No dia seguinte, Naomi sentiu um toque diferente quando despertou. Foi então que abriu os olhos, e quase gritou vendo Ryan ao seu lado.
— Steve! Steve Ryan acorda!
— Eu não peguei nada mamãe! Já disse!
— Acorda Steve! Que merda!
Ela se levantou rapidamente e foi trancar a porta.
— O que foi?
Ele sentou na cama, o cabelo desgrenhado e a voz rouca da manhã. Naomi respirou fundo e balançou a cabeça.
— Você tem o que na cabeça? Dormir aqui? Justo hoje que volto pro curso?
— Ahn? Quer que tem o curso?
— Uma visita de Andrew Noah é quase certa. Agora levanta essa bunda daí e sai logo!
— Tá, tá, to indo. Arg. Mas olha, você fica linda acordando estressada.
Naomi olhou-o e balançou a cabeça, sentindo suas bochechas esquentarem. Ela abriu a porta e viu um homem alto e forte parado nela. Andrew já estava ali.
— Bom dia.
Ele sorriu cordial, mas quando viu um jovem sentado na cama, se
Steve entrou em casa. Sua mãe estava no trabalho e o irmão mais velho ficou de cuidar dos gêmeos.Naomi entrou, receosa. Ela engoliu em seco. Não estava com medo, mas temia por não ser querida por aqueles que Steve tanto amava. E isso poderia machucá-la. Mais do que ela admitiria.— Meninos, se comportem ok?— Somos homens Ryan, vamos nos comportar.Sammie sorriu para o irmão. Steve bagunçou seu cabelo e riu fraco, guiando-os de volta à sala.— Oh, ela é mais linda do que você disse Rye!Shaun foi o primeiro a falar, abrindo um sorriso.— Andou falando de mim?— Ahn, um pouco talvez.— Ei, você gosta de jogos?— Gosto. E vocês?— Nós também!Ela riu, vendo-os animados. Ryan coçou a cabeça e os levou para fora. Eles cumprimentaram Amy e caminharam lado a lado de Steve, quase saltitando.No parque, Shaun e Samuel quiseram brincar de pega-pega, e Naomi não recusou a brincadeira, apesar d
Depois da surpreendente visita de Andrew, Naomi cancelou o jantar e resolveu passar um tempo consigo mesma. Precisava pensar e esfriar sua mente. Entretanto, uma visita inesperada apareceu.— Não consegue mais desgrudar?Questionou ela, impaciente.— Queria saber como está.— Estou ótima.— Então porque cancelou o jantar?— Não estou disposta, Steve.— Então não está bem.Ela bufou e foi até sua cama, deixando a porta aberta.Ele ajeitou o gorro em sua cabeça e entrou em passos curtos, olhando-a atentamente.— Não é nada demais, como pode ver.— Por que sinto que não está me contando alguma coisa?Ela cruzou os braços e ficou em silêncio. Steve suspirou e se aproximou.— Olha, eu só quero cuidar de você, entende? Se algo aconteceu, mesmo que pequeno, pode me contar. Eu estou aqui pra você.— Eu não sou um bebê, ok? Não precisa cuidar de mim o tempo todo. Me virei bem até h
Ela suspirou e passou uma mecha do cabelo pra trás da orelha, tentando formular as palavras em sua mente. Não é como se não tivesse feito revelações mais intensas e traumatizantes, mas era doloroso, assustador, pensar que poderia ser tocada novamente, usada como um simples objeto de satisfação.— Tudo bem?Naomi limpou a garganta e abaixou a cabeça.— Ontem, o Andrew entrou no meu quarto comigo de toalha. Ele foi falar... Bem, isso não importa. Mas eu fiquei assustada. Não quero viver aquilo de novo, sabe? Eu...— Tá tudo bem, eu devia imaginar que é difícil conviver com ele.— Me desculpe mesmo assim. Mas eu não consigo ser tão diferente. E hoje de manhã eu tive a certeza de que ele teme minha morte. E não tem nada a ver sobre ter controle rente a mim.Steve se aproximou e segurou suas mãos, com a delicadeza de quem segura uma flor. Ele passou o polegar lentamente pelos dedos gordinhos e delicados.— Estamos bem agora, ok? E você
Capítulo 29Naomi e Steve ficaram um tempo olhando as composições de outros cantores que Ryan gostava de cantar. Eles não tinham chegado a nenhum consenso até então, mas combinaram de tentar outra coisa depois.Ela o ajudou a organizar a pequena pilha de papéis e depois viram um filme, após a invasão dos gêmeos.A noite estava calma, tranquila e alegre, até então.***Alguns diriam que Amy estava vestida para matar. Mas ela usava um simples vestido preto, com um decote que valorizava seus seios e com um corte no meio das pernas. E claro, não podia esquecer seu elegante salto alto.Ela entrou no carro e suspirou. Ela batia os dedos constantemente em sua bolsa, que estava sobre seu colo. O frio na barriga não era nervosismo por encontrar Andrew Noah, era por enfim estar na empresa de um dos homens mais ricos e influenciadores do mundo empresarial. E sem ninguém ao redor.Ela carregava dentro da bolsa um spray de pimenta,
Amy deixou que sua consciência a influenciasse para saber que não seria justo com a pobre Ella.— Ei, Ella.Ella se virou, com a porta do carro aberta.— Não quer entrar e dividir a comida? Acho que tem muito para um estômago só.— Não quero atrapalhar. Você parece bem sozinha.— As aparências enganam.Amy abaixou a cabeça e suspirou. O olhar ficou diferente de imediato, mais distante, triste, o oposto do que ela costumava ser. Sua voz saiu um pouco baixa, mas sabia que Ella tinha escutado.— Eu não ia recusar comida mesmo.Ella deu de ombros, fechou a porta e voltou até a casa. Amy balançou a cabeça, pegou a sacola e abriu mais a porta.— Só não fique à vontade demais. E nem falando muito.— Tudo bem, mas não prometo nada.O restante da noi
Naomi respirou fundo. Não podia esconder dele o que tinha acontecido. Mas como sempre, tinha medo de sua reação. Até então Ryan estava bem controlado, mesmo depois de saber de tudo, mas sempre há um limite. E se ele ultrapassasse e quisesse reagir, não acabaria bem para ele. E ela não suportaria vê-lo machucado e muito menos morto, como viu Adam.Mas mentir não era uma alternativa. Afinal, estava bem ali, diante de todos. Não tinha como esconder daquela forma. E nem inventar uma histórinha qualquer. Ryan não era nada bobo. E ela mesmo não ficaria bem mentindo para ele.Naomi segurou sua mão e o puxou para sentar-se.Steve já podia sentir seus músculos tensos e rígidos. Não gostara nem um pouco de ver aquela marca em seu pescoço e podia sentir que gostaria bem menos da história por trás dela.Naomi suspirou olhando para suas mãos juntas. Nunca fora de fugir da verdade, e nem de ficar sem coragem, mas naquele instante estava sendo difícil. Ela não s
Naomi acompanhou Steve até parte do caminho para sua casa. Mesmo não querendo, precisavam ficar afastados, para não levantar tantas suspeitas.Agora mais do que nunca ela estava determinada a encontrar uma saída para a vida que o destino lhe dera. Não seria fácil, ela sabia disso, conhecia o perigo e os riscos, mas se não tentasse, ficaria presa para sempre até que a hora de Andrew chegasse e ele fosse dominar o inferno. Não, ela iria tentar e conseguiria. Seu futuro dependia disso.Naomi estava mais do que decidida que não ficaria mais na mira do destino, e sim iria jogar com ele. Apresentar as suas cartas e se livrar da maldição que a cerca e que ronda a mansão como uma alma perdida entre os dois mundos.Naomi Benedict estava pronta para escolher seu objetivo e mirar, deixando em fim de ser o alvo.Ainda naquela noite, ela teve uma conversa com a governanta da mansão, Anna, que concordou em ajudar-lhe nessa empreitada.No dia seguinte, Andrew ac
Ella e Anna entraram em posição logo após.Pegar o celular de Andrew não seria uma tarefa fácil. Ele vivia grudado com o mesmo. Passou-se longos minutos e não surgira nenhuma oportunidade para Naomi. A quase todo instante homens viam cumprimentá-los. Em alguns momentos ele ficava um tempo conversando. Naomi estava impaciente, temendo não conseguir fazer a troca.Steve então se aproximou e a puxou para uma dança. Usando um terno tradicional preto e branco, ele a conduziu com leveza pela pista.— Eu poderia desligar o celular do seu pai por alguns minutos. Não apenas o dele, mas de todos daqui, assim dava pra tentar a senha e se errar e enviar alguma coisa, ele só veria depois.— E o que faremos quando ele ver?— Com sorte ele não vai. Quando perceber o que aconteceu, vou me prontificar em ajudá-lo e substituo o chip, depois apago as fotos do original e quando a Ella acertar a combinação ele não vai mais alarmar. Porque tem a opção de te