Larissa se sentou muito próxima. O perfume dela se espalhou até alcançar o nariz de Marcos. Ela tocou levemente o joelho dele com o seu, dizendo suavemente: - Minhas habilidades sexuais não são inferiores às da sua secretária.Marcos olhou para ela com olhos escuros e inexpressivos. O ar divertido em seu olhar desapareceu, dando lugar a uma tranquilidade indiferente. Ele disse calmamente: - Eu vim fazer negócios com a Presidente Nina, não para ter um caso com sua filha.Larissa se tensionou por um momento, depois segurou a bainha da camisa dele:- Minha mãe não vai te culpar, ela gosta muito de você.Marcos manteve uma expressão serena e se levantou, pegando o remédio para estômago que Sílvia havia deixado sobre a mesa. Ele falou, indiferente: - Isso não é apropriado, e além do mais, já tem alguém me esperando em casa.Larissa o observou, com uma expressão embaraçada no rosto, mas logo seus olhos se fixaram no frasco de remédio nas mãos de Marcos, perguntando: - É aquela Sílvi
Sílvia manteve um semblante calmo: - Essa é a regra do Grupo LH, Srta. Larissa.Larissa soltou um risinho sarcástico e depois olhou para Marcos ao seu lado:- Marcos, sua empresa tem essa regra?Marcos levantou os olhos para ela e depois para Sílvia, dizendo despreocupadamente: - Esta tarde, eu te acompanharei para comprar aquela bolsa nova que você gostou ontem.Larissa fez um bico, dizendo insatisfeita:- Eu não posso ouvir?Marcos pensou por um momento, olhou para Sílvia e, com um olhar mais intenso, disse para Larissa: - Se achar entediante, pode pedir para a Sílvia te acompanhar para dar uma volta.Larissa, sem pensar duas vezes, respondeu:- Sair com ela pra quê?O tom de desprezo em sua voz era muito evidente. Sílvia não conseguiu evitar de enrijecer. Olhou para Marcos, que, sem expressão alguma, acenou com a cabeça, concordando de forma desinteressada com Larissa: - Como quiser.Embora Larissa quisesse ficar, ao ver a atitude inabalável de Marcos, percebeu que ele não iri
Enrico não recebeu resposta, não pôde evitar de franzir levemente a sobrancelha e perguntou novamente a Sílvia:- Você conhece Henrique?Sílvia voltou a si, escondeu a expressão no rosto e falou com calma:- Ele é meu amigo. - Após dizer isso, ela estendeu a mão para Enrico. - Prazer, sou Sílvia.Enrico apertou sua mão e então se sentou à sua frente, perguntando diretamente:- Henrique disse que você está interessada em curadoria de arte?- Estou um pouco interessada, quero tentar. - Sílvia respondeu sem timidez.Os dedos de Enrico, finos e longos, pareciam muito elegantes.Ele chamou o garçom com um estalar de dedos, pediu uma caneta e um pedaço de papel, e rapidamente anotou uma sequência de números, passando ela a Sílvia com um tom de voz indiferente:- Aqui estão algumas exposições que valem a pena visitar recentemente.A caligrafia de Enrico era nítida, porém ao mesmo tempo, limpa e bonita.Sílvia olhou para a longa sequência de números e perguntou:- Este é o seu número de telefo
Enrico também não esperava que fosse Sílvia. Com as sobrancelhas ligeiramente levantadas, se aproximou e perguntou:- Você tem tanto interesse por planejamento artístico assim?Sílvia sorriu:- Que coincidência.- Não é coincidência. Esta é a exposição que estou coordenando. - A voz de Enrico era desapaixonada. Ele apontou para a pintura atrás de Sílvia, que estava pendurada, e disse. - A exposição abriu hoje. Você é a primeira visitante, mas agora precisamos ajustar a posição desta pintura; por isso, precisamos fechar a galeria temporariamente.Sílvia olhou na direção indicada por ele, não percebeu nenhum problema e questionou:- O que precisa ser ajustado?Enrico lançou a ela um olhar:- Problema de iluminação. Diferentes iluminações provocam diferentes emoções nos objetos.- Objetos também têm emoções? - Sílvia repetiu a frase, achando a ideia muito interessante, mas não queria perturbar Enrico em seu trabalho.Se virando para ir embora, ela ouviu Enrico chamá-la:- Você pode conti
Entre a dor aguda nos lábios e na língua, acompanhada de um sabor ferroso e doce, Sílvia sentia o canto de sua boca ser mordido por ela mesma.A pressão exercida pela mão de Marcos diminuiu um pouco, permitindo que Sílvia desviasse ligeiramente a cabeça.Contudo, com esse movimento, o pijama de Sílvia deslizou, revelando sutilmente sua clavícula e uma ampla extensão de sua pele alva.Marcos lançou um olhar para ela e, após um instante, com ironia, curvou os lábios num sorriso, retomando o tom desdenhoso e frio de antes, e zombou: - O que é, está me culpando por não lhe dar um título? - Então, sem aguardar uma resposta de Sílvia, ele soltou sua mão por completo e voltou a se sentar no sofá, adotando uma expressão indiferente, e perguntou. - Quando eu disse que você era minha namorada? Sílvia, você superestimou a si mesma. A última frase de Marcos soou como uma declaração direta a Sílvia de que tudo era fruto de sua própria ilusão, e que a situação atual era algo que ela mesma tinha qu
Dez minutos se passaram e nenhuma resposta de Marcos chegou.Sílvia se levantou e cumprimentou a recepção, se preparando para partir.No entanto, antes que pudesse ir embora, viu Geraldo correndo de volta apressadamente.Ao ver Sílvia, ele parou por um momento, surpreso:- Sílvia, você ainda está aqui?Geraldo havia esquecido algo e voltara para buscar.Agora que Sílvia fora vista por ele, não seria apropriado ir embora sem mais delongas.Ela perguntou:- Onde estão o presidente Marcos e os outros?- Estão no Grupo GY. Estava prestes a voltar para lá. Quer vir comigo? - Geraldo pensou que Marcos tivesse designado algum trabalho para Sílvia, por isso a convidou.Agora que Geraldo a encontrara, seria estranho não ir junto, então Sílvia acenou com a cabeça e seguiu com Geraldo para o Grupo GY.O Grupo GY não ficava muito longe, levando apenas vinte minutos para chegar.Durante o caminho, Geraldo tentou conversar cautelosamente com ela sobre o assunto da filial, parecendo querer sondar as
Ele falava em um tom calmo, mas Sílvia o acompanhava há tanto tempo que conseguia perceber o descontentamento nas suas emoções.Sílvia não compreendia por que Marcos estava de mau humor e também permaneceu de lábios apertados, evitando entrar na conversa.No entanto, essa reação dela, ao ser notada por Marcos, apenas intensificou o sarcasmo nos seus olhos. Ele semi-cerrou os olhos e disse com uma voz fria: - Sílvia, ainda estamos em horário de trabalho. Flertar com homens é apropriado agora?Sílvia ergueu os olhos bruscamente, encarando Marcos diretamente, percebendo claramente a irritação no rosto dele que ainda tentava disfarçar.Ela engoliu em seco, apertando a garganta para se explicar: - Apenas encontrei um amigo por acaso.Marcos zombou: - Você parece ter muitos “amigos”. Este é o quantos?O “amigo” a que ele se referiu claramente tinha um significado diferente do que Sílvia pretendia, insinuando ser um namorado.Sílvia ficou com uma expressão contrariada, ela poderia suporta
A janela do quarto estava aberta, e o vento lá de fora soprava pelas frestas, fazendo o roupão leve de Sílvia esvoaçar suavemente.Ela ficou confusa por um instante, até compreender que Marcos falava sobre ter relações sexuais com outra pessoa.Seus cílios tremiam suavemente enquanto ela falava com lentidão:- Por que você veio me procurar?Sem receber a resposta que esperava, Marcos também não demonstrou se importar.Ele soltou uma risada sarcástica:- Fugir do trabalho durante o expediente, o que mais você acha que eu vim fazer?Era uma crítica por ela não ter ido trabalhar ao meio-dia.Sílvia encarou os olhos frios e distantes de Marcos, sem conseguir discernir suas emoções.No entanto, ao meio-dia, Marcos se irritara e a deixara para trás, indo ao encontro de um cliente com Larissa.Sílvia mordeu levemente o canto do lábio e disse suavemente:- Eu pensei que levar a Srta. Larissa seria suficiente.Ao ouvir isso, Marcos ergueu as sobrancelhas:- Larissa não é funcionária do Grupo LH