CAPÍTULO 76 – Acha mesmo que vai sair impune?
Quando o portão da mansão Collins se abriu para nós, já estava anoitecendo em Noriah Sul. O carro foi indo vagarosamente pela estrada estreita com pequenas pedras acinzentadas, me trazendo lembranças ruins. As árvores altas com caules estreitos pareciam ainda mais bucólicas no cair da noite e balançavam ao som do vento fresco. Eu havia jurado a mim mesma não retornar mais àquele lugar horrível. E cá estava eu novamente, junto de Noah, para resgatar minha filha das mãos de Amanda, uma mulher má e doente e que eu ainda tentava decifrar.
Cada segundo parecia contar cinco minutos e nunca percebi que o caminho até a mansão era tão longo. Nem bem esperei Noah estacionar e já desci rapidamente, correndo ao encontro de Martina. Ela me abraçou e eu tentei entrar na casa, mas ela me segurou
Quando chegamos em casa, Noah estacionou ao lado do carro de Axel. O carro dos meus pais estava ali também, então eu sabia que tinha muitas explicações a dar para todos, que deviam estar curiosos com o desfecho de tudo.Assim que entrei, minha mãe correu até mim e pude ver a angústia nos olhos dela:- Querida, vocês estão bem... Eu não acredito! – ela marejou os olhos de lágrimas e eu a abracei.- Estamos bem, mamãe. Deu tudo certo.- Aquela mulher é louca... E me senti tão culpada. Mas ela tinha uma faca. Fiquei com medo por Mel.- Eu entendo... Mas ela está presa e agora está tudo bem.Noah, Axel e Martina entraram. Meu pai levantou do sofá e foi cumprimentar todos.- Eu... Preciso subir. Mel precisa tomar um banho e ela está com fome.- Vou preparar a mamadeira. – disse Martina indo para a
CAPÍTULO 78 – Eu não tolero ofensas, Noah Collins!Quando acordei no dia seguinte, Mel já estava com seus olhinhos abertos no berço, atenta à tudo à sua volta. Tenho a impressão que a mamadeira das 6 horas foi dada no automático, como se eu não estivesse ali, de tão cansada que eu estava. Desci com ela no colo. Axel e Amanda estavam com a mesa do café da manhã posta e conversando enquanto esperavam o café passar. Sentei na banqueta e elogiei:- Mesa linda...- Obrigada. – disse Martina. – Um dia eu chego lá nas tarefas de casa.Eu ri. Martina realmente tentava se sair bem na cozinha, mas raramente conseguia. Ainda assim ela se esforçava. Eu via que ela e Axel estavam se dando muito bem e eu ficava feliz por eles. Eu não gostava de Axel no início, mas nunca cheguei a odiá-lo. No fim, acho que ele era uma boa pessoa
Quando descemos, Michelle cumprimentou Noah de forma bem diferente de todas as outras vezes que estiveram juntos. Não sei ao certo o que havia mudado minha irmã... Mas que ela não era mais a mesma, realmente não era. A parte boa é que ela mudou para melhor. E respeitava Noah como “meu”. Entreguei Mel nos braços dela e avisei:- Michelle, qualquer coisa é só me ligar.- Pode deixar... Mas vai ficar tudo bem conosco. Não é mesmo, minha princesa? – ela disse olhando para Mel, que já lhe deu um sorriso.- Ou pode me ligar também. – avisou Noah, tentando deixar claro que ele também era responsável pela menina.Ele deu algumas orientações para ela com relação aos seguranças e depois me apresentou-os. Realmente ele havia feito boas escolhas: em nada eles me atraíam. E duvido que tirassem as roupas em
Eu percebia Noah usando vários temperos. Joguei tudo na carne e coloquei no forno. Quando Martina e Axel chegaram foram diretamente até a cozinha:- Você cozinhando? – questionou Martina.- Surpresa! – falei.Axel riu:- Que Deus nos proteja.- Vai dizer que você acha que Martina cozinha perfeitamente bem? – perguntei.- Vai denegrir a minha comida, Meg? – ela fingiu-se ofendida.- Podem ficar tranquilos... Prometo que será tudo comestível.- Espero que sim. – disse Martina. – Logo estaremos aqui para provar seu jantar.Os dois subiram rindo. Certamente acharam que eu não conseguiria. Mas eu tinha esperanças que sim. Não devia ser tão difícil. Eu fazia bons sanduíches, embora nunca tivesse me arriscado na cozinha. Logo Mel estaria comendo papas e eu precisava estar preparada. Preparei alguma
Axel voltou com lágrimas nos olhos e disse:- Ela... Matou Estranho.Levantei e senti minhas pernas amolecidas. Aquilo era inacreditável.- Como ela pegou o cachorro? E os seguranças? – perguntou Noah atordoado.- Pelo visto você não contratou bons seguranças. – provocou Thomas numa péssima hora.- Cale a boca, stripper. O assunto não é com você.- Será que você não consegue parar, Noah? – eu perguntei num fio de voz. – Você não entende que aquele cachorro era como se fosse da minha família? Na verdade, eu acho que tinha mais amor a ele do que a algumas pessoas que conviveram comigo...- Estranho era um amigo... O mais fiel que eu já conheci. – disse Axel.- Como ela pegou Estranho? – questionou Martina.Noah saiu furioso. Provavelmente foi falar com os segur
Em breve minha sala estaria pronta para uso. O senhor Collins estava cuidando pessoalmente para que tudo ficasse perfeito, como eu merecia. Minha colega Natalie Page deixava bem claro que não gostava de mim, mas eu tentava não levar isso até Noah. Logo estaria trabalhando em meu próprio espaço e no fundo não queria prejudicar a jovem moça que provavelmente tinha uma queda pelo pai da minha filha. E quem não tinha? Eu percebia os olhares e suspiros quando ele chegava. E não era só das recepcionistas, mas também de todas as mulheres que marcavam reuniões ou tinham qualquer tipo de contato com ele. Eu poderia ficar enciumada e acho que outra mulher no meu lugar até ficaria... Mas eu tinha tanta certeza dos sentimentos dele por mim que não me importava. Enquanto elas sonhavam com ele, eu em breve teria ele, assim que meu “castigo” acabasse. E o castigo não e
Na manhã seguinte acordei mais cedo que o normal, para conseguir estar perfeita no horário combinado com Noah. Ema já havia pego Mel do berço e dado a mamadeira. Aquela mulher era o sonho de qualquer mãe de primeira viagem. &nbs
Noah me levou para minha casa à noite. Meu carro ficou na empresa e teríamos que buscar. Deixei a caixa com o presente no apartamento dele, pedindo que abrisse quando estivesse sozinho. Ele já havia me perdoado, então a caixa não era mais minha redenção. Mas faria ele imensamente feliz.Assim que ele estacionou no portão da casa de campo, perguntei:- Quer descer?- Claro que sim... Vou ver minha filha.- E... Quer dormir com a gente?Ele me olhou ternamente e respondeu:- Eu adoraria, Meg.Ele entrou e estacionou o carro. Entramos em casa abraçados. Ema estava terminando de organizar a cozinha. Quando nos viu, sorriu e disse:- Bem-vindos...- Ema, como está minha bebê? – perguntei ansiosa. Havia ficado bastante tempo longe dela.- Dormindo feito um anjinho. Mel é uma menina encantadora.- Você fica hoje? – perguntei à ela.- Ainda não. Mas prometo que segunda-feira estarei aqui com minhas coisas.- Você não existe, Ema. – fale