Juliana perguntou a Sílvia, tentativamente:- Síl, eu entendi errado?Sílvia olhou para Juliana com uma expressão de impaciência nos olhos.- Minha vida não é da sua conta.- Estou apenas preocupada se você encontrou algum problema, afinal, é minha festa de aniversário e eu realmente quero que todos se divirtam.- Srta. Juliana. - Bruna riu ao lado. - Não precisa nos lembrar o tempo todo que hoje é seu aniversário. Vamos nos lembrar, afinal, a protagonista hoje é você, eu entendo.Juliana sempre manteve uma postura de anfitriã, enfatizando repetidamente seu papel na frente de Sílvia, o que para Bruna parecia mais como uma tentativa deliberada de enfatizar algo, como quem tenta esconder alguma coisa.Juliana se contraiu, mas Sílvia de repente percebeu que Juliana tinha dado essa volta toda, provavelmente querendo saber se o homem com ela era Marcos.O olhar de Sílvia esfriou. Ela estava prestes a falar quando sentiu alguém se aproximando por trás.Em seguida, uma névoa pareceu envolver
Os dois estavam muito próximos, o leve cheiro de álcool de Marcos ainda flutuava em direção ao nariz de Sílvia.Era bastante parecido com o álcool que Juliana tinha derramado em sua roupa há pouco.Sílvia virou o rosto, franzindo ligeiramente a testa.De alguma forma, essa sensação a deixava um tanto sufocada.A mão de Marcos ainda estava em seu pescoço. Sílvia pensou que Marcos poderia estar um pouco fora de si por causa do álcool, apertou os dentes, levantou a mão e retirou a dele de seu pescoço, recuando alguns passos e o advertiu friamente:- Presidente Marcos, mantenha a compostura.Os olhos de Marcos estavam sombrios, sem mostrar nenhuma emoção. Ele apenas fixava o olhar em Sílvia, aqueles olhos escuros como tinta pareciam capazes de sugá-la para dentro.Momentos depois, ele perguntou com a voz rouca:- É só porque é um homem, você acha que pode?Ele tinha bebido, sua respiração estava um pouco pesada enquanto falava e o canto de seus olhos estava levemente avermelhado pelo álc
O rosto de Sílvia escureceu instantaneamente e ela, com voz grave, exclamou:- Yago, o que você está fazendo aqui?Yago, que estava sendo contido por cuidadores e médicos, se virou rapidamente ao ouvir a voz de Sílvia.Havia vários cortes em seu rosto e seus olhos turvos brilhavam com um lampejo de astúcia.O cuidador, ao ver Sílvia se aproximar, respirou aliviado e disse:- Srta.Sílvia, eu tentei ligar para você, mas não obtive resposta.- Esse homem chegou dizendo que queria entrar no quarto para ver seu avô.- Quero ver o que ele tem, Ele é meu sogro! - Exclamou Yago, já com uma expressão feroz.O olhar de Sílvia era de gelo puro.- Yago, o que você realmente veio fazer na Cidade J?Ela sentia um frio por dentro, a presença de Yago ali definitivamente não era apenas para visitar o avô.Além disso, Sílvia perguntou:- Isabelly sabe que você veio?Yago cuspiu com força:- Não me fale dessa mulher azarada!Era a noite e estavam em um hospital, a voz de Yago ecoava alto pelos corredores
Não sabia quanta força Yago usou, mas Sílvia apenas sentia que metade do seu ombro estava dolorida de forma penetrante, e até mesmo aquela metade do corpo parecia estar sem forças.Era difícil imaginar qual teria sido o resultado se aquele soco tivesse acertado seu rosto.- O que você está olhando? Não é da sua conta, desta vez eu não estava procurando por você!Sílvia, inclinada, tentava aliviar a dor, mas então ouviu as palavras de Yago.Ela mordeu o lábio, segurando para não gritar de dor, e apenas levantou os olhos para olhar para Marcos.Marcos tinha um ar distinto e sua presença sozinha exalava nobreza.Ele olhou para Yago com os olhos baixos, seu rosto aparentemente inexpressivo, mas Yago, ao encontrar seu olhar, inexplicavelmente estremeceu.Sílvia observava as costas de Marcos, respirando com dificuldade, e com esforço falou:- Marcos, você pode esperar mais um pouco antes de ir?A cada palavra que dizia, seu ombro doía novamente, então ela falava muito lentamente.Não era por
Sílvia esperou na emergência por vinte minutos até que Enrico chegasse. Ele exibia uma expressão séria, com uma leve ruga entre as sobrancelhas.- Como você está? Se machucou em algum lugar?Embora estivesse ali para acompanhar seu avô, Sílvia agora se encontrava sentada na emergência. Sem necessidade de explicações, era evidente que estava ferida.Ela acabara de tomar um analgésico, mas seu ombro ainda doía sutilmente.Sob a luz do hospital, ela estava pálida e seus lábios pareciam desprovidos de cor.- Meu ombro está um pouco fraturado.As pupilas de Enrico se contraíram repentinamente.- Foi ele quem fez isso?Sílvia não respondeu, apenas pegou os medicamentos e o exame que estavam ao seu lado e se levantou lentamente:- Não estou em condições de dirigir, talvez você possa me levar para casa.Ela não estava bem emocionalmente, e Enrico manteve o olhar sobre ela por um momento antes de estender a mão.- Me deixe ajudar com suas coisas.Não havia mais necessidade de se fazer de fort
Isabelly usou muita força e Sílvia foi empurrada para o lado, se apoiando instintivamente na cadeira com a mão ferida.A dor penetrante chegou num instante e um suor frio brotou no rosto de Sílvia, que empalideceu completamente.A dor era tão intensa que ela mal conseguia respirar, muito menos falar, apenas ficou com a boca aberta, ofegante, para tentar aliviar a sensação de dor.Isabelly, sem saber de nada, ainda apontava para Sílvia, chorando com uma voz carregada de profunda tristeza:- Você ingrata, como pode ser tão cruel? Você também deveria chamar ele de pai!Isabelly falava como se Sílvia tivesse cometido um crime terrível e, ao final, não conseguia parar de chorar, acabando por se ajoelhar lentamente no chão.- Por que eu te dei à luz? Parece que criei uma inimiga para mim mesma! Naquela época, teria sido melhor comprar um abortivo e te expulsar pelo vaso sanitário do que sofrer sua vingança agora!A voz de Isabelly estava rouca e ela chorava de dor, enquanto muitos dos espect
Quando Bruna chegou, o ombro de Sílvia já estavam bem melhor, ainda doía, mas pelo menos ela conseguia se mover um pouco.- Como você ficou assim? - Bruna ainda não sabia o que tinha acontecido com Sílvia nos últimos dias.Felizmente, ela não perguntou mais nada e cuidadosamente ajudou Sílvia a trocar de roupa.Quando finalmente soube de tudo o que havia acontecido, Bruna arregalou os olhos, visivelmente furiosa:- Sua mãe está louca? Isso é coisa que se faça?O que Isabelly tinha feito realmente não parecia normal aos olhos de ninguém.Sílvia baixou os olhos, sem responder.Bruna queria continuar a conversa, mas o celular na mesa de repente tocou. Bruna passou o celular para ela, era novamente a delegacia da Cidade J.- Srta. Sílvia, por favor, venha até aqui agora.A situação de Yago era grave, e ainda por cima isso tudo se somava a uma disputa familiar, então a delegacia também estava com problemas.Bruna acompanhou Sílvia até lá, murmurando:- Eu realmente quero ver o que sua mãe
O policial, com uma expressão séria, olhou para Isabelly e disse:- Yago está no hospital. O humor dele mudou abruptamente, e o hospital convocou a família para ir lá.Ao ouvir o nome de Yago, Isabelly hesitou por um momento e, então, ansiosa e apressada, se levantou:- O que aconteceu com ele?Sílvia, cuja atenção estava voltada para Bianca, observou enquanto Isabelly, em pânico, agarrava o braço de Bianca e a arrastava para perto de si.Isabelly nem percebeu quando o braço de Bianca bateu fortemente contra o canto da mesa.Sílvia sentiu um peso no coração e, olhando para a frágil silhueta de Isabelly, pensou com desdém:"Ela ainda é a Isabelly que conhecemos? Parecia mais uma submissa de Yago. Bastava um comando dele e ela o seguiria obedientemente."Isabelly, puxando Bianca, tropeçou e correu para fora, deixando o policial em uma situação constrangedora ao olhar para Sílvia:- Tememos que seja necessário você ir ao hospital também.- Yago pediu especificamente para falar com você pe