Quando Bruna chegou, o ombro de Sílvia já estavam bem melhor, ainda doía, mas pelo menos ela conseguia se mover um pouco.- Como você ficou assim? - Bruna ainda não sabia o que tinha acontecido com Sílvia nos últimos dias.Felizmente, ela não perguntou mais nada e cuidadosamente ajudou Sílvia a trocar de roupa.Quando finalmente soube de tudo o que havia acontecido, Bruna arregalou os olhos, visivelmente furiosa:- Sua mãe está louca? Isso é coisa que se faça?O que Isabelly tinha feito realmente não parecia normal aos olhos de ninguém.Sílvia baixou os olhos, sem responder.Bruna queria continuar a conversa, mas o celular na mesa de repente tocou. Bruna passou o celular para ela, era novamente a delegacia da Cidade J.- Srta. Sílvia, por favor, venha até aqui agora.A situação de Yago era grave, e ainda por cima isso tudo se somava a uma disputa familiar, então a delegacia também estava com problemas.Bruna acompanhou Sílvia até lá, murmurando:- Eu realmente quero ver o que sua mãe
O policial, com uma expressão séria, olhou para Isabelly e disse:- Yago está no hospital. O humor dele mudou abruptamente, e o hospital convocou a família para ir lá.Ao ouvir o nome de Yago, Isabelly hesitou por um momento e, então, ansiosa e apressada, se levantou:- O que aconteceu com ele?Sílvia, cuja atenção estava voltada para Bianca, observou enquanto Isabelly, em pânico, agarrava o braço de Bianca e a arrastava para perto de si.Isabelly nem percebeu quando o braço de Bianca bateu fortemente contra o canto da mesa.Sílvia sentiu um peso no coração e, olhando para a frágil silhueta de Isabelly, pensou com desdém:"Ela ainda é a Isabelly que conhecemos? Parecia mais uma submissa de Yago. Bastava um comando dele e ela o seguiria obedientemente."Isabelly, puxando Bianca, tropeçou e correu para fora, deixando o policial em uma situação constrangedora ao olhar para Sílvia:- Tememos que seja necessário você ir ao hospital também.- Yago pediu especificamente para falar com você pe
O avô ainda não sabia que Isabelly tinha voltado. O velho já não possuía o mesmo vigor de antes e sua visão também havia deteriorado. Sílvia permaneceu algum tempo no quarto do hospital e partiu sem que ele percebesse.Quando Sílvia estava saindo, se lembrou subitamente de Bianca. Pelo seu estado, Bianca parecia estar muito pior do que na última vez que a viu na Cidade H. No entanto, ela rapidamente desviou seus pensamentos, pois não era de sua responsabilidade cuidar de Bianca.Ela pegou o carro para voltar para casa e, ao chegar, ligou para Bruna, que tinha lhe pedido que fizesse isso antes de partir. Bruna, agora na Família Sousa, pelo tom de voz, parecia estar de mau humor. Sílvia perguntou:- O que houve?- Nada, só meu pai insistindo novamente para eu me casar. É tão irritante, parece que não consigo escapar dessa pressão.Bruna estava sempre reclamando sobre a pressão familiar para que namorasse. Sílvia não disse nada, mas Bruna, falando sem parar, acabou se lembrando de
Pular hierarquia realmente não era algo bom, mas Juliana claramente queria complicar a vida dela. Assim, Sílvia optou por ir diretamente a Marcos.Dora a levou escada acima, explicando:- Os dois que estavam lá embaixo parecem ser os chefes.Ela apontou para o teto com o dedo, e Sílvia entendeu, não era à toa que Marcos a havia mandado subir diretamente.Mas isso também era conveniente.A conversa lá embaixo foi longa. Sílvia esperou no escritório por uma hora, mas Marcos ainda não tinha chegado.Era preciso dizer que o escritório de Marcos tinha uma iluminação e um design excelentes. Sílvia se sentou no sofá macio e, depois de um tempo, começou a sentir sono.Ela não tinha dormido bem nos últimos dias devido ao ferimento, e agora a sonolência estava se tornando difícil de resistir.Calculando que Marcos ainda demoraria um pouco, Sílvia se recostou no sofá e fechou os olhos para descansar.Entre o nevoeiro do sono, ela ouviu o som da porta sendo aberta, seguido por passos firmes.Em
As feições de Yago se contorceram, e Sílvia, com o coração acelerado, exclamou em voz alta:- O quê, oitocentos mil?As palavras que saíam da boca de Yago nunca eram boas notícias.Ele parou de falar, soltou uma risada fria e disse:- Que tem você com isso? Estou apenas honrando meu sogro!Sílvia tremia de raiva e somente com os lábios bem apertados conseguiu controlar sua emoção.Ela olhou para Isabelly, que, encolhida, ergueu os olhos para ela apenas por um instante antes de desviar o olhar rapidamente.Yago então proferiu alguns insultos a Sílvia antes de, propositalmente, esbarrar em seu ombro ao passar por ela.Felizmente, ele não acertou o lado que estava machucado, mas Sílvia ainda assim cambaleou para o lado.Ela ficou parada lá, sentindo um frio nos ossos. Yago era realmente um canalha, capaz de fazer qualquer coisa."O que ele quis dizer com oitocentos mil pelo avô?"Sílvia fechou os olhos, sem se atrever a pensar mais profundamente.O som de passos apressados começou, e qua
Isabelly levantou a cabeça, aterrorizada:- Não pode ser assim, não pode!Ela abraçava Bianca, sua voz rouca de dias de choro contínuo:- Isso vai nos trazer má sorte, vamos pensar em outra solução, está bem? Eu vou pedir a Sílvia, ela não vai nos abandonar, vou implorar a ela. - Isabelly soluçava. - Não faça isso, Yago, estou te implorando de joelhos, não faça isso!Isabelly falou isso e soltou Bianca, realmente se ajoelhando diante de Yago.No entanto, Yago chutou seu rosto e cuspiu nela:- Má sorte? Estou quase sendo morto por dívidas! Seu pai está quase morrendo, o que custa ele nos ajudar um pouco antes disso? Você é a filha dele, eu sou seu genro!Isabelly, segurando o rosto, chorava copiosamente, incapaz de dizer qualquer coisa, apenas sacudindo a cabeça sem parar.Yago, vendo ela assim, ficou ainda mais irritado e puxou o cabelo de Isabelly com força:- A culpa é da sua filha querida, se não fosse por ela, eu não estaria nesta situação miserável!Bianca estava sentada na cama,
Isabelly desmoronou subitamente, fazendo todos os presentes franzirem a testa.Ela encolheu seu corpo magro e seus cabelos desgrenhados se amontoavam em sua cabeça como ervas daninhas.O choro, inicialmente contido, se tornou gradualmente mais alto, sua voz, já rouca, soava quase cômica, como um pato grasnando.Yago se virou e deu um chute em seu ombro.- Por que você está chorando? Aquele velho ainda está lá dentro dormindo e não morreu!As lágrimas de Isabelly não cessavam, embaçando sua visão.Ao cair no chão com o chute de Yago, ela ignorou a dor no ombro, apenas balançando a cabeça para ele.- Isso não se faz, não deveria fazer isso, haverá retribuição!- Me casar com você já foi retribuição suficiente!- Ele é meu pai! Como pode, por dinheiro, querer vender o rim dele? Ele é meu pai! Não pode ter um pouco de consideração pelos nossos anos de casamento?As palavras de Isabelly foram interrompidas pelos impropérios de Yago, mas ela continuou chorando, implorando para que ele desist
Sílvia agora morava em uma casa no antigo bairro norte da cidade, onde as instalações de segurança eram precárias e a fechadura da porta era tão antiga que parecia quase inexistente.Ela tinha um sono leve e, preocupada, passou a noite em um estado de semi-consciência.No meio da noite, ouviu sons de batidas na porta e inicialmente pensou ter ouvido errado.Somente quando o barulho se intensificou e persistiu por alguns minutos, como se alguém tentasse arrombar a porta, Sílvia percebeu o que estava acontecendo.A casa ficava no térreo e havia um pequeno jardim do lado de fora da janela. A visão de Sílvia não era das melhores, mas ela podia ouvir o som de alguém batendo na janela.Felizmente, para prevenir roubos, seu avô havia instalado grades de proteção nas janelas, o que impedia a entrada de alguém por ali.No entanto, as batidas na porta e na janela, no meio da noite, eram, no mínimo, assustadoras.Sílvia ficou trancada sob as cobertas, sem se atrever a se mover. Ela nem sequer o