Isabelly levantou a cabeça, aterrorizada:- Não pode ser assim, não pode!Ela abraçava Bianca, sua voz rouca de dias de choro contínuo:- Isso vai nos trazer má sorte, vamos pensar em outra solução, está bem? Eu vou pedir a Sílvia, ela não vai nos abandonar, vou implorar a ela. - Isabelly soluçava. - Não faça isso, Yago, estou te implorando de joelhos, não faça isso!Isabelly falou isso e soltou Bianca, realmente se ajoelhando diante de Yago.No entanto, Yago chutou seu rosto e cuspiu nela:- Má sorte? Estou quase sendo morto por dívidas! Seu pai está quase morrendo, o que custa ele nos ajudar um pouco antes disso? Você é a filha dele, eu sou seu genro!Isabelly, segurando o rosto, chorava copiosamente, incapaz de dizer qualquer coisa, apenas sacudindo a cabeça sem parar.Yago, vendo ela assim, ficou ainda mais irritado e puxou o cabelo de Isabelly com força:- A culpa é da sua filha querida, se não fosse por ela, eu não estaria nesta situação miserável!Bianca estava sentada na cama,
Isabelly desmoronou subitamente, fazendo todos os presentes franzirem a testa.Ela encolheu seu corpo magro e seus cabelos desgrenhados se amontoavam em sua cabeça como ervas daninhas.O choro, inicialmente contido, se tornou gradualmente mais alto, sua voz, já rouca, soava quase cômica, como um pato grasnando.Yago se virou e deu um chute em seu ombro.- Por que você está chorando? Aquele velho ainda está lá dentro dormindo e não morreu!As lágrimas de Isabelly não cessavam, embaçando sua visão.Ao cair no chão com o chute de Yago, ela ignorou a dor no ombro, apenas balançando a cabeça para ele.- Isso não se faz, não deveria fazer isso, haverá retribuição!- Me casar com você já foi retribuição suficiente!- Ele é meu pai! Como pode, por dinheiro, querer vender o rim dele? Ele é meu pai! Não pode ter um pouco de consideração pelos nossos anos de casamento?As palavras de Isabelly foram interrompidas pelos impropérios de Yago, mas ela continuou chorando, implorando para que ele desist
Sílvia agora morava em uma casa no antigo bairro norte da cidade, onde as instalações de segurança eram precárias e a fechadura da porta era tão antiga que parecia quase inexistente.Ela tinha um sono leve e, preocupada, passou a noite em um estado de semi-consciência.No meio da noite, ouviu sons de batidas na porta e inicialmente pensou ter ouvido errado.Somente quando o barulho se intensificou e persistiu por alguns minutos, como se alguém tentasse arrombar a porta, Sílvia percebeu o que estava acontecendo.A casa ficava no térreo e havia um pequeno jardim do lado de fora da janela. A visão de Sílvia não era das melhores, mas ela podia ouvir o som de alguém batendo na janela.Felizmente, para prevenir roubos, seu avô havia instalado grades de proteção nas janelas, o que impedia a entrada de alguém por ali.No entanto, as batidas na porta e na janela, no meio da noite, eram, no mínimo, assustadoras.Sílvia ficou trancada sob as cobertas, sem se atrever a se mover. Ela nem sequer o
Sílvia parou e olhou para trás na direção de Marcos. Ela tinha passado os últimos dias alternando apenas entre o hospital e a Mansão, sem ir a nenhum outro lugar. Os assuntos do Grupo LH foram completamente assumidos por Íris e Yuri.Marcos tinha o colarinho da camisa abotoado até o último botão e arregaçou as mangas, deixando à mostra a cicatriz rosa pálido em seu braço. Sílvia lançou um olhar rápido para a cicatriz antes de desviar o olhar e perguntar com um tom tranquilo:- Alguma coisa?Estavam no bairro Mansão da Cidade J, uma área predominantemente habitada por pessoas ricas. Há alguns dias, Sílvia e Íris haviam saído para fazer compras e até encontraram Jorge, que não as notou. Por isso, Sílvia não ficou surpresa ao encontrar Marcos ali.Marcos exibia uma expressão indiferente no rosto e seus olhos sombrios se fixaram em Sílvia por um instante antes de ele esboçar um sorriso de desdém:- Parece que você tem vivido bem nos últimos dias.Nos últimos dias, Enrico e Íris obriga
Sílvia de repente se sentiu extremamente envergonhada.Pela primeira vez, teve o impulso de fugir, mas suas pernas pareciam ter criado raízes no chão, incapazes de se mover.Ela mexeu os lábios, sem saber o que dizer, apenas olhando desoladamente para Marcos.Quando Marcos encontrou seu olhar, seus cílios caíram e ele esboçou um frio sorriso irônico.- Qual é a nova artimanha agora?Ao ouvir sua voz, Yago se virou abruptamente, sem esconder a ferocidade no rosto, e caminhou diretamente em direção a Marcos, sem sequer olhar para Sílvia:- Dívidas são para ser pagas, é a lei da vida, e ainda por cima você é um empresário, pague logo!Marcos franziu a testa, olhando para as letras tortas na madeira, seus olhos cheios de desdém.- Yago, essa é sua nova forma de procurar problemas?Yago, com uma expressão destemida, esticou o pescoço.- Vamos lá, ter dinheiro te faz tão importante assim? Não paga o que deve e ainda acha que está certo?Os olhos de Marcos se estreitaram.- Não pago o que dev
- Um milhão e quinhentos mil? - A voz de Marcos não revelava muito, apenas uma notável irritação nas profundezas de seus olhos. Ele observava Yago com um olhar altivo por um longo momento, antes de finalmente assentir lentamente. - Certo, eu pago.Sílvia ergueu a cabeça bruscamente, mas só viu Marcos com a cabeça levemente baixa, os longos cílios ocultando os pensamentos em seus olhos, tornando impossível discernir qualquer coisa.Uma alegria instantânea brilhou nos olhos de Yago, que nem se importava com os dois seguranças robustos que o seguravam por trás, continuamente esticando o pescoço em direção a Marcos:- Você está falando sério? Você vai me dar um milhão e quinhentos mil?Quando Marcos levantou as pálpebras novamente, seu olhar era frio como gelo, se fixando no rosto exultante de Yago, com uma frieza cravada entre as sobrancelhas:- Ou você sai ou eu chamo a polícia.Yago conseguiu o que queria, e sua expressão ameaçadora se suavizou, assumindo uma postura descarada enquant
Depois de Yago pegar o dinheiro, ele se acalmou e sumiu por alguns dias.Sílvia estava recentemente preocupada com o dinheiro de Marcos. Yago e Isabelly pareciam estar juntos nisso. Ela não queria mais se envolver com esses dois incômodos, então não os procurou.Além disso, procurá-los provavelmente não resolveria o problema.Quanto ao agiota, isso era ainda menos provável.- Síl, o que houve? Você parece tão preocupada esses dias. - A voz de Íris soou, trazendo Sílvia de volta à realidade.Ela olhou para Íris:- Não é nada, estou apenas pensando em algumas coisas.- É sobre o seu avô, não é? Não deve haver problemas. Eu perguntei a uma tia minha recentemente, ela disse que esse tipo de cirurgia, contanto que não haja rejeição no primeiro mês, é só descansar bem depois que não haverá problemas.Sílvia assentiu, sem dizer nada.Ela tinha ficado na parte norte da cidade até o entardecer, então voltou para a Mansão.Afinal, aquele lugar ainda não era seguro e agora todos estavam contra a
Sílvia levantou levemente os cílios e disse:- Eu não tenho mais nada a ver com eles, faça o que quiser.Marcos observou ela profundamente, em seus olhos escuros parecia surgir alguma emoção. Ele segurava um pen drive e, após um momento, concordou com a cabeça:- Certo.Sílvia acenou em resposta e perguntou:- Há algo mais?Fosse o Grupo LH ou Marcos, Sílvia agora resistia a ambos.Marcos pausou, depois levantou as sobrancelhas, e disse com a voz fria:- Eu já te disse antes, se quer alcançar alturas, não pode ser complacente com ninguém.Com seus olhos escuros, carregados de uma emoção inescrutável para Sílvia, continuou:- Você nunca aprende.Uma dúvida cruzou o rosto de Sílvia, que pareceu ouvir um suspiro de Marcos.Foi um instante, um sentimento de resignação, mas inevitável.Provavelmente foi um engano. Sílvia apertou os lábios, deu passos e saiu do escritório.Depois de ir e voltar duas vezes, Sílvia retornou à Mansão. Enrico e os outros estavam preparando um churrasco e Íris