Sílvia franzia a testa, olhando os documentos em seus braços. Larissa observava ao lado, com uma expressão desconfortável no rosto, e não pôde evitar um murmúrio:- Sílvia, talvez seja melhor retocar a maquiagem antes da reunião. Afinal, você representa a imagem do Grupo LH.Sílvia, que havia descansado um pouco e estava com a mente mais clara, olhou para Larissa:- Você se preocupa demais, Larissa.Marcos tinha dito na noite anterior que Larissa não era funcionária do Grupo LH, portanto, ela não tinha o direito de se preocupar com a imagem do grupo.Nos últimos dias, Larissa, acostumada com o silêncio de Sílvia, ficou surpresa ao ouvi-la responder, e com os olhos estreitados, começou a falar com ironia.- Sílvia, parece que você está ficando um pouco mimada, não? Faltando ao trabalho ontem, dormindo hoje. Realmente digna de ser a excelente secretária de Marcos.Nesta frase, a referência a “excelente secretária” foi bastante enfatizada, como se estivesse insinuando que ela não era ape
Sílvia ficou parada no mesmo lugar por um momento antes de lentamente assentir com a cabeça:- Entendi.Ela manteve um tom sóbrio em sua voz, seus lábios estavam pálidos, e seu olhar em direção a Marcos aos poucos adquiriu serenidade.Sílvia esboçou um sorriso fraco, dizendo com a garganta seca:- Desculpe, eu pensei demais.Marcos desviou o olhar para o celular, sem revelar sua opinião.Após um instante, ele ergueu os olhos e perguntou:- Você quer que eu te leve de volta?Ela tinha outros planos para aquela noite, mas, tendo se machucado, Sílvia só podia voltar para o hotel para descansar.Conhecendo o temperamento de Marcos, se ele realmente desejasse levá-la, não teria feito a pergunta dessa forma.Ela tocou na mão ferida, falando devagar:- Não é necessário, vou chamar um táxi.Marcos começou a responder, mas foi interrompido por um som de notificação em seu celular, ao qual ele lançou um olhar rápido, franzindo a testa lentamente.Sílvia notou sua expressão, permanecendo parada p
Sílvia ficou em choque por um instante antes de perceber que ele precisava de sua ajuda.Ela franziu a testa, hesitante:- Eu talvez não seja capaz?- Por que não seria? - Enrico se endireitou. - Você não quer aprender sobre curadoria de exposições?Os dedos de Sílvia se contraíram levemente enquanto ela observava o próprio antebraço enfaixado:- Me machuquei, talvez não possa ajudá-lo.Ela queria explicar a Enrico, mas o ouviu dizer despreocupadamente:- Não estou precisando de alguém para fazer serviços pesados, além do mais, é apenas para você acompanhar e aprender. Você realmente acha que vai entender tudo em um ou dois dias?Sílvia balançou a cabeça sinceramente:- Só não quero causar a ela problemas.Enrico disse:- Quanto problema você acha que pode causar?Isso realmente mexeu com Sílvia; ela sabia que as oportunidades de aprender com Enrico eram raras.Tendo aceitado a oferta de Enrico, Sílvia pediu folga a Marcos naquele dia e, sem ter nada para fazer à tarde, simplesmente ac
- Marcos? - Silvia estava prestes a falar quando ouviu a voz de Juliana. Levantou o olhar e viu Juliana parada a uma curta distância, segurando uma mala e fitando eles com um rosto pálido. Marcos parecia surpreso com a chegada de Juliana. Hesitou, soltou a mão de Silvia e sse aproximou de Juliana, baixando o olhar antes de perguntar:- Como você chegou?- Eu... - Juliana lançou um olhar para Silvia e, franzindo o cenho para Marcos, com os olhos vermelhos de lágrimas, disse. - Estava de férias e pensei em te fazer companhia, mas...Ela estendeu a mão para tocar a roupa de Marcos, lançando olhares ocasionais a Silvia, com uma expressão de profunda injustiça. Jorge interveio:- Eu disse ontem que viria, e Juliana imediatamente se ofereceu para vir comigo. Ele riu e brincou:- Marcos, você deve estar radiante, não é? Que surpresa, sua namorada veio procurá-lo de tão longe. Marcos não respondeu; apenas pegou a mala de Juliana, com uma voz baixa e suave:- Vamos subir para você descansa
Sílvia pausou a organização dos documentos por um instante, ergueu os olhos para lançar a ela um olhar, mas Marcos já desviara sua atenção, folheando o contrato à sua frente, sem expressar qualquer emoção.- Existe algo de que você precisa? - Perguntou Geraldo no momento oportuno, se dirigindo a Marcos com extremo cuidado. - Deseja que eu o pegue? Há um formulário de documento que solicitei à Sílvia preparar. Ela provavelmente ainda precisa revisá-lo.Geraldo não estava certo se Marcos percebera o tom frio em sua voz, mas, de qualquer forma, expressou uma preocupação genuína.De fato, ao perceber o olhar de Marcos, e quando este falou novamente, já era possível notar um traço de desagrado em sua voz:- Parece que você é muito bom em delegar tarefas aos outros.Geraldo esfregou as mãos, ansioso com o desempenho insatisfatório da filial, ciente de que a filial também poderia elaborar o formulário. Contudo, pensou que, uma vez que Sílvia fora recomendada por Marcos, deveria lhe conferir
Sílvia raramente falava de maneira tão direta. Ela pegou silenciosamente suas coisas, se preparando para sair. No entanto, ouviu a voz trêmula de Juliana: - Sílvia, sei que você não gosta de mim, mas...Juliana não concluiu a frase, e Sílvia, se virando, terminou por ela com calma:- Mas eu não deveria dizer isso sobre você?Juliana não respondeu, mas a expressão em seu rosto deixou claro que ela realmente pensava assim.- Mesmo que eu não dissesse, suas habilidades profissionais seriam suficientes? - Sílvia questionou sem expressão, mantendo sua emoção estável, apenas para lembrar Juliana. - Com suas habilidades, você não pode continuar no Grupo LH.Afinal, mesmo sem habilidades, Marcos ainda a protegeria da mesma forma.Sílvia sorriu ironicamente e saiu da sala de reuniões.Após a sua saída, ela não se preocupou se Juliana vai chorar e reclamar para Marcos, se sentindo injustiçada. Ela levou os documentos de volta ao hotel, se preparando para sair e fazer a troca dos curativos no
A cena se tornou constrangedora por um momento. Juliana mordia o lábio, relutante em levantar a cabeça, ciente de que Nina era uma cliente importante da filial da Cidade C e que Marcos tinha vindo principalmente para assinar um contrato com ela.Marcos abaixava os olhos, perdido em seus pensamentos, enquanto Larissa, ostentando um sorriso leve no rosto, lançava um olhar de escárnio para Juliana, perguntando:- Juliana, há algo que você gostaria de dizer?- Eu... - De repente interpelada, Juliana ergueu os olhos para Marcos, num misto de súplica e tristeza. Marcos levantou o olhar para Larissa, que exibia uma expressão de triunfo, prestes a falar, quando foram interrompidos por uma voz clara.Sílvia, sorrindo, se levantou e ergueu sua taça de vinho, se dirigindo a Juliana com uma voz serena:- Presidente Nina, Juliana é minha assistente e, na verdade, ainda é estagiária. Nos últimos dias na Cidade C, lesionei minha mão, razão pela qual a convidei especialmente para ajudar. - Mantendo
Ao chegar ao hotel, a expressão de Sílvia ainda não era das melhores, o que a impediu de perceber a tensão ainda presente entre Marcos e Juliana. Ela disse que iria para o seu quarto, não acendeu as luzes e se sentou no escuro por um longo tempo antes de ligar para Isabelly. Isabelly, provavelmente ocupada, atendeu ofegante, sem ver quem estava ligando, e perguntou:- Quem é?- Sou eu. - Respondeu Sílvia, parada ao lado da janela, observando a chuva lá fora.Isabelly, surpresa ao reconhecer a voz, hesitou antes de perguntar:- Por que você decidiu me ligar agora?É raro uma mãe perguntar com tanta gentilza o motivo de uma ligação de sua filha.Sílvia baixou os olhos, se virou para a escuridão do quarto e disse:- Não é nada, só queria saber como vocês estão.Isabelly parou, visivelmente desconfortável, e respondeu timidamente:- Não muito bem, Bianca foi hospitalizada novamente.Ao ouvir o tom de Isabelly, Sílvia ficou em silêncio.Isabelly, tentando sondar a situação, perguntou:- E