Narrador
— Está mentindo! — Tae falou, enojado. — Está claramente mentindo!
Shimin sabia que a expressão de Tae escondia um medo imenso, e disse:
— Sabe que existe a possibilidade, não sabe? Então, já é motivo suficiente para não ficar nessa depressão!
— Prove isso que está dizendo. — Tae grunhiu. — Prove ou eu juro que nunca mais o considerarei meu irmão, Shimin.
Shimin engoliu em seco enquanto Tae voltava a olhar a janela, incapaz de se levantar, com uma porção de sedativos penetrando suas veias por meio de agulhas grossas.
Tae já foi impotente. J&a
NarradorSoobin sentiu as lágrimas escorrendo por seu rosto como torrentes. Tae estava desmaiado em seus braços ali na rua, vulnerável como uma criança.Isso não é amor.Arrependimento. Soobin chorava por arrependimento e culpa. Como pôde ferir tanto uma pessoa que ele dizia amar? Todos os erros de Soobin não poderiam se apagar assim tão de repente.Ele devia ter protegido Tae. Devia ter sido o mundo para ele, mas foi um agressor.Um carro passou perto deles e parou, era Shimin. Ele saiu de dentro do veículo batendo a porta de qualquer jeito, nervoso, e pegou o corpo inerte do irmão nos braços, vociferand
NarradorTae visitou o memorial de Sarang. Fez algumas preces, pensou na vida. Pediu perdão a ela por não ter conseguido falar mais, por não ter ajudado mais.Shimin observava, de longe, o irmão agachado diante do túmulo, reflexivo. O mais novo sentia culpa pela morte dela, ainda, e precisava se livrar disso.Eles passaram num campinho de basquete e viram crianças jogando. Tae lembrou-se dele e Shimin jogando, quando pequenos, cheios de sonhos. O Tae pequenino se orgulharia de quem era agora?Tae suspirou e continuou andando. Aquelas ruas pacíficas não combinavam com o barulho na mente de dele, e o clima congelante lhe dava vontade de voltar para seu quarto.Ele teve que se sent
Narrador— Tem a resposta àquela pergunta? — Irene perguntou.— Qual pergunta? — Tae disse. Depois se lembrou, e ela ergueu uma sobrancelha, satisfeita. Ele não escreveu nada no papel, ainda estava guardado em sua pasta. Ele começou a fazer pastinhas de suas listas, gostava de reviver os aprendizados que teve, mas não foi o caso. — Eu não escrevi, mas posso escrever agora.Irene ofereceu a caneta a ele e o viu rabiscando o papel."Todas as coisas que eu queria sentir quando humilhava Diana:EU QUERIA ME SENTIR AMADO"— Não é uma conclusão ruim, todos querem se sentir amados. — Disse Irene. &m
NarradorShimin congelou. Primeiro de tudo, pausou a respiração até ter certeza de que não ouviu errado.— Espere... Grávida? Tem certeza?— Sim, Shimin, eu fiz o teste duas vezes. — Diana olhava para o quarto de sua mãe, apreensiva.— Isso é fantástico! É incrível! Meu irmão vai ficar tão fel... — A voz de Shimin murchou.— O que houve? — Diana sentiu o desânimo na entonação dele.— Se o Tae souber, ele vai querer voltar para o Brasil imediatamente... E ele está evoluindo tanto, Diana... Narrador— O que disse, infeliz?! — Tae indagou com a mais pura frieza. Jurou que conseguiria suportar e agir com tranquilidade diante das adversidades, mas não. Seu sangue era o puro caldo vulcânico. E nesses momentos, seu ódio tremendo invocava o que ele tinha de mais diabólico: sua frieza.— É o que você ouviu. — Dylan respondeu. — Você foi embora, e ela não quer mais saber de você. A menstruação dela atrasou e fizemos um teste. Ela está grávida.Tae ligou todas as suas defesas instantaneamente, queria quebrar todos os ossos de Dylan, um a um, naquele momento.51. Desgraças
NarradorTae estava parado, de braços cruzados, na sala de espera. Ele não estava agitado, e sim aguardando novas notícias sobre seu pai. Jieun, por outro lado, chorava, rezava, gemia de agonia. Ela imaginou que seu marido não ia voltar, pois viu a maneira como o levaram na maca: ele tinha uma mancha roxa no peito.Jieun não conseguia controlar sua imensa ira, e acabou descontando em Tae:— Viu o que você fez? É culpa sua!— Eu o demiti, como tantas vezes ele fez com tantas pessoas. — Tae encolheu os ombros, mas entendia a dor dela.— Ele é o seu pai!— Ele me queria morto! — Tae grunhiu.
NarradorTae estava diante de uma grande mesa, assistindo à apresentação de um dos seus diretores sobre expansão do mercado.Ele assistia a tudo e tomava notas.Presidente.Ele não estava surpreso. Já sabia que quando herdasse as ações de seu pai, ocuparia essa posição. Já sabia que seu destino estava traçado.Tae optou por colocar todos os seus sentimentos em outro lugar quando estava dentro da Mellony, e estava executando a tarefa com maestria.Quando saía da empresa, fumava tantos cigarros que sua voz estava ficando mais rouca. Seu secretário se chamava Arthur, um rapaz loiro de láb
NarradorDepois de entender todos os seus enganos, Tae secou as lágrimas. Arthur o ajudou a levantar-se, muito preocupado com seu chefe. Como ele poderia ter ficado tão abalado com uma pichação? Um vandalismo barato.Algumas gotas de chuva começaram a cair suavemente lá fora, e o ruído encheu seus ouvidos..Tae parecia alheio a tudo. Perdido, repensando tudo que tinha vivido até o momento. O filho é meu, ele pensou. A criança que Diana esperava tinha seu sangue. Ia ser um pequeno Kim.Ele chorou de novo, apoiando-se no capô do carro. Eram muitos sentimentos juntos. Diana tinha se vingado dele, mas por que escondeu?Bem, ela tentou falar. Por