Sílvia esperou na emergência por vinte minutos até que Enrico chegasse. Ele exibia uma expressão séria, com uma leve ruga entre as sobrancelhas.- Como você está? Se machucou em algum lugar?Embora estivesse ali para acompanhar seu avô, Sílvia agora se encontrava sentada na emergência. Sem necessidade de explicações, era evidente que estava ferida.Ela acabara de tomar um analgésico, mas seu ombro ainda doía sutilmente.Sob a luz do hospital, ela estava pálida e seus lábios pareciam desprovidos de cor.- Meu ombro está um pouco fraturado.As pupilas de Enrico se contraíram repentinamente.- Foi ele quem fez isso?Sílvia não respondeu, apenas pegou os medicamentos e o exame que estavam ao seu lado e se levantou lentamente:- Não estou em condições de dirigir, talvez você possa me levar para casa.Ela não estava bem emocionalmente, e Enrico manteve o olhar sobre ela por um momento antes de estender a mão.- Me deixe ajudar com suas coisas.Não havia mais necessidade de se fazer de fort
Isabelly usou muita força e Sílvia foi empurrada para o lado, se apoiando instintivamente na cadeira com a mão ferida.A dor penetrante chegou num instante e um suor frio brotou no rosto de Sílvia, que empalideceu completamente.A dor era tão intensa que ela mal conseguia respirar, muito menos falar, apenas ficou com a boca aberta, ofegante, para tentar aliviar a sensação de dor.Isabelly, sem saber de nada, ainda apontava para Sílvia, chorando com uma voz carregada de profunda tristeza:- Você ingrata, como pode ser tão cruel? Você também deveria chamar ele de pai!Isabelly falava como se Sílvia tivesse cometido um crime terrível e, ao final, não conseguia parar de chorar, acabando por se ajoelhar lentamente no chão.- Por que eu te dei à luz? Parece que criei uma inimiga para mim mesma! Naquela época, teria sido melhor comprar um abortivo e te expulsar pelo vaso sanitário do que sofrer sua vingança agora!A voz de Isabelly estava rouca e ela chorava de dor, enquanto muitos dos espect
Quando Bruna chegou, o ombro de Sílvia já estavam bem melhor, ainda doía, mas pelo menos ela conseguia se mover um pouco.- Como você ficou assim? - Bruna ainda não sabia o que tinha acontecido com Sílvia nos últimos dias.Felizmente, ela não perguntou mais nada e cuidadosamente ajudou Sílvia a trocar de roupa.Quando finalmente soube de tudo o que havia acontecido, Bruna arregalou os olhos, visivelmente furiosa:- Sua mãe está louca? Isso é coisa que se faça?O que Isabelly tinha feito realmente não parecia normal aos olhos de ninguém.Sílvia baixou os olhos, sem responder.Bruna queria continuar a conversa, mas o celular na mesa de repente tocou. Bruna passou o celular para ela, era novamente a delegacia da Cidade J.- Srta. Sílvia, por favor, venha até aqui agora.A situação de Yago era grave, e ainda por cima isso tudo se somava a uma disputa familiar, então a delegacia também estava com problemas.Bruna acompanhou Sílvia até lá, murmurando:- Eu realmente quero ver o que sua mãe
O policial, com uma expressão séria, olhou para Isabelly e disse:- Yago está no hospital. O humor dele mudou abruptamente, e o hospital convocou a família para ir lá.Ao ouvir o nome de Yago, Isabelly hesitou por um momento e, então, ansiosa e apressada, se levantou:- O que aconteceu com ele?Sílvia, cuja atenção estava voltada para Bianca, observou enquanto Isabelly, em pânico, agarrava o braço de Bianca e a arrastava para perto de si.Isabelly nem percebeu quando o braço de Bianca bateu fortemente contra o canto da mesa.Sílvia sentiu um peso no coração e, olhando para a frágil silhueta de Isabelly, pensou com desdém:"Ela ainda é a Isabelly que conhecemos? Parecia mais uma submissa de Yago. Bastava um comando dele e ela o seguiria obedientemente."Isabelly, puxando Bianca, tropeçou e correu para fora, deixando o policial em uma situação constrangedora ao olhar para Sílvia:- Tememos que seja necessário você ir ao hospital também.- Yago pediu especificamente para falar com você pe
O avô ainda não sabia que Isabelly tinha voltado. O velho já não possuía o mesmo vigor de antes e sua visão também havia deteriorado. Sílvia permaneceu algum tempo no quarto do hospital e partiu sem que ele percebesse.Quando Sílvia estava saindo, se lembrou subitamente de Bianca. Pelo seu estado, Bianca parecia estar muito pior do que na última vez que a viu na Cidade H. No entanto, ela rapidamente desviou seus pensamentos, pois não era de sua responsabilidade cuidar de Bianca.Ela pegou o carro para voltar para casa e, ao chegar, ligou para Bruna, que tinha lhe pedido que fizesse isso antes de partir. Bruna, agora na Família Sousa, pelo tom de voz, parecia estar de mau humor. Sílvia perguntou:- O que houve?- Nada, só meu pai insistindo novamente para eu me casar. É tão irritante, parece que não consigo escapar dessa pressão.Bruna estava sempre reclamando sobre a pressão familiar para que namorasse. Sílvia não disse nada, mas Bruna, falando sem parar, acabou se lembrando de
Pular hierarquia realmente não era algo bom, mas Juliana claramente queria complicar a vida dela. Assim, Sílvia optou por ir diretamente a Marcos.Dora a levou escada acima, explicando:- Os dois que estavam lá embaixo parecem ser os chefes.Ela apontou para o teto com o dedo, e Sílvia entendeu, não era à toa que Marcos a havia mandado subir diretamente.Mas isso também era conveniente.A conversa lá embaixo foi longa. Sílvia esperou no escritório por uma hora, mas Marcos ainda não tinha chegado.Era preciso dizer que o escritório de Marcos tinha uma iluminação e um design excelentes. Sílvia se sentou no sofá macio e, depois de um tempo, começou a sentir sono.Ela não tinha dormido bem nos últimos dias devido ao ferimento, e agora a sonolência estava se tornando difícil de resistir.Calculando que Marcos ainda demoraria um pouco, Sílvia se recostou no sofá e fechou os olhos para descansar.Entre o nevoeiro do sono, ela ouviu o som da porta sendo aberta, seguido por passos firmes.Em
As feições de Yago se contorceram, e Sílvia, com o coração acelerado, exclamou em voz alta:- O quê, oitocentos mil?As palavras que saíam da boca de Yago nunca eram boas notícias.Ele parou de falar, soltou uma risada fria e disse:- Que tem você com isso? Estou apenas honrando meu sogro!Sílvia tremia de raiva e somente com os lábios bem apertados conseguiu controlar sua emoção.Ela olhou para Isabelly, que, encolhida, ergueu os olhos para ela apenas por um instante antes de desviar o olhar rapidamente.Yago então proferiu alguns insultos a Sílvia antes de, propositalmente, esbarrar em seu ombro ao passar por ela.Felizmente, ele não acertou o lado que estava machucado, mas Sílvia ainda assim cambaleou para o lado.Ela ficou parada lá, sentindo um frio nos ossos. Yago era realmente um canalha, capaz de fazer qualquer coisa."O que ele quis dizer com oitocentos mil pelo avô?"Sílvia fechou os olhos, sem se atrever a pensar mais profundamente.O som de passos apressados começou, e qua
Isabelly levantou a cabeça, aterrorizada:- Não pode ser assim, não pode!Ela abraçava Bianca, sua voz rouca de dias de choro contínuo:- Isso vai nos trazer má sorte, vamos pensar em outra solução, está bem? Eu vou pedir a Sílvia, ela não vai nos abandonar, vou implorar a ela. - Isabelly soluçava. - Não faça isso, Yago, estou te implorando de joelhos, não faça isso!Isabelly falou isso e soltou Bianca, realmente se ajoelhando diante de Yago.No entanto, Yago chutou seu rosto e cuspiu nela:- Má sorte? Estou quase sendo morto por dívidas! Seu pai está quase morrendo, o que custa ele nos ajudar um pouco antes disso? Você é a filha dele, eu sou seu genro!Isabelly, segurando o rosto, chorava copiosamente, incapaz de dizer qualquer coisa, apenas sacudindo a cabeça sem parar.Yago, vendo ela assim, ficou ainda mais irritado e puxou o cabelo de Isabelly com força:- A culpa é da sua filha querida, se não fosse por ela, eu não estaria nesta situação miserável!Bianca estava sentada na cama,