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Namoro de Aluguel
Namoro de Aluguel
Por: Ana Franco
Você desistiu no momento em que me traiu

Tomada de uma raiva intensa largou a bolsa, foi até a cozinha pegou a garrafa de vinho da sua pequena adega e caminhou furiosa ao seu quarto. Parou no corredor, chutou a porta com seu salto alto de bico fino com toda força fazendo ela escancarar, assustando seu noivo e a garota.

- Olá! Bebezinho. - Disse Lana quebrando a garrafa na porta jorrando o vinho em sua roupa e no chão.

- Lana, amor? O que está fazendo em casa a essa hora? - Disse Gregory saindo depressa de cima da garota que procurou um lençol para se cobrir desesperada.

- Não parem por minha causa. - Disse entrando - Estava adorando ouvir os gemidos do casalzinho lá do corredor.

- Amor, eu posso explicar, não é nada do que você está pensando. - Disse Gregory pegando sua calça.

- Eu não estou pensando Gregory. Eu estou vendo. - Gritou quase acertando seu noivo com a garrafa quebrada. - Estou vendo você me trair com essa garota na nossa cama seu desgraçado.

- Amor, por favor abaixa essa garrafa, vamos conversar.

- Agora você quer conversar? - Disse indo em direção a garota que já levantara e começara a vestir seu vestido com pressa. - Que tal começarmos com você repetindo que essa vagabunda é melhor em tudo do que eu? Que você nunca me amou.

- Lana, eu sei que você ouviu essas coisas, mas ela é só...

- Não ouse dizer mais uma palavra seu mentiroso. - Falou quebrando ainda mais a garrafa na parede próxima a cama. – Você, sua idiota

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vadiazinha de merda, espero que tenha aproveitado bastante o conforto da minha cama porque eu juro que se não sair da minha frente eu vou te matar.

- Eu não sou idiota nem vadia coisa nenhuma ouviu, eu trabalho na empresa com seu noivo, sou recepcionista tá e se estou aqui é porque você não é boa o suficiente para ele. – Gritou de volta.

- Você está dormindo com a recepcionista? - Indagou com ódio virando para Gregory que conseguira vestir a calça. - Tão clichê.

- Lana, por favor abaixa essa garrafa e vamos conversar.

- Não perde tempo com ela não bebezinho. - Disse a garota pegando suas roupas.

- Quer ficar quieta, Megan. - Falou virando um segundo para a garota, dando tempo de Lana pegar uma porta retrato e jogar contra ele.

- Vocês dois me dão nojo. - Gritou jogando o que podia nele.

- Eu não vou ficar calada coisa nenhuma. Quer saber? - Gritou virando para Lana. - Nós já estamos juntos há seis meses e seu noivo disse que iria te largar para ficar comigo sua estúpida. - Falou sorrindo.

- Eu vou te matar sua vadia. - Disse conseguindo acertar um soco na boca da garota antes de ser agarrada por Gregory. - Me solta seu desgraçado, eu vou arrebentar a cara dessa garota.

- Você me bateu sua maluca. - Disse histérica.

- Lana, não. Paraaa pelo amor de Deus, todos no prédio devem está ouvindo seus gritos. Para com isso. - Disse tentando segurar sua noiva.

- Você vai me pagar por isso sua ridícula, Gregory eu estou sangrando bebezinho.

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- Se eu ouvir mais uma vez esse apelido dentro dessa casa, eu vou causar a terceira guerra mundial aqui. Tira essa garota da minha frente ou não respondo por minhas próximas atitudes Gregory.

- Megan, vai embora por favor. - Disse Gregory vendo a garota pegar seus sapatos.

- Gregory?

- Megan, por favor. - Disse ele tentando controlar a situação.

- Tudo bem... Eu vou sim, mas eu vou te esperar lá em casa tá bebezinho. - Disse rindo apesar de estar com a boca sangrando. - Boa sorte lindinha. - Falou soltando um beijo no ar para Lana.

- Me solta Gregory. - Gritou Lana em desespero.

- Vai Megan, não provoca mais por favor.

- Eu já mandei você me soltar seu desgraçado. Tira suas mãos imundas de cima de mim. - Gritou sendo solta por ele.

- Lana me escuta por favor. - Implorou Gregory nervoso.

- Seis meses? Seis meses que você está me traindo seu mentiroso desgraçado.

- Lana, eu preciso que você se acalme e me ouça tá bem?

- Te escutar? E o que você pretende dizer? Que foi tudo um mal- entendido, que foi sem querer, que nada aconteceu? Então, quando dizia que estava jantando com os amigos do escritório estava com essa garota?

- Eu sinto muito Lana.

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- Você... sente muito? - Falou enxugando as lágrimas. - Não parecia sentir muito quando estava agora pouco transando com aquela mulher em cima da nossa cama Gregory. Nossa cama, nossa casa. - Gritou. – Se eu não tivesse aparecido iria continuar me enganando ou até mesmo me largar seu desgraçado.

- Eu sei que tudo isso não deveria ter acontecido, ok? Mas, eu estava carente droga! Você não me dava mais atenção.

- Carente? Não ouse colocar a culpa em mim. Não ouse me culpar por ser um mal caráter, cafajeste, infiel desgraçado. Você não tem esse direito. Eu estava pensando em me casar com você seu idiota. Eu queria ter filhos com você, filhos, Gregory.

- Mas é verdade. - Gritou de volta. - Nós já não nos reconhecemos a muito tempo. E apesar de te amar, eu não consegui resistir. Eu sou um homem, será que você não vê? Lana, apesar disso, eu realmente te amo. Eu também quero casar e ter filhos com você amor.

- Amar? Você não sabe o que é amar. Porque se realmente me amasse jamais, jamais ouviu bem, me trairia dessa forma. Poderíamos ter conversado e tentado resolver nossas diferenças, mas não, você logo correu para cama de outra mulher seu maldito.

- Lana...

- Homens de verdade não agem assim. Você não é um homem, você é um moleque. - Disse virando as costas para ele tentando raciocinar.

- Lana, eu te amo. Por favor, vamos nos acalmar e tentar conversar como duas pessoas civilizadas? – Falou se aproximando dela.

- Eu já disse para você não me tocar. Eu quero que você saia desta casa imediatamente. – Pare de dizer que me ama porque é óbvio que há seis meses você deixou claro que não ama.

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- Lana, vamos conversar. - Disse tentando tocá-la.

- Eu disse para você não me tocar. - Falou batendo em seu rosto.

- Está satisfeita? - Disse surpreso e nervoso. - Podemos conversar agora?

- Eu disse... - Falou pegando um pedaço de vidro em cima da cama e apontando para seu noivo. - Para você sair desta casa. – Falou com as lágrimas rolando pela sua face. – Saia desta casa agora Gregory e nunca mais ouse chegar perto de mim ouviu bem?!

- Tudo bem. - Falou levantando as mãos. - Você está com raiva, eu vou. - Falou andando de costas até a porta. - Mas, fique ciente disso, eu não vou desistir de você. Quando estiver mais calma conversamos, ok?

- Você desistiu no momento em que me traiu seu idiota. Você desistiu. – Gritou ao ouvir a porta da sala bater com força.

Com a raiva reavivada foi até a cozinha e pegou um bastão de beisebol, começou a quebrar tudo dentro do quarto. Abriu os armários e arrancou as roupas dele tentando rasgar o que podia com as mãos. - Você desistiu quando mentiu que me amava. - E saiu dali indo em direção a sala quebrando tudo que podia. - Você desistiu. Você desistiu.... Você, você... você... todos sempre desistem. – Gritou se ajoelhando no chão.Lana chorou desesperadamente com as mãos na cabeça, seu peito queimava, ela não entendia se era pelo Gregory ou por ela mesma, apenas se encolheu no chão e chorou compulsivamente. - Por que vocês sempre fazem isso comigo? por que vocês desistem de mim assim?

Trinta minutos depois alguém bateu na porta e ela se desesperou com a vergonha e humilhação que havia passado. O prédio inteiro sabia o que tinha acontecido. Ela seria a piada do prédio, pensava consigo mesma. Assim como fora na época da escola. Não entendeu porque sua

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mente lhe trouxe tão repentinamente aquela lembrança, por isso mais ainda, se envergonhou.

- Você desistiu... vocês mentiram... - Disse ouvindo batidas novamente.

- Senhorita Lana, sou eu a síndica, dona Marisa. Eu posso entrar? - Perguntou preocupada. - Os vizinhos estão comentando da sua briga e eu gostaria de lhe falar um instante.

Lana levantou e correu desesperada trancando a porta para que ninguém entrasse. Foi tudo muito rápido e impensado. Um borrão de pânico fechou sua garganta, um lampejo de loucura a assombrou de novo. As emoções que achava ter controlado e os traumas não tão longínquo socaram seu estômago outra vez. Ela não queria ser mais humilhada e nem ser alvo de comentários como no passado. Então, num ato de desespero, ela também desistiu. Tensa, cansada e enjoada que ela não sabia se era pela loucura ou pela fome ou pela ansiedade que achava ter controlado a muito tempo, pegou um pedaço de vidro quebrado de um dos porta-retratos perto dela, levou em direção ao seu pulso e o cortou. Em pânico e tonta, tão rápido seu corpo desvaneceu ao olhar o sangue jorrando, ela caiu desmaiada no chão.

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