- Claro. - Marcos, com os olhos abaixados em reflexão, concordou alegremente após um momento.Nina sorriu, erguendo sua taça de vinho e disse casualmente:- Eu e sua mãe brincávamos sobre casar você com Larissa.Sílvia observava-os trocando brindes.As palavras de Nina eram todas sobre sua relação com Isabel, evitando qualquer menção aos negócios da empresa.Não se sabia quando Marcos voltaria.Se ele fosse, as coisas com Nina poderiam ficar ainda mais complicadas.Perdida em seus pensamentos, Sílvia não percebeu que a conversa de Marcos já havia terminado.Ele jogou seu casaco com cheiro de cedro sobre ela, e sua voz fria e profunda a trouxe de volta à realidade:- Vá se despedir da Presidente Nina.Sílvia, segurando o casaco dele, estava prestes a seguir Nina para fora, quando Nina se virou para impedi-la:- Não se incomode. - Depois de dizer isso, ela olhou para Marcos. - Mas por favor, cuide de Larissa nos próximos dias. Ela acabou de se formar e ainda tem muito o que aprender.Mar
O silêncio dominava o carro enquanto Sílvia esperava a resposta de Marcos.Se Marcos optasse por dirigir, significaria que ela teria de retornar sozinha ao hotel.Percebendo a hesitação dele, Larissa sorriu e sugeriu:- Se não quiser dirigir, eu posso fazer isso.Neste momento, Marcos já não tinha como recusar.Ele olhou para Sílvia, que exibia uma expressão serena:- Não tem problema, eu consigo voltar sozinha.Ele falou em tom baixo, e Sílvia, pegando sua bolsa, desceu do carro.O sol intenso de Cidade C tornava o ar livre desconfortável em um dia tão claro.Ela pensou em pegar um táxi, mas teria de caminhar um pouco para deixar o parque.Sílvia tentou chamar um carro pelo celular, mas não teve sucesso.Sem alternativas, começou a caminhar sob o sol escaldante.A meio caminho, Henrique a contactou, ainda interessado em apresentá-la a um amigo.Sílvia respondeu:- Ainda estou em Cidade C, talvez agora não seja a melhor hora.- Sem problema, Enrico Santana também está aqui. Ele acaba d
Larissa se sentou muito próxima. O perfume dela se espalhou até alcançar o nariz de Marcos. Ela tocou levemente o joelho dele com o seu, dizendo suavemente: - Minhas habilidades sexuais não são inferiores às da sua secretária.Marcos olhou para ela com olhos escuros e inexpressivos. O ar divertido em seu olhar desapareceu, dando lugar a uma tranquilidade indiferente. Ele disse calmamente: - Eu vim fazer negócios com a Presidente Nina, não para ter um caso com sua filha.Larissa se tensionou por um momento, depois segurou a bainha da camisa dele:- Minha mãe não vai te culpar, ela gosta muito de você.Marcos manteve uma expressão serena e se levantou, pegando o remédio para estômago que Sílvia havia deixado sobre a mesa. Ele falou, indiferente: - Isso não é apropriado, e além do mais, já tem alguém me esperando em casa.Larissa o observou, com uma expressão embaraçada no rosto, mas logo seus olhos se fixaram no frasco de remédio nas mãos de Marcos, perguntando: - É aquela Sílvi
Sílvia manteve um semblante calmo: - Essa é a regra do Grupo LH, Srta. Larissa.Larissa soltou um risinho sarcástico e depois olhou para Marcos ao seu lado:- Marcos, sua empresa tem essa regra?Marcos levantou os olhos para ela e depois para Sílvia, dizendo despreocupadamente: - Esta tarde, eu te acompanharei para comprar aquela bolsa nova que você gostou ontem.Larissa fez um bico, dizendo insatisfeita:- Eu não posso ouvir?Marcos pensou por um momento, olhou para Sílvia e, com um olhar mais intenso, disse para Larissa: - Se achar entediante, pode pedir para a Sílvia te acompanhar para dar uma volta.Larissa, sem pensar duas vezes, respondeu:- Sair com ela pra quê?O tom de desprezo em sua voz era muito evidente. Sílvia não conseguiu evitar de enrijecer. Olhou para Marcos, que, sem expressão alguma, acenou com a cabeça, concordando de forma desinteressada com Larissa: - Como quiser.Embora Larissa quisesse ficar, ao ver a atitude inabalável de Marcos, percebeu que ele não iri
Enrico não recebeu resposta, não pôde evitar de franzir levemente a sobrancelha e perguntou novamente a Sílvia:- Você conhece Henrique?Sílvia voltou a si, escondeu a expressão no rosto e falou com calma:- Ele é meu amigo. - Após dizer isso, ela estendeu a mão para Enrico. - Prazer, sou Sílvia.Enrico apertou sua mão e então se sentou à sua frente, perguntando diretamente:- Henrique disse que você está interessada em curadoria de arte?- Estou um pouco interessada, quero tentar. - Sílvia respondeu sem timidez.Os dedos de Enrico, finos e longos, pareciam muito elegantes.Ele chamou o garçom com um estalar de dedos, pediu uma caneta e um pedaço de papel, e rapidamente anotou uma sequência de números, passando ela a Sílvia com um tom de voz indiferente:- Aqui estão algumas exposições que valem a pena visitar recentemente.A caligrafia de Enrico era nítida, porém ao mesmo tempo, limpa e bonita.Sílvia olhou para a longa sequência de números e perguntou:- Este é o seu número de telefo
Enrico também não esperava que fosse Sílvia. Com as sobrancelhas ligeiramente levantadas, se aproximou e perguntou:- Você tem tanto interesse por planejamento artístico assim?Sílvia sorriu:- Que coincidência.- Não é coincidência. Esta é a exposição que estou coordenando. - A voz de Enrico era desapaixonada. Ele apontou para a pintura atrás de Sílvia, que estava pendurada, e disse. - A exposição abriu hoje. Você é a primeira visitante, mas agora precisamos ajustar a posição desta pintura; por isso, precisamos fechar a galeria temporariamente.Sílvia olhou na direção indicada por ele, não percebeu nenhum problema e questionou:- O que precisa ser ajustado?Enrico lançou a ela um olhar:- Problema de iluminação. Diferentes iluminações provocam diferentes emoções nos objetos.- Objetos também têm emoções? - Sílvia repetiu a frase, achando a ideia muito interessante, mas não queria perturbar Enrico em seu trabalho.Se virando para ir embora, ela ouviu Enrico chamá-la:- Você pode conti
Entre a dor aguda nos lábios e na língua, acompanhada de um sabor ferroso e doce, Sílvia sentia o canto de sua boca ser mordido por ela mesma.A pressão exercida pela mão de Marcos diminuiu um pouco, permitindo que Sílvia desviasse ligeiramente a cabeça.Contudo, com esse movimento, o pijama de Sílvia deslizou, revelando sutilmente sua clavícula e uma ampla extensão de sua pele alva.Marcos lançou um olhar para ela e, após um instante, com ironia, curvou os lábios num sorriso, retomando o tom desdenhoso e frio de antes, e zombou: - O que é, está me culpando por não lhe dar um título? - Então, sem aguardar uma resposta de Sílvia, ele soltou sua mão por completo e voltou a se sentar no sofá, adotando uma expressão indiferente, e perguntou. - Quando eu disse que você era minha namorada? Sílvia, você superestimou a si mesma. A última frase de Marcos soou como uma declaração direta a Sílvia de que tudo era fruto de sua própria ilusão, e que a situação atual era algo que ela mesma tinha qu
Dez minutos se passaram e nenhuma resposta de Marcos chegou.Sílvia se levantou e cumprimentou a recepção, se preparando para partir.No entanto, antes que pudesse ir embora, viu Geraldo correndo de volta apressadamente.Ao ver Sílvia, ele parou por um momento, surpreso:- Sílvia, você ainda está aqui?Geraldo havia esquecido algo e voltara para buscar.Agora que Sílvia fora vista por ele, não seria apropriado ir embora sem mais delongas.Ela perguntou:- Onde estão o presidente Marcos e os outros?- Estão no Grupo GY. Estava prestes a voltar para lá. Quer vir comigo? - Geraldo pensou que Marcos tivesse designado algum trabalho para Sílvia, por isso a convidou.Agora que Geraldo a encontrara, seria estranho não ir junto, então Sílvia acenou com a cabeça e seguiu com Geraldo para o Grupo GY.O Grupo GY não ficava muito longe, levando apenas vinte minutos para chegar.Durante o caminho, Geraldo tentou conversar cautelosamente com ela sobre o assunto da filial, parecendo querer sondar as