Estávamos sentados na varanda da casa, finalzinho de tarde, trazendo uma brisa suave que acariciava nossos rostos. Olhei para Jonas, seu rosto iluminado pelos últimos raios de sol.— O que você acha de anteciparmos o casamento? — perguntei, quebrando o silêncio confortável.Ele levantou as sobrancelhas, surpreso. — Você está falando sério, Luana?— Completamente. — sorri, sentindo meu coração bater mais rápido. — Estamos prontos. Por que esperar?Jonas segurou minha mão, seus olhos fixos nos meus. — Eu também acho que estamos prontos. Vamos fazer isso.Decidimos ali mesmo que nos casaríamos na fazenda, no civil, com uma grande festa para celebrar nosso amor. A partir desse momento, a preparação foi frenética. A comunidade inteira se envolveu, cada um contribuindo com algo. A fazenda parecia um formigueiro de tanta atividade.No dia do casamento, acordei com o nascer do sol. A sensação de ansiedade misturada com excitação não me deixou dormir mais. Fui até a janela e observei a paisa
Jonas OliveiraA brisa do mar tocava nosso rosto com suavidade, carregando o cheiro salgado e fresco da praia. Caminhávamos de mãos dadas pela areia fina, sentindo a textura suave sob nossos pés descalços. O céu estava pintado de cores quentes, em tons de laranja e rosa, enquanto o sol se preparava para se esconder no horizonte. Cada detalhe daquele lugar parecia mágico, perfeito para nossa lua de mel.— Essa paisagem é incrível, Jonas. — Luana disse, com um sorriso radiante no rosto.— Não é? — respondi, apertando sua mão. — Eu queria que nossa lua de mel fosse inesquecível.Nosso bangalô à beira-mar era um refúgio de paz e privacidade. Ao chegarmos, Luana soltou minha mão e correu para a varanda, admirando a vista deslumbrante do oceano. Segui-a, sentindo o coração bater mais forte ao vê-la tão feliz.— Veja só, Jonas! — ela exclamou, apontando para o mar. — É lindo demais!Sorri, aproximando-me dela. Coloquei as mãos em sua cintura e puxei-a delicadamente para mais perto. Como eu e
A lua de mel foi um sonho. A praia, o sol, o mar... parecia que tudo estava perfeito. Mas ao retornar para a fazenda, uma nuvem escura de fumaça no horizonte já sinalizava que algo estava terrivelmente errado.Assim que o carro se aproximou, meu coração disparou. Aquele cheiro inconfundível de madeira queimando invadiu meus sentidos, e a visão das chamas se erguendo acima dos campos me deixou sem fôlego.— Luana, é fogo! A fazenda está pegando fogo! — gritei, já sentindo o desespero se instalar em meu peito.Ela olhou para mim com os olhos arregalados, mas não havia tempo para hesitações. Corri para fora do carro, e ela me seguiu de perto. A cena era caótica. Funcionários corriam de um lado para o outro, tentando conter o incêndio com baldes de água e mangueiras.— Jonas, precisamos de mais ajuda! — gritou Carlos, um dos trabalhadores mais antigos e de minha confiança. Ele estava suado, com a face manchada de fuligem, mas determinado.— Vamos, pessoal! Todos juntos! Precisamos salvar
Luana DutraA cada dia que passava, eu sentia que a fazenda recuperava um pouco mais da sua antiga vida. As marcas do incêndio, embora ainda presentes em nossas memórias, já não dominavam tanto o cenário ao nosso redor. As plantações estavam verdinhas novamente, e os animais pareciam mais tranquilos. Foi um período duro, mas todos nós nos empenhamos muito para reconstruir o que foi destruído.— Jonas, você está vendo isso? — perguntei, apontando para o horizonte onde o sol começava a se pôr, pintando o céu de laranja e rosa. — É como se a fazenda tivesse renascido das cinzas.Jonas sorriu, aquele sorriso que me aquecia o coração.— Estou vendo, Luana. A gente conseguiu. Foi difícil, mas conseguimos. — ele passou o braço em volta dos meus ombros, me puxando para mais perto. — E tudo isso só foi possível porque tivemos um ao outro.O cansaço dos últimos dias estava começando a se dissipar, dando lugar a uma sensação de realização. Cada pedaço da fazenda reconstruído era um testemunho da
O sol se levantava preguiçosamente sobre a fazenda, espalhando uma luz dourada que refletia nas folhas ainda úmidas do orvalho da manhã. Caminhei pelo pátio, sentindo o cheiro fresco da terra e o murmúrio das árvores ao vento. A fazenda tinha uma nova energia, uma vibração de prosperidade e crescimento que me fazia sorrir involuntariamente.Jonas estava perto do celeiro, conversando com alguns dos trabalhadores. Ele gesticulava com entusiasmo, e a equipe parecia animada. Aproximando-me, ouvi parte da conversa.— Precisamos verificar a irrigação do novo campo de milho. — disse ele. — Se tudo estiver em ordem, começamos o plantio na próxima semana.— Está tudo sob controle, Jonas. — respondeu Pedro, um dos nossos trabalhadores mais antigos. — A colheita será boa este ano.Jonas assentiu, satisfeito. Quando ele me viu, seu rosto se iluminou.— Bom dia, Luana. — ele disse, aproximando-se para um rápido beijo. — Dormiu bem?— Muito bem, e você? — perguntei, sorrindo de volta.— Também. Ach
Eu cavalgava pela fazenda, sentindo a brisa suave no rosto e o cheiro fresco da terra molhada após a chuva. Meu cavalo, um belo alazão chamado Sol, trotava com um ritmo constante, e eu me sentia em paz, como se nada pudesse perturbar aquele momento de tranquilidade.De repente, um som ensurdecedor quebrou o silêncio. Um tiro. O estalo seco ecoou pelos campos, e Sol se assustou, levantando as patas dianteiras e relinchando de pavor. Tentei segurá-lo, mas ele estava fora de controle. Antes que pudesse reagir, fui lançada ao ar, o mundo girando ao meu redor em um borrão de cores e sons.A queda foi brutal. Senti o impacto na cabeça e tudo escureceu.Quando abri os olhos, a luz branca e fria do hospital me cegou momentaneamente. Pisquei algumas vezes, tentando ajustar minha visão. A dor latejava em minha cabeça, e senti meu corpo pesado, como se estivesse preso à cama.— Luana, graças a Deus você acordou! — a voz de Jonas veio ao meu lado, rouca e trêmula. Virei a cabeça lentamente e o vi
Jonas OliveiraA tarde estava serena na fazenda. A brisa suave trazia o cheiro das flores-do-campo, e o sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados. Eu e Luana estávamos sentados na varanda, observando a paisagem. — Sabe, Luana — comecei, com um sorriso brincalhão nos lábios —, você já pensou em como vai ser quando tivermos filhos?Ela me olhou surpresa, mas logo sorriu de volta, deixando escapar um leve riso.— Já está pensando nisso, Jonas? — É sempre bom planejar o futuro. — repliquei, pegando sua mão. — Eu imagino a gente correndo atrás dos nossos pequenos por aqui. Talvez um garoto e uma garota. O que acha?Ela riu mais alto, o som doce e contagiante.— Eu acho que você está se adiantando, mas não posso negar que a ideia é interessante. Como você imagina eles?Fechei os olhos por um instante, visualizando a cena.— Bom, nosso filho vai ser forte e destemido, igual a você. E nossa filha, inteligente e determinada, como a mãe dela. Eles vão crescer correndo pelos ca
Luana DutraIr à cidade era sempre uma pausa bem-vinda da rotina da fazenda. Eu e Raquel, uma das trabalhadoras, tínhamos várias coisas para comprar. A lista era longa, mas o clima leve e as conversas descontraídas faziam o tempo passar rápido.Andávamos pelo mercado, verificando preços e escolhendo os melhores produtos. O dia estava ensolarado, e a cidade parecia especialmente vibrante. Eu me senti relaxada, quase esquecendo das preocupações que deixara na fazenda.De repente, senti um puxão forte e algo gelado encostando na minha cabeça. Meu corpo ficou tenso, e a adrenalina disparou.— Não se mexa, Luana. — disse uma voz familiar e aterrorizante. Era Mariana.— Mariana? O que você está fazendo? — perguntei, tentando manter a calma, apesar do pânico que sentia.— Cala a boca! Você arruinou minha vida! — ela gritou, a voz trêmula de raiva. Senti a arma pressionando ainda mais contra minha cabeça. A situação era surreal, como se eu estivesse presa em um pesadelo.— Mariana, por favor,