Yago explicou que agiu assim porque acreditava que Sílvia talvez não lhe desse mais dinheiro, por isso ele elaborou esse plano sórdido para levar o avô às escondidas.Dessa forma, ele poderia continuar a pedir dinheiro a Sílvia.Quando Íris relatou o ocorrido a Sílvia, não conseguiu evitar de xingar:- É tão estúpido quanto malvado, não teme o castigo que pode vir a sofrer.A expressão de Sílvia empalideceu.O motivo parecia ridículo e hilário, além de extremamente tolo.No entanto, foi justamente essa ideia tola que acabou matando o avô.Isabelly e Yago estavam agora em prisão preventiva. Henrique e Enrico estavam fazendo companhia a Sílvia, por vários dias.Sílvia emagreceu muito naqueles dias, ela já era magra, mas parecia ainda mais pele e osso, com as roupas pendendo frouxas em seu corpo.- Síl, sei que está sofrendo, mas você não pode deixar de comer. - Henrique segurava um recipiente térmico, olhando para Sílvia com um olhar cheio de compaixão. - Isso é canja que fizemos em casa
Havia muitas pessoas no culto da igreja, o que trazia uma sensação de tranquilidade.Se podia ouvir, ainda que vagamente, os sons dos cânticos lá dentro. Sílvia olhou para Enrico e perguntou:- Por que você me trouxe aqui?Enrico respondeu:- Para rezar.A igreja estava cheia, mas surpreendentemente silenciosa.Parecia que todos haviam chegado a um acordo tácito de falar e agir suavemente, temendo perturbar aquele lugar sagrado.Enrico baixou o olhar e disse:- Quando eu era criança, minha avó frequentemente me trazia aqui para rezar.Rezar requer devoção e honestidade, expressar sinceramente a Deus suas necessidades e gratidão.Sílvia apertou os lábios e se juntou a Enrico em oração.Então, uma brisa soprou e a voz grave de Enrico ressoou:- Meu avô dizia que rezar aqui pelas pessoas que sentimos falta pode guiar seu caminho.Sílvia começou a se mover lentamente.Ela juntou as mãos, com uma expressão de devoção e seriedade, rezando para que seu avô tivesse uma boa jornada.Ao voltare
Íris e Yuri precisavam ir ao departamento, Enrico também tinha que levar pessoas para ver materiais, então Sílvia só podia ir sozinha ao Grupo LH. Antes de partir, Enrico franziu a testa.- Deixe Íris ir com você.Sílvia manteve a expressão inalterada e disse:- Não é necessário, já que vocês já acertaram tudo, eu só preciso ir assinar o contrato.Enrico ainda mantinha a testa franzida, Sílvia apenas suspirou.- Não se preocupe, eu estou realmente bem.Ela disse isso e mesmo que Enrico quisesse dizer algo mais, ele não podia.Antes de Sílvia ir ao Grupo LH, ela entrou em contato direto com Ana.Ana pediu que ela esperasse na pequena sala de reuniões.Sílvia estava bem familiarizada com o Grupo LH e sabia que a pequena sala de reuniões mencionada por Ana ficava ao lado do escritório do presidente.Ela só não esperava encontrar Larissa, logo após sair do elevador.Larissa estava quase igual à última vez que se encontraram na Cidade C, vestindo um terninho e caminhando com o queixo levem
Sílvia franziu a testa. - Você vai para a Cidade H? Ao mencionar Cidade H, o primeiro pensamento de Sílvia foi Yago e Isabelly. Ela agora se sentia subconscientemente um pouco repulsiva. Marcos olhou para Ana, que, compreendendo, pegou suas coisas e saiu primeiro. Então, ele se voltou para Sílvia, falando em um tom nem leve nem pesado. - Seu padrasto me surpreendeu, minha informação foi amplamente divulgada por ele na Cidade H, me causando muitos problemas. - Ele tocou levemente a ponta dos dedos e se reclinou na cadeira. - Sílvia, você não acha que deveria lidar com isso? Ela franziu a testa. - Por que Yago teria suas informações? - Isso não deveria ser perguntado a você? - Marcos deu uma risada leve, enigmática. - Os cento e cinquenta mil fui eu que paguei, e agora quem está sendo assediado sou eu. Sílvia, seus dias têm sido muito tranquilos. O rosto de Sílvia mudou instantaneamente, sim, ela ainda devia cento e cinquenta mil a Marcos. Era um empréstimo usurário q
Para ser justo, Enrico era muito bonito.Diferentemente da distinção fria de Marcos, Enrico tinha a pele mais clara, traços faciais marcantes e olhos cor de pêssego que naturalmente transmitiam uma doçura sutil. No entanto, seu nariz bem definido não revelava nenhum traço de feminilidade.Contudo, Sílvia olhou para ele apenas uma vez antes de desviar o olhar, pois ela não tinha energia para pensar sobre essas coisas naquele momento.Sua voz era suave:- Não é que eu não confie em você, só acho que não posso mais te incomodar com essas coisas. Enrico, como amigo, você já me ajudou muito.Enrico fixou seu olhar, o entardecer de verão sempre trazia um ar seco. Ele apertou os lábios levemente, depois baixou os olhos para Sílvia:- Eu não quero...- Enrico. - Sílvia interrompeu, olhando para o horizonte. - Meu voo é amanhã de manhã. Vou voltar para arrumar minhas malas. Tentarei voltar na segunda-feira.Ela terminou de falar, sem esperar por uma resposta de Enrico, se levantou e saiu.Qua
Bianca chorava como se estivesse contendo as lágrimas por muito tempo e agora não conseguia parar. Ela estava recebendo soro e, devido aos seus movimentos, o sangue começou a refluir pelo tubo de infusão.A atenção de Sílvia ainda estava voltada para o que Bianca havia dito. Ela se sentia confusa e, fixando o olhar em Bianca, pediu:- Você pode repetir o que acabou de dizer?Bianca soluçava, seus olhos vermelhos estavam fixos em Sílvia. O rosto de Bianca, já pequeno como a palma da mão, parecia ainda mais magro, quase só pele e osso, com as maçãs do rosto salientes fazendo seus olhos parecerem ainda maiores e mais arredondados.Sílvia sentiu um alívio em seu coração e estendeu a mão para acariciar a cabeça de Bianca:- Não tenha medo, apenas diga o que você sabe.Bianca era jovem e já estava assustada o suficiente por guardar segredos. Embora não tivesse muita interação com Sílvia, Isabelly havia sutilmente incutido nela a ideia de que Sílvia era uma boa irmã mais velha.Por isso,
Sílvia revirou quase imediatamente todos aqueles detalhes em sua mente, até que, de repente, se deu conta de que o contato entre Juliana e Isabelly poderia ser muito mais profundo do que ela imaginava.Será que o incidente com o avô também tinha algo a ver com isso...Os pensamentos de Sílvia pararam abruptamente. Sem evidências, ela nem sequer tinha o direito de suspeitar.Ela não pôde evitar dar mais uma olhada em Juliana.A expressão no rosto de Juliana se atenuou um pouco, ela levantou um pouco o queixo.- Síl, você está sempre me olhando, há algo errado?Sílvia desviou o olhar.- Estou apenas distraída.Ela era muito boa em manter as aparências, de modo que era difícil para os outros perceberem qualquer coisa.Os olhos sombrios de Marcos pousaram sobre ela, a luz amarela morna caía sobre ele, tornando seu olhar, que deveria ser afiado, um pouco mais suave.No entanto, essa suavidade foi quebrada assim que ele começou a falar:- Se não é contigo, realmente não te importa, ainda tem
A chuva caía forte, Sílvia esperou no saguão do hotel antes de o táxi chegar.Ao chegarem no hospital, um raio cortou o céu naquele instante. O rosto de Sílvia, inexpressivo, com seus olhos negros como um lago profundo e calmo, se tornou especialmente frio sob aquela luz momentânea.Bianca tinha acabado de receber soro e a cuidadora se preparava para ajudá-la a dormir.Ao ver Sílvia, ambas se surpreenderam.Do balcão, na esquina do corredor, se via a chuva torrencial lá fora.Bianca, sentada diante de Sílvia e enrolada em seu casaco, parecia tímida e hesitante, se limitando a olhar para Sílvia.Sílvia tirou uma foto do celular e a colocou diante de Bianca, perguntando em voz baixa:- Essa pessoa veio procurar sua mãe?A foto, tirada durante uma atividade de team building do Grupo LH, havia sido solicitada por Sílvia a Dora a caminho do hospital.Era uma foto de Juliana e Marcos, Sílvia ampliou a imagem de Juliana para mostrá-la a Bianca.Bianca observou a foto por um instante, então as