— Pai, ela está lá de novo...— Dayse, deixa sua irmã em paz, ela é uma criança.— Pai, Violeta é uma menina, não pode agir assim, ela me desafia e ao senhor também, esse jeito dela ainda vai colocá-la em perigo.— Tá! Cuide do almoço, vou buscá-la.Morgan era um escocês pai de Dayse e Violeta, a mãe morreu fazia 5 anos em decorrência de uma doença auto imune, desde que Rose morreu sua filha mais velha se encarregou da criação da irmã, mas não era fácil, Violeta tinha 10 anos e só obedecia ao pai, isso as vezes.Toda vez que ficava triste ou com raiva saía para os fundos da propriedade e subia em uma árvore muito alta.— Violeta! Desça daí, daqui a pouco vai escurecer.A menina não respondeu, apenas apareceu e desceu alguns galhos, Morgan se virou e ela pulou em suas costas, era sempre assim que descia, ela sempre esperava o pai chamar e pulava nas costas dele.— Ah, minha menina, o que te deixou triste? Sei que não sobe lá sem motivo e seus olhinhos dizem que estava chorando.
Danilo teve que se acostumar a viver no abrigo, tinha poucos amigos, ia a escola e cuidava da irmã. Na escola não era muito querido pelos colegas, sua mania de responder todas as perguntas, sua inteligência causava inveja, ele nem mesmo sabia o que isso significava.— Hoje a professora está demorando... — Não foi nem uma conversa, ele disse para ele mesmo.— Bom dia crianças!A classe olhou desconfiada para a moça jovem e alegre. Danilo levantou a mão.— Onde está a nossa professora?— Bom, a professora Gabi teve uma consulta hoje, eu ficarei aqui, apenas por hoje... Me chamo Marcela.A aula correu normalmente, na hora do lanche as crianças saíram da sala para o pátio, mas Danilo ficou na sala.— Não vai comer menino?— Vou, mas prefiro comer aqui, lá as crianças ficam implicando comigo...— Qual seu nome?— Danilo.— Está bem Danilo, bom lanche. — Marcela passou a mão nos cabelos do menino e beijou sua cabeça, ele sempre reclamou quando alguém o tocava ou tentava fazer um
Morgan estava em cima de Carlos para um casamento com sua filha Dayse, pensando que teria que lidar com Violeta sozinho, decidiu enviá-la para um convento, teria uma educação fina e respeitosa, mas lidar com a rebeldia dela até chegar o dia de sua partida era difícil.— Eu já disse que não vou a lugar nenhum! Se Dayse se casar com o inglês eu me viro aqui sozinha! Não sou um bebê. — Violeta novamente discutia com o pai.— Filha, vai fazer o que eu mandar, tem apenas 12 anos, você não manda na sua vida.Nesse momento o telefone de Morgan tocou. Ele atendeu.— Fala!— Morgan, aqui é Ronald, tenho notícias sobre Carlos.— Diga logo, não estou com paciência.— Descobri o que me pediu, a moça com quem ele estava envolvido esses anos mora no Brasil, é filha de um traidor americano, o pai foi morto e ela enviada para uma casa de prostituição que tem lá a mando do tio, mas não é só isso, ela morreu, ele foi visitá-la e descobriu sua morte, parece que foi um acidente a caminho de casa.
O processo de adoção estava correndo rápido, o status de médico de Rafael passava credibilidade e o fato deles estarem dispostos a adotar os dois irmãos facilitava o processo.Era um sábado de manhã quando Danilo foi acordado por Juliana.— Menino, vamos! Levante-se e tome um banho, daqui a pouco terá visita.Danilo abriu os olhos e sentou na cama. — Tia Ju, eles não vem ver a Meg?— Também, mas a mulher deixou bem claro que quer passar um tempo com você primeiro.— Qual é mesmo o nome dela?— Ela se chama Marcela, o marido é Rafael.— Gostei do nome dela... — Danilo sorriu, assim que Juliana saiu do quarto ele pulou da cama, tomou um banho e estava escolhendo uma roupa para receber Marcela, sempre ouvia dizer que os pais gostavam de meninos que fossem bons em esportes, coisa que ele não gostava, mas aprenderia qualquer um para agradar aquele casal.Depois de vestir algo simples ele desceu, não teve tempo para o café, encontrou Marcela já passando pela porta.— Olá Danilo, qu
A vida sempre tem reviravoltas, a alegria da família Sales durou apenas 6 meses, Rafael se foi tragicamente no que parecia um assalto, o luto de Marcela machucava Danilo, ele passou a cuidar da mãe e da irmã, parecia que estava revivendo as memórias tristes da primeira infância.Ele passou a pagar as contas, cuidar da casa, até tentava fazer comida, mas nisso não era muito bom. Ele havia acabado de completar 11 anos.— Senhora Marcela, estou indo pra escola, vou deixar a Meg na creche.Marcela estava deitada, seus olhos indicavam que tinha chorado, faziam 2 meses da morte do marido e ela mal saía do quarto.Danilo sempre teve problemas na escola, sua inteligência era motivo para os garotos não gostarem dele. Depois da aula ele passou na creche e pegou a irmã.— Menino, você de novo? Eu sei que sua mãe está em luto, mas é perigoso, estou deixando uma criança com outra criança. — Disse a professora de Megan.— Eu farei ela vir aqui, estou tentando ao máximo.— Tudo bem, mas direto pra c
Depois de um tempo, Ronald ligou novamente.— Morgan tenho notícias... Só não sei a gravidade delas.— A moça se chama Marcela Sales, não fazia parte da organização, mas agora são casados, não tem mais o que fazer quanto a isso. As crianças são sim filhos do Carlos, a moça os adotou no Brasil, são filhos da bastarda americana que morreu, Marcela ficou viúva e quando Carlos foi atrás das crianças o menino negociou a vinda da mãe.— Peraí! Quem negociou foi o garoto? Carlos foi enganado por um moleque de 11 anos?— Não, quem foi enganado foi Argos, o moleque leva qualquer um na lábia, tem o jeito de negociar do pai. Vão fazer uma festa aqui mesmo na casa do Carlos, será um segundo casamento para apresentar a moça para organização.— Se informe, eu e minhas filhas vamos a esse casamento... Ronald?— Senhor?— Fale mais do menino, ele tem 11 anos, como consegue enganar adultos?— Eu o conheci e conversei com ele pessoalmente, ele é inteligente, mais que muito adulto, defende a mãe
2 anos depois....Muita coisa mudou desde que Rafael faleceu, Danilo passou chamar Marcela de mãe e seu pai biológico apareceu, Carlos não era um homem ruim, era um mafioso, mas não representava o perigo que sua mãe biológica sempre dizia, pelo menos não para ele.O pai e Marcela estavam casados e felizes, e Danilo estava fazendo o treinamento da máfia, precisava evoluir muito para chegar ao nível do pai.Era um domingo ensolarado, sábado Danilo havia completado 12 anos e na segunda Megan faria 4. Marcela preparou uma festinha para eles, apenas Ronald e Bryan foram convidados com suas famílias. Tudo corria bem, até que Argos anunciou a chegada inesperada de Morgan com a filha mais nova e o sobrinho de 15 anos.Assim que Violeta passou pela porta os olhos de Danilo e os delas se cruzaram, ela sorriu timidamente e abaixou a cabeça, Danilo sentiu seu coração aquecer. Ficou vermelho e falou baixo consigo mesmo.— Ela é bonita... — Mas Marcela ouviu seu comentário e o beliscou. — Mã
Morgan ficou irado com a cena, praticamente jogou a menina no banco de trás do carro.— No que estava pensando Violeta? Eu disse a Carlos que você era uma flor delicada, ele deve pensar que você não tem pudores, que é uma desavergonhada, me deixará em maus lençóis assim. Talvez até cancele o acordo te julgando uma mulher vulgar.— Não pai! Isso não... — Violeta respirou fundo, gostou de Danilo, a primeira coisa que fez quando chegaram foi buscar sua imagem com os olhos, se sentiu realmente tímida quando notou o olhar dele para ela também. Mesmo sendo mais novo o achou alto e bonito, olhou para Carlos e viu as semelhanças, os cabelos lisos e escuros, bem cortado, os olhos castanhos e profundos, sua postura e porte fino e ao mesmo tempo forte, se era assim que o menino ficaria quando mais velho, talvez não fosse tão ru.im assim o casamento.— Arrependida? Fique sabendo que se Carlos me ligar para desfazer o acordo, não vou nem argumentar, pedirei desculpa pelo seu comportamento e vou