O ar no escritório ficou levemente tenso, e Sílvia tremeu as pálpebras antes de dizer lentamente: - Não se trata de negociar condições, mas de discutir amigavelmente uma questão de cooperação. Marcos levantou ligeiramente os cílios, sua expressão carregava um frio quase imperceptível. - Negociar? Sílvia, eu já recusei. Ou você esqueceu? - Marcos olhou para ela sem expressão. - Eu nunca volto atrás das coisas que descarto. Assim que Marcos terminou de falar, a respiração de Sílvia ficou um pouco suspensa. Marcos descartou? Dentro do Estúdio Estrela Ardente, o que mais poderia ser descartado por Marcos? Ela sentiu um aperto no coração por um momento e demorou um pouco antes de começar a recolher os materiais que levou. - Desculpe, Presidente Marcos, eu te incomodei. O olhar frio de Marcos caiu sobre ela, seus lábios finos apertados, a linha da mandíbula claramente visível, envolto em uma aura sutilmente fria. Ele disse com escárnio: - Tão desesperada seguindo Enrico
- Presidente Marcos, o Grupo YD e o Grupo GX sempre mantiveram uma excelente relação de cooperação, e desta vez, a família Botelho veio até nós para renovar o contrato com o Grupo YD.Ana folheava os materiais que havia coletado, relatando detalhadamente a Marcos:- Se o Presidente Breno estiver disposto a intermediar por nós, é provável que a família Botelho nos conceda este prestígio.- O Grupo YD e o Grupo LH cooperaram no ano anterior? - Perguntou Marcos.- Sim, foi no projeto do ano anterior.Marcos acenou com a cabeça, sem mais nada dizer. Ana, ao seu lado, também permanecia em silêncio, olhando para o rosto inexpressivo de Marcos, parecia hesitar em falar.Antes, o trabalho de Ana era apenas verificar a situação nas diversas empresas, quem normalmente acompanhava Marcos em encontros com clientes era Sílvia.No entanto, agora que Sílvia se foi, era ela quem precisava assumir o papel.Mas, sendo honesta, realmente tinha dificuldade em compreender os pensamentos de Marcos.Ana sus
Passos firmes e calmos ecoavam com especial clareza no ambiente tranquilo. Sílvia sentiu seu coração acelerar e levantou os olhos.Marcos era seguido por Ana e um homem de meia-idade com uma expressão fria, que lançava olhares rápidos entre Sílvia e Emanuel.Emanuel, ao escutar subitamente a voz de Marcos, parou de súbito.- Sr. Emanuel, que refinado interesse. - Disse Marcos, seu olhar finalmente se fixando em Emanuel, com uma voz marcada pela indiferença. - Parece que tem passado muito bem recentemente, não?Sílvia, recuperando a compostura, apertou a borda de sua roupa para se acalmar antes de olhar novamente para Marcos.Ela estava um tanto confusa sobre o motivo de Marcos estar ali.Contudo, Marcos, percebendo seu olhar, direcionou seus olhos escuros a ela, com uma emoção ambígua em sua voz, embora levemente zombeteira:- Sílvia, você realmente me surpreendeu.A "surpresa" mencionada não era algo positivo.Sílvia mordeu o lábio, prestes a falar, quando Emanuel, ao seu lado, reagi
Enrico franziu ligeiramente a testa.- Presidente Marcos está tão à vontade porque não há nada para fazer na empresa?A tensão entre os dois era palpável, e Sílvia sentiu uma pontada na têmpora. Ela estendeu a mão e segurou Enrico.- Vamos parar por aqui, Íris e os outros devem estar nos esperando. Vamos até lá.Ela agarrou a manga de Enrico e, ao falar, deu uma leve sacudida. A postura inicialmente fria de Enrico gradualmente se suavizou, e ele olhou para Sílvia, respondendo:- Certo.Ele, então, olhou para Marcos, com um tom indiferente, disse:- Por favor, Presidente Marcos, conceda nos licença.Marcos tinha um olhar gelado e fixo de maneira nem leve nem pesada na mão de Sílvia agarrando a manga de Enrico.Sílvia conhecia o temperamento de Marcos e não queria incomodá-lo mais. Sem esperar que Marcos desse espaço, ela puxou Enrico pela mão em direção ao sinal ao lado, caminhando para dentro do pinhal.Atravessando esse pinhal, também se podia chegar à área de descanso.Enrico se d
Sílvia apertou o celular.- Vou sair para atender uma ligação. - Disse ela, saindo da Mansão ainda com o celular à mão.O telefone ainda tocava, uma chamada da Cidade H, de um número desconhecido. Sílvia podia imaginar quem era.De fato, ultimamente, recebia chamadas da Cidade H todos os dias. No começo era Isabelly, depois que Sílvia a bloqueou, outros números começaram a ligar.Na caixa de mensagens, havia uma pilha de textos de números diferentes, alguns a insultando por ser uma filha ingrata, outros pedindo que ela atendesse ao telefone e o mais recente ameaçava que ela se arrependeria se não atendesse.Sílvia atendeu a chamada. Após um breve silêncio, se ouviu a voz sinistra de Yago:- Sílvia, finalmente decidiu atender o telefone, hein?- Já disse para Isabelly não me procurar mais.Yago soltou uma risada sarcástica.- Só porque você disse para não contatar, ela vai obedecer? Ela é sua mãe, por que não deveria te procurar? Você é tão ingrata que nem se importa com sua própria m
- Hoje é o aniversário da Juliana, ela me convidou para ir. - Bruna franziu levemente a testa, não era próxima de Jorge e seu grupo, por isso, quando Jorge a convidou, ela ficou confusa.Sílvia também franziu as sobrancelhas, apesar de geralmente não se importar com os outros, considerava Juliana uma presença desagradável.Íris disse:- Você não precisa ir, ninguém te obrigou, certo?Bruna parecia ainda mais amargurada.- Como não? Meu pai disse que eu tenho que ir, ele vê isso como uma oportunidade de conhecer a alta sociedade.- Mas ouvi dizer que Marcos convidou até pessoas da Cidade L. - Comentou ela com desdém. - Juliana realmente tem muita influência.As tensões entre Sílvia, Marcos e Juliana eram conhecidas por quem se interessasse um pouco pelas dinâmicas do círculo social.Assim, Bruna já se alinhava ao lado de Sílvia.Sílvia pensava que seria apenas mais um aniversário, afinal, o que o aniversário de Juliana teria a ver com ela?Contudo, ela não esperava que as coisas acontec
Henrique franziu a testa, querendo dizer algo, mas sem encontrar as palavras adequadas para falar, enquanto Bruna não tinha tais escrúpulos. Ela entregou a Juliana um presente que tinha comprado casualmente, ainda com um sorriso no rosto.- Não imaginava que você se importasse tanto com os outros, só recomendo que não fale demais hoje.Bruna, com um ar de mistério, baixou intencionalmente a voz:- Dizem que quem gosta de se meter na vida alheia morre cedo, e hoje é o seu aniversário, melhor não procurar aborrecimentos.Juliana arregalou os olhos de repente, e Bruna estendeu a mão para pegar a de Sílvia.- Vamos, Síl, entre. A Srta. Juliana já sabia que você viria, saiu para te receber, dê esse crédito a ela.As palavras foram diretas e intencionais, e Sílvia, sem mostrar reação, apenas respondeu:- Pode ser, embora seja muito sem graça.Marcos estava ao lado, com uma expressão fria, sem mostrar muita emoção, apenas seus olhos escuros pousaram sutilmente em Sílvia.- Marcos, faz tempo
Marcos sempre soube que Sílvia possuía um corpo atraente e não negava que, por um tempo, realmente se fascinava por ele.Ela era esguia onde devia ser e curvilínea onde necessário.Muito bonita.Quando Sílvia ouviu passos, pensou que Bruna estava chegando. Franziu a testa e olhou para trás.- Me passe a roupa, por favor...Sua fala foi interrompida abruptamente.Sílvia seguiu a direção dos passos e viu Marcos, com uma expressão arrogante, ao lado do biombo.Seu olhar era direto, sem disfarces, fixado nela.Sílvia franziu levemente a testa e rapidamente reuniu suas roupas espalhadas. Sem tempo para se abotoar, cobriu o peito com as mãos, encarando Marcos com um olhar repleto de cautela.- Quando você chegou?Marcos desviou o olhar e respondeu com uma voz indiferente:- Não deveria ser eu a perguntar quando você chegou?Ele tinha saído de dentro, e Sílvia também percebeu isso.Marcos a olhava de cima, com um desdém que ocultava emoções obscuras, e zombou:- Sílvia, você parece estar se