Antes que eu pudesse contestar a fala dele, Noah saiu como se nada tivesse acontecido. Saí um pouco depois dele e encontrei Martina me esperando do lado de fora. Ela olhou no relógio e disse:
- Oito minutos. Me diz que você não ficou conversando.
- Não... Claro que não. Sua traidora.
Ela deu pulinhos:
- Meg Miller, que deu para um estranho na sua primeira vez, que foi comida pelo stripper num corredor escuro, que pegou o irmão de marido e transou no banheiro da boate com o pai da sua filha. Você não vale nada.
- Martina... – critiquei. – Eu... Estou bêbada.
Ela riu alto:
- Você vai alegar isso?
- Claro que sim...
Dizendo isso eu voltei para a pista, mas todos estavam no camarote de novo. Então seguimos para lá. Pensei que não teria coragem de encarar Noah e Antonella... Mas eu estava enganada. Eu n&atil
Sai pelo quintal escuro com os braços cruzados em volta do meu corpo. Abri o portão o suficiente para eu passar. Abri a porta do carro e sentei ao lado dele. Vi sangue escorrendo pelo seu nariz.- Noah... – passei a mão no rosto dele. – Ele machucou você?- Não quebrou. Estou bem. Eu quero entrar.- Não... Você não vai entrar assim...- Você não vai me deixar entrar, Meg? – ele perguntou olhando nos meus olhos. – Eu preciso que você cuide de mim...- Noah, você tem uma esposa para cuidar de você...- Eu acho que não tenho mais... E que se foda, Antonella.Eu dei um beijo no rosto dele e fechei a porta do carro:- Me leve daqui... – pedi.Ele sorriu daquele jeito que acabava comigo e deu a ré, voltando para a estrada.- Onde você está hospedado?- No Hotel Sanz.- É... Para onde vai me levar?- Não... – ele sorriu misteriosamente.- Você está horrível...- Imagino... Por isso nem me olhei no espelho.Eu ri. Não demorou m
Quando cheguei em casa, todos ainda estavam dormindo, inclusive Estranho, deitado na porta de entrada, mas do lado de dentro. Quando me viu estava tão preguiçoso que nem levantou a cabeça, só abanou o rabo. Entrei e subi. Axel e Martina estavam dormindo no meu quarto e Mel acordada no berço, sem chorar. Quando a olhei, ela sorriu.Peguei ela cuidadosamente e saí sem fazer ruídos para eles não acordarem. Desci e fui preparar a mamadeira das 6 horas.- Eu não acredito que você está sorrindo já... Às seis horas da manhã.Esquentei o leite e sentei no sofá, dando para ela o líquido morno, que ela bebia me encarando com seus olhinhos castanhos brilhantes.- Eu tenho um segredo para lhe contar: eu estava com seu pai. Sim... E acho que está na hora de ele saber que tem uma coisa linda como você na vida dele.Vi Michelle parada na esc
Meu carro, embora fosse bem econômico, já não tinha um tamanho adequado às minhas necessidades. Era difícil colocar o carrinho de Mel e algumas coisas que eu comprava para ela. Então eu precisava realmente de um emprego para poder principalmente comprar um carro novo que desse conta das minhas necessidades e da minha filha. Sabia que Noah estaria conosco em breve, mas ainda assim eu não queria depender dele. Eu não gostava de depender financeiramente de ninguém. Inclusive se não tivesse aceitado a bolsa gratuita na faculdade, não teria conseguido concluir o curso quando meu pai perdeu todo o dinheiro.Fiz minhas compras e deixei por último a entrega do currículo. Optei por um vestido não muito justo, preto, básico e um blazer por cima, que contrastava com meus cabelos castanhos e minha pele clara. Dava-me uma aparência madura. Talvez tivesse que fazer um
- Noah, eu posso explicar.- Pode? Por onde você vai começar?- Eu ia contar a verdade hoje à noite... Já estava decidido.- Sim, porque “você” decidiu que essa seria a hora certa... Por que brincou comigo fingindo se passar por outra pessoa?- Eu não fingi...- Eu perguntei seu nome... Por que não me disse que era você?- Eu só queria que...- Que...- Você a conhecesse...Ele me olhou confuso. Percebi que Noah não havia se dado conta de Mel. Estava tão atordoado com a situação das mensagens que não lembrou da bebê.- Meu Deus... Ela é... Minha filha.Eu não falei nada.- Responde, porra! Ela é minha?- Sim... – falei sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos.Ele deu um soco na mesa com tanta força que dei um passo para tr
CAPÍTULO 76 – Acha mesmo que vai sair impune?Quando o portão da mansão Collins se abriu para nós, já estava anoitecendo em Noriah Sul. O carro foi indo vagarosamente pela estrada estreita com pequenas pedras acinzentadas, me trazendo lembranças ruins. As árvores altas com caules estreitos pareciam ainda mais bucólicas no cair da noite e balançavam ao som do vento fresco. Eu havia jurado a mim mesma não retornar mais àquele lugar horrível. E cá estava eu novamente, junto de Noah, para resgatar minha filha das mãos de Amanda, uma mulher má e doente e que eu ainda tentava decifrar.Cada segundo parecia contar cinco minutos e nunca percebi que o caminho até a mansão era tão longo. Nem bem esperei Noah estacionar e já desci rapidamente, correndo ao encontro de Martina. Ela me abraçou e eu tentei entrar na casa, mas ela me segurou
Quando chegamos em casa, Noah estacionou ao lado do carro de Axel. O carro dos meus pais estava ali também, então eu sabia que tinha muitas explicações a dar para todos, que deviam estar curiosos com o desfecho de tudo.Assim que entrei, minha mãe correu até mim e pude ver a angústia nos olhos dela:- Querida, vocês estão bem... Eu não acredito! – ela marejou os olhos de lágrimas e eu a abracei.- Estamos bem, mamãe. Deu tudo certo.- Aquela mulher é louca... E me senti tão culpada. Mas ela tinha uma faca. Fiquei com medo por Mel.- Eu entendo... Mas ela está presa e agora está tudo bem.Noah, Axel e Martina entraram. Meu pai levantou do sofá e foi cumprimentar todos.- Eu... Preciso subir. Mel precisa tomar um banho e ela está com fome.- Vou preparar a mamadeira. – disse Martina indo para a
CAPÍTULO 78 – Eu não tolero ofensas, Noah Collins!Quando acordei no dia seguinte, Mel já estava com seus olhinhos abertos no berço, atenta à tudo à sua volta. Tenho a impressão que a mamadeira das 6 horas foi dada no automático, como se eu não estivesse ali, de tão cansada que eu estava. Desci com ela no colo. Axel e Amanda estavam com a mesa do café da manhã posta e conversando enquanto esperavam o café passar. Sentei na banqueta e elogiei:- Mesa linda...- Obrigada. – disse Martina. – Um dia eu chego lá nas tarefas de casa.Eu ri. Martina realmente tentava se sair bem na cozinha, mas raramente conseguia. Ainda assim ela se esforçava. Eu via que ela e Axel estavam se dando muito bem e eu ficava feliz por eles. Eu não gostava de Axel no início, mas nunca cheguei a odiá-lo. No fim, acho que ele era uma boa pessoa
Quando descemos, Michelle cumprimentou Noah de forma bem diferente de todas as outras vezes que estiveram juntos. Não sei ao certo o que havia mudado minha irmã... Mas que ela não era mais a mesma, realmente não era. A parte boa é que ela mudou para melhor. E respeitava Noah como “meu”. Entreguei Mel nos braços dela e avisei:- Michelle, qualquer coisa é só me ligar.- Pode deixar... Mas vai ficar tudo bem conosco. Não é mesmo, minha princesa? – ela disse olhando para Mel, que já lhe deu um sorriso.- Ou pode me ligar também. – avisou Noah, tentando deixar claro que ele também era responsável pela menina.Ele deu algumas orientações para ela com relação aos seguranças e depois me apresentou-os. Realmente ele havia feito boas escolhas: em nada eles me atraíam. E duvido que tirassem as roupas em