Sílvia parou e olhou para trás na direção de Marcos. Ela tinha passado os últimos dias alternando apenas entre o hospital e a Mansão, sem ir a nenhum outro lugar. Os assuntos do Grupo LH foram completamente assumidos por Íris e Yuri.Marcos tinha o colarinho da camisa abotoado até o último botão e arregaçou as mangas, deixando à mostra a cicatriz rosa pálido em seu braço. Sílvia lançou um olhar rápido para a cicatriz antes de desviar o olhar e perguntar com um tom tranquilo:- Alguma coisa?Estavam no bairro Mansão da Cidade J, uma área predominantemente habitada por pessoas ricas. Há alguns dias, Sílvia e Íris haviam saído para fazer compras e até encontraram Jorge, que não as notou. Por isso, Sílvia não ficou surpresa ao encontrar Marcos ali.Marcos exibia uma expressão indiferente no rosto e seus olhos sombrios se fixaram em Sílvia por um instante antes de ele esboçar um sorriso de desdém:- Parece que você tem vivido bem nos últimos dias.Nos últimos dias, Enrico e Íris obriga
Sílvia de repente se sentiu extremamente envergonhada.Pela primeira vez, teve o impulso de fugir, mas suas pernas pareciam ter criado raízes no chão, incapazes de se mover.Ela mexeu os lábios, sem saber o que dizer, apenas olhando desoladamente para Marcos.Quando Marcos encontrou seu olhar, seus cílios caíram e ele esboçou um frio sorriso irônico.- Qual é a nova artimanha agora?Ao ouvir sua voz, Yago se virou abruptamente, sem esconder a ferocidade no rosto, e caminhou diretamente em direção a Marcos, sem sequer olhar para Sílvia:- Dívidas são para ser pagas, é a lei da vida, e ainda por cima você é um empresário, pague logo!Marcos franziu a testa, olhando para as letras tortas na madeira, seus olhos cheios de desdém.- Yago, essa é sua nova forma de procurar problemas?Yago, com uma expressão destemida, esticou o pescoço.- Vamos lá, ter dinheiro te faz tão importante assim? Não paga o que deve e ainda acha que está certo?Os olhos de Marcos se estreitaram.- Não pago o que dev
- Um milhão e quinhentos mil? - A voz de Marcos não revelava muito, apenas uma notável irritação nas profundezas de seus olhos. Ele observava Yago com um olhar altivo por um longo momento, antes de finalmente assentir lentamente. - Certo, eu pago.Sílvia ergueu a cabeça bruscamente, mas só viu Marcos com a cabeça levemente baixa, os longos cílios ocultando os pensamentos em seus olhos, tornando impossível discernir qualquer coisa.Uma alegria instantânea brilhou nos olhos de Yago, que nem se importava com os dois seguranças robustos que o seguravam por trás, continuamente esticando o pescoço em direção a Marcos:- Você está falando sério? Você vai me dar um milhão e quinhentos mil?Quando Marcos levantou as pálpebras novamente, seu olhar era frio como gelo, se fixando no rosto exultante de Yago, com uma frieza cravada entre as sobrancelhas:- Ou você sai ou eu chamo a polícia.Yago conseguiu o que queria, e sua expressão ameaçadora se suavizou, assumindo uma postura descarada enquant
Depois de Yago pegar o dinheiro, ele se acalmou e sumiu por alguns dias.Sílvia estava recentemente preocupada com o dinheiro de Marcos. Yago e Isabelly pareciam estar juntos nisso. Ela não queria mais se envolver com esses dois incômodos, então não os procurou.Além disso, procurá-los provavelmente não resolveria o problema.Quanto ao agiota, isso era ainda menos provável.- Síl, o que houve? Você parece tão preocupada esses dias. - A voz de Íris soou, trazendo Sílvia de volta à realidade.Ela olhou para Íris:- Não é nada, estou apenas pensando em algumas coisas.- É sobre o seu avô, não é? Não deve haver problemas. Eu perguntei a uma tia minha recentemente, ela disse que esse tipo de cirurgia, contanto que não haja rejeição no primeiro mês, é só descansar bem depois que não haverá problemas.Sílvia assentiu, sem dizer nada.Ela tinha ficado na parte norte da cidade até o entardecer, então voltou para a Mansão.Afinal, aquele lugar ainda não era seguro e agora todos estavam contra a
Sílvia levantou levemente os cílios e disse:- Eu não tenho mais nada a ver com eles, faça o que quiser.Marcos observou ela profundamente, em seus olhos escuros parecia surgir alguma emoção. Ele segurava um pen drive e, após um momento, concordou com a cabeça:- Certo.Sílvia acenou em resposta e perguntou:- Há algo mais?Fosse o Grupo LH ou Marcos, Sílvia agora resistia a ambos.Marcos pausou, depois levantou as sobrancelhas, e disse com a voz fria:- Eu já te disse antes, se quer alcançar alturas, não pode ser complacente com ninguém.Com seus olhos escuros, carregados de uma emoção inescrutável para Sílvia, continuou:- Você nunca aprende.Uma dúvida cruzou o rosto de Sílvia, que pareceu ouvir um suspiro de Marcos.Foi um instante, um sentimento de resignação, mas inevitável.Provavelmente foi um engano. Sílvia apertou os lábios, deu passos e saiu do escritório.Depois de ir e voltar duas vezes, Sílvia retornou à Mansão. Enrico e os outros estavam preparando um churrasco e Íris
Quando Enrico entrou no quarto, Sílvia estava parada, pálida como um fantasma, na mesma posição de quem tinha acabado de falar ao telefone, só que o celular havia caído no chão.A tela do celular ainda estava acesa e vozes ainda podiam ser ouvidas."Familiares de Gustavo, por favor, venham ao hospital o mais rápido possível para tratar dos assuntos relacionados ao corpo do paciente..."Enrico ergueu bruscamente a cabeça para olhar para Sílvia, cujo rosto estava entorpecido e vazio. Ao sentir o olhar de Enrico, ela olhou vagamente para o celular caído, depois se agachou lentamente, pegou o celular e perguntou com a voz trêmula:- Você se enganou? Quando estive no hospital ontem, meu avô estava bem.- Por favor, é a Srta. Sílvia? O contato que você deixou no hospital da Cidade J é este...A voz do outro lado hesitou, Sílvia ainda parecia não ter reagido. Ela segurava o celular, agachada no chão, com um olhar perdido nos olhos.- Alô? Por favor, é a Srta. Sílvia... - A voz do celular so
- Presidente Marcos...Ana empurrou a porta do escritório e entrou, segurando o celular enquanto olhava para Marcos, que estava atrás da mesa.- É uma ligação do hospital, sobre a campanha de exames gratuitos que contratamos no mês passado. Eles estão perguntando se vamos continuar com a nova edição.Marcos, que estava lendo um contrato, prestou atenção e pegou o telefone que Ana lhe estendia.O Grupo LH, em busca de melhorar sua imagem pública, havia intensificado os esforços em causas sociais recentemente.Ele tinha acabado de pegar o telefone quando um barulho de discussão do outro lado foi seguido por uma voz:- Desculpe, Presidente Marcos, estou lidando com um problema aqui, pode estar um pouco barulhento.Marcos respondeu sem dar muita importância, mas a pessoa do outro lado suspirou:- Os conflitos entre médicos e pacientes são frequentes hoje em dia, mas é a primeira vez que vejo um conflito entre familiares a ponto de chamar a polícia. - Ele fez uma pausa e continuou - Falando
A expressão de Marcos não era boa, ele olhava para Sílvia, com as sobrancelhas ligeiramente franzidas. A expressão de Sílvia não mudou muito. Ela parecia não ter emoções ou pensamentos, como se fosse um zumbi.Mesmo quando entrou para falar com a polícia sobre a acusação contra Yago, fez isso de maneira mecânica, sem demonstrar qualquer traço de energia ou emoção.Marcos permaneceu em silêncio, Sílvia também não falou, ela apenas o observava em silêncio.Até que Enrico, ao lado, falou:- Presidente Marcos, poderia sair do caminho, por favor? Você está bloqueando a passagem.Os olhos escuros de Marcos se viraram para ele, mas logo voltaram a Sílvia.Foi Sílvia quem suspirou primeiro.Ela olhou para os próprios pés e, sua voz era tão suave que parecia flutuar, disse:- Estive tão ocupada nos últimos anos que nunca tive tempo para ele. Agora que é o fim, poderiam me deixar em paz por um momento?Marcos franziu ainda mais as sobrancelhas e Sílvia olhou para Enrico:- Você pode me ajudar