Enrico franziu ligeiramente a testa.- Presidente Marcos está tão à vontade porque não há nada para fazer na empresa?A tensão entre os dois era palpável, e Sílvia sentiu uma pontada na têmpora. Ela estendeu a mão e segurou Enrico.- Vamos parar por aqui, Íris e os outros devem estar nos esperando. Vamos até lá.Ela agarrou a manga de Enrico e, ao falar, deu uma leve sacudida. A postura inicialmente fria de Enrico gradualmente se suavizou, e ele olhou para Sílvia, respondendo:- Certo.Ele, então, olhou para Marcos, com um tom indiferente, disse:- Por favor, Presidente Marcos, conceda nos licença.Marcos tinha um olhar gelado e fixo de maneira nem leve nem pesada na mão de Sílvia agarrando a manga de Enrico.Sílvia conhecia o temperamento de Marcos e não queria incomodá-lo mais. Sem esperar que Marcos desse espaço, ela puxou Enrico pela mão em direção ao sinal ao lado, caminhando para dentro do pinhal.Atravessando esse pinhal, também se podia chegar à área de descanso.Enrico se d
Sílvia apertou o celular.- Vou sair para atender uma ligação. - Disse ela, saindo da Mansão ainda com o celular à mão.O telefone ainda tocava, uma chamada da Cidade H, de um número desconhecido. Sílvia podia imaginar quem era.De fato, ultimamente, recebia chamadas da Cidade H todos os dias. No começo era Isabelly, depois que Sílvia a bloqueou, outros números começaram a ligar.Na caixa de mensagens, havia uma pilha de textos de números diferentes, alguns a insultando por ser uma filha ingrata, outros pedindo que ela atendesse ao telefone e o mais recente ameaçava que ela se arrependeria se não atendesse.Sílvia atendeu a chamada. Após um breve silêncio, se ouviu a voz sinistra de Yago:- Sílvia, finalmente decidiu atender o telefone, hein?- Já disse para Isabelly não me procurar mais.Yago soltou uma risada sarcástica.- Só porque você disse para não contatar, ela vai obedecer? Ela é sua mãe, por que não deveria te procurar? Você é tão ingrata que nem se importa com sua própria m
- Hoje é o aniversário da Juliana, ela me convidou para ir. - Bruna franziu levemente a testa, não era próxima de Jorge e seu grupo, por isso, quando Jorge a convidou, ela ficou confusa.Sílvia também franziu as sobrancelhas, apesar de geralmente não se importar com os outros, considerava Juliana uma presença desagradável.Íris disse:- Você não precisa ir, ninguém te obrigou, certo?Bruna parecia ainda mais amargurada.- Como não? Meu pai disse que eu tenho que ir, ele vê isso como uma oportunidade de conhecer a alta sociedade.- Mas ouvi dizer que Marcos convidou até pessoas da Cidade L. - Comentou ela com desdém. - Juliana realmente tem muita influência.As tensões entre Sílvia, Marcos e Juliana eram conhecidas por quem se interessasse um pouco pelas dinâmicas do círculo social.Assim, Bruna já se alinhava ao lado de Sílvia.Sílvia pensava que seria apenas mais um aniversário, afinal, o que o aniversário de Juliana teria a ver com ela?Contudo, ela não esperava que as coisas acontec
Henrique franziu a testa, querendo dizer algo, mas sem encontrar as palavras adequadas para falar, enquanto Bruna não tinha tais escrúpulos. Ela entregou a Juliana um presente que tinha comprado casualmente, ainda com um sorriso no rosto.- Não imaginava que você se importasse tanto com os outros, só recomendo que não fale demais hoje.Bruna, com um ar de mistério, baixou intencionalmente a voz:- Dizem que quem gosta de se meter na vida alheia morre cedo, e hoje é o seu aniversário, melhor não procurar aborrecimentos.Juliana arregalou os olhos de repente, e Bruna estendeu a mão para pegar a de Sílvia.- Vamos, Síl, entre. A Srta. Juliana já sabia que você viria, saiu para te receber, dê esse crédito a ela.As palavras foram diretas e intencionais, e Sílvia, sem mostrar reação, apenas respondeu:- Pode ser, embora seja muito sem graça.Marcos estava ao lado, com uma expressão fria, sem mostrar muita emoção, apenas seus olhos escuros pousaram sutilmente em Sílvia.- Marcos, faz tempo
Marcos sempre soube que Sílvia possuía um corpo atraente e não negava que, por um tempo, realmente se fascinava por ele.Ela era esguia onde devia ser e curvilínea onde necessário.Muito bonita.Quando Sílvia ouviu passos, pensou que Bruna estava chegando. Franziu a testa e olhou para trás.- Me passe a roupa, por favor...Sua fala foi interrompida abruptamente.Sílvia seguiu a direção dos passos e viu Marcos, com uma expressão arrogante, ao lado do biombo.Seu olhar era direto, sem disfarces, fixado nela.Sílvia franziu levemente a testa e rapidamente reuniu suas roupas espalhadas. Sem tempo para se abotoar, cobriu o peito com as mãos, encarando Marcos com um olhar repleto de cautela.- Quando você chegou?Marcos desviou o olhar e respondeu com uma voz indiferente:- Não deveria ser eu a perguntar quando você chegou?Ele tinha saído de dentro, e Sílvia também percebeu isso.Marcos a olhava de cima, com um desdém que ocultava emoções obscuras, e zombou:- Sílvia, você parece estar se
Juliana perguntou a Sílvia, tentativamente:- Síl, eu entendi errado?Sílvia olhou para Juliana com uma expressão de impaciência nos olhos.- Minha vida não é da sua conta.- Estou apenas preocupada se você encontrou algum problema, afinal, é minha festa de aniversário e eu realmente quero que todos se divirtam.- Srta. Juliana. - Bruna riu ao lado. - Não precisa nos lembrar o tempo todo que hoje é seu aniversário. Vamos nos lembrar, afinal, a protagonista hoje é você, eu entendo.Juliana sempre manteve uma postura de anfitriã, enfatizando repetidamente seu papel na frente de Sílvia, o que para Bruna parecia mais como uma tentativa deliberada de enfatizar algo, como quem tenta esconder alguma coisa.Juliana se contraiu, mas Sílvia de repente percebeu que Juliana tinha dado essa volta toda, provavelmente querendo saber se o homem com ela era Marcos.O olhar de Sílvia esfriou. Ela estava prestes a falar quando sentiu alguém se aproximando por trás.Em seguida, uma névoa pareceu envolver
Os dois estavam muito próximos, o leve cheiro de álcool de Marcos ainda flutuava em direção ao nariz de Sílvia.Era bastante parecido com o álcool que Juliana tinha derramado em sua roupa há pouco.Sílvia virou o rosto, franzindo ligeiramente a testa.De alguma forma, essa sensação a deixava um tanto sufocada.A mão de Marcos ainda estava em seu pescoço. Sílvia pensou que Marcos poderia estar um pouco fora de si por causa do álcool, apertou os dentes, levantou a mão e retirou a dele de seu pescoço, recuando alguns passos e o advertiu friamente:- Presidente Marcos, mantenha a compostura.Os olhos de Marcos estavam sombrios, sem mostrar nenhuma emoção. Ele apenas fixava o olhar em Sílvia, aqueles olhos escuros como tinta pareciam capazes de sugá-la para dentro.Momentos depois, ele perguntou com a voz rouca:- É só porque é um homem, você acha que pode?Ele tinha bebido, sua respiração estava um pouco pesada enquanto falava e o canto de seus olhos estava levemente avermelhado pelo álc
O rosto de Sílvia escureceu instantaneamente e ela, com voz grave, exclamou:- Yago, o que você está fazendo aqui?Yago, que estava sendo contido por cuidadores e médicos, se virou rapidamente ao ouvir a voz de Sílvia.Havia vários cortes em seu rosto e seus olhos turvos brilhavam com um lampejo de astúcia.O cuidador, ao ver Sílvia se aproximar, respirou aliviado e disse:- Srta.Sílvia, eu tentei ligar para você, mas não obtive resposta.- Esse homem chegou dizendo que queria entrar no quarto para ver seu avô.- Quero ver o que ele tem, Ele é meu sogro! - Exclamou Yago, já com uma expressão feroz.O olhar de Sílvia era de gelo puro.- Yago, o que você realmente veio fazer na Cidade J?Ela sentia um frio por dentro, a presença de Yago ali definitivamente não era apenas para visitar o avô.Além disso, Sílvia perguntou:- Isabelly sabe que você veio?Yago cuspiu com força:- Não me fale dessa mulher azarada!Era a noite e estavam em um hospital, a voz de Yago ecoava alto pelos corredores