Henrique franziu a testa, querendo dizer algo, mas sem encontrar as palavras adequadas para falar, enquanto Bruna não tinha tais escrúpulos. Ela entregou a Juliana um presente que tinha comprado casualmente, ainda com um sorriso no rosto.- Não imaginava que você se importasse tanto com os outros, só recomendo que não fale demais hoje.Bruna, com um ar de mistério, baixou intencionalmente a voz:- Dizem que quem gosta de se meter na vida alheia morre cedo, e hoje é o seu aniversário, melhor não procurar aborrecimentos.Juliana arregalou os olhos de repente, e Bruna estendeu a mão para pegar a de Sílvia.- Vamos, Síl, entre. A Srta. Juliana já sabia que você viria, saiu para te receber, dê esse crédito a ela.As palavras foram diretas e intencionais, e Sílvia, sem mostrar reação, apenas respondeu:- Pode ser, embora seja muito sem graça.Marcos estava ao lado, com uma expressão fria, sem mostrar muita emoção, apenas seus olhos escuros pousaram sutilmente em Sílvia.- Marcos, faz tempo
Marcos sempre soube que Sílvia possuía um corpo atraente e não negava que, por um tempo, realmente se fascinava por ele.Ela era esguia onde devia ser e curvilínea onde necessário.Muito bonita.Quando Sílvia ouviu passos, pensou que Bruna estava chegando. Franziu a testa e olhou para trás.- Me passe a roupa, por favor...Sua fala foi interrompida abruptamente.Sílvia seguiu a direção dos passos e viu Marcos, com uma expressão arrogante, ao lado do biombo.Seu olhar era direto, sem disfarces, fixado nela.Sílvia franziu levemente a testa e rapidamente reuniu suas roupas espalhadas. Sem tempo para se abotoar, cobriu o peito com as mãos, encarando Marcos com um olhar repleto de cautela.- Quando você chegou?Marcos desviou o olhar e respondeu com uma voz indiferente:- Não deveria ser eu a perguntar quando você chegou?Ele tinha saído de dentro, e Sílvia também percebeu isso.Marcos a olhava de cima, com um desdém que ocultava emoções obscuras, e zombou:- Sílvia, você parece estar se
Juliana perguntou a Sílvia, tentativamente:- Síl, eu entendi errado?Sílvia olhou para Juliana com uma expressão de impaciência nos olhos.- Minha vida não é da sua conta.- Estou apenas preocupada se você encontrou algum problema, afinal, é minha festa de aniversário e eu realmente quero que todos se divirtam.- Srta. Juliana. - Bruna riu ao lado. - Não precisa nos lembrar o tempo todo que hoje é seu aniversário. Vamos nos lembrar, afinal, a protagonista hoje é você, eu entendo.Juliana sempre manteve uma postura de anfitriã, enfatizando repetidamente seu papel na frente de Sílvia, o que para Bruna parecia mais como uma tentativa deliberada de enfatizar algo, como quem tenta esconder alguma coisa.Juliana se contraiu, mas Sílvia de repente percebeu que Juliana tinha dado essa volta toda, provavelmente querendo saber se o homem com ela era Marcos.O olhar de Sílvia esfriou. Ela estava prestes a falar quando sentiu alguém se aproximando por trás.Em seguida, uma névoa pareceu envolver
Os dois estavam muito próximos, o leve cheiro de álcool de Marcos ainda flutuava em direção ao nariz de Sílvia.Era bastante parecido com o álcool que Juliana tinha derramado em sua roupa há pouco.Sílvia virou o rosto, franzindo ligeiramente a testa.De alguma forma, essa sensação a deixava um tanto sufocada.A mão de Marcos ainda estava em seu pescoço. Sílvia pensou que Marcos poderia estar um pouco fora de si por causa do álcool, apertou os dentes, levantou a mão e retirou a dele de seu pescoço, recuando alguns passos e o advertiu friamente:- Presidente Marcos, mantenha a compostura.Os olhos de Marcos estavam sombrios, sem mostrar nenhuma emoção. Ele apenas fixava o olhar em Sílvia, aqueles olhos escuros como tinta pareciam capazes de sugá-la para dentro.Momentos depois, ele perguntou com a voz rouca:- É só porque é um homem, você acha que pode?Ele tinha bebido, sua respiração estava um pouco pesada enquanto falava e o canto de seus olhos estava levemente avermelhado pelo álc
O rosto de Sílvia escureceu instantaneamente e ela, com voz grave, exclamou:- Yago, o que você está fazendo aqui?Yago, que estava sendo contido por cuidadores e médicos, se virou rapidamente ao ouvir a voz de Sílvia.Havia vários cortes em seu rosto e seus olhos turvos brilhavam com um lampejo de astúcia.O cuidador, ao ver Sílvia se aproximar, respirou aliviado e disse:- Srta.Sílvia, eu tentei ligar para você, mas não obtive resposta.- Esse homem chegou dizendo que queria entrar no quarto para ver seu avô.- Quero ver o que ele tem, Ele é meu sogro! - Exclamou Yago, já com uma expressão feroz.O olhar de Sílvia era de gelo puro.- Yago, o que você realmente veio fazer na Cidade J?Ela sentia um frio por dentro, a presença de Yago ali definitivamente não era apenas para visitar o avô.Além disso, Sílvia perguntou:- Isabelly sabe que você veio?Yago cuspiu com força:- Não me fale dessa mulher azarada!Era a noite e estavam em um hospital, a voz de Yago ecoava alto pelos corredores
Não sabia quanta força Yago usou, mas Sílvia apenas sentia que metade do seu ombro estava dolorida de forma penetrante, e até mesmo aquela metade do corpo parecia estar sem forças.Era difícil imaginar qual teria sido o resultado se aquele soco tivesse acertado seu rosto.- O que você está olhando? Não é da sua conta, desta vez eu não estava procurando por você!Sílvia, inclinada, tentava aliviar a dor, mas então ouviu as palavras de Yago.Ela mordeu o lábio, segurando para não gritar de dor, e apenas levantou os olhos para olhar para Marcos.Marcos tinha um ar distinto e sua presença sozinha exalava nobreza.Ele olhou para Yago com os olhos baixos, seu rosto aparentemente inexpressivo, mas Yago, ao encontrar seu olhar, inexplicavelmente estremeceu.Sílvia observava as costas de Marcos, respirando com dificuldade, e com esforço falou:- Marcos, você pode esperar mais um pouco antes de ir?A cada palavra que dizia, seu ombro doía novamente, então ela falava muito lentamente.Não era por
Sílvia esperou na emergência por vinte minutos até que Enrico chegasse. Ele exibia uma expressão séria, com uma leve ruga entre as sobrancelhas.- Como você está? Se machucou em algum lugar?Embora estivesse ali para acompanhar seu avô, Sílvia agora se encontrava sentada na emergência. Sem necessidade de explicações, era evidente que estava ferida.Ela acabara de tomar um analgésico, mas seu ombro ainda doía sutilmente.Sob a luz do hospital, ela estava pálida e seus lábios pareciam desprovidos de cor.- Meu ombro está um pouco fraturado.As pupilas de Enrico se contraíram repentinamente.- Foi ele quem fez isso?Sílvia não respondeu, apenas pegou os medicamentos e o exame que estavam ao seu lado e se levantou lentamente:- Não estou em condições de dirigir, talvez você possa me levar para casa.Ela não estava bem emocionalmente, e Enrico manteve o olhar sobre ela por um momento antes de estender a mão.- Me deixe ajudar com suas coisas.Não havia mais necessidade de se fazer de fort
Isabelly usou muita força e Sílvia foi empurrada para o lado, se apoiando instintivamente na cadeira com a mão ferida.A dor penetrante chegou num instante e um suor frio brotou no rosto de Sílvia, que empalideceu completamente.A dor era tão intensa que ela mal conseguia respirar, muito menos falar, apenas ficou com a boca aberta, ofegante, para tentar aliviar a sensação de dor.Isabelly, sem saber de nada, ainda apontava para Sílvia, chorando com uma voz carregada de profunda tristeza:- Você ingrata, como pode ser tão cruel? Você também deveria chamar ele de pai!Isabelly falava como se Sílvia tivesse cometido um crime terrível e, ao final, não conseguia parar de chorar, acabando por se ajoelhar lentamente no chão.- Por que eu te dei à luz? Parece que criei uma inimiga para mim mesma! Naquela época, teria sido melhor comprar um abortivo e te expulsar pelo vaso sanitário do que sofrer sua vingança agora!A voz de Isabelly estava rouca e ela chorava de dor, enquanto muitos dos espect