Parte 1...Mike estava indo novamente para a casa dos pais, levar uma encomenda que o pai precisava para o dia seguinte. Como ele estava ajudando um tio em sua fazenda, faltou comprar luvas mais de acordo com o serviço que eles estavam executando. Ele saiu da clínica e passou em uma loja de material de construção e comprou logo um pacote com três unidades, assim seu pai não corria o risco de esquecer novamente.Estava pensando em aproveitar e ficar para o jantar com os pais quando a viu do outro lado da rua. Fez o retorno e se aproximou, mas antes a observou um momento, enquanto ela caminhava pela calçada.Seu caminhado era devagar, mas não chegava a ser lento realmente. Dessa vez ela usava uma calça jeans clara e calçava um par de tênis brancos. A camiseta era de algodão, creme clarinha e como da primeira vez em que a viu em sua sala, cheia de pequenas flores.Camila tinha uma certa delicadeza ao andar, ainda que puxasse da perna direita. Estava com o cabelo preso e tinha uma pequen
Parte 2...Ele fechou o semblante. Que falta de empatia e consideração com a outra pessoa, ainda mais sendo um namorado. Ele jamais seria capaz de cometer tal ato contra alguém. — Eu sinto muito - foi sincero.— N-não sinta - suspirou — Eu saí da casa de minha t-tia por isso também - ele franziu os olhos — Não me entenda mal. Henrieta é maravilhosa comigo - puxou o ar fundo, ficando sisuda — Mas minha do...ença é algo m-muito sério. E eu não quero que e-ela sofra quando eu não estiver m-mais por aqui.Ele olhou para baixo e suspirou lento. Estava impressionado com a força dela. Tão nova e com um pensamento tão centrado. De certa forma era bonito, mas era triste.— Eu me sinto melhor, hoje falo m-melhor do que antes, mas não é fá...cil porque afasia é uma lesão muito grave e que leva a pessoa à morte após alguns a-anos - ela viu que Mike se impressionou — Eu já, já... Investiguei sobre isso e fa,falei com os médicos. Cada pessoa tem s-seu tempo, depende muito.Isso o deixou curioso. D
Parte 1...Mike viu quando Camila entrou na sala de material para resgate que eles mantinham no fundo da clínica. Trabalhavam em conjunto com um grupo de resgate que pertencia a um abrigo, onde cada animal resgatado passava antes por eles, para que fosse feito um exame das condições físicas e emocionais do animal recolhido.Muitos deles estavam em uma situação muito difícil de ver e de aceitar. Era horrível que os seres humanos não fossem capazes de ter empatia por um animal de rua, que passava por tantas privações e maltratos.Muitos chegavam em condições quase de morte, com fome, doentes, cheios de pulga e carrapatos e sem falar no emocional de cada criatura, que geralmente estava muito abalado por algo que havia sofrido nas ruas e que muitas vezes era culpa de algum humano.Ele andou até lá e bateu de leve na porta. Camila se virou e sorriu ao vê-lo parado à porta.— Bom dia! Como está?— Bem, obrigada.Mike sentiu um calorzinho gostoso quando ela sorriu ao lhe responder, de uma fo
Parte 2...— N-não precisa. Eu pos...so ir de táxi mesmo.— Tem certeza? A gente pode se conhecer mais, bater um papo legal e eu te apresento a outros colegas.— Ok. Vou gostar muito.Eliza conversou um instante mais e depois saiu, dizendo que iria esperar que ela passasse o contato para combinarem para mais tarde. Quando ela saiu, Camila voltou a fazer o serviço de antes.Fez tudo com um sorriso no rosto, se sentindo bem por depois de tanto tempo poder criar laços de amizade com novas pessoas, recomeçar um emprego em que ficava ativa e gostava muito de tudo. As coisas aos poucos começavam a ficar melhor.Um dia isso iria terminar, mas por agora ela poderia aproveitar enquanto pudesse e criar novos momentos antes que tudo se perdesse.As coisas iriam ficar mais apertadas para ela agora, com mais obrigações e horários para seguir, mas isso era bom, melhor do que ficar parada dentro de casa, esperando o dia passar e pensando no futuro o que reservava para ela em sua condição.Não era na
Parte 3...Só tinha que prestar atenção na hora de colocar o número. Apesar de ser engraçado, ela tinha dito a verdade para Mike no dia da entrevista. Ela só conseguia contar bem até no máximo dez, depois disso ficava complicado, pois seu cérebro ficava embaralhado. Então fazia a conta de dez em dez e foi assim que Rosaly preparou cada ficha.Terminou as tarefas se sentindo mais leve. Queria contar a novidade para a tia, mas iria esperar até ter mais tempo para poder conversarem e talvez até fosse direto em sua casa. Sabia que ela ficaria feliz em ver que tinha conseguido conquistar seu espaço na clínica e que estava sendo bem vista pelos outros funcionários. Lhe tiraria um peso dos ombros, já que Henrieta sempre falava sobre seu futuro e sobre o que aconteceria.Ela sabia o que aconteceria, só não queria ficar focando nisso para não perder a vontade de viver agora.********************Estava um pouco nervosa e quando ouviu a buzina do carro de Eliza lá fora, ela logo pegou sua pequ
Parte 1...Mike estava com a porta do consultório aberta e viu quando Camila passou pela frente, em seu caminhar lento.Ele levantou rápido e foi até a porta, observando enquanto ela seguia, empurrando um pequeno carrinho com alguns produtos que seriam levados para as outras salas. Encostou na lateral da porta aberta e ficou apenas olhando-a se afastar. Ele não viu quando Eliza parou um pouco antes e também ficou olhando para ele. Depois para Camila.Ela se aproximou após um momento e segurou seu braço. Mike até se surpreendeu pois não a tinha visto e nem ouvido.— Nossa, estava mesmo distraído - disse em tom de crítica.— Apenas pensando - ele se virou e entrou de novo.— Sei... Pensando em que... Ou em quem?Mike olhou para ela franzindo de leve a testa. Não que tivesse que dar satisfação, mas Eliza parecia mesmo muito curiosa.— Em trabalho, como sempre - abriu uma gaveta da mesa.— Sei... Trabalho - parou em frente da mesa — E o trabalho por acaso anda puxando de uma perna? - erg
Parte 2...Sua casa era uma prova disso. Tinha de tudo um pouco e o que realmente combinava era de antes ou então por pura sorte, quando estava em um bom dia.Luiz deu algumas ideias para prender as decorações nos corredores de modo mais rápido e depois de fazer um desenho para a fachada. Camila então deu a ideia de pegarem o desenho e levarem até uma gráfica, onde poderiam imprimir no tamanho que quisessem, de acordo com a altura e largura das portas de vidro e formar uma paisagem de entrada.— Acho isso bem legal - Rosaly disse animada — Vou falar com o Mike sobre isso agora e se der tempo fazemos ainda hoje.— Eu ainda tenho mais m-meia hora aqui e depois vou pa-para o canil - Camila respondeu.— Não se preocupe - Rosaly abanou a mão — Faça seu serviço normal e se der você ajuda a gente, senão fica pra amanhã.Camila assentiu e saiu empurrando o carrinho. Deixou cada ítem no seu devido lugar e foi marcando em sua pastinha que Cíntia arranjara, para guardar anotações e o que precisa
Parte 1...Mike estava falando com uma cliente que tinha ido buscar seu coelhinho. O pobre animal havia sido mordido pelo cachorro do vizinho e por pouco perdeu uma de suas orelhas.Não foi preciso fazer uma cirurgia complicada para restaurar a posição da orelha esquerda. Teve que aplicar um sedativo forte para fazer a costura e por isso o coelho cinza ainda estava mole pela sonolência.Mike estava explicando os cuidados que a dona deveria ter com ele até que se recuperasse, em especial com as patas para não machucar e arrancar os pontos.Como sempre a dona estava muito preocupada com seu bichinho de estimação. Esse tipo de cliente ele gostava muito, pois tinham mesmo amor por seu bicho e não era apenas uma coisa comum, como muitos que tinham bichos só para mostrar que eram pessoas boas e nem mesmo davam a atenção necessária para o animal.Quando a mulher se foi, toda agradecida, Eliza se aproximou dele para falar sobre uma cirurgia que teriam na tarde seguinte, mas ele estranhou que