Após retornar de sua viagem, Sarah se preparava para tecer um feitiço de proteção para o grupo que logo partiria em uma jornada arriscada. O ambiente estava imerso num nascer dourado que se infiltrava pelas janelas, projetando sombras alongadas e dançantes sobre as paredes de pedra antiga. Em uma mesa de carvalho polido, dispostos com precisão e reverência, repousavam diversos elementos sagrados que seriam essenciais para o ritual.Primeiro, Sarah arrumou com cuidado um pequeno punhado de ervas escolhidas a dedo: folhas frescas de alecrim para a clareza da mente, sálvia para a purificação espiritual, arruda para afastar energias negativas e um toque de manjericão que simbolizava a proteção e a prosperidade. Cada folha exalava um aroma terroso e revitalizante, misturando-se ao perfume doce do incenso de mirra que ela acendera previamente em um suporte de prata entalhada.Ao lado das ervas, repousavam alguns cristais cuidadosamente selecionados: ametista, para a paz e a espiritualidade;
Ela se dirigiu para a porta, abrindo-a suavemente e deixando que a luz dourada do nascer do sol entrasse em seu aposento. O ar fresco e puro da manhã a envolveu, trazendo consigo o perfume das flores silvestres que cresciam ao redor da clareira. Sarah respirou fundo, permitindo que a tranquilidade se instalasse em seu ser. A clareira que cercava sua casa era um lugar sagrado, repleto de árvores centenárias que pareciam sussurrar segredos antigos, e ela sentia que precisava ouvir suas vozes uma vez mais antes de partir.Seguindo por um caminho de pedras, Sarah se deixou guiar pelo som suave do vento entre as folhas. Cada passo a levava para mais perto do coração da floresta, onde o sol se filtrava através das copas das árvores, criando um espetáculo de luz e sombra. Ali, em meio à natureza, ela se sentou sob uma grande árvore, suas raízes se estendendo como braços protetores ao redor dela.Enquanto se acomodava, lembrou-se dos desafios que aguardavam o grupo. A jornada que estavam pres
Gael estava de pé, sob a luz tênue do amanhecer, quando se despediu de Ravier. A brisa fria do início do dia fazia dançar os fios de cabelo dele, enquanto o olhar fixo no horizonte revelava tanto a determinação quanto a melancolia que habitava seu coração. Ravier, com a postura altiva e os olhos profundos marcados por inúmeras batalhas, aproximou-se e apertou a mão de Gael com firmeza, apesar de ser mais velho, sempre respeitou muito seu líder, e mesmo agora, prestes a se unirem a uma nova alcateia, seu respeito por Gael ainda era o mesmo. — Ravier — disse Gael com a voz embargada, mas firme, — eu vou com Clarice e Clarck procurar o irmão dela, a nossa deusa confirmou que ele está vivo. Esse é meu papel agora, leve nosso pessoal para a alcateia garra sangrenta, finalmente voltaremos a fazer parte de uma alcateia.O mais velho, que tinha uma expressão de felicidade, mas também preocupação, afinal, tinha medo que os lobos não aceitassem bem o grupo, além de ter muito medo de Gael não r
Ao cair da noite, quando o sol se pôs por completo e a lua começou a emergir timidamente entre as nuvens, o grupo encontrou refúgio em uma floresta densa. A luz prateada filtrava-se pelas copas das árvores, criando um ambiente de mistério. Decidiram montar acampamento em uma clareira isolada, onde o solo era macio e o murmúrio da natureza se fazia mais suave, quase como uma canção de ninar para almas inquietas.Enquanto Clarice e Gael organizavam o fogo, Clarck vasculhava os arredores com olhar atento, sempre em busca de qualquer sinal de perigo. A tensão era palpável, pois sabiam que, mesmo neste lugar aparentemente sereno, a ameaça dos renegados poderia se manifestar a qualquer instante. O crepitar das chamas misturava-se aos sussurros do vento, compondo uma trilha sonora que os acompanhava em seus pensamentos.Foi então que, no silêncio quase absoluto da noite, Clarck parou de repente. Seus olhos se estreitaram e sua respiração tornou-se mais profunda. Ele sentiu, com a precisão de
O caminho que se desenhava à frente era repleto de nuances: a terra, marcada por pegadas e cicatrizes de antigas batalhas, contava histórias de glórias e de perdas. O sol subia lentamente, iluminando cada detalhe, desde as pequenas flores silvestres que desabrochavam entre as pedras até os vestígios de passos apressados que se perdiam na vegetação.Durante horas, o duo avançou com cuidado, sempre atentos ao menor sinal que pudesse indicar a presença do irmão de Clarice. O diálogo entre eles era pontuado por pausas longas, onde o silêncio permitia que o sentimento se manifestasse de forma pura e profunda.— Sinto que estamos próximos, — confidenciou Clarice, enquanto seus olhos percorriam a densa mata à frente. — Tudo parece mais silencioso como se não tivessem animais por aqui, isso só acontece quando existe um predador muito perigoso por perto. Pode ser um bom sinal.— Concordo com você, acho que estamos no caminho certo — Clarck confirmou, caminhando com cuidado para não perder o ra
Quando a noite desceu sobre a floresta, o ambiente se transformou em um cenário de mistério e tensão. A escuridão parecia abraçar cada árvore, cada pedra, enquanto um manto silencioso envolvia o lugar. A brisa fresca, carregada com o perfume úmido da terra e das folhas, sussurrava segredos antigos, e os galhos, ao se tocarem, emitiam murmúrios que pareciam histórias esquecidas. Clarice, Gael e Clarck seguiam pela trilha com passos lentos e medidos, os sentidos aguçados, cientes de que algo estava fora do comum naquela noite. O coração de cada um batia mais rápido, como se cada pulsação os conectasse a um presságio inevitável.Enquanto avançavam, o silêncio da mata foi abruptamente rompido por um estalo seco, seguido de um rosnado que gelou a espinha de todos. O som ecoou entre as árvores, reverberando por entre os troncos como um aviso sombrio. Gael parou subitamente, seu olhar varrendo a penumbra, e com a voz baixa, mas repleta de urgência, sussurrou:— É ele… o lycan dos renegados.
Enquanto isso, Dorian e Ikaro permaneciam alerta, os instintos aguçados para qualquer sinal de movimento. A sensação era de que, a qualquer instante, o silêncio tenso poderia se transformar numa tempestade de garras e dentes, e cada segundo se arrastava como se o tempo próprio temesse a iminência do combate. No entanto, naquele momento, tudo o que importava era o encontro, um encontro que marcava o início de uma nova e incerta jornada – uma jornada em que o passado e o presente se chocariam de forma inesperada, revelando segredos há muito guardados e feridas jamais cicatrizadas.A floresta, testemunha silenciosa de tantas histórias, parecia segurar a respiração. Os olhos do lobisomem fixavam cada detalhe com uma precisão quase humana, enquanto avaliava a situação com uma intensidade que transpassava o mero instinto animal. Cada segundo se dilatava, e a comunicação mental entre os lobos tornava-se um pacto silencioso de proteção e coragem. Clarice, agora completamente fundida com Lunna
E assim, enquanto os olhos do lycan continuavam a brilhar com a intensidade de uma fênix renascida em meio às cinzas, o destino se encontrava suspenso entre o agora e o porvir. Cada respiração, cada batida de coração, era um lembrete de que a batalha que se aproximava carregava em si a promessa de mudança – uma mudança que, por mais dolorosa que pudesse ser, era necessária para a redenção e a cura de feridas antigas.O grupo, agora solidamente unido pela experiência e pelo vínculo que transcendia palavras, aguardava o próximo movimento com uma determinação silenciosa. A clareira, com seus contrastes entre a luz e a sombra, tornava-se o palco de uma guerra interna e externa, onde o amor, a lealdade e a coragem seriam testados até seus limites.Finalmente, no clímax daquele momento carregado de significados, o lycan deu um passo em direção à linha tênue que separava a hesitação da ação. Seus olhos, agora repletos de um conflito que parecia se traduzir em cada respiração, refletiam a lut