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Nós não somos namorados

01 semana antes...

- Mio Dio amore! Il tuo telefono continua a squillare. O rispondi riattacchi, ma per favore smetti di fare quel rumore. Amore! Seu telefone não para de tocar. Faz esse barulho parar. - Gemeu Elisabetta estressada virando para o outro lado da cama.

- Senhor Jason? – Chamou Rebeca batendo delicadamente na porta pela quarta vez. - Menino Jason, sei que não gosta de ser incomodado enquanto está no quarto, mas é uma emergência. Seu pai ligou para seu celular inúmeras vezes, o senhor está acordado?

- Agora estou Rebeca. – Respondeu abrindo a porta sonolento. - O que aconteceu?

- Desculpe incomodá-lo. – Falou olhando para seu peito nu. - É a sua mãe, a senhora Martha, ela passou mal e...

- Peça ao Henry para retirar o carro da garagem imediatamente. Desço em cinco minutos. - Disse fechando a porta, acendendo a luz em seguida.

- Jasonnnn amore! La luce maledizione. - Falou irritada a italiana em sua cama.

- Em inglês Elisabetta por favor, quando fala em italiano e tão rápido assim não entendo metade do que sai da sua boca. – Disse Jason vestindo um moletom às pressas.

- A luz amore, apaga a luz e volta para cama per favore. Foi isto que eu disse.

- Desculpa amore! Minha mãe passou mal, tenho que ir correndo para casa. Droga! Nem perguntei onde ela está.

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- E precisava me acordar acendendo a luz assim? – Indagou sentada na cama.

- Ora! Desculpa tirá-la do seu sono de principessa. - Respondeu sentado na beirada da cama enquanto calçava seus tênis.

- Scusa amore! Não quis parecer indiferente, vai ver não foi nada. - Disse abraçando-o ainda nua. - Talvez uma fadiga? Se ela estivesse na Itália poderia relaxar em um dos milhares de vinhedos do Papa.

- Talvez, mas ainda assim estamos falando da minha mãe. - Não me espere para o almoço. - Falou irritado.

- Espere. Posso ir junto, dê-me uma hora, uma boa oportunidade para conhecer a tua famiglia.

- Não posso lhe esperar Elisabetta. – Disse a beijando nos lábios. Meu pai ligou diversas vezes e com certeza deve está uma fera por eu não ter atendido na primeira ligação, como sempre.

- Mas tu prometeu que íamos ficar todo o sábado juntos, amore. Não pode esperar? Podemos ir velejar.

- Não sei o que de fato aconteceu, por isso como eu disse, não me espere para o almoço. – Respondeu caminhando em direção a porta.

- Amore! O que farei em sua ausência? – Perguntou com descontentamento.

- Elisabetta, não somos namorados, não é obrigada a ficar aqui me esperando. Sinta-se livre para ir passear ou fazer compras ou velejar por exemplo. Buongiorno! – Completou fechando a porta a deixando sozinha.

- Ma che diavolo! Maledizione. Se pensa que vai se livrar de mim assim está enganado mi amore. Eu não vim da Itália para América contigo para ser tratada como uma de suas amantes Jason. Você será meu ou não me chamo Elisabetta Fiorino. – Falou se jogando na cama outra vez.

Jason se considerava um homem prático, livre e independente. Seu estilo aventureiro já era conhecido nas redes sociais e sites de fofoca, apesar dele mesmo não ter redes sociais e tentar fugir de paparazzi, não conseguia, devido sua posição conhecida no mercado de jóias de luxo no país e beleza única.

Alto, com um metro e oitenta e cinco de altura, seu corpo atlético chamava atenção por onde passava, fruto de muitos anos de treinos diários. Moreno claro, olhos castanhos cor do mel, com sua barba bem aparada e cabelos preto curtos com franjas que sempre caiam em seus olhos, arrancava suspiros por onde passava. Estava sempre bem vestido e elegante, apostava sempre em roupas e sapatos de luxo com cores escuras e monocromáticas que exalavam autoridade e poder, além de acessórios que completavam o seu charme.

Herdeiro de uma grande fortuna conquistada pela sua família que vinha de uma elite, chamada por alguns no mundo dos negócios de dinastia, conquistada pelos seus antecessores avaliada em mais de dez bilhões de dólares.

Ainda assim, não se valendo desse fato, lutou para conquistar seu lugar, se provando todos os dias e ao seu pai, que era digno de administrar junto a sua família a empresa. Por isso, Jason Campbell além de sua beleza, também era conhecido no mundo dos negócios como um empresário implacável e letal no ramo da importação e exportação de jóias, sendo o vice-presidente da tradicional e poderosa Jewelry & Investments com sede em Nova York e filiais na Coreia do Sul, China, Londres e França.

Eventualmente era visto em eventos de motos esportivas, uma de suas paixões. Ele mesmo tinha em sua garagem uma moto VRSCDX Night Rod Special que ele costuma usar nos fins de semana para correr sozinho ou acompanhado de alguma sortuda da vez que ele costumava trazer de suas viagens de negócios, para conhecer a cidade em sua companhia.

Jason ia pensando consigo mesmo no banco de traz do carro se era uma boa ideia deixar Elisabetta sozinha em sua casa, decidiu resolver esse assunto depois, pois sabia que seu pai não ligaria desesperado atrás dele se não tivesse acontecido algo muito sério com sua mãe.

Henry, seu fiel motorista, ia dirigindo seu Mercedes-AMG GT 63S 4 Door o mais rápido que podia se tratando de Nova York, que apesar de ser sábado, ambos sabiam que a cidade nunca dormia. E mesmo morando fora dos holofotes dos prédios, bares e boates, ele sabia que chegar tão rápido até o outro lado da cidade onde seus pais moravam, seria impossível. Ao sair de casa para morar sozinho e frequentar a faculdade, Jason não conseguira abrir mão do motorista, a quem tanto respeitava, implorando aos pais que o deixassem ir morar com ele, bem como Rebeca, sua babá e agora governanta que amava como uma segunda mãe e que cuidara dele e de sua irmã desde seus nascimentos.

- Tente manter a calma senhor Jason. Tenho certeza que foi apenas mais um susto. Sua mãe é forte! - Disse entrando na propriedade assim que o portão foi liberado por um dos seguranças que reconheceu o carro ao se aproximar da mansão. – Já estamos chegando. – Disse dirigindo pelo corredor de pinheiros que impediam os curiosos de verem o interior da casa.

- Obrigada Henry por ter dirigido, mesmo em sua folga.

- Pode sempre contar comigo senhor. – Respondeu estacionando a frente da grande porta que já se abria como se esperasse pela sua chegada.

A casa que Jason tinha nascido era antiga e tradicional tanto quanto sua família, fora passada de geração a geração até pertencer agora ao pai que morava com sua mãe, sua irmã Alice e os empregados mais antigos

que seus pais faziam questão de mantê-los, aliás, uma característica única dos Campbell, diferente de muitas famílias ricas, tratar seus empregados como família e amigos íntimos.

- Obrigada Henry. Não precisa esperar aqui o dia inteiro, pode voltar para seu dia de folga, pedirei um Uber quando for embora.

- De jeito nenhum senhor e se me permitir, gostaria de ficar e saber como a senhora Martha está passando.

- Como quiser Henry. – Falou solidário.

- Se precisar de mim, estarei na cozinha. - Falou vendo o rapaz correr apressado para a porta de entrada.

- Senhor Jason. - Disse o mordomo ansioso. - Estávamos lhe aguardando. Seu pai não para de se questionar onde estaria.

- Olá! Tobias. - Falou cumprimentando o senhor a sua frente. - Como tem passado?

- Bem senhor, obrigada. – Falou fechando a porta.

- Onde está a minha mãe?

- Jason? – Chamou seu pai descendo as escadas.

- Sim pai, sou eu. - Falou sorrindo para o mordomo, caminhando em direção ao homem que estava impaciente à sua frente. - Onde minha

mãe está? - Perguntou sem tocar em seu pai.

- No nosso quarto com sua irmã. - Falou cansado.

- Eu vou ver como ela está, se me der licença. - Disse subindo as escadas. - Não precisa mais se dá ao trabalho, chamamos o médico da família e agora está tudo bem. – Disse irônico. – Como sempre, demorou

demais para atender minha ligação.

- Mesmo assim, eu vou subir. – Respondeu se contendo sem olhar para

trás.

- Preciso falar com você antes que vá embora. - Gritou vendo o filho parar no meio da escada sem olhar para trás.

- Quando eu tiver certeza que minha mãe está bem, eu o procurarei. – Falou retomando os passos firmes na escada rumo ao quarto da sua mãe.

- Estarei esperando. – Respondeu de volta.

- Teimoso, orgulhoso e genioso. - Comentou o mordomo parando ao lado do seu patrão. - Igual ao pai.

- Vamos ver até onde ele irá com essa teimosia depois do que tenho para lhe falar. - Disse se retirando com o olhar do mordomo em suas costas.

- Esses dois. Será que ele não vê que com seu falecido pai era exatamente assim? Repetindo os mesmos erros com seu filho. – Falou o mordomo para si mesmo sumindo em um dos muitos corredores do lugar.

Jason foi direto para o último quarto da mansão, que é onde dormiam seus pais. Nem mal bateu na porta e ela foi aberta pela sua irmã que o abraçou com força.

- Senti o seu cheiro assim que começou a subir as escadas. - Disse Alice sumindo nos braços enormes do seu irmão.

- Olá! Irmãzinha. - Falou beijando o topo da sua cabeça. - Devia ter descido e me resgatado das indiretas irritantes do nosso pai então.

- E ficar no meio do fogo cruzado? - Indagou levantando o queixo em direção ao Jason.

- Pelo que sei, sempre gostou de se queimar. Onde está aquela garota direta que sempre tinha algo a dizer?

- Preparando um casamento e o papai está pagando tudo. - Falou o soltando.

- Ahhh! Bingo. - Disse olhando para a cama onde sua mãe dormia. - Como ela está? – Sussurrou tentando não acordá-la.

- Agora parece que está bem, medicada, porém Jason, o médico disse

que foi um princípio de infarto.

- Princípio de infarto? - Questionou nervoso. - Pensei que fosse mais

um dos seus ataques de ansiedade.

- Não, Jason. O Doutor Joshua falou que dessa vez foi sério e por isso

pediu alguns exames e recomendou repouso absoluto pelo menos durante as próximas três semanas. Nada de estresse. – Falou encarando seu irmão.

- Entendi a indireta Alice.

- Como você mesmo disse agora pouco, sendo aquela garota direta. – Respondeu sorridente.

- Filho? - Chamou sua mãe sonolenta. - É você Jason?

- Sim mãe, sou eu. Disse sentando perto de sua mãe. - Desculpe tê-la acordado.

- Não, tudo bem. Estava apenas cochilando. - Disse tentando se levantar.

- Eiii... Aonde a senhora pensa que vai dona Martha? - Falou o filho impedindo a mãe de se levantar. - Precisa ficar quieta e repousar mamãe. - Até parece, já repousei demais. - Falou bufando. – Não estou doente

para ficar igual uma inválida numa cama.

- Mãe, por favor, quer ficar deitada? - Disse Alice angustiada.

- Eu não quero ficar nesta cama o dia inteiro. - Disse sentada

encostando em seu travesseiro.

- Mas, o médico disse...

- O médico não sabe o que diz e não é porque vai casar com um que

vou deixar que diga o que devo e não devo fazer Alice Campbell.

- Eu vou descer e verificar o cardápio para o almoço. - Disse levantando

as mãos em rendição. - Ficará para o almoço não é Jason?

- Depende do que o papai tem a dizer. - Falou revirando os olhos junto

com sua irmã.

- Por que vocês não podem se entender como pais e filhos normais? -

Disse quando ficou a sós com o rapaz.

- Mas nós nos entendemos, não se preocupe com isso. Sabe como é o

papai, sempre querendo me controlar achando que tem alguma nova regra a acrescentar à minha vida. - Falou beijando a mão de sua mãe. - A única pessoa que ele não controla é a senhora, dona Martha. - Fazendo sua mãe rir.

- Isso porque não podemos controlar o amor, meu querido. Eu e o seu pai nos amamos e em uma relação você precisa entender o seguinte: ou você ama ou você tem razão. - Disse vendo o semblante do seu filho

se fechar. - Até quando vai se fechar para esse sentimento filho?

- Vai aproveitar que está de cama para me dar sermões de novo mamãe? - Disse arqueando uma sobrancelha. – Se for começar com esse assunto de novo vou acreditar que não está doente coisa nenhuma.

- Eu não estou doente, já disse. – Comentou ajeitando o travesseiro e se recostando outra vez.

- Sei. A senhora não é feita de aço. – Falou respirando fundo.

- Está tentando mudar de assunto Jason? Vou mais uma vez aproveitar que está aqui e pedir para deixar de ser tão frio e fechado e no lugar se

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preencher novamente com o amor, meu querido. - Falou tocando no rosto do filho. - Pode ter deixado a barba crescer, pode até tentar se esconder por trás de toda essa carranca, mas sei que o meu filho que foi muito gentil e feliz um dia, ainda está aí.

- E quem disse que não sou gentil ou... feliz? - Falou sorrindo.

- Seus olhos queridos. - Disse tocando com carinho neles. - Eles nunca mentiram para mim e não é agora que mentirão.

- Meus olhos dizem que a senhora está precisando dormir mais um pouco e repousar. O médico disse para não se estressar. É sério mãe, não quero ficar mais preocupado com a senhora. Dessa vez precisa seguir à risca tudo que o Doutor Joshua falou.

- Ok! Não falarei mais sobre isso.

- Obrigada dona Martha.

- Por enquanto. – Respondeu sorridente.

- Mãe, é sério. Por favor. Chega desse assunto de amor, eu sou bem crescido e sei exatamente o que quero para minha vida.

– Só me responda uma coisa. – Pediu colocando em seu rosto a expressão mais inocente possível para manter seu filho naquela conversa.

- O que quiser? – Respondeu o rapaz carinhoso após respirar fundo

mais uma vez.

- Se não quer se apaixonar de novo porque está com aquela moça que

veio da Itália com você? Nos últimos anos sempre saiu com várias mulheres, mas esta parece que está durando mais tempo que as outras. Não pense que não sei o que se passa em sua vida só porque não mora mais debaixo do mesmo teto que o meu filho. Afinal, vocês estão juntos ou não? Sabe que somos cristãos protestantes não é Jason? Não está enrolando aquela menina está?

- A senhora só lembra que é cristã quando tenta me dar sermões mãe. – Disse revirando os olhos. - E Elisabetta não é nenhuma menina, é uma mulher, independente e aventureira como eu, que conheci na minha última viagem à Itália, ela quis vir para Nova York conhecer a cidade, só isso. Pode perguntar a Lana, se não acredita em mim. Ela quis vir por conta própria, apenas ajudei com o visto de turista e agora estamos aqui. Se no meio do caminho nos divertimos juntos não vejo mal nisso. – Disse sabendo que se não parasse sua mãe lhe daria outro sermão. – Sabemos o que estamos fazendo. A Elisabetta não quer nada sério mãe. Não somos namorados, apenas estamos nos curtindo enquanto ela conhece a cidade.

- Jason, sabe que não aprovo esse tipo de comportamento. E não vou envolver sua secretária em assunto de família.

- A Lana não é só minha secretária mãe, ela é minha assistente pessoal, sabe praticamente tudo da minha vida, pode perguntar a ela, é a única que consegui manter ao meu lado, é leal a mim e confio de olhos fechados nela sabia? Aliás, se quiser, ligo agora mesmo e...

- Nem pense em incomodar aquela garota por isso. Ela já trabalha quase vinte quatro horas todos os dias, merece uma folga pelo amor de Deus. Eu sei que estava fazendo isso para mudar de assunto de novo. E é claro que sei que confia na Lana, e tenho certeza que ela falaria exatamente o que você pedisse.

- Senhor Jason, o seu pai pediu para que descesse e o encontrasse na biblioteca. - Falou a governanta entrando no quarto com uma bandeja de chá para sua mãe.

- Olá para você também querida Judith. - Disse a abraçando por trás e a beijando na nuca.

- Deixa disso menino, me solte e vá ver logo o que seu pai quer. – Falou tentando se soltar do abraço dele.

- Viu mãe, a única pessoa com quem eu casaria me esnoba. - Falou rindo alto com a mulher lhe dizendo alguns desaforos.

- Eu também te amo Judith. – Disse em voz alta com um sorriso no rosto enquanto descia as escadas em direção a biblioteca.

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