O processo de adoção estava correndo rápido, o status de médico de Rafael passava credibilidade e o fato deles estarem dispostos a adotar os dois irmãos facilitava o processo.Era um sábado de manhã quando Danilo foi acordado por Juliana.— Menino, vamos! Levante-se e tome um banho, daqui a pouco terá visita.Danilo abriu os olhos e sentou na cama. — Tia Ju, eles não vem ver a Meg?— Também, mas a mulher deixou bem claro que quer passar um tempo com você primeiro.— Qual é mesmo o nome dela?— Ela se chama Marcela, o marido é Rafael.— Gostei do nome dela... — Danilo sorriu, assim que Juliana saiu do quarto ele pulou da cama, tomou um banho e estava escolhendo uma roupa para receber Marcela, sempre ouvia dizer que os pais gostavam de meninos que fossem bons em esportes, coisa que ele não gostava, mas aprenderia qualquer um para agradar aquele casal.Depois de vestir algo simples ele desceu, não teve tempo para o café, encontrou Marcela já passando pela porta.— Olá Danilo, qu
A vida sempre tem reviravoltas, a alegria da família Sales durou apenas 6 meses, Rafael se foi tragicamente no que parecia um assalto, o luto de Marcela machucava Danilo, ele passou a cuidar da mãe e da irmã, parecia que estava revivendo as memórias tristes da primeira infância.Ele passou a pagar as contas, cuidar da casa, até tentava fazer comida, mas nisso não era muito bom. Ele havia acabado de completar 11 anos.— Senhora Marcela, estou indo pra escola, vou deixar a Meg na creche.Marcela estava deitada, seus olhos indicavam que tinha chorado, faziam 2 meses da morte do marido e ela mal saía do quarto.Danilo sempre teve problemas na escola, sua inteligência era motivo para os garotos não gostarem dele. Depois da aula ele passou na creche e pegou a irmã.— Menino, você de novo? Eu sei que sua mãe está em luto, mas é perigoso, estou deixando uma criança com outra criança. — Disse a professora de Megan.— Eu farei ela vir aqui, estou tentando ao máximo.— Tudo bem, mas direto pra c
Depois de um tempo, Ronald ligou novamente.— Morgan tenho notícias... Só não sei a gravidade delas.— A moça se chama Marcela Sales, não fazia parte da organização, mas agora são casados, não tem mais o que fazer quanto a isso. As crianças são sim filhos do Carlos, a moça os adotou no Brasil, são filhos da bastarda americana que morreu, Marcela ficou viúva e quando Carlos foi atrás das crianças o menino negociou a vinda da mãe.— Peraí! Quem negociou foi o garoto? Carlos foi enganado por um moleque de 11 anos?— Não, quem foi enganado foi Argos, o moleque leva qualquer um na lábia, tem o jeito de negociar do pai. Vão fazer uma festa aqui mesmo na casa do Carlos, será um segundo casamento para apresentar a moça para organização.— Se informe, eu e minhas filhas vamos a esse casamento... Ronald?— Senhor?— Fale mais do menino, ele tem 11 anos, como consegue enganar adultos?— Eu o conheci e conversei com ele pessoalmente, ele é inteligente, mais que muito adulto, defende a mãe
2 anos depois....Muita coisa mudou desde que Rafael faleceu, Danilo passou chamar Marcela de mãe e seu pai biológico apareceu, Carlos não era um homem ruim, era um mafioso, mas não representava o perigo que sua mãe biológica sempre dizia, pelo menos não para ele.O pai e Marcela estavam casados e felizes, e Danilo estava fazendo o treinamento da máfia, precisava evoluir muito para chegar ao nível do pai.Era um domingo ensolarado, sábado Danilo havia completado 12 anos e na segunda Megan faria 4. Marcela preparou uma festinha para eles, apenas Ronald e Bryan foram convidados com suas famílias. Tudo corria bem, até que Argos anunciou a chegada inesperada de Morgan com a filha mais nova e o sobrinho de 15 anos.Assim que Violeta passou pela porta os olhos de Danilo e os delas se cruzaram, ela sorriu timidamente e abaixou a cabeça, Danilo sentiu seu coração aquecer. Ficou vermelho e falou baixo consigo mesmo.— Ela é bonita... — Mas Marcela ouviu seu comentário e o beliscou. — Mã
Morgan ficou irado com a cena, praticamente jogou a menina no banco de trás do carro.— No que estava pensando Violeta? Eu disse a Carlos que você era uma flor delicada, ele deve pensar que você não tem pudores, que é uma desavergonhada, me deixará em maus lençóis assim. Talvez até cancele o acordo te julgando uma mulher vulgar.— Não pai! Isso não... — Violeta respirou fundo, gostou de Danilo, a primeira coisa que fez quando chegaram foi buscar sua imagem com os olhos, se sentiu realmente tímida quando notou o olhar dele para ela também. Mesmo sendo mais novo o achou alto e bonito, olhou para Carlos e viu as semelhanças, os cabelos lisos e escuros, bem cortado, os olhos castanhos e profundos, sua postura e porte fino e ao mesmo tempo forte, se era assim que o menino ficaria quando mais velho, talvez não fosse tão ru.im assim o casamento.— Arrependida? Fique sabendo que se Carlos me ligar para desfazer o acordo, não vou nem argumentar, pedirei desculpa pelo seu comportamento e vou
— Pai, ela se machucou?Carlos não teve tempo de dizer a Morgan que o telefone continuava no viva voz.— Danilo, vamos dar algum tempo, Morgan precisará cuidar da Violeta, mais tarde ligo novamente e pedirei a ele permissão para você falar com ela. O sorriso de Danilo desapareceu.A noite depois do jantar Danilo estava em seu quarto, queria saber de Violeta, mas não tinha como falar com ela.— Meu filho, está acordado? — Carlos estava na porta.— Estava só deitado.Carlos estava com o telefone na mão. — Diga Morgan, como ela está? Danilo ficou preocupado.— Carlos, a menina me tira do sério, eu ia ajudá-la a descer, ela sabe que não consegue sozinha, mas como eu te liguei primeiro ela pulou e quebrou a perna. Tive que levá-la ao hospital, ela está com gesso.— Senhor Morgan posso falar com ela? — Perguntou Danilo.— No momento não, ela tomou alguns medicamentos no hospital, chegou dormindo já, mas se me ligar amanhã eu permito.— Obrigado Morgan, por agora e só. Boa noite.
— Minha filha acorde! Danilo está aqui.— O que? Como assim?— Ele ficou preocupado, convenceu o pai a vir até aqui para te ver.— Meu Deus pai, nem acredito nisso. Pode chamar a Dayse?— A Dayse? É só se levantar Violeta...— Pai, chame a Dayse por favor...Dayse foi a contragosto ao quarto da irmã, ela passou pela sala e deu bom dia a Carlos e Danilo.— Violeta, estou ocupada com o almoço, o que quer?— Preciso de ajuda para me arrumar.— Você consegue se vestir sozinha, não seja preguiçosa.— Ai Dayse, é que...— Diga logo!— É o Danilo que está na sala, eu quero estar bonita, mas não quero parecer vulgar ou uma beleza forçada, eu não sei como fazer isso, quero que ele goste de mim.Dayse riu e achou bonito o sentimento da irmã, a ajudou a colocar um vestido florido que vai até abaixo dos joelhos, não era curto e nem colado, mas a deixava bonita e era apropriado para a idade, penteou os cabelos da irmã e prendeu com uma presilha de borboleta, Violeta ficou linda, mas p
Carlos seguiu o conselho de Morgan deu a Danilo um celular, ele não conhecia muitas pessoas para quem ligar, mantinha contato com alguém do Brasil e com Violeta, as ligações para ela eram diárias, normalmente por vídeo chamada, falavam sobre tudo. Desde a escola até mesmo os planos de viagem para quando estivessem casados.Morgan não permitia que a filha tivesse rede social, mas ela vivia tirando fotos, todas enviadas a Danilo, como acordo o celular não poderia ter senha, Morgan fiscalizava as conversas também, normalmente eles se falavam com a presença do pai, ou da irmã. Ficaram 2 anos sem se ver pessoalmente, mas não deixaram de se falar um só dia.Danilo agora estava com 14 anos e Violeta com 16, ela ainda não acreditava que ele se formaria antes dela, Danilo já estava se preparando para o vestibular, faria sua graduação em administração com especialização em finanças, não era o sonho dele, queria fazer astronomia, mas faria algo útil para máfia e para os negócios do pai.— Min