Narrador
Soobin sentiu o gosto dos lábios de Tae e não quis parar por aí. Não conseguiria, era mais forte que ele. Emoldurou o rosto de Tae com suas mãos, cravando os dedos nas têmporas do primo com tanto ímpeto que nada no mundo o tiraria dali.
Aquele amor oculto provocou em Soobin tanta carência e tanta necessidade que moldou o caráter de Soobin. Deixou-o amargo, eternamente triste e deprimido. Mas, naquele momento, ele estava livre da eterna indagação que fazia todos os dias quando colocava a cabeça no travesseiro e imaginava os dois juntos: "Como será o beijo dele?".
Já era, a verdade foi exposta.
Tae segurou os pulsos de Soobin rispidamente e o forçou a se afastar. N&atild
NarradorO carro veio a toda velocidade, e o motorista nem conseguiu buzinar. Dylan viu sua vida passar diante dos seus olhos, bem como Diana.As pálpebras da ruiva se arregalaram diante daqueles segundos que pareceram uma eternidade e, ao mesmo tempo, ninguém conseguiu fazer nada.O barulho do motor se aproximava, e a buzinada excruciante fez a última arfada se esvair dos pulmões de Dylan antes do segundo final, sentado na pista, incapaz de atuar sobre seu próprio destino. Tae observava a aproximação do carro somente abaixando suas pálpebras superiores, numa frieza louvável. Seus batimentos estavam no mínimo.Numa fração de segundos, o motorista do carro conseguiu desviar de Dylan, dando u
NarradorEla se foi. Tae começou a chorar como uma criança e voltou ao seu apartamento. A fúria o dominava, isso tudo era culpa de Shimin.Shimin sentiu o celular vibrando no bolso da calça. Finalmente Soobin tinha parado de chorar e se acalmado, e agora Shimin poderia ir embora.Mas, não sem antes resolver mais um problema. Era Diana ligando, provavelmente tinha tomado uma decisão.Shimin atendeu e ouviu o barulho do elevador do prédio deles do outro lado da linha.— Diana? O que foi? — Shimin perguntou. — Você se decidiu?Primeiro ele não conseguiu ouvir nada além do choro dela. Diana estava confusa,
Narrador— Está mentindo! — Tae falou, enojado. — Está claramente mentindo!Shimin sabia que a expressão de Tae escondia um medo imenso, e disse:— Sabe que existe a possibilidade, não sabe? Então, já é motivo suficiente para não ficar nessa depressão!— Prove isso que está dizendo. — Tae grunhiu. — Prove ou eu juro que nunca mais o considerarei meu irmão, Shimin.Shimin engoliu em seco enquanto Tae voltava a olhar a janela, incapaz de se levantar, com uma porção de sedativos penetrando suas veias por meio de agulhas grossas.Tae já foi impotente. J&a
NarradorSoobin sentiu as lágrimas escorrendo por seu rosto como torrentes. Tae estava desmaiado em seus braços ali na rua, vulnerável como uma criança.Isso não é amor.Arrependimento. Soobin chorava por arrependimento e culpa. Como pôde ferir tanto uma pessoa que ele dizia amar? Todos os erros de Soobin não poderiam se apagar assim tão de repente.Ele devia ter protegido Tae. Devia ter sido o mundo para ele, mas foi um agressor.Um carro passou perto deles e parou, era Shimin. Ele saiu de dentro do veículo batendo a porta de qualquer jeito, nervoso, e pegou o corpo inerte do irmão nos braços, vociferand
NarradorTae visitou o memorial de Sarang. Fez algumas preces, pensou na vida. Pediu perdão a ela por não ter conseguido falar mais, por não ter ajudado mais.Shimin observava, de longe, o irmão agachado diante do túmulo, reflexivo. O mais novo sentia culpa pela morte dela, ainda, e precisava se livrar disso.Eles passaram num campinho de basquete e viram crianças jogando. Tae lembrou-se dele e Shimin jogando, quando pequenos, cheios de sonhos. O Tae pequenino se orgulharia de quem era agora?Tae suspirou e continuou andando. Aquelas ruas pacíficas não combinavam com o barulho na mente de dele, e o clima congelante lhe dava vontade de voltar para seu quarto.Ele teve que se sent
Narrador— Tem a resposta àquela pergunta? — Irene perguntou.— Qual pergunta? — Tae disse. Depois se lembrou, e ela ergueu uma sobrancelha, satisfeita. Ele não escreveu nada no papel, ainda estava guardado em sua pasta. Ele começou a fazer pastinhas de suas listas, gostava de reviver os aprendizados que teve, mas não foi o caso. — Eu não escrevi, mas posso escrever agora.Irene ofereceu a caneta a ele e o viu rabiscando o papel."Todas as coisas que eu queria sentir quando humilhava Diana:EU QUERIA ME SENTIR AMADO"— Não é uma conclusão ruim, todos querem se sentir amados. — Disse Irene. &m
NarradorShimin congelou. Primeiro de tudo, pausou a respiração até ter certeza de que não ouviu errado.— Espere... Grávida? Tem certeza?— Sim, Shimin, eu fiz o teste duas vezes. — Diana olhava para o quarto de sua mãe, apreensiva.— Isso é fantástico! É incrível! Meu irmão vai ficar tão fel... — A voz de Shimin murchou.— O que houve? — Diana sentiu o desânimo na entonação dele.— Se o Tae souber, ele vai querer voltar para o Brasil imediatamente... E ele está evoluindo tanto, Diana... Narrador— O que disse, infeliz?! — Tae indagou com a mais pura frieza. Jurou que conseguiria suportar e agir com tranquilidade diante das adversidades, mas não. Seu sangue era o puro caldo vulcânico. E nesses momentos, seu ódio tremendo invocava o que ele tinha de mais diabólico: sua frieza.— É o que você ouviu. — Dylan respondeu. — Você foi embora, e ela não quer mais saber de você. A menstruação dela atrasou e fizemos um teste. Ela está grávida.Tae ligou todas as suas defesas instantaneamente, queria quebrar todos os ossos de Dylan, um a um, naquele momento.51. Desgraças