"Por Giovanna Villani"Não tenho ideia de quanto tempo levei para recobrar a consciência, mas antes mesmo de abrir os olhos, rezo com todas as minhas forças para que tudo tenha sido apenas um pesadelo. No entanto, o tic-tac insistente em meus ouvidos confirma a dura realidade.Assim que abro os olhos, percebo que continuo deitada em um enorme sofá branco, na mesma sala de estar onde há pouco vi novamente o homem que me levou ao inferno naquela noite.Minha cabeça parece pesar uma tonelada, e me esforço para me erguer. Nesse momento, Martina, a senhora de pele alva e cabelos grisalhos que me recebeu, retorna. Ela me lança um olhar preocupado e se aproxima de mim.— Signora! — ela diz, num tom baixo. — Como se sente?— Como se estivesse num pesadelo. Onde estão… — solto um suspiro, tomando coragem para perguntar sobre o que aconteceu. A senhora percebe minha dificuldade e me lança um olhar compreensivo.— Don Matteo está no escritório, ele me pediu para avisar quando a signora acordasse
O calor matinal inunda a cozinha através das janelas, trazendo consigo uma sensação de normalidade que parece tão distante nesta casa peculiar. Apesar de não me sentir completamente como a senhora da casa, tomo a liberdade de iniciar a busca pelos ingredientes do meu café da manhã.Enquanto corto o pão para preparar uma bruschetta, a curiosidade grita em meus pensamentos, ecoando as palavras de Martina. Seria "ele" o mesmo homem que assombra meus pesadelos noturnos? Aquele que agora se revela como um enigma indecifrável, deixando-me à beira da sanidade?— Mas por que ele estaria aqui? — murmuro, no exato momento em que Martina surge como um fantasma atrás de mim. — Me desculpe a demora, signora. — Ela diz ao parar junto à bancada de mármore, ao meu lado, e acrescenta em um sussurro: — Don Matteo acabou de sair. Por favor, sente-se, irei preparar o seu café da manhã.— Agradeço, Martina. Mas pode continuar cumprindo as ordens de Don Matteo. Eu sei fazer o básico e certamente não vou m
Durante todo o trajeto, mil e um pensamentos se instalam em minha cabeça. Afinal, é a primeira vez que ficaremos a sós no mesmo ambiente. A brisa suave de Santorini acaricia meu rosto, trazendo um misto de nervosismo e expectativa.Em poucos minutos, estacionamos em frente a um hotel luxuoso, em um ponto privilegiado de Santorini. Respiro profundamente e saio do carro logo após o Don. Por mais que eu torcesse para demorar o máximo possível, em um piscar de olhos o check-in estava feito e logo estamos no elevador, a caminho da nossa suíte nupcial. Quando chegamos à cobertura onde ficaremos, um dos soldados adianta seus passos, seguindo o protocolo para garantir a segurança do Don da La Tempesta. A vista deslumbrante de Santorini se estende diante de nós.— Acho que podemos dispensar a parte em que eu a carrego nos braços, não é mesmo? — Matteo indaga com um sorriso malicioso quando chegamos à porta da suíte.— Claro, Don Matteo. — respondo, notando o brilho travesso em seus olhos. —
"Por Matteo Villani"A vingança sussurrava em meus ouvidos, tentando me seduzir a aproveitar tudo o que esse casamento me proporciona. E ignorar os sinais que o corpo de Giovanna emitia e simplesmente tomar o que me pertence, por direito, parecia uma opção tentadora.No entanto, não é do meu feitio buscar satisfação em um ato que não seja totalmente consentido. Ao me afastar dela, xinguei minha própria hesitação, consciente do apelo quase sussurrado que emanava dela.Finalmente me liberto das vestes que pareciam sufocar, um alívio instantâneo me invade ao me livrar da cueca que, até então, me incomodava com sua presença constante.Enquanto a água quente escorre pelo meu corpo, permito que os pensamentos invadam minha mente, como uma enxurrada que ameaça inundar meu raciocínio.Embora eu queira ignorar, a excitação, fruto do breve contato com Giovanna, traz consigo uma enxurrada de ressentimento e desejo de vingança. Enquanto as gotas escorrem pela minha pele, minha mente oscila entre
A sensação de desamparo e solidão me envolveu instantaneamente quando percebi que precisava de um pouco de atenção após aquele pesadelo, e não a recebi. Como resultado, passei toda a manhã trancada no quarto do hotel, assistindo a séries aleatórias, enquanto meu marido resolvia seus assuntos em algum lugar de Santorini.Após um almoço no quarto, já que fui impedida de sair sozinha, decidi deixar a televisão de lado e me sentar na varanda, perdendo-me na imensidão do mar Egeu. Recordações dos nossos passeios em família pela praia, ou pelo menos uma parte dela, já que meu pai e Aléssio raramente se juntavam a nós, vêm à minha mente.Lembro-me de um dia na praia, quando eu tinha apenas nove anos, alguns meses antes de ser enviada para o colégio interno. Minha mãe e eu estávamos juntas, desfrutando da simplicidade e normalidade daquelas horas.Enquanto observava as ondas, meus olhos se fixaram em um casal que brincava na beira do mar. Eles se divertiam jogando água um no outro, rindo com
Quando, enfim, recupero o controle do meu corpo, abro os olhos e encontro Matteo me observando. Seu olhar é atento e um sorriso convencido revela o orgulho pelo prazer que acabou de me proporcionar.— Como se sente? — pergunta meu marido ao se levantar. Ele sorri quando assinto, mesmo que eu esteja receosa com o que virá. — Acho que posso me esquecer do medo de você desmaiar.— O que foi isso que acabou de acontecer?— Não sabe o que aconteceu com seu próprio corpo? — ele indaga, num tom debochado, enquanto pega um pequeno papel laminado de sua mala. — Você gozou, foi isso que aconteceu.— Isso foi… Surpreendente e, ao mesmo tempo, tão…Minha fala é interrompida quando Matteo retira sua cueca, expondo seu membro ereto. Questiono-me como algo desse tamanho poderia caber em mim. Engulo em seco ao vê-lo deslizar o preservativo por toda sua extensão. Quando termina, ele se aproxima de mim, ajoelhando-se novamente entre as minhas pernas.Minha respiração acelera e meu coração dispara quand
As palavras de Matteo, impregnadas de crueldade e arrogância, ecoam no quarto, fazendo-me estremecer. Seu aperto em meu queixo permanece firme, quase cruel, como se buscasse estabelecer sua autoridade de forma física.Ao notar meu silêncio e ver minhas lágrimas, Matteo me solta e se afasta para terminar de despir-se. Antes de vê-lo novamente nu, pego o celular e vou para o banheiro, pois estar perto dele neste momento torna-se insuportável.Absorta em meus pensamentos, sento-me à beira da banheira, fitando o vazio por longos minutos. Revivo os últimos acontecimentos desses poucos dias ao seu lado. O desprezo, o ódio, suas reais intenções com este casamento...Sinto as lágrimas escorrerem involuntariamente pelo meu rosto, ao perceber que, mais cedo ou mais tarde, Matteo cumprirá sua ameaça, vingando-se de algo de que sequer sou culpada.Enxugo as lágrimas e encaro o celular. Se for para enfrentar a morte, que seja tentando sobreviver. Desbloqueio a tela e, sem me preocupar com a demora
O olhar gélido de Matteo varre o quarto, prendendo-se em mim com uma intensidade que me provoca arrepios. Engulo em seco, tentando manter a compostura diante da sua presença imponente. Luca se afasta, deixando-nos a sós, e o silêncio pesado paira entre nós.— Por favor… — murmuro, quase num sussurro. — Só me deixe ir embora! — Coloque na sua cabeça de uma vez por todas, Giovanna. Você agora é minha! A moeda de troca que o seu pai me deu, sem imaginar que estaria te entregando à própria morte. Espero que tenha aproveitado o seu dia, mas agora você volta comigo! — Eu não vou voltar! Eu… já contei ao meu pai sobre os seus planos! — minto. Matteo balança a cabeça em negativa, deixando clara a descrença em minhas palavras. — E ele está vindo me buscar.— Nem você acredita no que acabou de sair da sua boca, não é mesmo? Mas vá em frente, ragazza! Experimente contar a ele sobre o que planejei, e eu terei o imenso prazer de declarar outra guerra contra a Sovranità, com ordens expressas para