o navio vazio e as portas já sem fiscalização, ou quase, decido colocar o óculos escuros da Geovana, que acabei guardando em minhas coisas, e saio tranquilamente como se não devesse nada a ninguém, e não devo, mas não posso arriscar que me descubram. Antes de sair passei na sala da diretoria e testei as senhas, porém nenhum delas entrou.Havia um segurança na saída do navio, mas ele olhava em seu celular e nem me notou passando rapidamente.Ao deixar o navio, o sinal do celular é reestabelecido e vejo que ela já me mandou mensagem. Conheço o restaurante na qual ela escolheu, é um bem próximo, de fácil acesso e não é um bom lugar para conversarmos sobre a nossa missão dentro do navio.Enquanto caminho para o restaurante, vou pensando no que fazer agora. Parece que cheguei em um beco sem saída. Naquele lixo não tinha nenhu
Geovana Meu estômago se apertou ainda mais quando vi a mulher que me seguiu entrar no banheiro logo atrás de mim, mas tentei não demonstrar meu sentimento. Entrei logo em uma cabine, porém, quando saí ela me aguardava do lado de fora e me puxou pelo braço, sem me dar tempo para qualquer reação. Pelo menos xixi na calça eu não faria, pois havia acabado de esvaziar a bexiga. Sou arrastada para fora do banheiro e não há ninguém a quem possa pedir socorro. Iria gritar quando senti algo empurrar a minha cabeça. — Se abrir a boca te mato aqui mesmo - Ela fala em português, me mostrando que não era uma assaltante ou uma louca aqui do Uruguai. Se eu gritasse, poderia morrer; se eu não gritasse, sabe-se lá qual seria a intenção daquela mulher. Ela me empurrou e eu quase caí, dando longos passos para frente. Deixamos o restaurante rapidamente e logo estávamos em um beco nos fundos do restaurante, cheio de caixas e sacos de lixo. Ela segura os meus cabelos e praticamente me arrasta pelo be
AdrianRetorno para o navio com a Geovana calada, o rosto ralado e os dedos espremidos entre os meus. Me sinto mal por vê-la assim. A mulher ganhou um passeio no cruzeiro para se divertir e não para ser perseguida e ameaçada.Enquanto caminhava, pensei no que valeria mais a pena: curtir esses dias com Geovana ou continuar a investigação e colocar a vida da garota em risco.Cheguei a conclusão de que não estou disposto a arriscar sua vida, eu me meti nisso sozinho e vou me virar do mesmo modo.A arma que aquela mulher usou para ameaçar Geovana está presa no cós da minha calça e seu peso me incomoda mais que o silêncio em que estamos.— Você está bem?Ela balança a cabeça concordando, mas permanece em silêncio. Isso me incomoda, mas a rua não é lugar para esse tipo de conversa.Chegamos no quarto ainda em silêncio. O navio estava vazio, as pessoas ficariam na rua até tarde da noite, enquanto encontrasse o que mais Montevidéu tivesse a oferecer.Tranco a porta logo que a fechamos, Geovan
GeovanaNavio vazio era sinônimo de liberdade para nós dois. É claro que os funcionários do navio não haviam saído e estavam todos lá, e isso significava duas coisas, uma muito boa e uma nem tanto: a muito boa é que teríamos o que quiséssemos para comer, é claro que estariam nos xingando por trás de todo aquele sorriso falso; e a nem tanto, é que Adrian ainda poderia ser reconhecido por algum funcionário, se bem que na altura dos acontecimentos, não sei o quanto isso pode ser importante.Então pedi petiscos e bebidas no meu quarto, e quando o funcionário do navio veio trazer para mim, Adrian se escondeu no banheiro como sempre.— Pode vir, Adrian. - Ele sai do banheiro sorridente.— Hum... delícia - responde se sentando ao me lado na cama e pegando alguns petiscos, levando-os à boca.O plano era seguir para a piscina e lá ficarmos até quando enjoarmos da água fria. Ao fim dos petiscos, peguei minhas coisas e partimos para o nosso plano da noite.A piscina a noite era linda, toda ilumi
AdrianMais um dia passou e eu só consigo pensar que naquele computador deve ter alguma coisa. Passei bastante tempo sozinho no quarto enquanto Geovana tentava se distrair pelo navio. E nesse tempo, eu não parei de pensar que não posso sair desse lugar sem nenhuma prova.Estava determinado a conseguir algo, mas faria como o combinado, mas depois da parada na Argentina, eu recomeçaria a investigação.— Adrian! - Ouço meu nome ser chamado e já sei quem me chama. Com um sorriso estampado em meu rosto, me viro e vejo a mulher mais linda do mundo bem na minha frente. - Aconteceu alguma coisa? - Ela se aproxima lentamente.Desencosto da grade do navio onde estava apoiado e observando as águas escuras do mar noturno, e abro os braços para que ela se encaixe em meu abraço.— Não é nada, só estava pensativo. - Ela se encaixa em meu corpo, apoiando a cabeça em meu peito.— Às vezes eu fico pensando também - sussurra ela - Penso que quando isso aqui acabar será como um sonho, desses que quando a
Geovana A noite passada foi maravilhosa, mas um dia espetacular estava a minha espera e eu ainda não tinha noção disso. No início da tarde, o navio ancorou em Buenos Aires. A brisa me atingiu assim que saí do navio, na verdade há alguns dias já estava sentindo o clima bem mais ameno. Adrian pediu que eu levasse o que costumava levar para a praia em minha bolsa e foi isso que fiz. Se bem que não me imaginava dando um mergulho naquele clima que, para mim, estava com cara de inverno. Combinamos de nos encontrar do lado de fora em algum restaurante ou barzinho. Tinha uma praia bem próxima, pelo o que ouvi os outros falarem, mas ele pediu que não seguisse os outros turistas e procurasse um dos lugares sugeridos. Como da última vez, nos comunicamos por telefone e nos encontramos. — Então, minha paçoquinha, preparada? - Ele surgiu com um lindo sorriso no rosto e usando uma bermuda. — Falando dessa forma, eu começo a me preocupar. Preparada para quê? - Sorrio desconfiada. — Para conhecer
AdrianAgora estamos fazendo o percurso de volta para o Brasil. Tivemos dias agradáveis, dias de descanso, agora a minha missão volta com tudo. Se o diretor voltou para o navio, não vi nem ouvi comentários.— Vamos começar por onde? - Geovana pergunta empolgada.— Geo... - Me aproximo dela e me sento ao seu lado na cama. Seguro em suas mãos macias e as levo à boca para deixar um beijo delicado - Acho melhor eu fazer isso sozinho.— Mas, por quê? - Arregala os olhos lindos na minha direção.— Porque é perigoso, meu amor. Você viu o que aconteceu naquele dia com você.— Mas você mesmo disse que aqui dentro estamos seguros!— Sim, minha paçoquinha, aqui dentro estamos seguros, mas lá fora não. Terá que sair sozinha daqui e esse é todo o tempo que precisam para fazer algo contra você.— Ah, não! Eu quero ajudar.— Você já me ajudou, Geovana. Tornou meus dias aqui como uma verdadeira férias. Sabe há quanto tempo não tiro férias?— Não - respondeu fazendo biquinho.— Nunca tirei férias, tiv