O homem sentado no escuro, têm sua aparência refletida apenas quando os trovões e relâmpagos lá fora invadem o quarto atravessando a cortina da janela aberta, ele fica imóvel observando Kaira que parece estar em transe, ela não consegue manter os seus olhos por muito tempo abertos, mas cada vez que ela enxerga aquela silhueta a observando como um predador na imensidão escura daquele quarto o seu corpo se arrepia e o medo a domina, as lágrimas escorrem dos seus olhos, enquanto ela luta para tentar se mover, mas seu corpo não obedece. Sua respiração acelera quando ela enxerga o homem levantar-se e a cada passo que ele dá, os trovões e relâmpagos lá fora, deixam aquele momento mais assustador. Ele para na ponta da cama, a observando de cima, quando a claridade atinge o seu rosto, ela fica com medo do sorriso assustador que ele sustenta nos lábios.
– Enfim, achei você! – Ao ouvir aquelas palavras Kaira tenta manter o seu olhar na figura parada na sua frente aproveitando os pequenos flashes de luz, ela se encolhe quando sente a mão dele atingir a sua cintura.– Por fa-vor. – Diz ela pausadamente.– Por favor, o quê? – Questiona o homem devorando-a com o olhar. – Você agora pede por favor? – Ela gela ao sentir a pressão do corpo dele sobre o dela. – Implora para eu não tocar você, então me dê um motivo para eu não fazer. – Ele aproxima o seu rosto do dela, ela encara aqueles olhos negros como a noite e seu corpo treme com a tensão daquele momento, ela quer gritar, mas parece que está com um nó na garganta e nada que ela diz se faz audível. – Eu sabia que te encontraria. – Ele cheira o pescoço dela e dá um beijo próximo dos seus lábios, fazendo ela virar o rosto.– Não faça isso, por favor. – A voz dela é fraca, ela soluçava sem parar, enquanto seu corpo continua tremendo com o medo presente.– Você agora é minha, para sempre minha e quando terminarmos será o dia da sua morte. Lembre-se dessas palavras, pois é tudo que você ganhará. – Ele rasga o vestido dela de forma violenta, ele encara o olhar assustado daquela mulher e naquele momento por mais que ele queira traumatizá-la tocando seu corpo sem delicadeza, ele não tem certeza se quer fazer aquilo, ele repara que ela está lutando para manter-se acordada, então percebe que ela está drogada, ele por um momento fica com pena dela e quando se dá conta do seu sentimento, ele dá um tapa na cama ao lado dela, fazendo-a se contrair mais um pouco, ele levanta-se e resmunga para si. – Ela merece, ela merece, tudo que você fizer, ainda será pouco. – Mais uma vez ele se debruça sobre ela, mas aquele olhar perdido, cheio de lágrimas implorando por misericórdia o impedem de tocá-la. – Droga! – Resmunga ele. – Você me decepciona, você é um fraco, como não consegue fazer isso? – Diz ele para si enquanto a observa. – Você irá para casa do seu marido amanhã. – Diz ele se aproximando novamente. – Nunca mais na vida você terá felicidade, você sofrerá diariamente, sem ter como fugir. – Ele a observa novamente e sai do quarto batendo a porta, ele vai até à garagem do hotel o seu motorista abre a porta do carro. – Você ficará como o segurança dela, se algo acontecer você estará morto. Peça a alguém para comprar um vestido para ela e pela manhã leve-a para a mansão. – Ele estende a mão e o motorista entrega a chave do carro, sem soltar uma palavra, o homem entra no carro e sai do estacionamento acelerando tentando controlar a sua frustração.Kaira tenta se movimentar, mas não consegue, ela chora até suas lágrimas secarem e lentamente sente o seu corpo parar de tremer, ela suspira aliviada por aqueles momentos tensos terem chegado ao fim. Ela adormece na posição que ele a deixou, com o vestido rasgado e ainda calçando o seu salto alto. Na manhã seguinte, ela acorda sentindo a sua boca seca e seus olhos pesados, ela faz um enorme esforço até conseguir os abrir, antes de se mexer ela observa todo o ambiente na sua volta e percebe que não está no seu quarto, ela senta-se rapidamente na cama sentindo sua cabeça rodar e doer como se estivesse com uma baita ressaca, ela continua com seu raciocínio lento e aos poucos ela vai assimilando as coisas, quando ela observa que está seminua com seu vestido rasgado, ela se assusta.– Nãooooo, isso não. – Mesmo gritando, a sua voz é tão baixa que ninguém a escutaria se ela gritasse por socorro, ela passa a mão no seu corpo assustada, sem ter certeza se foi ou não abusada, pois seu corpo parece estar anestesiado naquele momento, e ela não sente nada, seu choro agoniante invade o ambiente, enquanto ela se esforça para sair da cama, logo que consegue ficar de pé, ela cai no chão no primeiro passo que dá. – Por favor meu Deus, por favor. – Implora ela com seu rosto colado ao chão. – O que aconteceu? Onde eu estou? – Questiona-se chorando. – Ela tira os saltos e novamente se esforça para levantar, ela usa os móveis do quarto para se apoiar e caminha pelo quarto, ela abre uma porta que é o banheiro, ela vai usando a parede até chegar no chuveiro, ela deixa a água gelada escorrer pelo seu corpo, enquanto se esfrega, ela deseja que ninguém tenha a tocado, suas lágrimas se misturam com a água que cai do chuveiro e ela reza baixinho. Quando ela consegue sustentar seu corpo, sem precisar se apoiar, ela sai do banho e se enrola num roupão, seu coração acelera ao sair do quarto e avistar o homem de terno parado em frente a porta. – Ai meu Deus. – Diz ela levanta a mão ao peito, sentindo as batidas fortes do seu coração. – Quem é você?– Sra. Keller, me desculpa por te assustar. – Ela encosta-se na parede tentando assimilar o que ouviu.– Senhor, você errou de quarto, por favor, saia. – Ela pede com a voz trêmula.– Seu marido pediu para entregar isso a você, te espero ali fora, para te levar até a sua nova casa. – Diz ele deixando o vestido sobre a cama, ela observa todo o quarto tentando achar um telefone, sem sucesso, pois foi retirado antes da sua chegada, ela desliza o seu corpo na parede e coloca a cabeça entre suas pernas tentando se acalmar.– Por favor Deus, me ajuda a sair daqui, me mostra uma luz ao fim do túnel, não me abandone. – Ela Implora em lágrimas, sem ter lembranças da noite passada. – O que eu fiz? Mamãe, se a senhora está me ouvindo, me ajuda, não me deixa desamparada. – Ela escuta as batidas na porta.– Por favor senhora, não demore, ele não gosta de esperar. – Diz o homem que está aguardando lá fora.– Eu não vou fazer isso, eu não vou sair para nenhum lugar com você. – Grita ela desesperada.– Senhora, não dificulte, eu tenho ordens para levá-la a força, seja boazinha e me ajude com isso.– Pensa Kaira, pensa. – Ela suspira e se veste, saindo do quarto com seu salto na mão.– Senhora, coloque os seus sapatos, por favor.– Não, ele está me machucando. – Diz ela caminhando na frente dele, ele a segura pelo braço.– Me desculpa, mas ande perto de mim. – Ele a guia até a garagem, que já tem um carro estacionado os esperando, quando ele abre a porta de trás para ela, Kaira aproveita e b**e o salto na mão dele e sai correndo dali, tentando se salvar. – Que droga. – Resmunga ele removendo o salto que ficou preso em sua pele, ele fecha os olhos ao puxar e em seguida pressiona o sangue e vai atrás dela.Kaira corre sem direção, quando ela alcança a rua, ela encontra um rosto familiar e sorri aliviada abraçando-o.– Graças a Deus! Me ajuda papai. – Pede ela desesperada e, ao mesmo tempo, aliviada.Kaira está aliviada por ver o seu pai, ela treme em seu peito, enquanto chora por tudo que está acontecendo, sem saber que ele a entregou aquele homem que todos chamam de Fera, todos o temem, mesmo tendo seu corpo frágil, pois seu dinheiro supre todas as suas necessidades, ele sempre tem o que quer e pune quem ousa o desafiar.– Você está aí! – Diz o homem se aproximando com a mão sangrando. – Venha comigo, você vai me arrumar um problema. – Diz ele ríspido.– Fique longe de mim. – Grita ela abraçada ao seu pai, atraindo atenção dos pedestres. – Papai, me leve para casa.– Filhinha, fique calma. Você tem que ir com esse homem, ele é o motorista do teu marido. – Quando Caio termina de falar, o corpo de Kaira fica mole e ela vai perdendo o sentido, tentando se convencer que não ouviu aquilo. – Kaira! – Diz ele assustado pegando-a no colo.– Sr. Zimmermann, pode me entregar ela, eu vou levá-la para mansão, o Sr. Keller deve estar muito estressado, ele não gosta de atrasos e sua filha cau
Kaira sente-se intimidada com aquele homem parado na sua frente, mesmo que ele esteja sendo gentil, ela suspira e rapidamente puxa sua mão que ele segura.– Você parece desconfortável Sra. Keller, algum problema? – Questiona o homem sem tirar o olhar dela.– Você pode parar de me chamar de Sra. Keller, eu sou Kaira Zimmermann, eu não sou casada, eu não aceitaria algo assim! – Diz ela num tom firme, escondendo o seu medo. O homem olha para a governanta que entende o que ele quer e vai até o escritório.– Sr. Jasper, obrigado por trazê-la, eu cuido de tudo, você já pode ir. – Diz ele dispensando o motorista. – Permita-me apresentar-me, eu me chamo Levi Schneider, sou advogado do seu marido, cuido de todos os negócios dele e o ajudo na sua vida particular. – Quando ela vai abrir a boca, ela observa a mulher entregar um envelope a ele, Levi a observa e em silêncio, abre o envelope retirando o documento de dentro. – Corrija-me se eu estiver errado, essa não é sua assinatura? Você estava co
Levi segue pressionando seu corpo sobre o de Kaira, enquanto ela a encara com um olhar curioso, esperando uma resposta.– Era eu o quê? – Questiona ele se fazendo de desentendido, ela deixa as lágrimas escorrerem com um misto de sentimentos.– Como você teve coragem? Você não sabe o que fez. Que tipo de homem é você? – Diz ela fechando seus olhos em negação. – Por que fez isso comigo?– Do que você está falando? – Ele segue se fazendo de desentendido, quanto mais ela sofrer, mais satisfeito ele ficará.– Vo-cê, você me estuprou. – A voz dela sai baixinho, cheia de dor e tristeza. – Você é louca? – Questiona ele num tom ríspido se mostrando ofendido.– Você é um monstro, um monstro, você me estuprou, seu nojento, saia de cima de mim, estuprador. – Grita ela desesperada chorando, ele coloca a mão na boca dela para que ela pare de gritar, com raiva ela morde a mão dele o empurra e sai do quarto correndo.– Porra! – Diz ele passando a mão na marca da mordida que ela deixou em sua mão, el
Kaira entra na sala descalça com a cabeça baixa, escondendo seu desânimo.– Sra. Keller! – Diz Levi observando-a, ela suspira e levanta a cabeça ficando sem jeito ao avistar o homem que a observa e feliz em ver a mulher. – Esse é Adolph Karps advogado do Sr. Keller e Briana Moore, a melhor estilista dessa cidade, segundo Adolph. – Kaira sorri, pois ela já conhece Briana, ela se aproxima e abraça-a.– Que bom ver você, eu não sabia que você tinha sido a escolhida. – Diz Briana ao abraçar a amiga.– Muito menos eu, simplesmente me trouxeram para cá e ainda nem conheci o meu adorável marido, ele é um otário que não sai do quarto para me encarar. – Levi e Adolph trocam olhares com a fala dela. – O que você faz aqui?– Eu vim pegar tuas medidas, Sra. Keller. – Responde ela o mais formal possível.– Por qual motivo?– Seu marido otário, quer que você seja uma mulher bem vestida, você não trouxe nada e duvido muito que tivesse algo a altura. – Diz Levi encarando-a. – Adolph vamos até o escri
Levi para em frente a porta dela e dessa vez ele decide bater na porta.– Sra. Doertz, me deixe em paz, diga aquele homem que eu não vou descer! – Diz ela colocando seu rosto entre os travesseiros.– Sra. Keller, eu posso entrar? – Diz ele encostado na porta, ela senta-se na cama.– Não, eu quero ficar sozinha.– Não me obrigue a ser rude com você, permita-me entrar. – Ela fica em silêncio e ele tenta abrir a porta, mas dessa vez ela trancou. – Sra. Keller, abra a droga da porta, um chute e eu derrubo essa merda, então abra agora. – Ela suspira, caminha até a porta e a abre, ficando na frente não permitindo a entrada dele.– O que você quer? – Questiona ela cruzando os braços.– Você está me chateando, qual é a sua hein?– Vá conversar com o seu chefe, diga a ele que a esposa dele está te chateando, o que é algo que o senhor advogado de ego gigante, não pode aceitar. – Responde ela tentando fechar a porta, mas ele coloca o pé. – Droga, me deixa em paz. – Diz ela se afastando da porta.
Na manhã seguinte, quando Kaira acorda já passavam das 10h da manhã, ela fica um pouco na cama se perguntando como chegou até ali, afinal sua última lembrança da noite passada é ela sentada na frente da porta do quarto de seu marido. Ela levanta-se e vai até o banheiro fazer sua higiene pessoal e quando sai do quarto fica surpresa com todas as coisas em frente a sua porta, tem diversas araras de roupas, sapatos, acessórios e joias, ela começa a mexer nas roupas procurando o celular que sua amiga disse que mandaria.– Sra. Keller, bom dia. – Diz Anabela se aproximando.– Sra. Doertz, bom dia.– A senhora não precisa se preocupar, eu vou arrumar todas essas coisas do seu closet.– Não se incomode eu mesma faço. – Responde ela sem pensar.– De maneira nenhuma, o Sr. Keller me mata se eu permitir.– Para isso ele tem que sair do quarto, o que já ficou claro que ele não pretende fazer tão cedo. Ele não é capaz nem de abrir a boca para mandar eu parar de bater na porta dele.– Sra. Keller,
Na mansão, Kaira observou os funcionários trabalhando fazendo as mudanças que ela ordenou, mesmo que o ambiente ainda pareça sem vida, devido aos móveis escuros, ela fica satisfeita em ver a claridade entrar no ambiente.– Sra. Doertz, onde fica o escritório? – Questiona ela, a governanta fica desconfortável, pois sabe que Levi não gosta que entrem lá sem sua autorização, mas leva Kaira até o local.– É aqui senhora. – Diz ela parando em frente a uma enorme porta dupla.– Muito obrigada, você já pode se retirar, eu te chamo se precisar. – Diz ela abrindo as portas, o escritório é enorme e bem iluminado diferente do restante da casa, ela avista o notebook em cima da mesa e caminha até ele desejando que não tenha senha. – Que maravilha. – Diz ela ao perceber que não tem senha, aquele notebook não tem um arquivo sequer salvo nele, como se fosse um equipamento novo, ela não liga e se conecta em suas contas sem perder tempo, ela manda uma mensagem para sua amiga Lucy.“ Lucy, você está por
Kaira não consegue controlar sua respiração acelerada sobre o olhar intimidador de Levi, ele a pega no colo e coloca-a na mesa, mantendo o olhar dela, na mesma altura que o seu, deixando ela presa entre seus braços, apoiando suas mãos na mesa.– O que você pensa que está fazendo? Acha mesmo que pode entrar aqui, nesse escritório, mexer no que não é teu e ainda usar para enganar o seu marido? – Questiona ele num tom calmo, diferente do seu olhar, ela tenta sair e ele pressiona o corpo dela, fazendo ela ficar sentada ali. – Você não vai a lugar nenhum.– Você quer me largar, quem você pensa que é? – Questiona ela, controlando seu medo, tentando se afastar.– Então você quer os toques e os beijos de outro homem? Tudo bem, eu posso providenciar isso a você. – Diz ele tocando levemente a coxa esquerda dela. – Vejo que você gostou dessa roupa, por que continua com ela? – Diz ele subindo levemente sua mão, ela agarra a mãe dele o impedindo. – Não senhora, foi você que pediu. – Diz ele agarra