Parte 3...Só tinha que prestar atenção na hora de colocar o número. Apesar de ser engraçado, ela tinha dito a verdade para Mike no dia da entrevista. Ela só conseguia contar bem até no máximo dez, depois disso ficava complicado, pois seu cérebro ficava embaralhado. Então fazia a conta de dez em dez e foi assim que Rosaly preparou cada ficha.Terminou as tarefas se sentindo mais leve. Queria contar a novidade para a tia, mas iria esperar até ter mais tempo para poder conversarem e talvez até fosse direto em sua casa. Sabia que ela ficaria feliz em ver que tinha conseguido conquistar seu espaço na clínica e que estava sendo bem vista pelos outros funcionários. Lhe tiraria um peso dos ombros, já que Henrieta sempre falava sobre seu futuro e sobre o que aconteceria.Ela sabia o que aconteceria, só não queria ficar focando nisso para não perder a vontade de viver agora.********************Estava um pouco nervosa e quando ouviu a buzina do carro de Eliza lá fora, ela logo pegou sua pequ
Parte 1...Mike estava com a porta do consultório aberta e viu quando Camila passou pela frente, em seu caminhar lento.Ele levantou rápido e foi até a porta, observando enquanto ela seguia, empurrando um pequeno carrinho com alguns produtos que seriam levados para as outras salas. Encostou na lateral da porta aberta e ficou apenas olhando-a se afastar. Ele não viu quando Eliza parou um pouco antes e também ficou olhando para ele. Depois para Camila.Ela se aproximou após um momento e segurou seu braço. Mike até se surpreendeu pois não a tinha visto e nem ouvido.— Nossa, estava mesmo distraído - disse em tom de crítica.— Apenas pensando - ele se virou e entrou de novo.— Sei... Pensando em que... Ou em quem?Mike olhou para ela franzindo de leve a testa. Não que tivesse que dar satisfação, mas Eliza parecia mesmo muito curiosa.— Em trabalho, como sempre - abriu uma gaveta da mesa.— Sei... Trabalho - parou em frente da mesa — E o trabalho por acaso anda puxando de uma perna? - erg
Parte 2...Sua casa era uma prova disso. Tinha de tudo um pouco e o que realmente combinava era de antes ou então por pura sorte, quando estava em um bom dia.Luiz deu algumas ideias para prender as decorações nos corredores de modo mais rápido e depois de fazer um desenho para a fachada. Camila então deu a ideia de pegarem o desenho e levarem até uma gráfica, onde poderiam imprimir no tamanho que quisessem, de acordo com a altura e largura das portas de vidro e formar uma paisagem de entrada.— Acho isso bem legal - Rosaly disse animada — Vou falar com o Mike sobre isso agora e se der tempo fazemos ainda hoje.— Eu ainda tenho mais m-meia hora aqui e depois vou pa-para o canil - Camila respondeu.— Não se preocupe - Rosaly abanou a mão — Faça seu serviço normal e se der você ajuda a gente, senão fica pra amanhã.Camila assentiu e saiu empurrando o carrinho. Deixou cada ítem no seu devido lugar e foi marcando em sua pastinha que Cíntia arranjara, para guardar anotações e o que precisa
Parte 1...Mike estava falando com uma cliente que tinha ido buscar seu coelhinho. O pobre animal havia sido mordido pelo cachorro do vizinho e por pouco perdeu uma de suas orelhas.Não foi preciso fazer uma cirurgia complicada para restaurar a posição da orelha esquerda. Teve que aplicar um sedativo forte para fazer a costura e por isso o coelho cinza ainda estava mole pela sonolência.Mike estava explicando os cuidados que a dona deveria ter com ele até que se recuperasse, em especial com as patas para não machucar e arrancar os pontos.Como sempre a dona estava muito preocupada com seu bichinho de estimação. Esse tipo de cliente ele gostava muito, pois tinham mesmo amor por seu bicho e não era apenas uma coisa comum, como muitos que tinham bichos só para mostrar que eram pessoas boas e nem mesmo davam a atenção necessária para o animal.Quando a mulher se foi, toda agradecida, Eliza se aproximou dele para falar sobre uma cirurgia que teriam na tarde seguinte, mas ele estranhou que
Parte 1...— Gostei da sua ideia de criar um painel colado ao vidro da entrada - mordeu o pão caseiro macio — Rosaly e Luiz já fizeram um desenho no computador e amanhã cedo vão levar até uma gráfica para imprimir.— Que bom, entã...o minha cabeça a-ainda serve para algo.Ela fez uma brincadeira, ele riu um pouco, mas não gostava da sensação de que um dia ela não estaria mais em suas faculdades mentais corretas. Isso era triste. Para qualquer pessoa, ainda mais uma tão jovem como ela.E bonita. E cheirosa.Ele segurou o ar. O que estava acontecendo com ele? Tinha dado uma de burro pouco tempo antes, quando Eliza deu em cima dele outra vez e agora estava ali, reparando em Camila.Mas como não reparar nela?Até o modo calmo como ela agia o deixava tranquilo e lhe passava uma boa sensação de conforto. E algo mais.Sentiu seu corpo reagir. Disfaçou puxando o assunto da decoração de novo, para tirar sua atenção dela. De seu rosto lindo, de seu sorriso, seus olhos. Suspirou fundo e continuo
Parte 1...Quando Camila chegou pela manhã, Rosaly a chamou depressa na sala do fundo para lhe perguntar sobre a amostra de sangue retirada da cadela de uma cliente.— Eu não peguei nenhuma amostra de s-sangue.— Eliza disse que foi você quem guardou.Ela parou um instante e puxou pela memória. — Ah, sim... Ela me pediu para guardar, m-mas eu, eu não cataloguei - começou a ficar nervosa — Ela já deixou tudo pron...to pra mim e, e... E eu só fiz colocar na... Freezer - explicou.— Bem, isso complica. Eliza disse que deixou em suas mãos e que você faria o processo.Camila ficou nervosa e sua língua travou mais ainda. Quando ficava nervosa sua mente ficava ainda mais presa e vazia de palavras e tinha que se esforçar muito mais.Respirou fundo duas vezes para acalmar o coração e poder falar direito. Explicou como foi o fim de seu horário e que eliza só tinha lhe dado a caixinha de isopor para guardar no freezer, o que ela fez.— Pois é, mas não a encontramos agora de manhã.Camila sentiu
Parte 2...Sentiu um bolo na garganta ao ver o animal deitado, sedado, com uma das pernas abertas. Mike estava concentrado no que fazia e ia mandando que ela pegasse cada aparelho, o que ela fazia de imediato, mas tentando evitar de olhar para a perna do animal. Estava toda arrepiada e Mike ia falando cada passo, assim como ele fazia quando estava com sua equipe. Camila não estava entendendo nada, mas estava dando apoio e foi aprendendo os nomes de cada coisa que lhe pedia.Suas mãos tremiam, seu coração estava disparado e engolia pesado a cada momento. Só não queria que o animal tivesse algum problema porque ela não sabia como ajudar. Isso não. Ficou super atenta.Mike não percebeu que ela estava nervosa e se sentia mal, não por ver sangue, mas pela situação do animal e apenas fazia o que ele mandava como um robô, de modo automático, ainda que não soubesse como se portar nessa situação.Ele ia guiando-a e continuava a falar, como se ela soubesse os termos que ele usava ali e tudo o q
Parte 1...Quando os dois entraram no carro dele, Eliza parou o dela na vaga ao lado e desceu batendo a porta, olhando para os dois. Camila acenou com a mão e deu um pequeno sorriso, mas a outra mulher não lhe devolveu o aceno e menos ainda o sorriso.Eliza deu a volta e parou ao lado da janela de Mike, se abaixando para falar com ele.— Onde vai?Ele franziu a testa com o tom de voz dela, mas respondeu.— Para casa, óbvio - apertou o volante — Como foi no atendimento particular?— Foi tudo bem, como sempre - olhou para Camila — Por que está com a Camila?— Porque ela me ajudou a realizar uma cirurgia e por causa disso passou muito do horário dela - respondeu um tanto incomodado com ela, pois não lhe devia satisfações — E ficou nervosa, então o mínimo que devo fazer é levá-la em casa, não acha? - ergueu uma sobrancelha.Eliza olhou de novo para Camila. Realmente ela parecia pálida e apertava os dedos em cima do colo, segurando a alça da bolsa. Puxou o ar fundo e depois abriu um falso