Mais tarde, Ryan informou a Andrew, a contragosto, que Naomi queria vê-lo. Ele assentiu e foi até o quarto. Necessitou de respirar fundo e focar no que diria, para não acabar socando-o.
Amy se aproximou, estranhando.
— Naomi está bem?
— Na verdade, nunca estivemos melhor. Porém, precisamos da ajuda de vocês.
Ele olhou para Ella, que estava bebendo seu café um pouco distante. Foi então que ela se aproximou.
— O que precisam?
— Naomi e eu vamos... Ah, bem, não sei como dizer isto.
— Vão casar? É isso? Eu sou a madrinha!
— Não Ella... Ainda não.
Ele riu de leve, sem graça. Ella murchou o olhar.
— A gente vai tentar... Ver se da certo, essas coisas, de namorar. Mas Andrew não pode saber.
— Ah, é, eu sei. Ele é meio perturbado, não quer que a garota namore, nunca entendi isso.
Steve a observou. Não sabia que Ella conhecia alguma coisa do passado de Naomi. Talvez ela tivesse ocultado a pior
Na manhã seguinte, ventos fortes sopravam as ruas e quase derrubavam as pessoas, mas nenhuma gota de chuva havia caído. A previsão do tempo indicava uma forte tempestade, mas nada tinha ocorrido até então.Ella e Amy acompanharam Naomi no carro até em casa.Andrew ainda estava na empresa, para alívio de Naomi. Steve chegou lá pouco depois.— Como você está?— Continuo horrível.— Está mesmo pior do que de costume.— Sua sinceridade é tocante.Ele sentou na ponta da cama, olhando-a. Desejava tanto beijá-la que chegava a doer. Mas daria o tempo que fosse necessário para ela estar pronta.— Obrigada por estar aqui.— Estarei sempre ao seu lado.Naomi sorriu fraco. Ele a olhava de uma forma tão ingênua e intensa ao mesmo tempo que a fazia estremecer.— Eu estive pensando...— Isso é perigoso.— Calado. Como eu estava dizendo: eu estive pensando, e Andrew anda muito preocupado. Eu nunca o vi de tal fo
Steve trancou a porta quando entraram, e quando se virou, teve uma surpresa.Naomi segurava um violão sobre seu colo.— Você toca?— Eu prefiro dizer que aprendo música. Estamos sempre em processo de aprendizagem.— Isso é maravilhoso. Você é maravilhosa.Naomi sorriu abaixando a cabeça, sentou na cama devagar e passou uma mecha atrás da orelha.— Eu não sabia sobre sua vontade de ser cantor. Então me lembrei disso e achei que poderia cantar algo pra mim, se importa?— Vai ser um prazer. Espero que goste de Ed Sheeran.— Não poderia escolher melhor.Ele pegou o violão com delicadeza e sentou de frente pra ela.Naomi ajustou-se na cama e agarrou um travesseiro. Seu coração batendo rápido.Ryan limpou a garganta, arrumou o violão em seu colo e com sutileza começou a tocar.— "Eu encontrei um amor para mimQuerida, entre de cabeça e me sigaBem, eu encontrei uma garota, linda e doceOh,
No final daquele longo dia, Naomi estava deitada sobre os braços de Steve, que acariciava seu cabelo lentamente.— Eu não esperava.Ela inclinou-se sobre o peito dele, olhando-o diretamente nos olhos.— Foi muito apressado? Eu sei que achei que não iria conseguir beijar agora, mas isso tudo foi...— Mágico? Incrivelmente maravilhoso? Foi, foi sim. Eu ansiava por isso mais do que qualquer coisa na vida.— Acho que estou ficando muito mole e isso é culpa sua.— E eu acho que você é adorável, mas manteve isso guardada dentro de você por tudo que aconteceu.— Talvez.Ela se levantou e prendeu o cabelo.— Está na hora de você ir.— Está me expulsando?— Andrew não vai gostar de você por aqui até tarde. E nem sua mãe. Vamos, eu te levo até a porta.Ele bufou, jogou uma almofada pro alto e levantou, seguindo-a com as mãos nos bolsos da calça.— Quando volta pro curso?
Naomi ficou em silêncio, olhando para a janela ao lado.Steve queria abraçá-la, mas sabia que demonstração em público era algo proibido. Se a sós era uma grande quebra na barreira, imagina com tanta gente vendo? E com possibilidades de homens do Andrew observando? Ela com certeza entraria em pânico com qualquer aproximação se caso acontecesse.Não demorou muito para Mason retornar com os pedidos.— Olha, Naomi. Precisa saber de uma coisa sobre o Ryan.Mason entregou o copo com suco e suspirou, encarando-a com profundidade.— O quê?Sua voz era urgente. Aquele rosto angelical era apenas o disfarce de assistente do diabo? Essa era uma teoria insana que apenas Ella tinha imaginação o suficiente para pensar.— Ele está totalmente, irremediavelmente, idiotamente, apaixonado por você. Eu o vi sorrindo de uma maneira que nunca vi agora pouco. Então, não machuque o meu menino ok?Steve deu um sorriso sem graça e abaixou a cabeça.
No dia seguinte, Naomi sentiu um toque diferente quando despertou. Foi então que abriu os olhos, e quase gritou vendo Ryan ao seu lado.— Steve! Steve Ryan acorda!— Eu não peguei nada mamãe! Já disse!— Acorda Steve! Que merda!Ela se levantou rapidamente e foi trancar a porta.— O que foi?Ele sentou na cama, o cabelo desgrenhado e a voz rouca da manhã. Naomi respirou fundo e balançou a cabeça.— Você tem o que na cabeça? Dormir aqui? Justo hoje que volto pro curso?— Ahn? Quer que tem o curso?— Uma visita de Andrew Noah é quase certa. Agora levanta essa bunda daí e sai logo!— Tá, tá, to indo. Arg. Mas olha, você fica linda acordando estressada.Naomi olhou-o e balançou a cabeça, sentindo suas bochechas esquentarem. Ela abriu a porta e viu um homem alto e forte parado nela. Andrew já estava ali.— Bom dia.Ele sorriu cordial, mas quando viu um jovem sentado na cama, se
Steve entrou em casa. Sua mãe estava no trabalho e o irmão mais velho ficou de cuidar dos gêmeos.Naomi entrou, receosa. Ela engoliu em seco. Não estava com medo, mas temia por não ser querida por aqueles que Steve tanto amava. E isso poderia machucá-la. Mais do que ela admitiria.— Meninos, se comportem ok?— Somos homens Ryan, vamos nos comportar.Sammie sorriu para o irmão. Steve bagunçou seu cabelo e riu fraco, guiando-os de volta à sala.— Oh, ela é mais linda do que você disse Rye!Shaun foi o primeiro a falar, abrindo um sorriso.— Andou falando de mim?— Ahn, um pouco talvez.— Ei, você gosta de jogos?— Gosto. E vocês?— Nós também!Ela riu, vendo-os animados. Ryan coçou a cabeça e os levou para fora. Eles cumprimentaram Amy e caminharam lado a lado de Steve, quase saltitando.No parque, Shaun e Samuel quiseram brincar de pega-pega, e Naomi não recusou a brincadeira, apesar d
Depois da surpreendente visita de Andrew, Naomi cancelou o jantar e resolveu passar um tempo consigo mesma. Precisava pensar e esfriar sua mente. Entretanto, uma visita inesperada apareceu.— Não consegue mais desgrudar?Questionou ela, impaciente.— Queria saber como está.— Estou ótima.— Então porque cancelou o jantar?— Não estou disposta, Steve.— Então não está bem.Ela bufou e foi até sua cama, deixando a porta aberta.Ele ajeitou o gorro em sua cabeça e entrou em passos curtos, olhando-a atentamente.— Não é nada demais, como pode ver.— Por que sinto que não está me contando alguma coisa?Ela cruzou os braços e ficou em silêncio. Steve suspirou e se aproximou.— Olha, eu só quero cuidar de você, entende? Se algo aconteceu, mesmo que pequeno, pode me contar. Eu estou aqui pra você.— Eu não sou um bebê, ok? Não precisa cuidar de mim o tempo todo. Me virei bem até h
Ela suspirou e passou uma mecha do cabelo pra trás da orelha, tentando formular as palavras em sua mente. Não é como se não tivesse feito revelações mais intensas e traumatizantes, mas era doloroso, assustador, pensar que poderia ser tocada novamente, usada como um simples objeto de satisfação.— Tudo bem?Naomi limpou a garganta e abaixou a cabeça.— Ontem, o Andrew entrou no meu quarto comigo de toalha. Ele foi falar... Bem, isso não importa. Mas eu fiquei assustada. Não quero viver aquilo de novo, sabe? Eu...— Tá tudo bem, eu devia imaginar que é difícil conviver com ele.— Me desculpe mesmo assim. Mas eu não consigo ser tão diferente. E hoje de manhã eu tive a certeza de que ele teme minha morte. E não tem nada a ver sobre ter controle rente a mim.Steve se aproximou e segurou suas mãos, com a delicadeza de quem segura uma flor. Ele passou o polegar lentamente pelos dedos gordinhos e delicados.— Estamos bem agora, ok? E você