— Estamos perto — Clarck anunciou, quando pararam um pouco para respirar. — Vamos descansar um pouco aqui, A caminhada seguia com o grupo em ritmo acelerado, mas o clima começou a mudar quando o sol se despedia e a floresta se enchia de sombras alongadas. Foi quando, de repente, um som diferente se fez ouvir, passos apressados e uivos distantes que alertaram todos de um perigo iminente.Nesse exato momento, Eidan sentiu a dor retornar com força total. As marcas em sua pele, que até então haviam diminuído, explodiram em brilho intenso e ele começou a lutar contra a transformação. Seu rosto assumia traços tanto humanos quanto de lobo enquanto fhenrir tentava tomar o controle de seu corpo e fazer a unica cooisa que sabia, matar.— Não podemos parar! — Clarck gritou, agarrando Eidan com firmeza enquanto corria. Gael rapidamente se juntou a ele, e juntos, os dois carregavam o irmão de Clarice, que oscilava entre a dor e a fúria contida, enquanto a ameaça dos renegados se aproximava a cad
A noite já caíra sobre a floresta, envolvendo tudo em um manto de sombras e mistério. O vento sussurrava entre as árvores e o frio cortante fazia cada respiração parecer um lembrete de que o perigo estava sempre à espreita. Foi nesse cenário que os lobos renegados, vindos do assentamento, finalmente surgiram na fronteira da matilha de Garra Sangrenta. Liderados por Ravier, seus passos eram firmes e o olhar carregava a determinação de quem já havia enfrentado muitas batalhas.Ravier conduzia seu grupo com uma postura que misturava respeito e autoridade. Seus olhos, de um tom penetrante, fitavam o horizonte como se já vislumbrasse o que os aguardava. Ele sabia que aquele encontro podia mudar o destino de muitos, e cada movimento seu era medido, cada gesto, uma promessa de que a verdade seria revelada.À beira do território, Guillaume e Sarah, sentiram a presença dos visitantes se aproximando, ultrapassando a barreira protetora que mantinha o local seguro. Guillaume, sempre desconfiado,
A situação atingiu seu clímax quando, após alguns minutos de embate verbal, com palavras ríspidas e sussurros que se misturavam à brisa noturna, Ravier se adiantou, interrompendo o confronto com uma autoridade que só ele possuía. Ele ergueu, com as patas firmes no solo, um pergaminho envelhecido, envolto por um laço simples, mas carregado de significado. Era a carta de Clarck, o documento que selava a missão que os havia trazido até ali.Com voz grave e cheia de convicção, Ravier anunciou:— Companheiros de Garra Sangrenta, viemos com notícias do Alfa. Estivemos com ele e, sob sua orientação, fui enviado para entregar esta mensagem. – Suas palavras ecoaram pela clareira, enquanto ele desenrolava cuidadosamente o pergaminho para que todos pudessem ver o conteúdo.Os olhos de cada membro da matilha se fixaram naquele documento. Nele constava a confirmação de que os renegados haviam ajudado Clarck e Clarice na busca pelo irmão perdido, um fato que, para muitos, representava esperança de
Em meio a tanta emoção, o grupo se acomodou em um amplo salão improvisado, onde mesas de madeira e cestas simples aguardavam o banquete que seria preparado para celebrar a união dos novos membros. A luz suave das tochas penduradas nas paredes criava sombras que dançavam e brincavam, como se estivessem contando histórias ancestrais de coragem e superação.John, agora diante de todos, ergueu a voz para pronunciar as palavras que selariam aquele momento histórico:— Hoje, não celebramos apenas a chegada de novos irmãos e irmãs à nossa matilha. Celebramos a continuidade de nossa história, a união de corações que, mesmo feridos pelo passado, se recusam a se dividir. Cada um de vocês carrega em si a essência de Garra Sangrenta, e é com imenso orgulho que os acolhemos de braços abertos.Houve uma breve pausa enquanto suas palavras se espalhavam pelo salão, fazendo com que os olhares se encontrassem e os corações se aquecessem com a sensação de pertencimento. Entre os rostos, era possível ver
Uma chuva fina começou a cair lá fora quando Clarice finalmente chegou à casa de Loren. O caminho de terra parecia interminável, e cada passo carregava o peso de uma noite longa e de um coração inquieto. Estava exausta mas conseguiu despistar os renegados depois de algum tempo de corrida, então o esforço havia valido a pena. Ao avistar a silhueta da casa, uma construção simples de madeira com janelas que brilhavam sob a luz amarelada de uma lareira que vinha de dentro, Clarice sentiu um alivio tão grande que a fez suspirar.Logo na entrada, Loren a aguardava, seus olhos, grandes e cheios de preocupação, se iluminaram ao ver a luna que, naquele momento, já considerava sua amiga, mas logo se fecharam em traços de cansaço e inquietude.— Que bom que chegou bem! — disse Loren, abraçando-a com um afeto que misturava alívio e ansiedade.— Os rogues são muito insistentes, precisei correr muito para despistar todos antes de vir pra ca. Não se preocupe, não vão achar sua casa, ao menos não hoj
A dualidade daquele ser era um tormento, pois, por um lado, ele não era completamente bestial, mas, por outro, a violência pulsava em suas veias como um chamado irresistível.Sem conseguir mais suportar a dor, Eidan se contorceu na cama, sua pele, marcada pelos símbolos, parecia arder como se estivesse em chamas. Num instante de desespero, ele tentou controlar o feitiço, mas a força de Fhenrir foi maior, muito maior. Seu corpo se transformou diante de seus próprios olhos, enquanto a essência do lycan assumia o controle total. Um rosnado gutural ecoou pelo quarto e, num impulso violento, Eidan levantou-se de forma descontrolada, seus movimentos eram rápidos e ferozes; ele rasgou a roupa, deixando para trás o homem que ali se escondia. A criatura que emergia era imensa, com olhos ferozes e um olhar que misturava dor e fúria, as runas do feitiço brilhando nas queimaduras entre os pelos negros e espessos. Sem conseguir conter-se, o lycan saiu do quarto, rosnando e uivando, destruindo tu
Loren se afastou e, junto a Clarck Clarice e Gael, levaram Eidan para dentro novamente, deixando-o no sofá, já que o outro quarto estava destruído. A madrugada seguiu seu curso, e apesar dos esforços para restabelecer a calma, o incidente com Fhenruir e Solara deixava uma marca indelével na mente de todos. Loren, mesmo tendo conseguido neutralizar a ameaça momentânea, sabia que a situação era muito mais complexa do que aparentava.No quarto Eidan tentava se acalmar. Estava apavorado porque pela primeira vez Fhenrir parecia disposto a não assassinar a todos ao redor. Havia encontrado sua companheira… Mas como um monstro como ele poderia ficar com alguém? E se, num momento de descontrole, ele a matasse?Tinha medo e o medo o deixou paralisado, a dor, a febre, tudo parecia pequeno diante da possibilidade de acabar matando a sua companheira destinada. “Eu não mereço uma companheira…”, sussurou para si mesmo. “Somos… Perigosos…”, Fhenrir confirmou com a voz grossa entristecida. Em uma
No quarto de hóspedes, durante o dia haviam improvisado uma nova parede com mais madeira, Eidan sentia o peso do feitiço se aproximar novamente. A cada minuto, os símbolos em sua pele pulsavam com uma intensidade crescente, como se estivessem prestes a explodir em dor. Ele se revirava na cama, tentando, em vão, encontrar uma posição que aliviasse a sensação ardente. A angústia o consumia, e a mente começava a se inundar com as mesmas vozes perturbadoras.“Não… por favor, não de novo…”, sussurrava, a voz embargada pelo desespero.Mas o feitiço era implacável, e antes que ele pudesse reagir, os sinais começaram a brilhar com força total. Sem conseguir conter a transformação, Eidan sentiu seu corpo se contorcer, e o homem se esvaiu, dando lugar à fera que habitava em seu ser.Num instante brutal, o lycan despertou com toda a sua fúria. Ele rasgou a roupa, deixando para trás um rastro de sangue e de símbolos incandescentes. Porém, dessa vez, Fhenrir não estraçalhou nada. O lycan arrastou-