Sílvia manteve sua expressão inalterada, sem responder a Juliana. Ela olhou para Marcos e perguntou: - Quando vamos sair?Juliana tinha vindo viajar com Marcos.Em assuntos de trabalho, ele não a levava, mas em seu tempo livre, gostava de acompanhá-la.Marcos a mimava, disposto a passar tempo com ela. Sílvia, que trabalhava para alguém, não tinha posição para dizer nada. Seu trabalho era fazer bem o seu próprio.Juliana queria almoçar perto da área turística, e Marcos a acompanhou. Sílvia foi dirigir. Assim que entraram no carro, Juliana se aninhou nos braços de Marcos, reclamando com voz suave que ele tinha saído de manhã sem levá-la. Marcos a acalmou com um tom tranquilo: - Você merece dormir um pouco mais nas férias.Embora seu tom não fosse exatamente terno, era cuidadoso.Sílvia se concentrava em dirigir, mas, como não havia divisória no carro, ainda podia ouvir Juliana fazendo manha. Quando chegaram ao local do almoço, o estacionamento estava longe do restaurante, já que
Sílvia acabara de desenvolver uma pequena alergia, com erupções cutâneas no queixo. Era uma excelente desculpa para pedir folga a Marcos, se limitando a sair apenas para o trabalho essencial. Quando seu queixo melhorou, Juliana já estava de partida para a Cidade J, pois não dispunha de muitos dias de folga para permanecer.Sílvia se surpreendeu, pois imaginava que Marcos a acompanharia de volta, mas ele não foi. Juliana, visivelmente preocupada em deixar Sílvia e Marcos a sós, conversou longamente com Marcos antes de partir e, em seguida, disse a Sílvia: - Sílvia, agradeço por ficar aqui. Conhecendo o temperamento de Marcos, peço que cuide dele por mim.Embora essas palavras parecessem uma mera cortesia, na verdade, eram um alerta para que Sílvia mantivesse distância de Marcos.Após se despedir de Juliana, Sílvia acompanhou Marcos a um encontro com um cliente. Marcos dirigia, enquanto Sílvia revisava alguns documentos, mantendo o ambiente silencioso no carro. O toque repentino do
- Claro. - Marcos, com os olhos abaixados em reflexão, concordou alegremente após um momento.Nina sorriu, erguendo sua taça de vinho e disse casualmente:- Eu e sua mãe brincávamos sobre casar você com Larissa.Sílvia observava-os trocando brindes.As palavras de Nina eram todas sobre sua relação com Isabel, evitando qualquer menção aos negócios da empresa.Não se sabia quando Marcos voltaria.Se ele fosse, as coisas com Nina poderiam ficar ainda mais complicadas.Perdida em seus pensamentos, Sílvia não percebeu que a conversa de Marcos já havia terminado.Ele jogou seu casaco com cheiro de cedro sobre ela, e sua voz fria e profunda a trouxe de volta à realidade:- Vá se despedir da Presidente Nina.Sílvia, segurando o casaco dele, estava prestes a seguir Nina para fora, quando Nina se virou para impedi-la:- Não se incomode. - Depois de dizer isso, ela olhou para Marcos. - Mas por favor, cuide de Larissa nos próximos dias. Ela acabou de se formar e ainda tem muito o que aprender.Mar
O silêncio dominava o carro enquanto Sílvia esperava a resposta de Marcos.Se Marcos optasse por dirigir, significaria que ela teria de retornar sozinha ao hotel.Percebendo a hesitação dele, Larissa sorriu e sugeriu:- Se não quiser dirigir, eu posso fazer isso.Neste momento, Marcos já não tinha como recusar.Ele olhou para Sílvia, que exibia uma expressão serena:- Não tem problema, eu consigo voltar sozinha.Ele falou em tom baixo, e Sílvia, pegando sua bolsa, desceu do carro.O sol intenso de Cidade C tornava o ar livre desconfortável em um dia tão claro.Ela pensou em pegar um táxi, mas teria de caminhar um pouco para deixar o parque.Sílvia tentou chamar um carro pelo celular, mas não teve sucesso.Sem alternativas, começou a caminhar sob o sol escaldante.A meio caminho, Henrique a contactou, ainda interessado em apresentá-la a um amigo.Sílvia respondeu:- Ainda estou em Cidade C, talvez agora não seja a melhor hora.- Sem problema, Enrico Santana também está aqui. Ele acaba d
Larissa se sentou muito próxima. O perfume dela se espalhou até alcançar o nariz de Marcos. Ela tocou levemente o joelho dele com o seu, dizendo suavemente: - Minhas habilidades sexuais não são inferiores às da sua secretária.Marcos olhou para ela com olhos escuros e inexpressivos. O ar divertido em seu olhar desapareceu, dando lugar a uma tranquilidade indiferente. Ele disse calmamente: - Eu vim fazer negócios com a Presidente Nina, não para ter um caso com sua filha.Larissa se tensionou por um momento, depois segurou a bainha da camisa dele:- Minha mãe não vai te culpar, ela gosta muito de você.Marcos manteve uma expressão serena e se levantou, pegando o remédio para estômago que Sílvia havia deixado sobre a mesa. Ele falou, indiferente: - Isso não é apropriado, e além do mais, já tem alguém me esperando em casa.Larissa o observou, com uma expressão embaraçada no rosto, mas logo seus olhos se fixaram no frasco de remédio nas mãos de Marcos, perguntando: - É aquela Sílvi
Sílvia manteve um semblante calmo: - Essa é a regra do Grupo LH, Srta. Larissa.Larissa soltou um risinho sarcástico e depois olhou para Marcos ao seu lado:- Marcos, sua empresa tem essa regra?Marcos levantou os olhos para ela e depois para Sílvia, dizendo despreocupadamente: - Esta tarde, eu te acompanharei para comprar aquela bolsa nova que você gostou ontem.Larissa fez um bico, dizendo insatisfeita:- Eu não posso ouvir?Marcos pensou por um momento, olhou para Sílvia e, com um olhar mais intenso, disse para Larissa: - Se achar entediante, pode pedir para a Sílvia te acompanhar para dar uma volta.Larissa, sem pensar duas vezes, respondeu:- Sair com ela pra quê?O tom de desprezo em sua voz era muito evidente. Sílvia não conseguiu evitar de enrijecer. Olhou para Marcos, que, sem expressão alguma, acenou com a cabeça, concordando de forma desinteressada com Larissa: - Como quiser.Embora Larissa quisesse ficar, ao ver a atitude inabalável de Marcos, percebeu que ele não iri
Enrico não recebeu resposta, não pôde evitar de franzir levemente a sobrancelha e perguntou novamente a Sílvia:- Você conhece Henrique?Sílvia voltou a si, escondeu a expressão no rosto e falou com calma:- Ele é meu amigo. - Após dizer isso, ela estendeu a mão para Enrico. - Prazer, sou Sílvia.Enrico apertou sua mão e então se sentou à sua frente, perguntando diretamente:- Henrique disse que você está interessada em curadoria de arte?- Estou um pouco interessada, quero tentar. - Sílvia respondeu sem timidez.Os dedos de Enrico, finos e longos, pareciam muito elegantes.Ele chamou o garçom com um estalar de dedos, pediu uma caneta e um pedaço de papel, e rapidamente anotou uma sequência de números, passando ela a Sílvia com um tom de voz indiferente:- Aqui estão algumas exposições que valem a pena visitar recentemente.A caligrafia de Enrico era nítida, porém ao mesmo tempo, limpa e bonita.Sílvia olhou para a longa sequência de números e perguntou:- Este é o seu número de telefo
Enrico também não esperava que fosse Sílvia. Com as sobrancelhas ligeiramente levantadas, se aproximou e perguntou:- Você tem tanto interesse por planejamento artístico assim?Sílvia sorriu:- Que coincidência.- Não é coincidência. Esta é a exposição que estou coordenando. - A voz de Enrico era desapaixonada. Ele apontou para a pintura atrás de Sílvia, que estava pendurada, e disse. - A exposição abriu hoje. Você é a primeira visitante, mas agora precisamos ajustar a posição desta pintura; por isso, precisamos fechar a galeria temporariamente.Sílvia olhou na direção indicada por ele, não percebeu nenhum problema e questionou:- O que precisa ser ajustado?Enrico lançou a ela um olhar:- Problema de iluminação. Diferentes iluminações provocam diferentes emoções nos objetos.- Objetos também têm emoções? - Sílvia repetiu a frase, achando a ideia muito interessante, mas não queria perturbar Enrico em seu trabalho.Se virando para ir embora, ela ouviu Enrico chamá-la:- Você pode conti