O silêncio dominava o carro enquanto Sílvia esperava a resposta de Marcos.Se Marcos optasse por dirigir, significaria que ela teria de retornar sozinha ao hotel.Percebendo a hesitação dele, Larissa sorriu e sugeriu:- Se não quiser dirigir, eu posso fazer isso.Neste momento, Marcos já não tinha como recusar.Ele olhou para Sílvia, que exibia uma expressão serena:- Não tem problema, eu consigo voltar sozinha.Ele falou em tom baixo, e Sílvia, pegando sua bolsa, desceu do carro.O sol intenso de Cidade C tornava o ar livre desconfortável em um dia tão claro.Ela pensou em pegar um táxi, mas teria de caminhar um pouco para deixar o parque.Sílvia tentou chamar um carro pelo celular, mas não teve sucesso.Sem alternativas, começou a caminhar sob o sol escaldante.A meio caminho, Henrique a contactou, ainda interessado em apresentá-la a um amigo.Sílvia respondeu:- Ainda estou em Cidade C, talvez agora não seja a melhor hora.- Sem problema, Enrico Santana também está aqui. Ele acaba d
Larissa se sentou muito próxima. O perfume dela se espalhou até alcançar o nariz de Marcos. Ela tocou levemente o joelho dele com o seu, dizendo suavemente: - Minhas habilidades sexuais não são inferiores às da sua secretária.Marcos olhou para ela com olhos escuros e inexpressivos. O ar divertido em seu olhar desapareceu, dando lugar a uma tranquilidade indiferente. Ele disse calmamente: - Eu vim fazer negócios com a Presidente Nina, não para ter um caso com sua filha.Larissa se tensionou por um momento, depois segurou a bainha da camisa dele:- Minha mãe não vai te culpar, ela gosta muito de você.Marcos manteve uma expressão serena e se levantou, pegando o remédio para estômago que Sílvia havia deixado sobre a mesa. Ele falou, indiferente: - Isso não é apropriado, e além do mais, já tem alguém me esperando em casa.Larissa o observou, com uma expressão embaraçada no rosto, mas logo seus olhos se fixaram no frasco de remédio nas mãos de Marcos, perguntando: - É aquela Sílvi
Sílvia manteve um semblante calmo: - Essa é a regra do Grupo LH, Srta. Larissa.Larissa soltou um risinho sarcástico e depois olhou para Marcos ao seu lado:- Marcos, sua empresa tem essa regra?Marcos levantou os olhos para ela e depois para Sílvia, dizendo despreocupadamente: - Esta tarde, eu te acompanharei para comprar aquela bolsa nova que você gostou ontem.Larissa fez um bico, dizendo insatisfeita:- Eu não posso ouvir?Marcos pensou por um momento, olhou para Sílvia e, com um olhar mais intenso, disse para Larissa: - Se achar entediante, pode pedir para a Sílvia te acompanhar para dar uma volta.Larissa, sem pensar duas vezes, respondeu:- Sair com ela pra quê?O tom de desprezo em sua voz era muito evidente. Sílvia não conseguiu evitar de enrijecer. Olhou para Marcos, que, sem expressão alguma, acenou com a cabeça, concordando de forma desinteressada com Larissa: - Como quiser.Embora Larissa quisesse ficar, ao ver a atitude inabalável de Marcos, percebeu que ele não iri
Enrico não recebeu resposta, não pôde evitar de franzir levemente a sobrancelha e perguntou novamente a Sílvia:- Você conhece Henrique?Sílvia voltou a si, escondeu a expressão no rosto e falou com calma:- Ele é meu amigo. - Após dizer isso, ela estendeu a mão para Enrico. - Prazer, sou Sílvia.Enrico apertou sua mão e então se sentou à sua frente, perguntando diretamente:- Henrique disse que você está interessada em curadoria de arte?- Estou um pouco interessada, quero tentar. - Sílvia respondeu sem timidez.Os dedos de Enrico, finos e longos, pareciam muito elegantes.Ele chamou o garçom com um estalar de dedos, pediu uma caneta e um pedaço de papel, e rapidamente anotou uma sequência de números, passando ela a Sílvia com um tom de voz indiferente:- Aqui estão algumas exposições que valem a pena visitar recentemente.A caligrafia de Enrico era nítida, porém ao mesmo tempo, limpa e bonita.Sílvia olhou para a longa sequência de números e perguntou:- Este é o seu número de telefo
Enrico também não esperava que fosse Sílvia. Com as sobrancelhas ligeiramente levantadas, se aproximou e perguntou:- Você tem tanto interesse por planejamento artístico assim?Sílvia sorriu:- Que coincidência.- Não é coincidência. Esta é a exposição que estou coordenando. - A voz de Enrico era desapaixonada. Ele apontou para a pintura atrás de Sílvia, que estava pendurada, e disse. - A exposição abriu hoje. Você é a primeira visitante, mas agora precisamos ajustar a posição desta pintura; por isso, precisamos fechar a galeria temporariamente.Sílvia olhou na direção indicada por ele, não percebeu nenhum problema e questionou:- O que precisa ser ajustado?Enrico lançou a ela um olhar:- Problema de iluminação. Diferentes iluminações provocam diferentes emoções nos objetos.- Objetos também têm emoções? - Sílvia repetiu a frase, achando a ideia muito interessante, mas não queria perturbar Enrico em seu trabalho.Se virando para ir embora, ela ouviu Enrico chamá-la:- Você pode conti
Entre a dor aguda nos lábios e na língua, acompanhada de um sabor ferroso e doce, Sílvia sentia o canto de sua boca ser mordido por ela mesma.A pressão exercida pela mão de Marcos diminuiu um pouco, permitindo que Sílvia desviasse ligeiramente a cabeça.Contudo, com esse movimento, o pijama de Sílvia deslizou, revelando sutilmente sua clavícula e uma ampla extensão de sua pele alva.Marcos lançou um olhar para ela e, após um instante, com ironia, curvou os lábios num sorriso, retomando o tom desdenhoso e frio de antes, e zombou: - O que é, está me culpando por não lhe dar um título? - Então, sem aguardar uma resposta de Sílvia, ele soltou sua mão por completo e voltou a se sentar no sofá, adotando uma expressão indiferente, e perguntou. - Quando eu disse que você era minha namorada? Sílvia, você superestimou a si mesma. A última frase de Marcos soou como uma declaração direta a Sílvia de que tudo era fruto de sua própria ilusão, e que a situação atual era algo que ela mesma tinha qu
Dez minutos se passaram e nenhuma resposta de Marcos chegou.Sílvia se levantou e cumprimentou a recepção, se preparando para partir.No entanto, antes que pudesse ir embora, viu Geraldo correndo de volta apressadamente.Ao ver Sílvia, ele parou por um momento, surpreso:- Sílvia, você ainda está aqui?Geraldo havia esquecido algo e voltara para buscar.Agora que Sílvia fora vista por ele, não seria apropriado ir embora sem mais delongas.Ela perguntou:- Onde estão o presidente Marcos e os outros?- Estão no Grupo GY. Estava prestes a voltar para lá. Quer vir comigo? - Geraldo pensou que Marcos tivesse designado algum trabalho para Sílvia, por isso a convidou.Agora que Geraldo a encontrara, seria estranho não ir junto, então Sílvia acenou com a cabeça e seguiu com Geraldo para o Grupo GY.O Grupo GY não ficava muito longe, levando apenas vinte minutos para chegar.Durante o caminho, Geraldo tentou conversar cautelosamente com ela sobre o assunto da filial, parecendo querer sondar as
Ele falava em um tom calmo, mas Sílvia o acompanhava há tanto tempo que conseguia perceber o descontentamento nas suas emoções.Sílvia não compreendia por que Marcos estava de mau humor e também permaneceu de lábios apertados, evitando entrar na conversa.No entanto, essa reação dela, ao ser notada por Marcos, apenas intensificou o sarcasmo nos seus olhos. Ele semi-cerrou os olhos e disse com uma voz fria: - Sílvia, ainda estamos em horário de trabalho. Flertar com homens é apropriado agora?Sílvia ergueu os olhos bruscamente, encarando Marcos diretamente, percebendo claramente a irritação no rosto dele que ainda tentava disfarçar.Ela engoliu em seco, apertando a garganta para se explicar: - Apenas encontrei um amigo por acaso.Marcos zombou: - Você parece ter muitos “amigos”. Este é o quantos?O “amigo” a que ele se referiu claramente tinha um significado diferente do que Sílvia pretendia, insinuando ser um namorado.Sílvia ficou com uma expressão contrariada, ela poderia suporta