A fala melosa do lobo em sua cabeça fez Clarck resmungar, insatisfeito, então, voltou para seu carro, dando a partida e o guiando logo atrás do táxi. Se ela não o deixaria levá-la em casa, ele a escoltaria, Clarice querendo ou não. — Garota teimosa —resmungou, olhando o táxi a sua frente seguir o caminho da casa de Clarice. — Por que só não cede e me deixa cuidar de você? A pergunta ficou sem resposta, afinal, ela não poderia ouvi-lo. Clarck continuou seguindo o carro há poucos metros de distância, se recusando a partir antes de deixar Clarice em segurança. Em contrapartida, a ruiva no outro carro estava ajoelhada no banco, olhando pelo vidro traseiro do táxi desacreditada enquanto via o carro de Clarck seguindo seu táxi sem nenhuma descrição. — Brigou com o namorado, moça? — o motorista puxou assunto, sorridente. Com a idade que tinha, reconheceria uma briga de casal de longe. — Ele não é meu namorado — Clarice resmungou, cruzando os braços emburrada, voltando a se sentar. —
Clarice não podia negar o que sentia, mesmo que se esforçasse muito para isso. A oca de Clarck cobriu a sua com tanto desejo, tanta fome, que seu corpo amoleceu sob os braços dele, como se aquele toque girasse uma chave em seu cérebro que apenas Clarck poderia girar. Quando ele a ergueu, a ruiva entrelaçou as penas no quadril dele, pressionando seu corpo ao de Clarck com força enquanto sentia as mãos grandes deslizarem com um aperto firme por suas costas até que pararam em sua bunda, apertando com força, de forma possessiva, e foi inevitável para ela gemer. E o gemido rouco e baixo, sofrego, pareceu acender um fogo, uma urgência, em Clarck, que o fez por Clarice sobre a pequena mesa que havia na varanda, inclinando o rosto para o pescoço dela, deixando os lábios macios e doces apenas para despejar beijos por toda sua pele, os dentes roçando na curva do pescoço dela. Clarice o recebeu de bom grado entre suas pernas, suas mãos delicadas mergulhando-se nos cabelos de Clarck, puxando o
Clarice andou pela casa, tentando se acalmar. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas se sentia como se estivesse à deriva em um mar revolto de emoções. O beijo com Clarck ainda queimava em seus lábios, a sensação do corpo dela colado ao dele ainda queimava sob sua pele como brasa.Ela foi até o banheiro, ligou o chuveiro e se deixou envolver pela água quente, tentando apagar a energia pulsante que ainda a dominava. A água correu sobre seu corpo, deslizando, como uma tentativa de suavizar os pensamentos confusos que a invadiam. O calor da água ajudou um pouco, mas não o suficiente. As perguntas continuavam a se formar, uma após a outra. O que estava acontecendo com ela? E com Clarck? Por que um beijo a fez sentir tudo aquilo? Eles mal se conheciam, não fazia sentido algum, mas quando o beijou, era como se aquela fosse a unica coisa certa a ser feita. Saiu do chuveiro, o corpo envolto em uma toalha macia. O som do vento lá fora e o som do silêncio no interior de sua casa eram os
— Clarice? — ele perguntou, a voz grave, mas suave, com um toque de preocupação. — Você está bem?Ela o olhou, tentando se recompor, puxando a toalha um pouco mais sobre seu corpo, se sentando na cama com os pés no chão. O sonho a deixara confusa e perturbada, e o fato de Clarck estar ali, tão presente, fez com que ela se sentisse ainda mais vulnerável. Ele se aproximou da cama, com passos cautelosos.— Foi só um pesadelo — disse ela, tentando soar calma, mas havia um leve tremor em sua voz.Clarck se sentou na beira da cama, os olhos fixos nela com uma intensidade que Clarice não conseguia ignorar. Ele estendeu a mão, tocando seu braço de forma carinhosa.— Você quer falar sobre isso? — perguntou ele, a voz baixa. — Quer conversar?Clarice balançou a cabeça, tentando afastar o medo, a confusão. O sonho, a loba... sua mãe, a criatura… Por que um sonho como aquele logo naquele momento de sua vida? Não tinha pesadelos com aquele imenso lobo branco desde sua infância… Por que voltaram ag
A noite envolvia Pinewood em uma névoa densa, carregada de mistério e um perfume leve de terra molhada. Sarah estacionou o carro em frente à pequena casa de sua avó, Elaina, cuja luz fraca iluminava a varanda, criando sombras alongadas que dançavam com o vento. O som das folhas sendo agitadas pelas rajadas frias era o único ruído que rompia o silêncio.Ela ajustou o casaco em volta do corpo antes de bater na porta. Elaina, com seus cabelos presos em um coque simples, abriu a porta com um sorriso que fazia seus olhos ficarem pequenos. Adorava ver Sarah, sua neta era a alegria de seus dias.– Entre, minha querida. A noite é fria, e temos muito o que conversar.O tom enigmático fez Sarah franzir a testa. Desde que Sarah se lembrava, Elaina tinha um jeito místico de falar, como se soubesse de coisas que ninguém mais podia entender. No começo, ela não acreditava, mas agora tinha certeza de que sua avó realmente tinha uma conexão com o oculto. A sala estava acolhedora, as lampadas amarelada
O aroma reconfortante do café recém-passado preenchia cada canto da cozinha da pequena casa de Clarice. A luz do sol filtrava-se pelas cortinas esvoaçantes, lançando sombras suaves sobre a mesa onde Sarah estava sentada. Havia saído da casa da avó direto para a casa da amiga, ainda estava cedo, então ainda tinha algumas horinhas antes do trabalho. Ela segurava uma caneca entre as mãos, o olhar perdido enquanto as palavras de sua avó ecoavam em sua mente.Clarice estava do outro lado da mesa, examinando o amuleto de madeira com atenção. O círculo perfeitamente entalhado com runas complexas brilhava à luz do sol, o cristal azul em seu centro parecia brilhar sempre que ela o olhava, tão azul quanto seus olhos. Era belíssimo, tinha o tamanho de uma mão aberta. Clarice se aproximou de sua porta, se colocando na ponta dos pés e esticando o braço o máximo que pode para pendurá-lo na parte de cima, onde havia batido um prego quando Sarah chegou.– Esse amuleto lindo, mas o que ela disse me pr
O céu estava coalhado de estrelas, mas a lua cheia dominava o cenário, espalhando sua luz prateada pela floresta. Elaina movia-se com elegância, cada passo medido, enquanto segurava uma pequena cesta com alguns cristais e velas. Usava um vestino negro e seus cabelos grisalhos estavam soltos, caindo por seus ombros e sendo levados pela brisa noturna. Caminhou por alguns instantes até que chegou a uma clareira que conhecia bem, olhando ao redor antes de adentrar o local que quase não tinha árvores. A mulher seguiu para o centro, pousando a cesta na grama e a abrindo, tirando de lá uma série de cristais, pousando-os no chão em formato de círculo e, em seguida, jogando algumas cinzas sobre ele, cinzas de seu incensário. A bruxa pousou duas fotos no meio do círculo, uma de sua neta, Sarah, e uma de Clarice. Elaina ergueu as mãos, fechando os olhos e jogando o corpo para trás levemente, expondo seu peito e rosto para a lua, o olho que tudo via e ditava o poder das bruxas, a grande deusa.As
A noite em Pinewood estava calma, mas pesada. O silêncio era quebrado apenas pelo som distante do vento atravessando a floresta. Na pequena casa de Clarice, Sarah dormia profundamente ao lado da amiga. A presença de Clarice era um consolo, uma âncora que a mantinha presa à realidade depois dos últimos acontecimentos.No entanto, os sonhos de Sarah estavam longe de ser tranquilos.Ela se encontrava em um campo vasto, coberto por flores selvagens que balançavam suavemente ao toque da brisa. A luz da lua iluminava o cenário com um brilho prateado, criando um contraste mágico. No centro do campo, uma figura familiar esperava.– Vovó? – Sarah perguntou, sua voz ecoando na campina, fazendo Elaina olhar para ela.A mulher virou-se lentamente, um sorriso sereno iluminando seu rosto bonito. Estava diferente, mais vibrante, como se a idade não tivesse mais peso sobre ela. Ainda assim, havia algo em seu olhar que fez o coração de Sarah apertar.– Minha querida, sabia que você viria – respondeu E