Tomada de uma raiva intensa largou a bolsa, foi até a cozinha pegou a garrafa de vinho da sua pequena adega e caminhou furiosa ao seu quarto. Parou no corredor, chutou a porta com seu salto alto de bico fino com toda força fazendo ela escancarar, assustando seu noivo e a garota.
- Olá! Bebezinho. - Disse Lana quebrando a garrafa na porta jorrando o vinho em sua roupa e no chão.
- Lana, amor? O que está fazendo em casa a essa hora? - Disse Gregory saindo depressa de cima da garota que procurou um lençol para se cobrir desesperada.
- Não parem por minha causa. - Disse entrando - Estava adorando ouvir os gemidos do casalzinho lá do corredor.
- Amor, eu posso explicar, não é nada do que você está pensando. - Disse Gregory pegando sua calça.
- Eu não estou pensando Gregory. Eu estou vendo. - Gritou quase acertando seu noivo com a garrafa quebrada. - Estou vendo você me trair com essa garota na nossa cama seu desgraçado.
- Amor, por favor abaixa essa garrafa, vamos conversar.
- Agora você quer conversar? - Disse indo em direção a garota que já levantara e começara a vestir seu vestido com pressa. - Que tal começarmos com você repetindo que essa vagabunda é melhor em tudo do que eu? Que você nunca me amou.
- Lana, eu sei que você ouviu essas coisas, mas ela é só...
- Não ouse dizer mais uma palavra seu mentiroso. - Falou quebrando ainda mais a garrafa na parede próxima a cama. – Você, sua idiota
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vadiazinha de merda, espero que tenha aproveitado bastante o conforto da minha cama porque eu juro que se não sair da minha frente eu vou te matar.
- Eu não sou idiota nem vadia coisa nenhuma ouviu, eu trabalho na empresa com seu noivo, sou recepcionista tá e se estou aqui é porque você não é boa o suficiente para ele. – Gritou de volta.
- Você está dormindo com a recepcionista? - Indagou com ódio virando para Gregory que conseguira vestir a calça. - Tão clichê.
- Lana, por favor abaixa essa garrafa e vamos conversar.
- Não perde tempo com ela não bebezinho. - Disse a garota pegando suas roupas.
- Quer ficar quieta, Megan. - Falou virando um segundo para a garota, dando tempo de Lana pegar uma porta retrato e jogar contra ele.
- Vocês dois me dão nojo. - Gritou jogando o que podia nele.
- Eu não vou ficar calada coisa nenhuma. Quer saber? - Gritou virando para Lana. - Nós já estamos juntos há seis meses e seu noivo disse que iria te largar para ficar comigo sua estúpida. - Falou sorrindo.
- Eu vou te matar sua vadia. - Disse conseguindo acertar um soco na boca da garota antes de ser agarrada por Gregory. - Me solta seu desgraçado, eu vou arrebentar a cara dessa garota.
- Você me bateu sua maluca. - Disse histérica.
- Lana, não. Paraaa pelo amor de Deus, todos no prédio devem está ouvindo seus gritos. Para com isso. - Disse tentando segurar sua noiva.
- Você vai me pagar por isso sua ridícula, Gregory eu estou sangrando bebezinho.
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- Se eu ouvir mais uma vez esse apelido dentro dessa casa, eu vou causar a terceira guerra mundial aqui. Tira essa garota da minha frente ou não respondo por minhas próximas atitudes Gregory.
- Megan, vai embora por favor. - Disse Gregory vendo a garota pegar seus sapatos.
- Gregory?
- Megan, por favor. - Disse ele tentando controlar a situação.
- Tudo bem... Eu vou sim, mas eu vou te esperar lá em casa tá bebezinho. - Disse rindo apesar de estar com a boca sangrando. - Boa sorte lindinha. - Falou soltando um beijo no ar para Lana.
- Me solta Gregory. - Gritou Lana em desespero.
- Vai Megan, não provoca mais por favor.
- Eu já mandei você me soltar seu desgraçado. Tira suas mãos imundas de cima de mim. - Gritou sendo solta por ele.
- Lana me escuta por favor. - Implorou Gregory nervoso.
- Seis meses? Seis meses que você está me traindo seu mentiroso desgraçado.
- Lana, eu preciso que você se acalme e me ouça tá bem?
- Te escutar? E o que você pretende dizer? Que foi tudo um mal- entendido, que foi sem querer, que nada aconteceu? Então, quando dizia que estava jantando com os amigos do escritório estava com essa garota?
- Eu sinto muito Lana.
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- Você... sente muito? - Falou enxugando as lágrimas. - Não parecia sentir muito quando estava agora pouco transando com aquela mulher em cima da nossa cama Gregory. Nossa cama, nossa casa. - Gritou. – Se eu não tivesse aparecido iria continuar me enganando ou até mesmo me largar seu desgraçado.
- Eu sei que tudo isso não deveria ter acontecido, ok? Mas, eu estava carente droga! Você não me dava mais atenção.
- Carente? Não ouse colocar a culpa em mim. Não ouse me culpar por ser um mal caráter, cafajeste, infiel desgraçado. Você não tem esse direito. Eu estava pensando em me casar com você seu idiota. Eu queria ter filhos com você, filhos, Gregory.
- Mas é verdade. - Gritou de volta. - Nós já não nos reconhecemos a muito tempo. E apesar de te amar, eu não consegui resistir. Eu sou um homem, será que você não vê? Lana, apesar disso, eu realmente te amo. Eu também quero casar e ter filhos com você amor.
- Amar? Você não sabe o que é amar. Porque se realmente me amasse jamais, jamais ouviu bem, me trairia dessa forma. Poderíamos ter conversado e tentado resolver nossas diferenças, mas não, você logo correu para cama de outra mulher seu maldito.
- Lana...
- Homens de verdade não agem assim. Você não é um homem, você é um moleque. - Disse virando as costas para ele tentando raciocinar.
- Lana, eu te amo. Por favor, vamos nos acalmar e tentar conversar como duas pessoas civilizadas? – Falou se aproximando dela.
- Eu já disse para você não me tocar. Eu quero que você saia desta casa imediatamente. – Pare de dizer que me ama porque é óbvio que há seis meses você deixou claro que não ama.
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- Lana, vamos conversar. - Disse tentando tocá-la.
- Eu disse para você não me tocar. - Falou batendo em seu rosto. - Está satisfeita? - Disse surpreso e nervoso. - Podemos conversar agora?- Eu disse... - Falou pegando um pedaço de vidro em cima da cama e apontando para seu noivo. - Para você sair desta casa. – Falou com as lágrimas rolando pela sua face. – Saia desta casa agora Gregory e nunca mais ouse chegar perto de mim ouviu bem?!
- Tudo bem. - Falou levantando as mãos. - Você está com raiva, eu vou. - Falou andando de costas até a porta. - Mas, fique ciente disso, eu não vou desistir de você. Quando estiver mais calma conversamos, ok?
- Você desistiu no momento em que me traiu seu idiota. Você desistiu. – Gritou ao ouvir a porta da sala bater com força.
Com a raiva reavivada foi até a cozinha e pegou um bastão de beisebol, começou a quebrar tudo dentro do quarto. Abriu os armários e arrancou as roupas dele tentando rasgar o que podia com as mãos. - Você desistiu quando mentiu que me amava. - E saiu dali indo em direção a sala quebrando tudo que podia. - Você desistiu. Você desistiu.... Você, você... você... todos sempre desistem. – Gritou se ajoelhando no chão.Lana chorou desesperadamente com as mãos na cabeça, seu peito queimava, ela não entendia se era pelo Gregory ou por ela mesma, apenas se encolheu no chão e chorou compulsivamente. - Por que vocês sempre fazem isso comigo? por que vocês desistem de mim assim?
Trinta minutos depois alguém bateu na porta e ela se desesperou com a vergonha e humilhação que havia passado. O prédio inteiro sabia o que tinha acontecido. Ela seria a piada do prédio, pensava consigo mesma. Assim como fora na época da escola. Não entendeu porque sua
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mente lhe trouxe tão repentinamente aquela lembrança, por isso mais ainda, se envergonhou.
- Você desistiu... vocês mentiram... - Disse ouvindo batidas novamente.
- Senhorita Lana, sou eu a síndica, dona Marisa. Eu posso entrar? - Perguntou preocupada. - Os vizinhos estão comentando da sua briga e eu gostaria de lhe falar um instante.
Lana levantou e correu desesperada trancando a porta para que ninguém entrasse. Foi tudo muito rápido e impensado. Um borrão de pânico fechou sua garganta, um lampejo de loucura a assombrou de novo. As emoções que achava ter controlado e os traumas não tão longínquo socaram seu estômago outra vez. Ela não queria ser mais humilhada e nem ser alvo de comentários como no passado. Então, num ato de desespero, ela também desistiu. Tensa, cansada e enjoada que ela não sabia se era pela loucura ou pela fome ou pela ansiedade que achava ter controlado a muito tempo, pegou um pedaço de vidro quebrado de um dos porta-retratos perto dela, levou em direção ao seu pulso e o cortou. Em pânico e tonta, tão rápido seu corpo desvaneceu ao olhar o sangue jorrando, ela caiu desmaiada no chão.
01 semana antes...- Mio Dio amore! Il tuo telefono continua a squillare. O rispondi riattacchi, ma per favore smetti di fare quel rumore. Amore! Seu telefone não para de tocar. Faz esse barulho parar. - Gemeu Elisabetta estressada virando para o outro lado da cama.- Senhor Jason? – Chamou Rebeca batendo delicadamente na porta pela quarta vez. - Menino Jason, sei que não gosta de ser incomodado enquanto está no quarto, mas é uma emergência. Seu pai ligou para seu celular inúmeras vezes, o senhor está acordado?- Agora estou Rebeca. – Respondeu abrindo a porta sonolento. - O que aconteceu?- Desculpe incomodá-lo. – Falou olhando para seu peito nu. - É a sua mãe, a senhora Martha, ela passou mal e...- Peça ao Henry para retirar o carro da garagem imediatamente. Desço em cinco minutos. - Disse fechando a porta, acendendo a luz em seguida.- Jasonnnn amore! La luce maledizione. - Falou irritada a italiana em sua cama.- Em inglês Elisabetta por favor, quando fala em italiano e tão rápido
- Bom dia David, bom dia Morgan! - Falou Lana sempre sorridente ao passar seu reconhecimento facial na catraca. - Bom dia Senhorita Lana. - Responderam os seguranças. - Apenas Lana meninos. – Disse recebendo autorização para passar. - Ok! Senhorita Lana. - Falaram em uníssono fazendo a mulher rir novamente. - Lana? - Chamou uma moça antes que ela entrasse no elevador. - Preciso da sua ajuda. - É urgente? - Disse olhando em seu relógio. - Estou com pressa hoje Lilian. - Vida ou morte. - Disse juntando as mãos e implorando. - Cinco minutos. – Correu atrás da moça que já entrava na loja vitrine de joias. - Diamante negro ou diamante rosa? – Perguntou dois minutos depois indecisa sobre a vitrine do dia. - Lilian, sabe que esse é seu trabalho não sabe? - Indagou fingindo irritação. - Sei, mas eu amo seus palpites desde o dia que me salvou com o Brian quando ele pediu para eu montar uma vitrine em cima da hora para um dos nossos clientes VVPI e você me ajudou. - Disse com cara de
- A videoconferência que seria agora às 08:30 com a filial da China foi reagendada para às 11h. - Disse olhando para seu aparelho. - Por qual motivo? - Indagou arqueando as sobrancelhas. - O diretor financeiro disse que os relatórios não ficaram prontos a tempo porque sua secretária entrou em trabalho de parto e ele precisou socorrê-la, então como eles não tem uma segunda assistente. - E nosso diretor não tem os relatórios em seu computador para essas emergências? - Indagou Jason a sua frente. - Se eu for depender única e exclusivamente do que você me enviaria serei o pior gestor que já se conheceu na face da terra. - Está dizendo que meus relatórios não são bons e suficientes? - Indagou surpresa. - Não, estou dizendo que tenho uma cópia de absolutamente todos os relatórios que você faz e que por isso sempre estou preparado para alguma emergência, além de eu também preparar meus próprios relatórios baseado nos seus. - Falou tomando seu café. - Envie flores para a assistente do Yak
- Por que diabos a campanha do diamante azul ainda não está pronta Brian? - Indagou assim que viu seu amigo entrar pela sala. - Bom dia para você também. - Bom dia? - Devolveu cínico. - Agora me responde o que te perguntei. Nós temos um prazo e meu pai não vai ficar satisfeito se não entregarmos essa campanha no prazo. - Relaxa cara. - Falou sentando a sua frente. - Hoje daremos início aos preparativos finais do anúncio e já estamos rodando o teaser, só não fiz isso antes porque precisava da sua opinião para um ponto em questão. - Você é o diretor de marketing dessa empresa e eu preciso dá opinião no seu trabalho? - Falou irritado. - Uau! Mas o que diabos aconteceu com você para estar assim tão grosseiro? - Agora pedir que todos façam seu trabalho é ser grosseiro? Só estou agindo como um homem de negócios, o empresário que sempre fui e que paga a todos muito bem por sinal para que tudo saia como planejado. -Nossa! Acabou de falar igual ao seu pai. - Não me compare ao meu pai,
Quando seu despertador tocou Lana sabia que eram 5h da manhã, mas sentia como se tivesse ido dormir a cinco minutos atrás. Estava se sentindo cansada mentalmente, porém se espreguiçou, olhou para o lado e o invés de levantar e sair para correr, decidiu matar as saudades do seu noivo para compensar pela noite passada. Se aproximou dele e começou a beijá-lo para o acordar. - Bom dia amor! - Disse com uma voz rouca. - Bom dia! - Falou abrindo os olhos devagar. - Sinto muito por ontem. - Disse puxando os lençóis de cima dele. - Tudo bem. Não tem porque pensarmos nisso novamente. - Falou se espreguiçando. - Eu estava pensando. - Falou beijando seu pescoço. - Já que não tivemos um tempinho ontem, em dispensar minha corrida matinal e ficar com você antes de ir para o trabalho. O que acha? - Disse puxando sua camisa. - Nossa! Amor, desculpa. Mas, é que eu tenho uma reunião muito cedo esta manhã e não quero ficar cansado, preciso me preparar e.... - Está me punindo por ontem Gregory? - P
Lana foi abrindo os olhos aos poucos para ir se acostumando com aquela claridade. Era obvio que não estava em sua casa. Não tinha morrido, pois a julgar pelo ambiente estava em um hospital. Quando abriu os olhos por completo viu sua irmã deitada dormindo no sofá cama e seu irmão sentado ao seu lado em uma poltrona folheando uma revista. - Gael. - Sussurrou a garota chamando a atenção do seu irmão. - Lana, você acordou. - Disse largando a revista e pegando na mão da sua irmã. - Como se sente? - Sonolenta. - Disse a garota. - Minha boca só tem gosto de remédio. - É normal. – Falou mais tranquilo vendo sua irmã acordada. - Deve ser o efeito dos remédios. - Lana? - Você acordou. - Disse sua irmã acordando e levantando apressada para perto dela. - Fiquei tão preocupada. - Estou bem. - Falou por fim. - Não, não está. Você nos deu um susto. - Falou sua irmã com lágrimas nos olhos. - Por um instante pensei ter perdido você... - Ei, está tudo bem agora. - Disse seu irmão tentando acalma
-- Acorda seu idiota. - Disse Jason jogando água em cima do seu amigo.- O que? Jason seu babaca, o que diabos você pensa que está fazendo? - Perguntou irritado.- Isso são horas de estar dormindo? - Indagou pegando uma toalha e entregando ao Brian.- Hoje é sábado seu idiota e não me respondeu o que está fazendo aqui? Aliás, como foi que conseguiu entrar na minha casa?- Você me deu a chave para emergências lembra?- Isso mesmo, para emergências e caso não tem algum lugar pegando fogo nessa cidade ou alguém precisando da minha ajuda, dá um fora daqui. - Disse deitando novamente e colocando um travesseiro na cara.- Eu não vou a lugar nenhum. - Disse puxando o travesseiro. - E você não vai voltar a dormir.- Qual é Jason? Você não tem outra pessoa para perturbar não? - Falou zangado. - Além do mais você me expulsou da sua sala ontem lembra? Gritou comigo e quase me socou na cara. Estou puto com você ainda.- Você me desautorizou na frente de um funcionário e eu sou o vice-presidente d
Quando Lana acordou sentiu-se enjoada e um pouco tonta. Olhou para o lado e viu sua irmã dormir pesado na cama gigante deixada só para ela na noite anterior. Percebeu que seu irmão não estava mais com ela e resolveu se levantar. Ao pisar os pés no chão sentiu frio e que com certeza sentiu que tinha uma banda de rock tocando pesado dentro da sua cabeça. Saiu nas pontas dos pés em direção ao banheiro como se isso resolvesse seu problema, tirou sua roupa, aumentou a temperatura do chuveiro para o mais quente possível bem como gostava e se jogou debaixo dele. Encostou as palmas de suas mãos no azulejo branco e impecável do banheiro e deixou a água escorrer lentamente pelas suas costas fazendo seus músculos relaxarem instantaneamente. Pegou o shampoo e tentou lavar seus cabelos silenciosamente, então olhou para o seu pulso ainda com a atadura e o arrancou delicadamente deixando a mostra os pontos que denunciavam o que tinha acontecido na noite anterior. Então, se encolhendo no chão chorou