MEGAN: Já disse que não. Sofri muito no passado. Quero refazer a minha vida.NOAH: Eu também sofri no passado.MEGAN: E já refez sua vida.NOAH: Ainda não.MEGAN: Como pode dizer isso? Você tem uma esposa... Um filho.NOAH: Um filho? Onde você viu isso?MEGAN: Mídia.Mídia... Mentira. Mas eu precisava dizer algo convincente.NOAH: Nunca vi nada sobre isso. Mentira absurda. Precisa se certificar das suas fontes.MEGAN: Adam me disse.NOAH: Eu não falo mais com Adam. Já faz anos.MEGAN: Mas ele me afirmou.NOAH: Qual sua relação com Adam?MEGAN: Nenhuma.NOAH: Por acaso alguém pagou você para falar comigo e saber sobre a minha vida? Quem é você?Eu desliguei o celular. Como assim ele não tinha um filho? Qual a peça que faltava naquele quebra-cabeça? Pensei em ir imediatamente falar com Axel e Martina sobre aquilo, mas não podia. Eu havia prometido a Axel que não continuaria falando com Noah por mensagens. Ele me
Senti meu coração acelerar e minhas pernas tremerem.- Que porra “você” está fazendo aqui? – perguntou Thomas.- O local é público stripper. – disse Noah.Antes que Thomas fosse dizer qualquer coisa eu o puxei um passo para trás e disse baixo em seu ouvido:- Thomas, acalme-se. Está tudo bem.Lá estavam Noah, Antonella e Amanda. Um encontro casual? Não. Pura obra do destino. Olá, Noah, estou aqui me divertindo e nossa filha está em casa com Michelle. Michelle? Sim, a desmiolada da minha irmã. Você vai me matar quando souber a verdade? Claro que sim. Acho que jamais serei capaz de lhe dizer a verdade, ainda mais agora, olhando você segurando a mão de sua bela Antonella e ao lado da víbora da sua irmã adotiva, que é a pior pessoa que eu já conheci depois do seu pai.Axel e Martina se l
Antes que eu pudesse contestar a fala dele, Noah saiu como se nada tivesse acontecido. Saí um pouco depois dele e encontrei Martina me esperando do lado de fora. Ela olhou no relógio e disse:- Oito minutos. Me diz que você não ficou conversando.- Não... Claro que não. Sua traidora.Ela deu pulinhos:- Meg Miller, que deu para um estranho na sua primeira vez, que foi comida pelo stripper num corredor escuro, que pegou o irmão de marido e transou no banheiro da boate com o pai da sua filha. Você não vale nada.- Martina... – critiquei. – Eu... Estou bêbada.Ela riu alto:- Você vai alegar isso?- Claro que sim...Dizendo isso eu voltei para a pista, mas todos estavam no camarote de novo. Então seguimos para lá. Pensei que não teria coragem de encarar Noah e Antonella... Mas eu estava enganada. Eu n&atil
Sai pelo quintal escuro com os braços cruzados em volta do meu corpo. Abri o portão o suficiente para eu passar. Abri a porta do carro e sentei ao lado dele. Vi sangue escorrendo pelo seu nariz.- Noah... – passei a mão no rosto dele. – Ele machucou você?- Não quebrou. Estou bem. Eu quero entrar.- Não... Você não vai entrar assim...- Você não vai me deixar entrar, Meg? – ele perguntou olhando nos meus olhos. – Eu preciso que você cuide de mim...- Noah, você tem uma esposa para cuidar de você...- Eu acho que não tenho mais... E que se foda, Antonella.Eu dei um beijo no rosto dele e fechei a porta do carro:- Me leve daqui... – pedi.Ele sorriu daquele jeito que acabava comigo e deu a ré, voltando para a estrada.- Onde você está hospedado?- No Hotel Sanz.- É... Para onde vai me levar?- Não... – ele sorriu misteriosamente.- Você está horrível...- Imagino... Por isso nem me olhei no espelho.Eu ri. Não demorou m
Quando cheguei em casa, todos ainda estavam dormindo, inclusive Estranho, deitado na porta de entrada, mas do lado de dentro. Quando me viu estava tão preguiçoso que nem levantou a cabeça, só abanou o rabo. Entrei e subi. Axel e Martina estavam dormindo no meu quarto e Mel acordada no berço, sem chorar. Quando a olhei, ela sorriu.Peguei ela cuidadosamente e saí sem fazer ruídos para eles não acordarem. Desci e fui preparar a mamadeira das 6 horas.- Eu não acredito que você está sorrindo já... Às seis horas da manhã.Esquentei o leite e sentei no sofá, dando para ela o líquido morno, que ela bebia me encarando com seus olhinhos castanhos brilhantes.- Eu tenho um segredo para lhe contar: eu estava com seu pai. Sim... E acho que está na hora de ele saber que tem uma coisa linda como você na vida dele.Vi Michelle parada na esc
Meu carro, embora fosse bem econômico, já não tinha um tamanho adequado às minhas necessidades. Era difícil colocar o carrinho de Mel e algumas coisas que eu comprava para ela. Então eu precisava realmente de um emprego para poder principalmente comprar um carro novo que desse conta das minhas necessidades e da minha filha. Sabia que Noah estaria conosco em breve, mas ainda assim eu não queria depender dele. Eu não gostava de depender financeiramente de ninguém. Inclusive se não tivesse aceitado a bolsa gratuita na faculdade, não teria conseguido concluir o curso quando meu pai perdeu todo o dinheiro.Fiz minhas compras e deixei por último a entrega do currículo. Optei por um vestido não muito justo, preto, básico e um blazer por cima, que contrastava com meus cabelos castanhos e minha pele clara. Dava-me uma aparência madura. Talvez tivesse que fazer um
- Noah, eu posso explicar.- Pode? Por onde você vai começar?- Eu ia contar a verdade hoje à noite... Já estava decidido.- Sim, porque “você” decidiu que essa seria a hora certa... Por que brincou comigo fingindo se passar por outra pessoa?- Eu não fingi...- Eu perguntei seu nome... Por que não me disse que era você?- Eu só queria que...- Que...- Você a conhecesse...Ele me olhou confuso. Percebi que Noah não havia se dado conta de Mel. Estava tão atordoado com a situação das mensagens que não lembrou da bebê.- Meu Deus... Ela é... Minha filha.Eu não falei nada.- Responde, porra! Ela é minha?- Sim... – falei sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos.Ele deu um soco na mesa com tanta força que dei um passo para tr
CAPÍTULO 76 – Acha mesmo que vai sair impune?Quando o portão da mansão Collins se abriu para nós, já estava anoitecendo em Noriah Sul. O carro foi indo vagarosamente pela estrada estreita com pequenas pedras acinzentadas, me trazendo lembranças ruins. As árvores altas com caules estreitos pareciam ainda mais bucólicas no cair da noite e balançavam ao som do vento fresco. Eu havia jurado a mim mesma não retornar mais àquele lugar horrível. E cá estava eu novamente, junto de Noah, para resgatar minha filha das mãos de Amanda, uma mulher má e doente e que eu ainda tentava decifrar.Cada segundo parecia contar cinco minutos e nunca percebi que o caminho até a mansão era tão longo. Nem bem esperei Noah estacionar e já desci rapidamente, correndo ao encontro de Martina. Ela me abraçou e eu tentei entrar na casa, mas ela me segurou